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São Paulo,  01 de agosto de 2016

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CNA discute temas de interesse das EFPC
Foi realizada na última quarta-feira, dia 27 de julho, na sede da Superintendência Nacional de Previdência Complementar – Previc, a 25ª reunião ordinária da Comissão Nacional de Atuária (CNA), fórum consultivo que trata de temas atuariais referentes ao regime de previdência operado pelas entidades fechadas de previdência complementar (EFPC). A CNA é composta por representantes da Previc, do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA), de participantes e assistidos, de patrocinadores e instituidores, das EFPC, do meio acadêmico, dentre outras entidades representativas do sistema.
A 25ª reunião da CNA teve início com a palestra sobre ALM (Asset Liability Manegement), realizada pelos consultores convidados da Mercer Gama, Raphael Santoro e Cecília Cabañas, que destacaram a importância dessa ferramenta como referência para a otimização dos recursos dos planos de benefícios. Em seguida, o representante do IBA, Flávio Castro, mostrou os principais resultados do 11º Congresso do Instituto Brasileiro de Atuária (IBA), realizado dias 29 e 30 de junho, em São Paulo.
Na palestra “Método Agregado”, realizada pela especialista da Coordenação-Geral de Monitoramento Atuarial da Previc, Tais Novo Duarte, foram analisadas as caraterísticas desse método para a alocação de custos do plano ao longo do tempo. Depois da palestra os membros da Comissão discutiram a questão da padronização dos métodos de financiamentos, que ainda não existe no Brasil.
Ainda no encontro foi apresentada a palestra “Auditoria Atuarial e de Benefícios” com Cleide Rocha, representante da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp). Na oportunidade, Cleide ressaltou a importância de serem definidas as responsabilidades do atuário na realização do relatório, bem como a abrangência das auditorias, sugerindo itens mínimos a serem abordados. Na ocasião, o diretor de Assuntos Atuariais, Contábeis e Econômicos da Previc, Fábio Coelho, que também é presidente da CNA, lembrou da importância de os auditores se manifestarem também em relação à governança dos planos de benefícios.
Um dos pontos em destaque da reunião foi a discussão sobre a atualização do Guia de Melhores Práticas Atuariais, publicado pela Previc. Sérgio Cardoso, representante da academia e Thiago Gonçalves, representante das patrocinadoras, apresentaram as propostas de atualização do Guia, incluindo recomendações sobre as novas regras de solvência no tratamento de déficits e superávits.
Ao final das apresentações, o diretor Fábio Coelho ressaltou que as contribuições dos palestrantes são completamente pertinentes e serão avaliadas pela Previc. “Além da atualização do Guia de Melhores Práticas Atuariais a Previc está preparando o Guia de Riscos, que deverá ser apresentado no próximo Congresso da Abrapp”, informou Fábio Coelho. “Na próxima reunião da CNA pretendemos abrir a participação para outros atores da sociedade. São discussões de importância estratégica para o setor”, acrescentou o diretor da Previc. (Ascom - Previc)


A caminho de um novo modelo
Já há algum tempo se discute a realização de mudanças mais profundas na previdência complementar, em que se busque atrair novos participantes a partir de abordagens que rompam com o tradicional. Não é de hoje que as transformações demográficas, econômicas e sociais experimentadas por nosso país nas últimas décadas vêm deixando reflexos na relação entre empregado e empresa e, por consequência, entre plano de aposentadoria e participante.
Corroborando a veracidade de tais percepções, vê-se claramente o desejo pelo desenvolvimento e implementação de novos modelos de planos de benefícios, como uma das muitas tendências identificadas pela 3ª edição da pesquisa Raio-X da Previdência Complementar, numa primeira análise dos dados. Estes foram fornecidos por mais de 150 entidades, cujas respostas já passaram por uma leitura preliminar.
“O maior interesse está em planos CD aprimorados, que contem com mecanismos de proteção dos investimentos e dos benefícios, seguido de perto por planos que tenham o mesmo funcionamento tributário dos VGBL existentes na previdência aberta e por outros que permitam a utilização dos recursos para cobertura de gastos de saúde futuros dos participantes”, comentou Guilherme Gazzoni da Mercer, uma das empresas responsáveis pela realização da pesquisa.
Atenção máxima - Esse interesse por novos planos demonstra que as entidades estão, cada vez mais, atentas aos anseios da população, buscando com isso se adequar às novas formas de acumular renda e de usufruir da poupança.
“Antes as pessoas não se aposentavam, só paravam de trabalhar quando morriam ou se invalidavam. O conceito de aposentadoria, como uma interrupção abrupta do trabalho a partir de certa idade, foi criado no século XIX pelo chanceler alemão Otto von Bismark. Mas mudanças na sociedade, na demografia e no mundo econômico já estão mudando esse conceito. Ainda no século XXI a aposentadoria como a conhecemos hoje – um evento abrupto – deixará de existir. As pessoas continuarão trabalhando em ritmos diferentes, em momentos diferentes da vida, e a barreira entre a acumulação/poupança para a aposentadoria e a desacumulação/renda de aposentadoria, simplesmente cairá. Paralelamente, o conceito de poupança para a aposentadoria será substituído por gestão de patrimônio, fazendo com que o foco único em previdência complementar seja ampliado e passe a incluir todas as fontes de renda do indivíduo ” – afirmou Eder Carvalhaes, da Mercer.
Ambos os temas serão objeto de discussões ao longo do 37º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, de 12 a 14 de setembro, em Florianópolis, em especial durante Sessão Plenária I, cujo tema é “Modelo previdenciário brasileiro: uma reflexão sobre passado e futuro”, e na Apresentação especial que haverá às 15h do dia 13/09, acerca dos resultados da pesquisa Raio-X.
Para se saber mais sobre o nosso maior evento, todas as informações a respeito do 37º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão e espaço para inscrição estão em http://cbfp.com.br/   (Diário dos Fundos de Pensão)

Abrapp: Em defesa da governança
Agosto chega daqui a alguns dias e provavelmente em meados  do mês estarão sendo votados na Câmara o PLP 268 e seu substitutivo, este último elaborado pelo deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) e que no entender da Abrapp aprimorou em diversos pontos o projeto que veio do Senado. “O relator na Câmara acolheu quase todas as nossas sugestões, mostrando-se sensível aos argumentos técnicos que lhe apresentamos, como a CPI já havia em grande parte feito, algo que motiva e encoraja a todos que vêem momentos como esse na perspectiva de uma oportunidade para fazer evoluir ainda mais as práticas da governança”, observa o Presidente da Abrapp, José Ribeiro Pena Neto.
É verdade, há ainda pontos que precisam ser melhor equacionados, tanto no PLP 268, que veio do Senado, quanto no substitutivo da Câmara. Exemplo disso é a fixação para a diretoria das entidades de um mandato de 2 anos, algo claramente insuficiente considerando a natureza dos fundos de pensão, entidades que vivem naturalmente ciclos de longa duração. Tempo tão curto poderia ensejar estratégias e metas a serem alcançadas no curto prazo, descasadas com a natureza de longo prazo de nossos planos. Tampouco estamos de acordo com a exigência de que a formação superior requerida dos diretores seja em áreas específicas, uma vez que isso traria, no nosso entendimento, injustificada exclusão de graduados em outras especialidades igualmente importantes.
Além disso a composição do Comitê de Investimentos proposta no substitutivo engessa a possibilidade de que outros técnicos integrem aquele colegiado. O mais adequado seria permitir que cada entidade, respeitada a composição mínima, estendesse a um número maior de pessoas a responsabilidade de analisar as operações de investimentos.
Para José Ribeiro é fundamental também evitar restringir a liberdade das entidades em um terreno tão importante e delicado como é o da governança, onde as escolhas devem refletir o ambiente e a cultura das organizações. Pontos como eleição de diretores devem ser deixados à decisão de cada EFPC, desde que respeitada a necessária qualificação técnica dos candidatos.
“No geral, a Abrapp e a Anapar convergem em vários pontos, não obstante, questões como paridade na Diretoria, voto de minerva e rodízio na presidência consistirem em alguns dos poucos aspectos a respeito do qual nos vimos em desacordo”, comentou José Ribeiro.
Aliás, a  Anapar promoverá na próxima quarta-feira, dia 3, com a participação da Abrapp e de mais de uma dezena de outras entidades representativas do segmento, um seminário destinado a aprofundar o debate sobre o PLP e o substitutivo. O evento terá lugar do auditório  Freitas Nobre, no subsolo do Anexo IV da Câmara dos Deputados, das 9h às 13h. A Abrapp vê em sua realização a possibilidade de ampliar o debate, algo sempre desejável.
Quadro geral
Para melhor contextualizar o momento, onde se cruzam diferentes iniciativas, e favorecer o entendimento de qual tem sido a contribuição da Abrapp ao conjunto desse debate, o advogado e consultor Luiz Fernando Brum, que acompanha os projetos de lei junto ao Parlamento, destaca: “Após aprovação no Senado Federal, o PLS nº 78, de 2015, de autoria do Senador Valdir Raupp, que propõe diversas alterações na Lei Complementar nº 108/2001, foi encaminhado à Câmara de Deputados, onde passou a ser identificado como PLP 268-2016, no qual foram apensados os PLPs 50-2011, 193-2015, 255-2016, 266-2016 e 274-2016.
Tendo em vista que, na avaliação da Abrapp, vários pontos do PLP 268-2016 contém retrocessos para o nosso segmento, inclusive onerando os custos administrativos das entidades sujeitas à LC 108/2001, a Associação intensificou o seu trabalho, na Câmara dos Deputados, visando promover os necessários ajustes naquele projeto.  (Diário dos Fundos de Pensão)

PLP 268: Secretário da Previdência recebe a Anabb
Os diretores da ANABB reuniram-se nesta quarta-feira, 27/07, com o Secretário de Políticas de Previdência do Ministério da Fazenda, Marcelo Abi-Ramia Caetano. O secretário é a maior autoridade na área de previdência do governo. O cargo equivale ao de Ministro da Previdência, ministério que foi incorporado ao Ministério da Fazenda na última reforma ministerial.
Estiveram presentes pela ANABB, o presidente, Reinaldo Fujimoto; o vice-presidente de Relações Institucionais, João Botelho; o vice-presidente Administrativo Financeiro, José Branisso; e o vice-presidente de Relações Funcionais, Haroldo Vieira. Participaram ainda da reunião, além do secretário da Previdência, Paulo Cesar dos Santos, diretor de Políticas e Diretrizes de Previdência Complementar; e o secretário-adjunto da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC), José Edson da Cunha.
A reunião teve o objetivo de apresentar os questionamentos das entidades que representam os participantes e assistidos dos fundos de pensão quanto ao Projeto de Lei Complementar nº 268/2016, que trata da organização dessas instituições de previdência complementar. Além disso, a ANABB apresentou o modelo de governança da Previ como uma opção para o aprimoramento da gestão dos fundos de pensão do país, uma vez que a sua governança foi reconhecida pela CPI dos Fundos de Pensão como um modelo a ser seguido pelos demais fundos.
Os diretores da Associação apresentaram o posicionamento das entidades em relação ao PLP 268, mostrando os pontos divergentes e que precisam ser melhor discutidos. Entre eles, estão, a composição da Diretoria e dos Conselhos Deliberativos e Fiscal, a participação de conselheiros independentes e o percentual máximo de investimento da Diretoria, definido no valor de alçada. Mais uma vez, a ANABB fez questão de mostrar que as entidades não são desfavoráveis ao projeto, pois ele traz avanços para a transparência nas instituições de previdência complementar, mas defendeu que é preciso discutir os pontos conflitantes em relação ao texto que foi aprovado no Senado.
Os diretores da ANABB ainda pediram que fosse criado um fórum entre o governo, lideranças do Congresso Nacional,  representantes de patrocinadores e de participantes e assistidos dos fundos de pensão para haja uma negociação dos pontos que merecem ser aperfeiçoados no PLP 268. Um forte argumento dos gestores foi a diferença existente entre os diversos fundos de pensão, que possuem realidades em tamanho e recursos totalmente divergentes, o que impossibilita a muitos fundos a adequação ao que está sendo exigido no projeto.
Além disso, os diretores da ANABB reinvidicaram ao governo que a votação do PLP 268 só ocorra após as negociações entre o governo, o Congresso Nacional e os representantes de entidades relacionados aos fundos de pensão.
Questionado sobre a posição da secretaria quanto ao teor do projeto, Marcelo Caetano fez questão de frisar que o seu posicionamento institucional é o mesmo do governo, que havia se manifestado pela aprovação do texto, na Câmara, na forma  como veio do Senado.
No entanto, o secretário se comprometeu a levar toda a reivindicação das entidades para as instâncias superiores do executivo, ou seja, para o Ministério da Fazenda, Casa Civil e Presidência, para que sejam discutidos os pontos divergentes e apresentado o posicionamento final do governo. (Anabb)

A Anapar propõe um novo olhar para o futuro
As discussões em torno do PLP 268/16, em tramitação na Câmara, mas nascido no Senado, com relatoria do senador Aécio Neves (PSDB-MG), que, entre outras coisas, reduz a representatividade dos participantes nos fundos de pensão, tomaram conta de praticamente todo o primeiro semestre. O projeto deu o tom do XVII Congresso Nacional de Participantes de Fundos de Pensão, ocorrido em maio, e induziu a uma grande mobilização nacional. A expectativa de votação logo após a volta dos parlamentares, na primeira semana de agosto, exige que a mobilização continue. A Anapar, em parceria com diversas entidades, mantém as negociações com os parlamentares para chegar a um projeto de lei que contemple as necessidades do sistema e preserve os direitos dos participantes e assistidos.
O debate em torno das mudanças sugeridas pelo PLP 268/16, contudo, nos força a olhar para o futuro do sistema de fundos de pensão. Quarenta anos se passaram desde a criação das entidades fechadas de previdência complementar e várias questões devem ser abordadas.
O sistema fechado de Previdência Complementar brasileiro passa por uma lenta e profunda reestruturação, tanto nos seus aspectos mais gerais de cobertura, quanto na definição da amplitude de patrocinadores e de trabalhadores, que se constituem no público alvo a ser atingido. Olhando para as estatísticas podemos perceber uma redução gradativa na quantidade de entidades, partindo de um patamar de 361, em 2006, para 307 em 2015. O público abrangido por algum tipo de benefício complementar permanece em torno dos 3 milhões de participantes há vários anos. O patrimônio administrado pelos fundos de pensão se mantém, essencialmente, por conta da capitalização dos recursos já existentes.
O único segmento que ganha força é o dos planos instituídos, principalmente entre as organizações de classe de profissionais liberais.
A reflexão sobre a tendência de esvaziamento do sistema complementar fechado e sobre possíveis mecanismos de reversão deste rumo depende da elaboração de diagnósticos claros para que se possam encontrar os mecanismos adequados para o estabelecimento de políticas de fomento pelos órgãos competentes.
Temos alguns desafios: como construir o segundo ciclo do sistema, considerando que as estatais não mais serão as peças principais desta engrenagem? Como incentivar as empresas privadas a patrocinarem os fundos fechados? Como convencer os trabalhadores a contribuírem para o futuro em um mundo do trabalho em constante ebulição e com baixos salários? Como preservar o caráter previdenciário do sistema, quando a tônica é o consumismo imediato?
A Anapar acredita que este é o momento de discutir propostas estruturantes para o sistema de fundos de pensão:
Unificação da linguagem para preservação do sistema
O momento abre uma excelente oportunidade para esclarecer alguns conceitos previdenciários e evitar que este tão importante sistema de poupança social sofra os desgastes de imagem como está ocorrendo no momento, mais por desinformação do que fato real. Primeiramente é necessário explicar que déficit não é sinônimo de prejuízo ou rombos e que, pelas características peculiares dos planos de benefícios, as análises dos resultados demandam uma visão de longo prazo. É preciso considerar que as estratégias de investimentos são elaboradas de acordo com a demanda de recursos para pagamento das complementações das aposentadorias, nos prazos contratados, muitas vezes em horizontes bem distantes.
Defesa da Relação Contratual
A previdência complementar ancora-se em dois pilares fundamentais: trabalhadores e empregadores, cada um com sua atribuição claramente definida nos regulamentos dos planos dos benefícios. Os trabalhadores não podem exigir mais do que foi contratado e o patrocinador não deve entregar menos do que foi pactuado. A judicialização do sistema é resultado de miopias de ambas as partes, tanto do lado do participante, quando busca na justiça um benefício não previsto no regulamento, quanto dos patrocinadores, quando transferem para o mútuo compromissos trabalhistas, que são da sua inteira responsabilidade. É necessário que os atores do sistema se disponham a encontrar uma solução permanente para que a estabilidade contratual seja preservada.
Defesa da imagem do sistema
Embora o modelo de previdência complementar adotado no Brasil seja um dos mais avançados no mundo enfrenta, desde sua origem, uma disputa de espaço com bancos e seguradoras e ataques generalizados por alguns setores da economia. A regulamentação e os mecanismos de controles desenvolvidos nesta última década, com a edição das leis completares 108/2001 e 109/2001, dotaram o sistema de maior segurança, transparência e agilidade.  O resultado da falta de visão estratégica, aliada a uma contínua tentativa de desqualificação dos profissionais dos fundos de pensão está gerando uma grande desconfiança no sistema, pois os principais interessados, participantes ativos e aposentados, temem o comprometimento de seus benefícios em virtude a tudo que se tem divulgado a respeito dos resultados dos investimentos.  Os ativos mantidos em carteira da maioria dos fundos de pensão são de boa qualidade, como ações de grandes companhias (Vale, Petrobras, Bancos), imóveis, investimentos estruturados e não se tem notícias de realização de prejuízos com a venda de nenhum deles. A quebra da paridade nos conselhos deliberativos e fiscal e a entrega da diretoria a gestores de mercado, sem vínculo com os planos previdenciários, são fatores de grande apreensão pelos participantes. Entregar a direção dos fundos de pensão aos agentes de mercado favorece a opção por investimentos em ativos de risco, em busca de resultado imediato.
Garantia da gestão compartilhada
O aprofundamento na democratização, com paridade em todos os níveis da gestão, com o fim do voto de qualidade, permitirá aos participantes assumirem cada vez mais o protagonismo na fiscalização e controle dos seus recursos. Os gestores dos fundos de pensão, membros dos conselhos e da diretoria, devem ser altamente qualificados e terem vinculação com algum dos planos de benefícios administrados pela entidade. O interessado direto tem maior rigor no controle, evolução e crescimento do patrimônio que a ele pertence e que será a base primordial para a garantia de uma melhor qualidade de vida, no momento da aposentadoria.
Garantia de formas de cobertura dos déficits que sejam compatíveis com a preservação da saúde financeira dos planos, mas também com a capacidade financeira dos participantes
Com a mudança nos critérios de contribuições adicionais para cobertura do déficit, alguns participantes tiveram as suas contribuições majoradas em mais de 300%. É urgente a necessidade de se buscar alternativas para a solução desse problema.
Educação Previdenciária
Todas as iniciativas possíveis e imagináveis só se concretizarão com o despertar da consciência da população sobre a necessidade de reservar uma parte de seus vencimentos para o momento da aposentadoria. Para isso é decisão política dos atores do sistema criar condições para que este tema faça parte do dia-a-dia dos brasileiros. O desenvolvimento do país passa necessariamente pela preparação do seu povo para enfrentar as incertezas do futuro.  Defendemos que Educação Financeira e Previdenciária faça parte do currículo escolar desde as primeiras séries. Há projetos e estudos elaborados sobre esta questão, bastando que o Ministério da Educação decida enriquecer as escolas com mais esta matéria.
Estamos vivendo um tempo de rupturas. Acreditamos que um ciclo está se encerrando e devemos estar preparados para iniciar um novo momento para o sistema fechado de previdência complementar.  (Boletim)


Principais causas de multa a operadoras
Problemas com autorização e atendimento estão entre principais causas de multa a operadoras
Reclamações relacionadas à autorização para realização de procedimentos (desde marcação de consulta a liberação de guia de internação), prazos máximos de atendimento, rede de atendimento e suspensão e rescisão contratual. Estas são as mais frequentes razões de autuações das operadoras de saúde pela a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). Com a fiscalização mais acirrada, os autos de infração, por falhas de atendimento, aplicados no primeiro semestre deste ano já é quase equivalente a dos 12 meses de 2015: 9.638 contra 10.269. Como antecipou o blog Emergência, do GLOBO, em valores, soma das multas aplicadas em todo Brasil já é 11% maior doas aplicadas em 2015. No primeiro semestre de 2016, elas totalizam R$ 612.621.436,47, enquanto que, no ano passado, chegaram a R$ 551.044.529,85. Do total deste primeiro semestre, R$ 29.469.469,42 já foram pagos à ANS.
Unimed Norte/Nordeste e Unimed-Rio estão no topo das operadoras de grande porte com mais autuações, no mês passado. Para saber quais as empresas mais acionadas pela reguladora, os usuários de planos de saúde podem acessar o portal da ANS, onde é divulgado o Índice de Abertura de Processo Administrativo (IAP) – um dos indicadores do Índice de Reclamação —, que permite mensurar, do total de reclamações de beneficiários, o volume de reclamações com indício de infração que foram encaminhadas para os Núcleos da ANS para abertura de processo administrativo visando a sua apuração. As operadoras estão listadas pelo seu porte (pequeno, médio e grande).
Segundo a diretora de Fiscalização da ANS, Simone Freire, a forma de fiscalizar os planos mudou, a partir de fevereiro, quando entrou em vigor a Resolução Normativa 388/2015. A nova norma criou um sistema que induz a operadora a resolver mais rapidamente a demanda do beneficiário, ao estipular que as empresas que descumprirem a legislação e os marcos regulatórios serão autuadas automaticamente. Isto é, explica a diretora, constatando-se indícios de infração, o auto de infração é imediatamente lavrado e a operadora é intimada para apresentar sua defesa.
— Dessa forma, além de induzir à correção da conduta inadequada com solução ágil para o beneficiário, proporciona maior arrecadação ao Erário, já que cessa-se o litígio. O objetivo principal é que as as operadoras cumpram suas obrigações quanto à qualidade do atendimento junto ao beneficiário — ressalta Simone
Antes de a RN 388/2015 entrar em vigor, o processo durava, em média, cinco anos. Com base na reclamação do beneficiário, a ANS abria uma Notificação de Intermediação Preliminar (NIP), que poderia levar a operadora em questão a ser impedida de comercializar seus produtos. Além disso, a agência reguladora abria um processo de apuração que, ao final, poderia resultar na aplicação de multa. No entanto, o histórico de aplicação das multas mostra que, na maior parte dos casos, essas operadoras acabam recorrendo dessas penalidades, arrastando o caso por anos.
— Esta nova sistemática, assim como outras medidas implementadas pela Diretoria de Fiscalização da ANS, têm resultado em mais celeridade e eficiência no processo de apuração dos indícios de irregularidades cometidos pelas operadoras e, consequentemente, na aplicação e cobrança das respectivas multas, em especial aquelas que afetam diretamente o beneficiário — completa a diretora de Fiscalização.
Caso as multas aplicadas não sejam pagas pelas operadoras, após esgotadas as instâncias administrativas recursais, faz-se a inscrição do débito na dívida ativa da ANS e a inscrição do devedor no Cadastro Informativo dos Créditos Não Quitados de Órgãos e Entidades Federais (Cadin). A inscrição no Cadin impede a contratação com o Poder Público. Já a inscrição em dívida ativa é uma fase prévia à execução judicial do débito. Em função disso, a operadora não consegue obter certidão negativa de débitos perante a reguladora e fica desabilitada para o Programa de Conformidade Regulatória, que dá incentivos às operadoras.
A ANS também possui outros mecanismos de fiscalização e monitoramento do mercado, como a Intervenção Fiscalizatória, cujo objetivo é identificar as falhas operacionais das empresas que sejam causas potenciais para a entrada de demandas na ANS, e o monitoramento da garantia de atendimento.
As irregularidades encontradas serão apontadas no Relatório Diagnóstico e deverão ser corrigidas sob pena de adoção de medidas administrativas e de aplicação de multas pecuniárias por parte da ANS (de R$ 500 mil). Os ajustes promovidos deverão refletir na diminuição de demandas dos usuários à agência reguladora.
Outra punição passível é aa suspensão temporária da comercialização dos planos de saúde realizada através do Programa de Monitoramento da Garantia de Atendimento. Atualmente, 35 planos de saúde de oito operadoras estão com a venda suspensa. A base desse programa são as reclamações aos canais de atendimento da ANS, que possibilitam verificar se o serviço é feito de forma adequada e em tempo oportuno e comparar as operadoras de acordo com a modalidade.  (G1)

Regime único será parte de reforma
Ainda que em forma "muito embrionária", segundo o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, a proposta para um regime único na reforma da Previdência pode ser incluída no projeto que será enviado ao Congresso ainda neste ano. O pedido foi feito pelo presidente interino Michel Temer, de acordo com o ministro. "Ele (Michel Temer) pediu: façam um estudo para ver se não é possível neste momento, mesmo que a gente tenha uma transição longa, nós caminharmos para um regime único. Lembrou, e ele é um constitucionalista, que todos os brasileiros são iguais perante a lei", disse Eliseu Padilha, após receber a medalha Mérito Santos Dumont em almoço servido no Comando da Aeronáutica.
Padilha afirmou, ainda, que concorda com uma reforma previdenciária que se aplique a todos: "É o que ele (Temer) diz, e este seria meu desejo". O estudo pedido pelo presidente interino ainda está em curso, e quando for finalizado será levado ao grupo de trabalho da reforma da Previdência, representado pelos ministérios da Fazenda, Planejamento, Trabalho, Desenvolvimento Social e Agrário, Casa Civil, além do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), em nome das centrais sindicais.
Nos primeiros dias de governo interino, o Planalto anunciou que a reforma previdenciária seria enviada ao Congresso em um mês. Agora, o discurso é que deve ser aprovada até o fim do ano. Pauta sensível perante a sociedade, a modificação deve ficar só para depois das eleições municipais de outubro. O ministro da Casa Civil havia anunciado a proposta de regime único no fim de semana por meio do Twitter. "O presidente busca a igualdade na nova Previdência Social", escreveu o ministro.
De acordo com Padilha, o grupo de trabalho formado pela Casa Civil, Planejamento, Fazenda, Trabalho e Desenvolvimento Social está dedicado a mapear quais seriam as variáveis e qual seria o tempo de transição para esse regime único. "Temos que ver apenas como se atinge o direito, a aquisição do direito à aposentadoria. Mas tem solução. Muitos países já fizeram isso. O Brasil seguramente também poderá fazer", afirmou. "O certo é que a voz foi do presidente. Ele pediu um estudo, ainda está feito."
Durante o fim de semana, o ministro usou sua conta no Twitter para comentar a reforma da Previdência. Ele destacou o pedido de Temer ao grupo de trabalho e afirmou que é "impostergável" a realização da reforma. "Estamos chegando aos 80 anos e não nos preparamos para dar dignidade aos idosos", disse. "Reforma da Previdência é de interesse de cada um e de todos os brasileiros. Seu debate está acima de qualquer entidade", completou.
Padilha destacou o déficit de 2015, quando a Previdência teve rombo de R$ 86 bilhões. O ministro disse que a previsão neste ano é de que o déficit atinja R$ 140 bilhões. Para 2017, o governo trabalha com projeção de desequilíbrio na conta de R$ 180 bilhões. "Em breve, não caberá no Orçamento Geral da União", afirmou. O ministro ressaltou que "quem já tiver direito à aposentadoria não sofrerá nenhuma mudança ou prejuízo".
Intenção é obter avanço de imediato
O secretário da Previdência Social do Ministério da Fazenda, Marcelo Caetano, afirmou que a reforma da Previdência passa por um processo de diálogo com a sociedade, que já estaria sendo conduzido pelo atual governo do presidente interino Michel Temer. "É uma reforma que tem uma economia política por trás. uma ciência política e. em função disso, é importante que antes que se venha apresentar a reforma ela passe por um processo de diálogo com a sociedade. Isso tem sido feito com representantes da Casa Civil. de trabalhadores, da sociedade como um todo", declarou Caetano, em seminário promovido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan).
Segundo o secretário, enquanto as mudanças não são efetivamente conduzidas, é possível trabalhar com medidas que não resolvem o problema, mas que permitem alguns avanços. "A gente observa problemas de auxílio-doença de longa duração, que não passam por revisão judicial. Então algumas mudanças de eficiência de gestão podem ser implementadas. Claro que não vai resolver a questão, mas pode obter avanços. Então estamos enfrentando essa questão", afirmou.
O secretário citou ainda a previdência complementar para estados e municípios que tenham desejo de aderir. "Vários estados e municípios têm desejo de implementar a previdência complementar. mas enfrentam problemas de escala", defendeu. Em relação à reforma da Previdência. Caetano lembrou que haverá distintas regras para contribuintes em condições de se aposentar, contribuintes considerados em faixa de transição, e trabalhadores mais jovens. Segundo ele, se a reforma for feita para as gerações futuras, os impactos mais intensos serão sentidos daqui a cerca de 30 a 35 anos. "Uma reforma voltada para a geração futura a gente só vai ter um impacto um pouco mais sentido lá na década de 2040. um pouco antes", disse ele. (Portal Uai)


Desaposentação avança na Justiça
Mas aposentados aguardam decisão do STF
A troca de aposentadoria, mais conhecida como desaposentação, vem ganhando força no Judiciário. Apesar de o julgamento que vai decidir pela validade ou não deste instituto no Superior Tribunal Federal (STF) ainda não ter uma data agendada, diversas decisões de tribunais da Justiça Federal estão reconhecendo o direito dos aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que retornaram ao mercado de trabalho de substituir seu benefício por um mais vantajoso.
Atualmente, a lei brasileira não prevê a desaposentação. Isso impede o trabalhador de recalcular sua aposentadoria com as novas contribuições. Inclusive, a presidente Dilma Rousseff vetou a criação de uma legislação que permitiria a troca do benefício. Assim, o único caminho para os aposentados é o de bater à porta da Justiça. A estimativa é de que existam cerca de 182 mil ações na Justiça requisitando um novo benefício.
De acordo com os especialistas em Direito Previdenciário, a desaposentação é um instrumento jurídico que permite ao aposentado que retornou ao mercado de trabalho renunciar ao benefício pago pelo INSS e pedir o recálculo da aposentadoria, incorporando as contribuições e o tempo de serviço acumulados com o novo trabalho.
“Atualmente o INSS não concede a desaposentação. Esse instituto não é admitido administrativamente. É concedido apenas pelas decisões judiciais”, afirma o professor e autor de obras de Direito Previdenciário Marco Aurélio Serau Jr.
O advogado Celso Joaquim Jorgetti, da Advocacia Jorgetti, destaca que, apesar de o STF ainda não ter definido a validade, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) considera “que, por se tratar de direito patrimonial disponível, o aposentado pode renunciar à sua aposentadoria com o propósito de obter benefício mais vantajoso, mediante a utilização das contribuições vertidas após a aposentação”.
Celso Jorgetti reforça que esse entendimento não é vinculante, ou seja, apenas orienta os tribunais a julgarem segundo esse entendimento, mas ele não é obrigatório. “A Justiça reconheceu também que quando o segurado se aposenta pela primeira vez preenche todos os requisitos necessários. Portanto, não há recebimento ilegal de benefício, de modo que o aposentado não terá que devolver os valores recebidos a título de troca de aposentadoria”.
Novo mecanismo
E a Justiça Federal vem concedendo a troca de aposentadoria de maneira mais ágil. Em alguns casos recentes, o aposentado passou a receber o novo benefício em 20 após a publicação da decisão judicial. E essas novas e rápidas decisões do Judiciário são baseadas em um dispositivo previsto na nova versão Código de Processo Civil (CPC), que entrou em vigor em março deste ano, chamado tutela de evidência.
“A tutela de evidência é um mecanismo jurídico, que passou a ser usado nas causas de desaposentação, e que permite que o benefício comece a ser pago de forma mais rápida, com base em provas documentais. A tutela de evidência difere da tutela de antecipação, também utilizada nos processos de troca de aposentadoria, porque não é necessário provar caráter de urgência para receber o benefício. Ou seja, nos casos que utilizam a tutela de evidência não se faz necessário provar para a Justiça que o aumento do valor da aposentadoria do segurado que ingressa na Justiça é imprescindível para a sua sobrevivência”, revela o advogado Murilo Aith, sócio do escritório Aith, Badari e Luchin Advogados.
Casos
E o efeito positivo da tutela de evidência nos casos de troca de aposentadoria já rendeu alguns frutos aos aposentados. Murilo Aith cita, por exemplo, que conquistou três vitórias em menos de dois meses. “A Justiça Federal determinou o pagamento do novo benefício em até 45 dias, no interior de São Paulo, e em até 20 dias no Rio de Janeiro. Em todos os casos os aposentados terão direito ao benefício integral, utilizando o fator 85/95”, conta.
No primeiro caso, o advogado explica que o segurado, um operador de máquinas de cervejaria deu entrada à ação no dia 19 de abril deste ano e a decisão da Justiça de São José dos Campos, no interior de São Paulo, foi publicada no último dia 3 de maio. O autor da ação havia se aposentado em 1997 e o valor da aposentadoria era de R$ $ 2.333,35. “Agora, o autor que tem 61 anos de idade e 41 anos de contribuição ao INSS, passará a receber R$ 4.422,51. Ou seja, um aumento de quase 100% em seu benefício”.
Outros dois casos foram concedidos pela Justiça do Rio de Janeiro. “Os segurados conseguiram um reajuste de 77% no valor dos benefícios e passaram a receber o novo valor em 20 dias após a publicação da decisão”, aponta Murilo Aith.
A primeira ação de sucesso no Rio foi de uma segurada que deu entrada na Justiça no dia 26 de abril, pedindo a tutela de evidência, e teve o direito reconhecido para receber um novo benefício em 20 dias. O valor da aposentadoria passou de R$ 2.726,83 para R$ 4.826,20. A mulher se aposentou em 2009, com 49 anos de idade e 30 anos de contribuição para a Previdência Social. Porém, quando se aposentou sofreu com a incidência do fator previdenciário em sua aposentadoria e perdeu 42% do valor do benefício.
E no caso mais recente, um segurado deu entrada na ação no dia 13 de maio deste ano e, no dia 27 junho, garantiu o direito a receber um benefício com valor maior. O valor da aposentadoria passou de R$ 2.786,40 para R$ 4.929,70,20. O segurado se aposentou em maio de 2009, com 52 anos de idade e 35 anos de contribuição para a Previdência Social. Entretanto, quando ele se aposentou sofreu com a incidência do fator previdenciário em sua aposentadoria e perdeu 35% do valor do benefício.
“Importante informar que a tutela de evidência só pode ser utilizada nos casos em que o aposentado que continua que na ativa está recolhendo a contribuição do INSS pelo valor do teto da Previdência Social”, alerta o especialista.
Decisão final
O julgamento sobre a desaposentação poderá ter um final ainda este ano pelo que sinalizou o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). O caso que se arrasta na Corte Superior desde 2003 continua sem uma decisão. Até o momento, a votação está empatada, com dois ministros favoráveis ao mecanismo e outros dois contrários. No último mês de dezembro, o processo foi liberado para voltar ao plenário.
Milhares de aposentados que retornaram ao mercado de trabalho continuam aguardando o desfecho do julgamento do assunto. O caso estava suspenso por um pedido de vistas da Ministra Rosa Weber, que já devolveu os autos, mas ainda não proferiu seu voto.
“Tudo leva a crer que a desaposentação deve ser julgada em 2016 pelo plenário do STF, pois matéria chegou pela primeira vez no Supremo Tribunal Federal em 2003 e até hoje o julgamento não foi finalizado”, afirma Celso Jorgetti.
(Caio Prates - PrevTotal)


ANS: Publicação traz média de preços dos planos
Já está disponível para consulta a 4ª edição do Painel de Precificação, publicação anual da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) com informações e análises sobre os valores médios praticados no mercado de planos de saúde no Brasil. O estudo também traz um panorama dos percentuais de reajuste cobrados pelas operadoras e a evolução de custos assistenciais de consultas médicas, exames e internações, entre outras informações do ano de 2015 e comparativos com anos anteriores.
As informações são fornecidas pelas próprias operadoras de planos de saúde, por intermédio de dados e indicadores econômico-financeiros e estatísticas que constam nas Notas Técnicas de Registro de Produtos (NTRP), elaboradas por profissionais de atuária. Essa é mais uma iniciativa da ANS na busca da transparência e da redução da assimetria de informações no setor.
“A publicação apresenta um panorama segmentado da precificação dos planos de saúde, conforme o valor comercial informado pelo próprio setor, e é um importante instrumento para agentes do mercado de saúde suplementar, especialistas no tema e pesquisadores do setor ”, afirma a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Karla Santa Cruz Coelho. Por isso, ela reforça que os temas relacionados no painel refletem as contribuições de todas as operadoras que comercializam planos de assistência à saúde no Brasil.
Para fazer as análises, a ANS enquadrou as segmentações assistenciais existentes de planos médico-hospitalares em três tipos de cobertura: “Ambulatorial”, “Hospitalar”, e “Ambulatorial + Hospitalar”. Em algumas tabelas da publicação, somente será apresentada a informação dos planos por tipo de cobertura “Ambulatorial + Hospitalar”, como referência de análise. Esse tipo de cobertura mais completa foi escolhido por ser o mais representativo no mercado de saúde suplementar, abrangendo a maior quantidade de planos em comercialização.
A 4ª edição do Painel de Precificação de Planos de Saúde dá continuidade aos estudos da ANS relacionados à sustentabilidade do setor de saúde suplementar.
Confira a publicação através do link
http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Perfil_setor/Foco/painel_precificacao2015_completo.pdf  (ANS)

Sistema Suplementar em mudança
A saúde suplementar vive a sua maior crise, desde que foi regulamentada pela Lei 9.656, em 1998. Em 12 meses, fechados em junho, 1,64 milhão de pessoas deixaram de ser usuários de planos de saúde. O encolhimento do setor, certamente, reflete a crise econômica do país e seus 11 milhões de desempregados. Mas não é só isso. Há tempos usuários e operadoras travam um cabo de guerra em relação a amplitude de cobertura dos planos e reajustes. O que resultou em judicialização e na quase extinção da oferta de planos individuais, que têm os aumentos anuais controlados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
Este cenário de insegurança econômica e jurídica para consumidores e empresas foi agravado pela a quebra da Unimed Paulistana e a crise financeira da Unimed Rio, ambas grandes comercializadoras de planos individuais. Atualmente, há 54 empresas em regime de direção fiscal e o mesmo número em liquidação extrajudicial pela reguladora.
Não há quem discorde que o momento é de repensar o sistema. No entanto, a questão é equalizar os interesses. Não à toa, a agenda da agência reguladora do setor se ocupa, neste momento, tanto de discutir novas formas de remunerar os serviços prestados pelas operadoras para promover saúde, quanto de novos modelos de planos para diversificar a oferta.
Segundo Ricardo Ramos, diretor da Abramge, associação de planos de saúde, de cada R$ 100 recebidos pelas empresas, R$ 85 são gastos com assistência médica. Descontados ainda custos como impostos e administrativos, diz Ramos, não sobra praticamente nada. A sustentabilidade é afetada ainda, diz, pelo envelhecimento da população.
- Todo mundo vai ter que mudar e ceder alguma coisa - acredita.
Para Elici Bueno, não há dúvida que o setor público está em crise. Já sobre o setor privado, ela avalia que a questão não é falta de dinheiro: - Se fosse tão deficitário como querem nos fazer acreditar, uma gigante americana do setor não teria entrado no Brasil há quatro anos. Tudo indica que esse setor tem sérios problemas de gestão, transparência e tem pouca fiscalização.
Segundo fonte próxima ao debate sobre a nova regulamentação, o setor precisará trabalhar com mais transparência e ter mais atenção com a saúde básica dos usuários. Por outro lado, acrescenta, o consumidor terá que entender que a cobertura de cada plano é limitada e o custo que implica cada procedimento agregado. Será necessário mudar a forma de oferta e consumo da saúde suplementar. (Luciana Casemiro - O Globo)


Planos: Ressarcimento mais rápido ao SUS
O ministro Ricardo Barros quer que os próprios hospitais do SUS cobrem, de forma imediata, o pagamento das operadoras por atendimento de segurados na rede pública. -BRASÍLIA E RIO- O ministro da Saúde, Ricardo Barros, vai propor uma nova forma para o ressarcimento dos planos de saúde ao Sistema Único de Saúde (SUS) pelo uso da rede pública por seus segurados. Em entrevista exclusiva ao GLOBO, Barros disse que a intenção é estabelecer um modelo de contrato diretamente entre hospitais e operadoras, que deverão ressarcir a rede pública imediatamente, de acordo com valores previamente acordados. O ministro quer evitar questionamentos das cobranças pelas empresas e alimentar rapidamente o caixa do SUS.
- Há um valor crescente de ressarcimentos. Hoje são cerca de R$ 400 milhões por ano de repasse. Espero estabelecer um modelo de contratação direta dos hospitais públicos com os planos. Com o contrato, os valores por procedimentos ficam estabelecidos e é só faturar. Assim, quando alguém for atendido na rede pública fatura-se imediatamente a operadora. - explica. - Queremos transformar o ressarcimento, que hoje é complexo, numa coisa simples e rápida.
O ressarcimento é cobrado sempre que beneficiários de planos de saúde são atendidos na rede pública para realizar procedimentos que estão previstos em seus contratos. Hoje, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) identifica o paciente e cruza as informações com o banco de dados de usuários da saúde suplementar. Os recursos vão para o Fundo Nacional de Saúde (FNS), gestor financeiro do SUS. EMPRESAS SÃO CONTRA A PROPOSTA Em 2015, ao todo, foram 439 mil procedimentos médicos realizados na rede do SUS por pacientes que têm planos de saúde, segundo a ANS. O total cobrado chegou a R$ 708,9 milhões. O repasse ao Fundo, no entanto, foi de R$ 399 milhões. De acordo com a agência, desde 2000, foram arrecadados R$ 1,2 bilhão, o que corresponde a 46% do valor total dos atendimentos passíveis de ressarcimento. E R$ 623 milhões incluídos na dívida ativa federal.
- Hoje, os planos discutem se o procedimento que foi dado ao cliente deles no hospital público foi correto ou não. E se perde a capacidade de rapidamente repor esses recursos no caixa do SUS. Isso porque muita coisa fica sub judice. Por isso, pedi o estudo dessa proposta - destaca Barros.
Há ações das empresas até no Supremo Tribunal Federal (STF) pela inconstitucionalidade da cobrança feita pelo SUS. Nas contas da ANS, há cerca de R$ 500 milhões que deveriam ter sido repassados ao SUS depositado em juízo. Segundo a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramnica ge) e de entidades de defesa do consumidor, esse valor está na casa do bilhão de reais.
Pedro Ramos, diretor da Abramge, diz que as operadoras estariam dispostas a firmar um acordo para pagar os valores sub judice, se houvesse uma discussão ampla sobre o ressarcimento, que recentemente passou a incluir atendimentos ambulatoriais feitos pelo SUS a seus usuários. A proposta do ministro, porém, não lhe parece boa solução.
- Para a implementação dessa proposta será preciso mexer na lei e acho que não devemos complicar ainda mais o assunto. O fundamental é que os hospitais avisem ao plano quando o usuário der entrada, para escolhermos se queremos removê-lo ou não. Hoje meu beneficiário fica 15 dias na UTI e só fico sabendo quando chega a conta - diz Ramos, que se queixa ainda de a tabela paga pelas empresas ao SUS ser acrescida de uma taxa sobre o procedimento.
Na avaliação da doutora em Saúde Pública, a médica Ligia Bahia, do Laboratório de Economia da Saúde da UFRJ, a proposta de mudança de ressarcimento, sugerida por Barros, acentua as desigualdades no sistema de saúde: - O ressarcimento prevê que os recursos sejam direcionados para o FNS e distribuídos de acordo com prioridades sanitárias. Com a proposta do ministro, os recursos acabariam concentrados nos hospitais em regiões e cidades de maior renda, já que os segmentos populacionais com piores situações de saúde estão em áreas denominadas vazios sanitários.
A especialista, que também é membro da diretoria da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), preocupa-se ainda com a parte burocrática da mudança: - A operacionalização da cobrança em hospitais públicos implicaria em maior estrutura burocrática e um conjunto de situações, como auditorias de empresas privadas em órgãos estatais e possíveis desvios de recursos, o que desviaria as atribuições assistenciais, por exemplo.
Com o objetivo de desafogar as emergências dos hospitais públicos foi sancionada na última terça-feira pelo governador em exercício do Rio, Francisco Dornelles, a Lei 7.042, prevendo que vítimas de acidentes, com plano de saúde, ao serem socorridas por Bombeiros poderão ser levadas a hospitais particulares. A prática era encaminhar para a rede pública.
- Pelo sistema de regulação, sempre que há um acidente o Samu e os Bombeiros levam as vítimas para um hospital público e os planos têm que ressarcir os gastos. Essa decisão do Rio é uma tentativa de descongestionar urgências e emergências da rede pública - limitou-se a comentar o ministro.
A Abrasco, por sua vez, já se manifestou contrária a nova lei, ressaltando que a decisão sobre o local de atendimento de emergência deve ser téce não baseada no equilíbrio fiscal do estado.
O fato é que o próprio ministro defende a necessidade de fortalecer a saúde suplementar para melhorar o SUS. Para tanto, Barros voltou a defender a criação de planos populares, com preços mais baixos e menor cobertura. Disse que pediu à ANS revisão das regras da saúde suplementar para autorizá-los. E fez apelo às operadoras.
- Estamos propondo que o mercado ofereça planos mais acessíveis, com custo menor e cobertura menor, para que possamos por mais recursos no atendimento das pessoas - diz Barros.
Para Ligia, no entanto, a proposta de criação de planos populares não tem fundamento técnico: - Essa iniciativa foi experimentada e fracassou na Colômbia. O plano barato pressupõe problema de saúde ordinário e não é assim que os seres biológicos se comportam ao longo da vida. ESTIMULAR PLANOS INDIVIDUAIS É UM OBJETIVO Ramos, da Abramge, por sua vez, vê os planos populares como uma ótima alternativa: - O plano popular poderia focar no atendimento básico à saúde que o SUS não consegue atender. Vamos comparar os planos a uma grande lanchonete. Elas vendem combos, mas o cliente pode escolher comprar o sanduíche em separado. Poderia haver uma modalidade em que se pudesse optar por pagar um hospital, como o São José, para tratar um câncer e não para a emergência.
Elici Bueno, coordenadora executiva do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), teme que haja mais prejuízo que benefícios: - Nós entendemos que este tipo de "plano popular", vago e impropriamente aventado, criaria mais problema para o consumidor. Sobretudo em um cenário de crise econômica, onde a população mais vulnerável seria afetada.
Ciente do impacto da crise econômica no número de usuários da saúde suplementar - segundo a ANS, houve redução de cem mil pessoas, apenas no mês de junho - o ministro afirma que é preciso estimular planos individuais: - As pessoas saíram dos empregos e perderam os planos. Precisamos encontrar uma maneira de incentivar a oferta de planos de adesão individuais. Isso está em discussão na ANS.
Ligia ressalta que não só desempregados, mas principalmente, idosos são penalizados pela ausência de planos individuais no mercado: - O idoso brasileiro paga muito mais que o americano ou europeu (incluindo o valor desembolsado pelo governo para a saúde) por planos com coberturas muito inferiores. E não há o que fazer, pois não conseguem migrar de plano, já que as empresas não ofertam mais individuais.
O diretor da Abramge afirma, porém, que não haverá oferta enquanto houver "tamanha ingerência" sobre a modalidade e sem que haja transparência no cálculo dos índices de reajuste. (MANOEL VENTURA*, LUCIANA CASEMIRO e IONE LUQUES - O Globo)

Previdência Complementar: Um Novo Projeto para o País
O sistema previdenciário brasileiro – tal e qual estabelecido – reconhecidamente cumpriu seu papel de proteção social, em horizonte de tempo pelo qual a realidade do momento de sua constituição se manteve.
Porém, a atualidade nos mostra um quadro de insuficiência, especialmente se projetadas expectativas de um novo ciclo temporal: a Previdência Social padece de mecanismos de financiamento mais aderentes à realidade e traz impactos severos e preocupantes às contas públicas, a Previdência Complementar Fechada não recebe os incentivos que necessita e, após quase 40 anos de vida normatizada, já apresenta diagnóstico de maturidade e necessidade de revitalização para se inserir em novo ciclo de cobertura dos trabalhadores.
Estamos vivendo um ponto de inflexão! E essa é a reflexão que conduz toda a programação do 37° Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, onde se propõe debater os vários aspectos que a envolvem, além de se provocar a fundamental discussão acerca de como manter a gestão do que se construiu até aqui e ampliar os horizontes – sendo para tanto, necessário compreender quem serão as patrocinadoras, instituidoras e participantes do futuro, quais os atributos e valores os moverão e vincularão, e como tangibilizar os benefícios. Ou seja, ressignificar a Previdência Complementar Fechada tendo por base a convicção de que sua expansão e fortalecimento é parte de uma boa solução para o País.
E para essa discussão cara à toda a sociedade brasileira, é que contamos em nosso maior evento, com renomados especialistas e formadores de opinião: Hélio Zylberstajn, José Pastore, Eduardo Giannetti, Ricardo Guimarães, André Lahóz, Cláudio Porto, Denise Campos de Toledo, Jorge Félix, José Roberto Afonso, Mara Luquet, José Antonio Gragnani, Alexandre di Miceli, Luis Artur Nogueira, Wagner Balera, Adacir Reis, entre outros.
As inscrições para o 37° Congresso podem ser feitas no site www.cbfp.com.br e têm prazo com maior desconto até a próxima sexta-feira 22/07.  (Diário dos Fundos de Pensão)


Lei 9.656/98: uma importante definição ainda pendente
Caminhando para completar a maioridade, a Lei 9.656/98, conhecida como lei dos planos de saúde, ainda aguarda uma importante definição da Justiça. Trata-se da definição acerca da situação jurídica daqueles que ainda mantêm contratos antigos, assim entendidos aqueles contratos firmados com as operadoras antes da vigência da lei.
Sabe-se que a lei em questão constituiu, sem dúvida, um grande divisor de águas no mercado de saúde suplementar. Após a sua entrada em vigor, passou-se a exigir das cooperativas, seguradoras, medicina de grupos e autogestões adequação a exigências legais que conduziram a uma mudança significativa de atitude delas perante os consumidores, principalmente no que tange à reformulação dos contratos e ao dever obrigacional de informação. Trata-se de clara temática de Direito do Consumidor[1] e seus conflitos necessariamente atingem o Judiciário.
Com efeito, a expressão “judicialização da saúde” reflete o momento atual da política sanitária, pública ou privada, no país. No que concerne à saúde privada, representada pela relação consumidor-operadora de plano de saúde, apesar da quase maioridade da lei, remanescem conflitos, em número considerável[2] a ponto de merecer especial atenção dos estudiosos do Direito do Consumidor no país.
Um dos mais importantes conflitos ainda remanescentes reside precisamente na questão da situação jurídica do contrato celebrado antes da edição da Lei 9.656/98. Em jogo, a dúvida de saber se a esses consumidores restaria assegurada a cobertura mínima estabelecida pela agência reguladora do setor, a ANS, a partir do mandamento legal[3]. Para alguns magistrados, tratar-se-ia, sempre, de ato jurídico perfeito, inatingível pelo referido diploma legal. A análise de eventual demanda judicial ficaria, assim, restrita ao conteúdo do contrato, cabendo apenas discutir a existência ou não de uma cláusula abusiva nos termos do Código de Defesa do Consumidor[4]. Outros juízes entendem tratar-se de um pacto que se renova anualmente, podendo se valer da retroatividade da lei nova para todos os casos que essa regulamentou, tais como cobertura assistencial e reajuste da mensalidade, não ficando adstrita a análise judicial somente às cláusulas nele constantes[5].
O tema encontra-se posto no STF sob o regime da repercussão geral (artigo 1.036, CPC). Trata-se do RE n. 948.634, Relatora a Ministra Cármen Lúcia. O julgamento do referido recurso servirá de base para o julgamento de centenas de outros casos sobrestados. O mérito do processo discute a obrigatoriedade de cobertura de stent[6] para consumidor que possui contrato antigo.
Passados mais de 17 anos da lei e quase oito anos do reconhecimento da repercussão geral sobre a matéria da irretroatividade ou não da Lei 9.656/98 sob os contratos antigos, o processo teve andamento, podendo entrar na pauta para votação a qualquer momento. Em jogo, a questão da (ir)retroatividade das leis e o Direito do Consumidor a uma prestação de saúde digna[7].
O tema é relevantíssimo e interessa diretamente a mais de cinco milhões de consumidores, que permanecem com os ditos “contratos antigos”[8]. Interessa, principalmente, a todos nós, estudiosos do Direito do Consumidor, considerando os nobres valores em questão.
[1] Súmula 469 do STJ: “Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde”.
[2] http://www.cnj.jus.br/images/programas/forumdasaude/demandasnostribunais.forumSaude.pdf. Relatório do Conselho Nacional de Justiça – total de ações sobre a saúde pública e privada – 392.921 – dados de junho de 2014.
[3] Conhecido como “Rol de Procedimentos” editado, a cada dois anos, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).
[4] Nesse sentido ver o AgRg no Recurso Especial 1.260.121-SP (2011-0102588-1), relator ministro Paulo de Tarso Sanseverino, que traduz o entendimento da corte superior.
[5] O Tribunal de Justiça de São Paulo editou a Súmula 100: "O contrato de plano/seguro saúde submete-se aos ditames do Código de Defesa do Consumidor e da Lei n. 9.656/98 ainda que a avença tenha sido celebrada antes da vigência desses diplomas legais".
[6] De acordo com a definição do Conselho Federal de Medicina (CFM), PC/CFM/Nº 18/99, “stent é um tipo de prótese utilizado no intuito de auxiliar uma função natural”.
[7] José Joaquim Gomes Canotilho entende que “retroactividade consiste basicamente numa ficção: (1) decretar a validade e vigência de uma norma a partir de um marco temporal (data) anterior à data da sua entrada em vigor; (2) ligar os efeitos jurídicos de uma norma a situações de facto existentes antes de sua entrada em vigor. CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. Coimbra: Almedina, 2003. p. 261-262.
[8] http://www.ans.gov.br/perfil-do-setor/dados-gerais. De acordo com a ANS em março de 2016, o número total de beneficiários é de 5.172.168 em plano antigo.   (Marlus Riani - Consultor Jurídico)

Previc divulga resultados do Sistema no 1º trimestre de 2016
Em março de 2016, os resultados dos balancetes contábeis consolidados dos planos de benefícios das entidades fechadas de previdência complementar (EFPC) apontam a existência de 439 planos em equilíbrio técnico, em sua maioria planos na modalidade de contribuição definida, 430 planos superavitários com saldo positivo de R$15,6 bilhões e de 254 planos deficitários com saldo negativo de R$73,3 bilhões.  Os dados podem ser encontrados na Tabela 1.2.9 do Informe Estatístico Trimestral de março de 2016, que será publicado no site da Previc (http://www.previc.gov.br/central-de-conteudos/informe-estatistico) nesta quarta-feira, 20 de julho de 2016.
Entre o encerramento de 2015 e o primeiro trimestre de 2016 houve redução do déficit técnico das EFPC, que caiu de R$ 77,8 bilhões para R$73,3 bilhões – sem os efeitos do ajuste de precificação – e aumento do superávit, que subiu de R$ 13,8 bilhões para R$ 15,6 bilhões. Apesar da melhoria, o resultado negativo segue sendo explicado em grande parte pelo contexto econômico adverso para os investimentos das EFPC, sobretudo aqueles realizados em renda variável e crédito privado. (AssCom - Previc/AssPreviSite)


Déficit dos fundos registra queda no primeiro trimestre
O total do déficit dos planos de benefícios do sistema de fundos de pensão registrou queda no primeiro trimestre deste ano, em relação ao encerramento de 2015, saindo de R$ 77,8 bilhões par R$ 73,3 bilhões. Os dados são da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). O superávit, por sua vez, registrou aumento de 13%, subindo de R$ 13,9 bilhões no fim do ano passado para R$ 15,6 bilhões nos três primeiros meses de 2016.
A Previc aponta ainda que em março foram registrados 439 planos em equilibro técnico, em sua maioria da modalidade de contribuição definida. Outros 430 planos são superavitários e 254 são deficitários.
Retorno - Além da melhora em relação ao déficit, os planos recuperaram também a rentabilidade, ficando acima da meta atuarial. Dados da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) mostram que no primeiro trimestre os fundos de pensão registraram rentabilidade de 5,2% contra uma meta atuarial de 4,6%. )Agência Investidor Online)


Caderno de Informações da Saúde Suplementar
Está disponível para consulta a edição de junho de 2016 do Caderno de Informações da Saúde Suplementar.
A publicação da ANS compila dados e apresenta análises sobre o setor – número de beneficiários e de operadoras e planos de saúde, rede de serviços e demandas dos consumidores -, e apresenta informações sobre índices de preços e normativos recentemente publicados pela agência reguladora.
O Caderno é atualizado trimestralmente e disponibilizado no portal da ANS. Esta edição utiliza a base de dados relativa a março de 2016.
Confira a publicação.através do link
http://www.ans.gov.br/images/stories/Materiais_para_pesquisa/Perfil_setor/Caderno_informacao_saude_suplementar/caderno_JUNHO_2016_total.pdf   (ANS)

Abertas aceleram captação
O início do processo de impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff no fim do primeiro trimestre e a situação política e econômica do país dividiu em duas fases o ano de 2016 para a indústria de fundos abertos de previdência. Os primeiros meses foram marcados pela captação mais tímida e uma gestão muito defensiva e a segunda parte do semestre teve a retomada da captação e maior apetite por risco.
Os fundos de previdência apresentaram no primeiro semestre captação líquida de R$ 20,5 bilhões, de acordo com os dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O volume indica um aumento de 3% na comparação com o mesmo período do ano passado. O indicador começou mais fraco em janeiro e foi ganhando força ao longo do semestre, com destaque para o mês de junho, com R$ 6,2 bilhões em aplicações.
Em meio ao cenário político e econômico conturbado, o início do ano foi caracterizado pelo conservadorismo, com predominância de ativos de renda fixa de curto prazo e pós-fixados na carteira, conforme explica Claudio Pires, diretor de investimentos da Mongeral Aegon Investimentos. "Tivemos no primeiro semestre o início do processo de impeachment, que foi um divisor de águas. No geral, os ativos brasileiros performaram mal no início do ano e esse evento alterou o cenário", explica. "Antes tínhamos basicamente títulos pós-fixados, indexados ao CDI, e títulos corrigidos pela inflação de curto prazo", completa.
A visão mais positiva foi ganhando espaço com o avanço da questão política, os papéis pós-fixados passaram a ser reduzidos nas carteiras e os títulos mais longos e indexados à inflação ficaram mais frequentes. Pires afirma que a alocação dos fundos de previdência da seguradora em títulos pós-fixados do Tesouro caiu de 56% para 36% desde o início do ano e em títulos indexados à inflação de curto prazo recuou de 14% para 5%. Ao mesmo tempo, o investimento em prefixados subiu de 0% para 10%, os ligados à inflação de longo prazo passaram de 0% para 11% e os de crédito privado, de 30% para 38%.
A análise é compartilhada por Marcelo Mello, vice-presidente de investimentos, vida e previdência da SulAmérica, que viu mudanças durante os seis primeiros meses deste ano. "O início do ano teve tensão no ambiente político, a situação fiscal complicada, mas o cenário do fim de junho já era outro. Com a novela política finalizada, a previdência, que já cresceu em meio às dificuldades, deve avançar ainda mais", diz Mello.
Apesar de já observar alteração na alocação dentro dos ativos de renda fixa, o crédito corporativo e as ações ainda não estão no foco dos gestores. De janeiro a maio, segundo a Anbima, os fundos 100% dedicados à renda fixa foram foco de quase a totalidade da captação líquida. E a expectativa quanto à mudança do mix de investimentos varia de gestor para gestor.
A Mapfre Investimentos segue conservadora na gestão de seus fundos e não fez grandes mudanças de estratégia durante os seis meses. O diretor de gestão de recursos, Carlos Eduardo Eichhorn, ainda não vê fundamentos mais fortes para a queda dos juros, diz que a inflação ainda continua pressionada e vê pouco espaço para a flexibilização monetária neste ano. "Com isso, estamos pós-fixados em juros e posicionados em inflação. Temos papéis de curto e médio prazo, com posições até 2020. Esperamos propostas mais consistentes do governo para saber como ficam as contas públicas."
O superintendente de produtos de previdência da Icatu Seguros, Felipe Bottino, também acredita que o investidor continua cauteloso e viu pouca mudança para os ativos de risco. No segundo semestre, no entanto, a situação pode mudar, de acordo com o especialista. "Indicamos investimento em juro real no segundo semestre. Há uma grande oportunidade dado o cenário mundial de juros negativos na maior parte do mundo. É uma oportunidade para o investidor ter retorno previsível e risco baixo", diz.
Bottino destaca também o lançamento, em dezembro, de um fundo de previdência da Icatu em parceria com a gestora Verde Asset Management. No mês passado, o fundo fez seis meses e divulgou a performance com rentabilidade de 7,88% desde o início - acima do CDI, com 7,51% no mesmo período. No relatório de gestão, a Verde afirma que a maior alocação, em torno de 60% do patrimônio, está em NTN-B de cinco a sete anos. A posição em ações brasileiras está em 6,5%, com foco em empresas dos setores financeiro e elétrico, a posição em S&P futuro está em 16% e a exposição em dólar do fundo soma 8%.
"Esta é a nossa grande convicção atual: o juro real, em torno de 6,30%, tem bastante espaço para cair num contexto de economia muito fraca e inflação cadente. Ao mesmo tempo que acreditamos na queda do juro real, vemos uma inflação sistematicamente surpreendendo para cima, fruto da recomposição de margem do setor privado e aumentos de imposto que os governos de todos os níveis continuarão a implementar para enfrentar os obstáculos fiscais", diz a Verde, no relatório.  (Daniela Meibak - Valor)


Planos perderam 910 mil clientes no 1º semestre
Setor tinha em junho 48,4 milhões de clientes, ante 49,3 milhões.
Principal motivo é a crise econômica, acredita entidade do setor.
Os planos de saúde perderam 910 mil clientes nos primeiros 6 meses deste ano, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (18) pela Agência Nacional de Saúde Sumplementar (ANS).
O setor reuniu em junho no país 48,48 milhões de beneficiários no país, uma queda de 1,84% ante a um total de 49,39 milhões de pessoas em dezembro do ano passado.
Em 12 meses, a queda foi de 3,2%, ou o equivalente a uma perda de 1,64 milhão de clientes. Em junho de 2015, os planos médico-hospitalares reuniam 50,12 milhões de beneficiários.
O relatório da ANS destaca, porém, que 5 estados registraram aumento do número de beneficiários em planos de assistência médica em relação a maio: Amazonas, Bahia, Pará, Piauí, Rio Grande do Sul e Tocantins.
Entre as grandes operadoras, apenas a Hapvida registrou crescimento no número de clientes em junho (0,66%). Amil, Bradesco Saúde e Sul AMérica tiveram, respectivamente, queda de 0,09%, 0,64% e 0,48%, na comparação com maio.
Em nota, a Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge) atribuiu à atual crise econômica  como motivo principal para a movimentação negativa do setor, por ser "impactada diretamente pelo número de empregos formais".
"A entidade afirma que já vinha alertando para a inédita queda de beneficiários de planos de saúde desde o início de 2015 e, se no segundo semestre de 2016 o desempenho econômico do Brasil não melhorar, poderá finalizar o ano com uma queda de mais 2 milhões de clientes", informou a entidade.
Setores e segmentos
Ainda segundo a agência, os planos exclusivamente odontológicos somaram 21,96 milhões de clientes em junho, o que representa um aumento de 0,87% em relação ao mês anterior. Na comparação com junho de 2015, a alta foi de 1,9%.
A ANS informou que em junho o número de beneficiários nos planos coletivos empresariais somou 32,1 milhões de clientes. Já o número de participantes em planos individuais caiu para 9,4 milhões.
A perda de número de clientes nas operadoras de plano de saúde acontece em meio à recessão e aumento do desemprego no país, que ficou em 11,2% no trimestre encerrado em maio deste ano, segundo o IBGE. No acumulado dos cinco primeiros meses de 2016, o Brasil perdeu 448 mil empregos formais, segundo o Ministério do Trabalho.
No dia 6 de junho, a ANS autorizou o reajuste de até 13,57% nos planos de saúde individuais e familiares.
A agência abriu uma discussão sobre a comercialização dos planos de saúde via internet. A ANS sugeriu um prazo de 10 dias para que interessados encaminhem propostas e indagações sobre o assunto.  (G1)

Fundos de pensão usados em benefício próprio
Em meio à euforia em torno do pré-sal, no final da década passada, um projeto ambicioso de governo tentou aproveitar a demanda futura de sondas da Petrobras para impulsionar a indústria naval brasileira. A Sete Brasil foi criada para reunir as encomendas a estaleiros nacionais sem comprometer o endividamento da petroleira. Só saiu do papel graças ao apoio dos três maiores fundos de pensão do País (Funcef, Petros e Previ), responsáveis por metade do capital inicial da nova companhia, de quase R$ 2 bilhões.
A empresa não cumpriu o cronograma de entregas, passou a figurar nos escândalos de corrupção e, pressionada pelos efeitos da queda no preço do petróleo, entrou em recuperação judicial em abril deste ano, gerando perdas bilionárias aos planos responsáveis por aposentadorias e pensões de funcionários de três das maiores estatais brasileiras. Casos como o da Sete Brasil integram um conjunto de suspeitas sobre investimentos realizados pelos principais fundos de pensão estatais nos últimos anos.
Os indícios vão desde ingerência político-partidária e gestão temerária até ações fraudulentas. Algumas dessas operações foram contabilizadas recentemente como perdas nos balanços das entidades e contribuíram para engrossar os déficits acumulados pelo efeito conjuntural da recessão nos principais ativos das carteiras. Em 2015, o rombo dos quatro maiores fundos públicos do País - Petros (Petrobras), Previ (Banco do Brasil), Funcef (Caixa) e Postalis (Correios) - somou cerca de R$ 60 bilhões.
Em três deles, os funcionários e a patrocinadora terão de contribuir com um aporte adicional para compensar as perdas. A situação gerou um alerta vermelho entre os participantes e mobilizou o Congresso a convocar, no ano passado, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). As entidades também entraram no alvo da Polícia Federal e do Ministério Público Federal. No relatório final da CPI, os parlamentares concluíram que as 15 operações investigadas geraram um prejuízo de R$ 6,6 bilhões aos quatro principais fundos estatais e recomendaram o indiciamento de 146 pessoas.
No caso da Sete Brasil, por exemplo, ficou demonstrado que os fundos confiaram demasiadamente nas informações prestadas pela investida e, em alguns casos, desconsideraram pareceres técnicos sugerindo cautela, além de ignorar os indícios que apontavam para problemas futuros ao serem convocados para fazer novos aportes na companhia. O relatório considera provável ainda a interferência política de atores como o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, apontado pelo ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, em delação premiada, como um dos operadores das propinas envolvendo a Sete Brasil.
Vaccari, atualmente preso em Curitiba, está entre os indiciados da CPI por ter contribuído para a aprovação de um investimento da Funcef num negócio da OAS, com perda estimada de R$ 200 milhões ao fundo. A empreiteira foi uma das principais beneficiárias do esquema de corrupção na Petrobras. As negociações envolviam propinas que eram destinadas aos partidos. Para os membros da CPI, a filiação partidária de dirigentes dos fundos reforça a tese de uso político.
Três das quatro entidades investigadas tinham gestores ligados ao PT. O potencial dos fundos de pensão fora identificado pela cúpula do partido antes mesmo da ascensão à Presidência, com um esforço para emplacar filiados entre os seus membros. Após a eleição de Lula, em 2003, nomes ligados à sigla assumiram o comando das principais entidades estatais. "Chega um momento em que os responsáveis pela nomeação levam orientações de como fazer o investimento", afirma Sergio Souza (PMDB-PR), relator da CPI dos Fundos de Pensão.
A partir de um caso envolvendo um contrato da Funcef com a Desenvix, do Grupo Engevix, a CPI encontrou indícios de que o esquema usado pela empresa de engenharia para viabilizar contratos com a Petrobras - alvo da Operação Lava Jato - pode ter se repetido em fundos de pensão. No aporte avaliado pela comissão, laudos superavaliados geraram um prejuízo de R$ 240 milhões ao fundo. Em nota, a Funcef diz ter enviado 44 ofícios à CPI e reforça o compromisso com os princípios de liquidez, solvência e equilíbrio nos investimentos.
A Previ informou que nenhum dos seus representantes foi apontado e seu modelo de governança é referência, pautado por diretrizes bem definidas e análises técnicas. A Petros afirma ter criado comissões internas para investigar os casos e contratado um escritório para analisar o relatório para tomar medidas cabíveis. Segundo o Postalis, a diretoria está fazendo esforços para recuperar recursos que impactam o déficit e para tomar as medidas cabíveis para preservar o interesse dos assistidos  (Isto É Dinheito)


Os precedentes e a necessidade de distinção no novo CPC
A introdução de um sistema de precedentes é louvável, uma vez que não se permitirão mais divergências internas sobre questões jurídicas idênticas no âmbito do mesmo tribunal, trazendo a necessária segurança jurídica.
O Processo Civil brasileiro foi reformado diversas vezes nos últimos anos, sempre com o objetivo de conferir mais força à jurisprudência. Tal iniciativa, no começo, foi permeada pela necessidade de contenção de uma crise de quantidade (de processos) que os tribunais brasileiros estavam enfrentando, mas que, depois, ganhou outra conotação, especialmente com o CPC de 2015, em que se pretendeu conferir maior integridade e coerência ao Direito.
O ministro Teori Zavascki, ao proferir seu voto na emblemática Reclamação 4.335 , lembrou a evolução do Direito brasileiro e observou que se caminhava para um “sistema de valorização de precedentes judiciais emanados dos tribunais superiores, aos quais se atribui, com cada vez mais intensidade, força persuasiva e expansiva em relação aos demais processos análogos”.
São exemplos de alterações realizadas antes do CPC/15: a relativização do art. 52, inciso X da CF/88; o art. 557 do CPC/73, como fator impeditivo da subida de recursos; a transcendência dos motivos determinantes da declaração de inconstitucionalidade; a dispensa da suscitação do incidente de inconstitucionalidade (art. 481, parágrafo único do CPC); a súmula vinculante; a aplicação do art. 27 da lei 9.868/99 ao controle difuso de constitucionalidade; a alteração na forma de processamento e julgamento do recurso extraordinário (repercussão geral dos recursos extraordinários), instrumento processual de maior expressão desse tipo de controle; e a alteração na forma de processamento dos recursos especiais sobre matéria repetitiva (art. 543-C do CPC).
Com o CPC/15, todas essas alterações foram potencializadas e se assumiu, definitivamente, que o Brasil criava, com o novo Diploma Processual, um Sistema de Precedentes Judiciais, em que cada tribunal, a teor do que determina o art. 926 do CPC/15, passou a ter como missão precípua a uniformização de sua jurisprudência, a fim de que essa se mantenha íntegra e coerente.
Diante dessa nem tão nova realidade (de um direito eminentemente jurisprudencial), ganha especial relevância no CPC de 2015 a questão relativa à distinção ou distinguishing, instrumento pelo qual a parte pode demonstrar ao julgador que o seu caso não se enquadra em determinado precedente e, por isso, deve ter o seu julgamento realizado de forma diferenciada.
Essa figura processual encontra previsão no §9º do art. 1.037 do CPC/15: “Demonstrando distinção entre a questão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou extraordinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu processo”.
Assim, na hipótese em que há suspensão de processo cuja matéria em discussão não se relaciona com aquela afetada a julgamento pelo rito dos recursos repetitivos, caberá à parte, por meio da petição prevista no §9º do art. 1.037 do CPC/15, demonstrar as particularidades de seu caso e em que medida ele se distingue (quanto às questões fáticas e jurídicas) da matéria objeto do recurso afetado.
Após o contraditório (§11 do art. 1.037), o aludido pedido é resolvido, de modo a reconhecer ou não a distinção. Se ela for reconhecida, o processo deverá ter prosseguimento. Caso a distinção seja negada, caberá agravo de instrumento, se o processo estiver em primeiro grau (§13, inciso I) e agravo interno, se a decisão for proferida por relator em segundo grau ou nas instâncias superiores (§13, inciso II).
A introdução de um sistema de precedentes é louvável, uma vez que não se permitirão mais divergências internas sobre questões jurídicas idênticas no âmbito do mesmo tribunal, trazendo a necessária segurança jurídica. Entretanto, não se pode perder de vista o fato de ser essa primeira fase de aplicação do novo CPC de adaptação, exigindo-se esforço e atenção dos advogados e dos magistrados, que devem atuar para evitar o sobrestamento indevido de processos, o que pode ocorrer em razão da necessidade de resolução de problemas quantitativos.
Nesse contexto, mostra-se relevante o instrumento da distinção previsto no §9º do art. 1.037 do CPC/15, a fim de individualizar os casos que não se enquadram na sistemática dos recursos repetitivos e que, por isso, devem prosseguir em seus julgamentos.   (Lara Corrêa Sabino Bresciani - Reis, Tôrres, Florêncio, Corrêa e Oliveira Advocacia/Migalhas)AssPreviSite)


PLP 268/2016: Votação será realizada apenas em agosto
A mobilização da ANABB e demais entidades representativas dos funcionários do BB e fundos de pensão tem mostrado sua força e conseguiu adiar a votação do Projeto de Lei Complementar nº 268/2016 por algumas ocasiões. A conjuntura da Câmara dos Deputados também tem contribuído para isso, como é o caso agora do envolvimento dos deputados, nesta semana, com a eleição do presidente da Casa. Além disso, a partir de sexta-feira, 15/7, começará o chamado “recesso branco”, que é um acordo entre os parlamentares de dar uma pausa nos trabalhos, que somente serão retomados no início de agosto.
Nesse tempo a mais, a ANABB e demais entidades continuam se mobilizando, no sentido de alinhavar um texto para o PLP 268 que seja mais compatível com a realidade das instituições, que promova melhoria na governança, com a manutenção da paridade e da eleição para representantes dos participantes e assistidos.
Na última segunda, 11/7, a Associação reuniu-se com o deputado JHC (PSB/AL), presidente da Frente Parlamentar dos Fundos de Pensão, que incorporou em seu substitutivo as sugestões da ANABB, quanto à necessidade de paridade em todos os órgãos da administração dos fundos.
Além disso, a ANABB conseguiu marcar reunião com o deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM/SP), vice-líder do governo na Câmara, junto com os demais deputados envolvidos com o tema. Mudalen foi indicado pela liderança do governo para fazer a articulação entre os deputados e as entidades representativas ligadas aos fundos de pensão.
Vale lembrar que as entidades entendem que a emenda que melhor atende aos seus interesses é a 14, de autoria do deputado Arnaldo Faria de Sá, embora outras emendas contemplem também os interesses das entidades.  (Anabb)


Previc: Plano de Dados Abertos - No ar a Consulta Pública
Ontem a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) disponibilizou em seu site (www.previc.gov.br), a Consulta Pública referente ao seu Plano Institucional de Dados Abertos. O documento tem o objetivo de organizar e padronizar os processos de publicação de dados abertos da autarquia, resultando na melhoria da qualidade dos serviços prestados ao cidadão e à própria administração pública.
A consulta pública tem o objetivo de permitir o encaminhamento de sugestões visando ao aprimoramento da versão divulgada. No link Consultas Públicas em Andamento há a minuta do Plano e um Quadro Comparativo para facilitar o envio de propostas, que devem ser encaminhadas até o próximo dia 13 de agosto 2016 ao e-mail previc.cgpe@previc.gov.br.
A Política de Dados Abertos da Previc apresenta orientações estratégicas e operacionais para ações de implementação e promoção de abertura de dados no âmbito da autarquia, permitindo uma maior transparência das informações e a reutilização dos dados públicos pela sociedade civil.
O Plano irá promover o planejamento e a coordenação das ações de disponibilização e sustentabilidade de dados abertos, zelando pelos princípios da publicidade, transparência e eficiência. O objetivo é aumentar a disseminação de dados e informações para a sociedade em formatos reutilizáveis, de maneira a incentivar a participação social e promover a melhoria da qualidade dos dados disponibilizados.
Dados Abertos são dados publicados em um formato legível por máquina e sem restrição de licenças, patentes ou mecanismos de controle, de modo a estarem livremente disponíveis para serem utilizados e redistribuídos à vontade. Sendo assim, a Previc buscará a publicação e disseminação dos dados e informações públicas na internet, organizados de maneira que permitam a reutilização em aplicativos digitais desenvolvidos pela sociedade. A divulgação proporciona ao cidadão um melhor entendimento do governo, no acesso aos serviços públicos, no controle das contas públicas e na participação no planejamento e desenvolvimento das políticas públicas.
A proposta do plano resultou de ampla discussão no Grupo de Trabalho criado por meio da Portaria nº 282, de 22 de junho de 2016, que seguiu as diretrizes estabelecidas no Decreto nº 8.777, de 11 de maio de 2016, em especial em seu art. 9º.  (AsCom-Previc/AssPreviSIte)

ANS publica dados sobre assistência prestada pelos planos
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) publica, nesta terça-feira, a 4ª edição do Mapa Assistencial, publicação que traz diversas informações sobre o atendimento prestado pelas operadoras de planos de saúde de assistência médico-hospitalar e odontológica no país. Entre os diversos dados disponíveis há a quantidade de internações, consultas, terapias e exames, bem como os custos assistenciais informados pelo setor. Os dados contidos no Mapa Assistencial da Saúde Suplementar referem-se aos anos de 2014 e 2015, e a principal fonte de dados são informações fornecidas pelas operadoras de planos de saúde por meio do Sistema de Informações de Produtos (SIP).
Há também alguns indicadores de saúde do Brasil e de países-membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). A ideia é fornecer informações que permitam análises comparativas com base nos seguintes indicadores selecionados: taxa de internação hospitalar, número de consultas médicas por beneficiário, número de exames de ressonância magnética por beneficiário, número de exames de tomografia computadorizada por beneficiário e taxa de parto cesáreo.
Para a diretora de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS, Karla Santa Cruz Coelho, situar a posição brasileira em relação a um conjunto de países também é um dos interesses da análise comparada. “Isso possibilita a percepção geral de qualidade de alguns indicadores de assistência do setor de planos de saúde”, afirma a diretora. Por isso, o Mapa Assistencial consiste em um painel de informações, que permite avaliar indicadores de desempenho do setor regulado no Brasil.
O Mapa Assistencial da Saúde Suplementar destina-se a pesquisadores e entidades da área de saúde suplementar no Brasil.
O SIP é um sistema pelo qual as operadoras enviam dados agregados de eventos em saúde – consultas, exames, terapias, internações e procedimentos odontológicos. Com periodicidade trimestral, atualmente é uma das fontes de dados para o acompanhamento e avaliação da ANS em relação ao setor. Seu preenchimento foi expressivo no período avaliado, tendo variado de 89,82% a 91,55%. Também foi elevado o percentual de beneficiários abrangido pelas operadoras que informaram seus dados assistenciais pelo SIP – de 98,50% a 99,56%. Portanto, o Mapa Assistencial soma-se a outras iniciativas da ANS, que têm como objetivo dar transparência aos dados de produção assistencial.
De acordo com o Mapa Assistencial, o número de consultas médicas per capita, por exemplo, é um indicador que permite avaliar como os sistemas de saúde gerenciam a prestação de cuidados à saúde de seus membros (beneficiários ou cidadãos) e os recursos disponíveis. Neste item, a taxa da saúde suplementar brasileira se situou abaixo da média da OCDE, mas próxima a de países com sistemas universais de saúde, como Reino Unido e Dinamarca.
Com relação aos exames de ressonância magnética por 1.000 habitantes (beneficiários), a taxa da saúde suplementar no Brasil superou as da Turquia, EUA e França, os países com as mais altas taxas entre os membros e parceiros da OCDE. É possível que, neste caso, o indicador possa apontar a realização de exames em excesso ou desnecessários.
A publicação revela que a taxa de internação hospitalar por 1.000 habitantes (beneficiários) atingiu, na saúde suplementar, um valor acima da média da OCDE e próximo a de países como Suécia, França, Suíça e Polônia. Quanto ao número de exames de tomografia computadorizada por 1.000 habitantes (beneficiários), a taxa ficou acima da média da OCDE. De acordo com a publicação, dados sobre o uso destes exames de imagem não estão disponíveis para o SUS e para o Brasil como um todo. De acordo com as informações contidas nesta edição do Mapa Assistencial, a taxa de cesarianas da saúde suplementar ficou cerca de três vezes superior à média da OCDE, superando as que foram verificadas no Chile, México e Turquia. “Quando não há uma justificativa clínica, a cesariana aumenta as taxas de prematuridade e de problemas respiratórios do recém-nascido”, afirma Karla Santa Cruz Coelho.
Entre 2014 e 2015, foram registradas 15,5 milhões de internações pelos planos de saúde, com custo informado de cerca de R$ 99 bilhões. Por ano, foram 7,5 milhões de atendimentos informados em 2014 (R$ 47,2 bilhões) e 7,9 milhões em 2015 (R$ 51,9 bilhões).
Do total de internações em 2014 e 2015, 1,4 milhão (9,4%) foram internações obstétricas, de acordo com os dados inseridos pelo SIP. Somente os partos totalizaram 1,1 milhão, dos quais 947,8 mil foram cirurgias cesarianas (85,1%).
Com aproximadamente 1 milhão de internações informadas entre 2014 e 2015, estão as doenças do aparelho respiratório (asma, bronquite, doença pulmonar obstrutiva crônica, entre diversas outras). Também com cerca de 1 milhão de internações registradas pelo SIP, estão as doenças do aparelho cardiovascular, como infartos e acidente vascular cerebral (AVC).
Entre 2014 e 2015, foram informadas 537,5 milhões de consultas médicas pelas operadoras de planos de saúde de assistência médica, com custo de R$ 36,7 bilhões. Separado por ano, os dados são os seguintes: 270,8 milhões de consultas (R$ 17,3 bilhões) em 2014 e 266,6 milhões (R$ 19,4 bilhões) em 2015. Entre as consultas médicas realizadas nos dois anos avaliados, 423,6 milhões (78,8%) foram consultas ambulatoriais com profissionais de diversas áreas como cardiologia, pediatria, endocrinologista e oftalmologia, entre 25 especialidades. Esses sãos os chamados atendimentos eletivos, aqueles que podem ser feitos com agendamento prévio, sem urgência.
Já as consultas médicas em pronto-socorro, feitas na urgência e emergência na rede credenciada dos planos de saúde, totalizaram 113,9 milhões de atendimentos informados pelas operadoras, em 2014 e 2015. Esses atendimentos geraram custos de R$ 8,6 bilhões no período.
Entre os dados ambulatoriais informados pelas operadoras de planos de saúde de assistência médica, que concentram a maior parte dos registros, as consultas de clínica médica se destacaram, com um volume de 46,9 milhões de atendimento no período (2014/2015). Esse total corresponde a 11% das consultas médicas ambulatoriais e a 8,7% do total de todas as consultas realizadas pela rede credenciada dos planos de saúde. Em segundo lugar entre as consultas ambulatoriais informadas no SIP, estão as de ginecologia e obstetrícia (39,7 milhões) e pediatria (32,4 milhões).
No item “Outros atendimentos ambulatoriais”, que inclui consultas/sessões de fisioterapia, fonoaudiologia, nutricionista, terapeuta ocupacional e psicólogo, o Mapa Assistencial mostra 287,9 milhões de atendimentos informados pelos planos de saúde. A profissão com mais registros foi a fisioterapia, com 91,6 milhões, o que corresponde a 31,8% dos atendimentos. Em segundo lugar, estão as consultas/sessões com profissionais da área de psicologia – foram 19,5 milhões de atendimentos, ou 6,8% do total. O volume de recursos gastos pelas operadoras com esses atendimentos foi de R$ 15,3 bilhões em dois anos.
O Mapa Assistencial mostra também que, em 2014 e 2015, o total de exames complementares informados chegou a 1,4 bilhão, com custo de mais de R$ 47 bilhões. Distribuídos por ano, fica assim: 712 milhões de atendimentos (R$ 22,5 bilhões) em 2014 e 746,9 milhões (R$ 25,1 bilhões) em 2015. Esses exames são aqueles solicitados aos pacientes durante as consultas na rede credenciada pelos médicos. Os exames de radiografia totalizaram 70,7 milhões de atendimentos (4,8%) informados. Em seguida, estão os exames de hemoglobina glicada, com 18,6 milhões de atendimentos (1,3%).
Com relação às terapias com cobertura obrigatória no rol de procedimentos da ANS, foram registrados 104,2 milhões atendimentos (R$ 12,7 bilhões), sendo 56,4 milhões em 2014 (R$ 5,8 bilhões) e 48,4 milhões (R$ 6,8 bilhões) em 2015. Entre as terapias realizadas, a mais informada foi o tratamento de hemodiálise crônica, com 3,2 milhões de registros, ou 3% do total. Os atendimentos de radioterapia chegaram a 2,9 milhões de atendimentos informados, entre 2014 e 2015, correspondendo a 2,8% do total.
O Mapa Assistencial, produzido com base nas informações prestadas pelas operadoras de planos de saúde via SIP, mostra também os dados de planos odontológicos. De acordo com as informações prestadas, foram 314,4 milhões de procedimentos odontológicos informados em 2014 e 2015 (143,2 milhões em 2014 e 171,2 milhões em 2015). Desse total, 99,6 milhões foram procedimentos preventivos. Todos os atendimentos informados totalizaram, de acordo com o Mapa Assistencial, um custo total de quase R$ 1,5 bilhão.  (Jornal Monitor Mercantil)

Governo incentiva previdência complementar nos Estados
Projeto vai melhorar gestão e reduzir custos de fundos de previdência estaduais e municipais
Políticas públicas serão monitoradas com compartilhamento de dados Tesouro vai propor a Estados adesão ao Funpresp Com o crescimento das despesas com Previdência Social nos Estados, no Distrito Federal e nos municípios, o governo federal criou uma medida para incentivar os planos de previdência complementar dos entes da federação.
A proposta é de que o Fundo de Previdência Complementar dos Servidores Federais (Funpresp) administre esses planos de previdência de Estados e municípios – uma demanda antiga em função dos custos elevados de implementação e manutenção das entidades.
Os gastos com aposentadorias e benefícios, além de outras despesas, contribuíram para o complexo quadro fiscal em que a maioria dos Estados ingressou.
Tal cenário levou a necessidade, inclusive, de uma repactuação da dívida de governos estaduais, que ganharam mais prazo e outros benefícios.
Esses planos de previdência complementar para o serviço público foram criados para dar um alívio à Previdência Social, cujo ritmo de aumento de despesas tem se tornado insustentável. Para 2017, o INSS é um dos fatores de maior pressão sobre as contas públicas.
Déficit da Previdência
Segundo projeção do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, o déficit na previdência deve crescer R$ 35 bilhões entre 2016 e 2017. Com isso, as despesas com aposentadorias e benefícios irá superar a arrecadação em até R$ 200 bilhões no próximo ano.
Com essa medida, os Estados e municípios que aderirem ao Funpresp irão compartilhar os gastos de manutenção dos planos de previdência. Isso significa mais economia para eles. Os entes interessados terão de fazer um aporte inicial entre R$ 5 milhões e R$ 10 milhões.
A medida será implementada por meio de um projeto de lei a ser votado no Congresso Nacional. Se aprovada conforme o enviado pelo Executivo, as entidades de previdência complementar estaduais e municipais terão de assinar um convênio com a Funpresp para a parceria passar a valer.   (Portal Brasil)

Anapar: Mobilizações pela garantia de direitos
Representantes de participantes de fundos atuam juntos para garantir direitos
A semana foi de grande mobilização da várias entidades articuladas na luta contra o PLP 268/16. Representantes da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (ANAPAR), da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB), da Associação dos Funcionários e Aposentados do Banco do Brasil (AAFBB), da Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil (FAABB), da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (FENAE), da Federação dos Aposentados, Aposentáveis e Pensionistas dos Correios e Telégrafos (FAACO), da Federação Nacional dos Portuários (FNP), da Associação Paraibana dos Aposentados e Pensionistas dos Correios (APAPC) e da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (ABRAPP), além de diretor eleito da Forluz, representando os Fundos de Pensão de Minas Gerais, conversaram com diversos deputados federais em visitas nos gabinetes, em Brasília.
Por iniciativa da deputada federal Erika Kokay (PT-DF), parlamentares do Partido dos Trabalhadores se reuniram com as entidades para discutir os PLP 268/16. Estiveram presentes no encontro os deputados Paulo Teixeira (PT-SP), Maria do Rosário (PT-RS), Assis Carvalho (PT-PI) e Enio Verri (PT-PR), bem como o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), autor do Substitutivo ao PLP.
Durante este encontro, foi feito um grande debate sobre o principal ponto de interesse dos participantes e assistidos, que é a paridade na diretoria executiva, com eleição direta dos participantes – os principais interessados na boa administração das reservas que garantirão suas aposentadorias.
O deputado Marcus Pestana, no entanto, afirmou que não pode abrir mão desse ponto. Ele continua defendendo a contratação da diretoria no mercado, o que já está negociado com o governo interino. O deputado Paulo Teixeira insistiu na negociação, mas o autor do substitutivo ficou irredutível. “Se for o caso, a disputa deverá ir para votação no Plenário”, afirmou Pestana. A posição do deputado Marcus Pestana reforça ainda mais a necessidade de os participantes de fundos de pensão manterem a mobilização, com a união de todas as entidades representativas dos participantes, assistidos e das patrocinadoras.
A deputada Maria do Rosário (PT-RS) sugeriu e conseguimos agendar uma reunião com o presidente da Câmara, deputado Waldir Maranhão (PP-MA), da qual participaram ainda os líder e vice-líder do governo, além do deputado João Henrique Holanda Caldas – JHC (PSB/AL), nomeado também relator do projeto.
O resultado de toda esta mobilização foi a retirada de pauta do PLP 268/16 na semana passada. Além disso, o líder do governo, deputado André Moura (PSC-SE), solicitou que o vice líder, deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP) e o Deputado JHC se articulassem com o deputado Marcus Pestana e com as entidades representativas de participantes e assistidos, para negociarem uma nova redação que contemple os interesses de todos. (Boletim)

Mais tempo para aperfeiçoamento do PLP 268
Em reunião articulada a pedido da ANABB pelo deputado JHC (PSB/AL), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Fundos de Pensão, o presidente da Câmara dos Deputados, Waldir Maranhão (PP/MA), o líder do governo, deputado André Moura ( PSC/SE), e o vice-líder do governo, deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM/SP), retiraram o PLP nº 268/2016 da pauta de votação da sessão da quarta-feira, 6/7.
A decisão ocorreu após conversa com a ANABB e as demais entidades representativas dos funcionários do BB (AAFBB e FAABB), bem como os demais representantes dos beneficiários e patrocinadores dos fundos de pensão, que demonstraram e sensibilizaram as lideranças políticas sobre a importância de se aperfeiçoar o projeto.
O presidente da ANABB, Reinaldo Fujimoto, lembrou que é de suma importância esse tempo para negociação com as lideranças dos partidos, principalmente com relação à governança e ao percentual que define a alçada da diretoria para a realização de investimentos dos fundos. “Embora tenha havido uma avanço com o Projeto, se aprovado como está será muito prejudicial para os fundos de pensão, principalmente para a Previ, que apresenta um modelo de governança a ser seguido”, comentou Fuji.
Foi destacado ainda que o tema é complexo e que, na forma como veio do Senado, a gestão do patrimônio dos fundos de pensão por seus verdadeiros donos, os participantes e assistidos, fica comprometida. O presidente da ANABB disse que as mudanças atingem quase 13 milhões de brasileiros, entre beneficiários dos fundos e seus familiares.
O deputado Waldir Maranhão, no decorrer da reunião, chamou o líder do governo para que ele, em nome do governo, ouvisse as valiosas contribuições das entidades representativas dos patrocinadores e dos participantes e assistidos dos fundos de pensão e ver como poderia ajudar. “Nos reunimos pra trazer a notícia de que a gente não vai votar essa matéria hoje”, falou o presidente da Câmara.
Diante do exposto, os líderes do governo e o presidente da Casa reconheceram e apoiaram as considerações e solicitações das entidades, retirando o Projeto da pauta de votação. Sob a coordenação do dep. Jorge Tadeu Mudalen, o projeto voltará a ser discutido na próxima semana com as entidades e deputados mais envolvidos com o tema para que se obtenha um texto mais consensual e que atenda aos anseios das entidades presentes .
O deputado André Moura enfatizou: “o compromisso que eu assumi com o nosso vice-líder a pedido do presidente da Câmara Waldir Maranhão é que não colocássemos o projeto para votação no dia de hoje”. E completou: “tenham certeza da nossa total boa vontade de ouvir e tentar atender a orientação do Presidente Michel Temer, de ouvirmos ao máximo as entidades, mas desde que também não fuja do que pensa a equipe de governo. Vamos tentar construir um entendimento de que, se não for aquilo que vocês esperam, que possamos chegar o mais próximo daquilo que vocês esperam e do que o governo espera”.
Posicionamento da Diretoria Executiva da ANABB durante a reunião
João Botelho
Vice-presidente de Relações Institucionais
“O aspecto que mais nos preocupa é o que tira da gestão dos fundos a participação de seus verdadeiros donos, participantes/assistidos e patrocinadores. Falamos de recursos que são volumosos, que precisam garantir benefícios de aposentadoria e pensão no longo prazo. Na Previ, por exemplo, o último atendimento, se cumpridas as normas de hoje, se dará em 2090. Como podemos tirar da mão dos donos, que são os participantes e assistidos, e entregar para o mercado a administração dos recursos que vão nos garantir as aposentadorias e pensões até 2090? Esse é motivo do nosso apelo em momento tão crucial para o país”.
Haroldo Vieira
Vice-presidente de Relações Funcionais
“Todos mencionam a Previ como referência, inclusive no relatório final da CPI, a entidade é citada como modelo a ser seguido. Houve já alguns avanços no PLP 268, com a saída dos independentes do deliberativo e fiscal, que terão paridade e eleição entre os participantes. Mas o ponto nevrálgico da situação é da diretoria executiva. Queremos manter a eleição e paridade na diretoria com representantes do patrocinador e participantes e assistidos, mesmo que tenha que se criar algum requisito de capacitação”,
José Branisso
Vice-presidente Administrativo Financeiro
“Senhor líder do governo, todas as entidades aqui presentes, representantes dos patrocinadores e dos participantes e assistidos, estamos juntos na busca de aperfeiçoar esse projeto. Entendemos que ele pode trazer uma boa contribuição para o sistema de fundos de pensão, mas ainda existem alguns pontos que podem comprometer a gestão dos fundos, então por isso o nosso pleito é de ter um pouco mais de tempo para que possamos contribuir com o governo. Entendemos que os fundos de pensão, que hoje têm um patrimônio da ordem de R$ 700 bi, são altamente significativos para a economia brasileira e contribuem para o seu desenvolvimento”.
Dia de muita mobilização e resultados positivos
Durante toda a quarta-feira, na Câmara dos Deputados, a Diretoria da ANABB participou, junto com os representantes de diversas entidades dos fundos de pensão, de reuniões articuladas pelo assessor parlamentar da ANABB, Thiago Marinho. Conversaram com o deputado Marcus Pestana (PSDB/MG), relator do PLP 268/2016, com os líderes do Governo e integrantes da base aliada. Também estiveram reunidos com o deputado JHC (PSB/AL), para que ele e seu partido apoiem as emendas que asseguram a participação paritária dos patrocinadores e dos participantes e assistidos nos conselhos deliberativo e fiscal e na diretoria executiva, bem como a representação dos participantes e assistidos por meio de eleição, observados os critérios definidos na Lei Complementar 108 de 2001.
Os representantes das entidades reuniram-se também com a liderança da minoria, com a presença do relator do projeto, deputado Marcus Pestana (PSDB/MG). Na ocasião, Pestana declarou que ele vai acatar a emenda que revê a qualificação exigida no projeto. “Se redigirem uma emenda sobre isso eu acato ela”, comentou. Ele disse ainda que a paridade na Diretoria é algo a ser disputado no plenário. Vale destacar que as entidades entendem que a emenda que melhor atende aos seus interesses é a 14, embora outras emendas contemplem também os interesses das entidades.
Foram apresentadas 15 emendas ao PLP 268. As de nº 1 a 6 são do deputado Pompeo de Mattos (PDT/RS), que contemplaram as sugestões encaminhadas pela ANABB. A 7ª é do PPS. A 8ª e a 13ª são do deputado Augusto Carvalho (SD/DF), que é conselheiro deliberativo da ANABB, que também contemplam as sugestões da Associação. As de nº 9 a 11 são da deputada Maria do Rosário (PT/RS). A de nº 12 é do PCdo B. A de nº 14 do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP). E a de nº 15, do PT com o PSOL e PMDB.
Pelas normas internas da Câmara dos Deputados, não é possível obter cópias com a íntegra das emendas de plenário por meio da Secretaria Geral da Mesa. Os deputados Arnaldo Faria de Sá (PTB/SP) e Augusto Carvalho (SD/DF) entregaram à ANABB cópias da emendas por eles protocoladas. A ANABB está empenhada em obter cópia das demais emendas por meio dos seus autores/partidos.  (Anabb)

Estatal vai ter comitê para supervisionar fundo
Aprovada no final de junho e sendo logo chamada de “Lei de Responsabilidade das Estatais”, a de nº 13.303 tem uma implicação direta para as entidades patrocinadas pelas empresas públicas e de economia mista. Antes dela, o trabalho de supervisionar o fundo e seu plano cabia indistintamente à empresa patrocinadora, quer dizer, nenhuma de suas instâncias detinha essa missão supervisora em particular. Isso mudou com a nova lei, explica o advogado Flávio Martins Rodrigues, do escritório Bocater, Camargo Costa e Silva, Rodrigues Advogados.
É que a nova lei criou o Comitê de Auditoria Estatutário e, entre as suas competências, está a de supervisionar as entidades e seus planos. Seu artigo 24 diz textualmente: “A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão possuir em sua estrutura societária o Comitê de Auditoria Estatutário, como órgão auxiliar do Conselho de Administração, ao qual se reportará diretamente. § 1º Competirá ao Comitê de Auditoria Estatutário, sem prejuízo de outras competências previstas no estatuto da empresa pública ou da sociedade de economia mista:  VIII - avaliar a razoabilidade dos parâmetros em que se fundamentam os cálculos atuariais, bem como o resultado atuarial dos planos de benefícios mantidos pelo fundo de pensão, quando a empresa pública ou a sociedade de economia mista for patrocinadora de entidade fechada de previdência complementar”.
Rosto definido - A supervisão já era prevista na Lei Complementar 108, mas agora ganha um rosto definido dentro da empresa.
Um detalhe importante: o Comitê se reporta diretamente ao Conselho de Administração, o que significa dizer que não apenas fica ligado a uma instância superior, mas também que com isso ganha maior independência para agir.
24 meses - Como é dado um prazo de 24 meses para as empresas adaptarem os seus estatutos à nova lei, a criação do comitê e seu funcionamento não deverão ser imediatos. “Mas em nosso escritório já estamos sentindo que algumas estatais começam a se preparar para a nova situação”, nota Flávio Martins, lembrando que algumas delas figuram como companhias de capital aberto, o que as torna dependentes dos rituais seguidos no mercado de capitais e da supervisão da Comissão de Valores Mobiliários - CVM.
A sensação de Flávio é que o comitê significa em princípio um avanço. “Se já existisse um compromisso maior por parte da supervisão patronal, muito provavelmente teríamos evitado o PLP 268 e alguns de seus equívocos”, observa ele.
A Lei de  nº 13.303 foi sancionada pelo presidente interino, Michel Temer, na noite da última quinta-feira (30). A proposta (SCD 3/2016), aprovada pelo Senado no dia 21 de junho, estabelece novas regras para nomeação de diretores e conselheiros de estatais. O texto da nova lei está publicado no Diário Oficial da União (DOU) de sexta-feira (1º) sob a forma da Lei 13.303/2016.  (Jorge Wahl - Diário dos Fundos de Pensão)

O golpe nos fundos de pensão
O governo federal está promovendo, apesar da interinidade, verdadeira desconstrução das conquistas obtidas, nestes últimos 14 anos, por aqueles que jamais haviam ocupado efetivamente espaço nas esferas de decisão dos mais diversos setores da sociedade. A composição ministerial e o ataque à Empresa Brasileira de Comunicação – EBC são exemplos grotescos da aversão do governo provisório à diversidade.
Essa postura sectária e fascista se estende, também, ao sistema de previdência complementar, um dos pilares constitucionais da proteção social dos cidadãos brasileiros. Aproveitando-se de uma inverossímil CPI dos fundos de pensão (que desconsiderou a grave crise econômica nacional e internacional) – arquitetada por aqueles que protagonizaram a malfadada sessão da Câmara dos Deputados do dia 17 de abril de 2016 e das atenções estarem direcionadas à possibilidade de impeachment da Presidenta eleita Dilma Rousseff – os congressistas da base aliada do golpista Temer buscam, através do PLP 268/2016 em tramitação, acabar com a paridade entre as representações dos patrocinadores e dos trabalhadores nos Conselhos Deliberativo e Fiscal, e extinguir a previsão de eleições diretas para a Diretoria Executiva dos fundos de pensão como são exemplo PREVI (Banco do Brasil), FUNCEF (CAIXA) e PETROS (Petrobras), entre outros.
Esse fato representa inaceitável retrocesso social na gestão dessas entidades previdenciárias. A democratização dos fundos de pensão a partir da edição da Lei Complementar nº 108/2001 foi uma das causas do retorno da credibilidade a este importante setor da economia (os fundos de pensão movimentam mais de R$ 500 bilhões na economia nacional!), abalada nas décadas de 80 e 90 por reiteradas manipulações nos resultados financeiros e atuariais dessas entidades previdenciárias, então geridas apenas por representantes das empresas patrocinadoras.
E se é verdade que os resultados atuais merecem atenção, é também verdade que a transparência administrativa gerada pela presença dos destinatários desse patrimônio, que são os trabalhadores, é fator determinante a permitir a correção de rumos necessária para a reversão do desequilíbrio momentâneo do sistema de previdência complementar.
Assim, sob o ponto de vista da evolução histórica da previdência complementar no país, reduzir a participação dos trabalhadores na gestão de seus planos de benefícios resultará não em aperfeiçoamento do setor, mas em simples entrega de mais essa riqueza nacional aos abutres que hoje são majoritários na política nacional  (Ricardo Só de Castro - Brasil 247)

Nova lei dos fundos estatais é avanço na crise
Os investimentos fracassados corroeram até 10% do bilionário patrimônio dos fundos de pensão estatais, beneficiando núcleos com poder na política e no sindicalismo
A nova legislação sobre fundos de pensão do setor público entrou na pauta de votações da Câmara. O projeto de lei complementar teve origem no Senado e foi aperfeiçoado pelos deputados federais, a partir da CPI dos Fundos de Pensão realizada no ano passado.
Essa foi uma comissão de inquérito diferente, em vários aspectos. Surgiu como resposta à pressão exercida por funcionários inativos de empresas estatais que, durante meses, percorreram gabinetes de senadores e deputados demonstrando a preocupação com o futuro de suas aposentadorias, em decorrência do déficit crescente nas maiores fundações estatais.
Fugindo ao padrão recentemente observado — por exemplo, nas sucessivas CPIs da Petrobras —, a comissão de inquérito dos fundos de pensão realmente avançou na investigação, reportou ao Ministério Público indícios concretos de fraudes e revisou toda a legislação.
O déficit dos maiores fundos estatais no ano passado se aproximou dos R$ 70 bilhões. É uma conta a ser paga por todos — pelos participantes e pelas patrocinadoras estatais, o que significa dizer, na prática, pela sociedade.
O projeto de lei complementar que está pronto para ser votado contém princípios inovadores. Um dos principais é a introdução, na composição dos conselhos deliberativo e fiscal dessas entidades, da figura dos conselheiros independentes escolhidos mediante processo conduzido por empresa especializada contratada para tanto, observadas “notória especialização” e a ausência de relações de parentesco ou negociais com a entidade ou os patrocinadores, além de vínculo administrativo com o governo controlador, indica o relatório da Câmara.
Ficaria impedida, também, a contratação de diretores com reconhecidas atividades político-partidárias nos dois anos anteriores e nos doze meses seguintes ao exercício do cargo.
A “blindagem” dos fundos, em relação a interesses políticos, partidários e sindicais, é fundamental. A política de loteamento do Estado, adotada nos governos Lula e Dilma, conduziu ao caos administrativo órgãos públicos, empresas estatais e respectivos fundos de pensão. Nas fundações de previdência proliferaram os negócios suspeitos, como evidenciou a CPI e afirma o Ministério Público. Os investimentos fracassados com o dinheiro dos participantes e das patrocinadoras corroeram até 10% do bilionário patrimônio dos fundos, sempre em benefício de grupos privados associados a núcleos com poder na política e no sindicalismo. Restaram prejuízos relevantes.
É hora de mudar. A iniciativa do Legislativo é boa, não apenas por ter como objetivo a transformação de uma estrutura burocrática e arcaica, como também por demonstrar o vigor das instituições do país, em meio a uma crise política e econômica sem precedentes.   (O Globo)

Senador lembra situação precária dos fundos das estatais
Em discurso nesta terça-feira (5), o senador José Medeiros (PSD-MT) disse estar preocupado com a situação dos empregados de empresas estatais, especialmente aqueles vinculados aos fundos de pensão Petros, da Petrobras; Postalis, dos Correios; Funcef, da Caixa Econômica Federal; e Previ, do Banco do Brasil.
Segundo ele, investimentos arriscados e sem retorno com dinheiro desses fundos foram feitos por pessoas que não sabiam o que estavam fazendo, uma vez que foram alçadas aos cargos de direção dessas entidades não pela competência, mas por afinidade política. E isso fez com que o rombo nas contas desses fundos de pensão chegasse a R$ 46 bilhões em 2015.
José Medeiros ressaltou que serão os próprios trabalhadores que pagarão a conta dessa incompetência, e que os associados dos fundos de pensão vão receber aposentadorias menores.
— O Postalis, por exemplo, acumulou déficit de R$ 5,7 bilhões de reais em 2012, 2013, 2014 e 2015. Essa fatura deverá ser paga pelos quase 76 mil funcionários, aposentados e pensionistas, além dos próprios Correios, para resolver o rombo do plano de benefício definido. Pelas regras de equacionamento do déficit dos fundos de pensão, o desconto mensal ficou determinado em quase 18% do valor da aposentadoria da pensão ou do valor previsto para o benefício por 25 anos e meio.
Medeiros citou ainda dados do Fórum Independente em Defesa dos Fundos de Pensão, apresentados à CPI dos Fundos de Pensão, da Câmara dos Deputados, mostrando que os investimentos de alto risco são maiores nas entidades vinculadas às empresas públicas.
O senador explicou que no Postalis, por exemplo, 18,6% dos investimentos foram de alto risco. Na Funcef, 10,8%. Enquanto isso, no fundo ligado ao Banco Itaú, os investimentos de alto risco representaram apenas 0,02% do montante. (Agência Senado)

Não mexam nos fundos de pensão
É assustador o caráter imediatista do governo golpista de Michel Temer, a velocidade com que atua para desmontar conquistas históricas da cidadania brasileira. Óbvio que os golpistas têm pressa, pois é curto o prazo que lhes resta para pagar a fatura aqueles que deram apoio e sustentação ao golpe. Afinal, não se sabe até quando irão resistir à série de denúncias que atingem diariamente o núcleo central desse (des) governo.
Cada dia fica mais claro os acordos feitos nas trevas, a trama cruel e macabra que objetivou solapar a democracia para abrir caminho para o cometimento de uma série de crueldades contra os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.
No rol dos ataques, está a acelerada tramitação do Projeto de Lei Complementar (PLP 268/2016), em análise na Câmara, que altera as regras atuais de funcionamento dos conselhos dos fundos de pensão para avançar de forma absolutamente inaceitável sobre os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras ao eliminar a possibilidade de paridade entre a representação dos patrocinadores e participantes nos diversos órgãos estatutários dos fundos de pensão patrocinados por empresas públicas e privadas.
Essa mudança representa um verdadeiro retrocesso em uma luta de mais de 30 anos pela garantia de um modelo de representação mais democrático, o que foi conquistado em 2001, quando foi garantido, em lei, a paridade nos conselhos fiscais e deliberativos dos fundos de pensão. A composição dos conselhos, além de ser um avanço democrático indiscutível, gerou resultados concretos, a exemplo, do aumento da transparência do sistema.
Esse modelo de gestão compartilhada dos Fundos foi conquistado exatamente após a grande ingerência exercida pelos governos de FHC nos fundos. Não podemos esquecer que parte do tão citado déficit dos fundos de pensão é herança desse período, quando os mesmos tiveram seus recursos utilizados para financiar o amplo processo de desmonte do Estado por meio das privatizações.
A então Companhia Vale do Rio Doce, por exemplo, foi privatizada com recursos dos fundos de pensão. Esses fundos ficaram comprometidos em não se desfazer das ações da Vale por um prazo de 20 anos. Ou seja, recursos que deveriam garantir a aposentadoria digna de milhares de trabalhadores e trabalhadoras, foram investidos em bolsas de valores, estando sujeitos por um longo período de carência ao humor do mercado de ações, a uma série de variações especulativas.
Novamente, o governo golpista de Michel Temer quer se apoderar de cerca de R$ 700 bilhões dos fundos para abrir uma nova rodada de privatizações no País. Para concretizar esse intento, é preciso retirar a representação paritária dos trabalhadores e trabalhadoras para diminuir seu poder de decisão sobre os fundos, objetivo central do PLP em questão.
A nova composição que estão propondo é esdrúxula e reduz a representação dos participantes e assistidos de metade para um terço e, ao mesmo tempo, reserva um terço das vagas nos conselhos e órgãos deliberativos das entidades para representantes do mercado.
É aí que mora o perigo!
O projeto cria a figura dos conselheiros deliberativos e fiscais "independentes", ou seja, profissionais de notória especialização escolhidos por meio de processo seletivo conduzido por uma empresa especializada e contratada especificamente para esse fim.
Cabem aqui alguns questionamentos sobre a pretensa "independência" desses conselheiros.
Quem elegerá os representantes do mercado? Como serão escolhidos? Quem contratará a empresa? As patrocinadoras, ou seja, o próprio governo fará a escolha, criando uma ambiência para aqueles que disputam com as entidades fechadas de previdência privada - os fundos de previdência abertos de grandes bancos privados e do sistema financeiro - passem a reger e dirigir os fundos de pensão, a ter poder de decisão sobre recursos dos trabalhadores e trabalhadoras.
Essa proposta é demasiadamente temerária, uma vez que esses conselheiros "independentes" serão avaliados periodicamente, terão que apresentar e cumprir um plano de metas. Com isso, podem colocar em risco a saúde financeira dos fundos.
Estamos falando da inclusão de representantes do mercado na direção dos fundos de pensão, em uma clara tentativa de transferir para bancos e seguradores os recursos dos participantes. São mais de 3 milhões e 600 mil participantes que poderão ser golpeados com essa proposta.
O que constatamos na CPI dos Fundos de Pensão - que investigou os maiores fundos de pensão do País – é que os fundos menos democráticos são exatamente os que carregam mais problemas. Ao se dizer que existe uma racionalidade autônoma no mercado, o que se pretende é apenas negar ou mascarar a realidade.
É conhecido o exemplo da POSTALIS, o qual fez a opção de entregar sua administração para o mercado e esse mesmo mercado - que dizem ser fundamental - trocou R$ 250 milhões de títulos da dívida do Brasil pela dívida da Venezuela, o que o levou a um rombo astronômico. Devido a isso, há uma série de processos contra os gestores da POSTALIS, o fundo de pensão dos Correios.
Já a PREVI, que tem um sistema de governança avançado não só de paridade, mas também onde não há voto de qualidade, os conselheiros têm de convencer seus pares para a tomada de decisões estratégicas.
Portanto, está mais do que provado que um modelo de governança democrático dos fundos é fundamental para o estabelecimento do controle, da transparência e da segurança na utilização racional e estratégica dos recursos.
A gestão dos fundos deve ser feita diretamente por meio de seus órgãos e conselhos internos, constituídos paritariamente por representantes dos participantes e das patrocinadoras, sem voto de qualidade e sem a interferência de representantes do mercado, que não têm compromisso com os fundos de pensão, mas apenas com as instituições - financeiras ou não- as quais estejam vinculados.
Não é aceitável que esse governo ilegítimo e corrupto queira de forma deliberada diminuir a participação dos verdadeiros donos dos recursos, de trabalhadores e trabalhadoras para submeter o destino da previdência social a interesses meramente financeiros e de mercado.
Não mexam nos fundos de pensão, não coloquem as mãos nos recursos que são dos trabalhadores e das patrocinadoras. Não permitiremos retrocessos. (Erika Kokay - Brasil 247)

Governança: Novas regras são destaque do Plenário
As novas regras para escolha e atuação de dirigentes de fundos de pensão são o destaque do Plenário da Câmara dos Deputados na primeira semana de julho, em sessões marcadas desta segunda (4) a quinta-feira (7).
As mudanças constam do Projeto de Lei Complementar 268/16, do Senado, que aumentam as restrições para escolha dos diretores-executivos dos fundos fechados de previdência. Esses diretores tomam as decisões sobre os investimentos para ampliar os recursos do fundo necessários ao pagamento dos benefícios para os participantes.
Atualmente, para serem contratados, eles não podem ter sofrido condenação criminal transitada em julgado. O texto restringe ainda aos condenados em decisão de órgão judicial colegiado, seguindo jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF) que considera passível de prisão aquele condenado em segunda instância, mesmo com possibilidade de recurso.
Além disso, os diretores-executivos não poderão ser cônjuges ou parentes até o terceiro grau de conselheiro, diretor ou dirigente da entidade de previdência complementar ou do patrocinador; não poderão ter firmado contratos ou parcerias com essa entidade nos últimos três anos de sua contratação; nem ter exercido cargo em comissão ou ter exercido atividades político-partidárias nos últimos dois anos anteriores à sua contratação.
Uma das novidades do projeto é a criação da figura dos “conselheiros independentes” na estrutura dos conselhos deliberativo e fiscal. Sua escolha ocorrerá com processo seletivo e o profissional deverá ter notória especialização, definida pelo projeto como aquela que permita “inferir que o seu trabalho é o mais adequado à plena satisfação do processo seletivo”.
Sessões ordinárias estão com pauta trancada por duas medidas provisórias   (Agência Câmar/Cenário MT)


Saúde Suplementar: Setor será mais afetado pelo envelhecimento populacional
A longevidade dos brasileiros não colocará em xeque apenas o sistema previdenciário, como alertou Nilton Molina em evento do CVG-SP realizado neste mês. A saúde suplementar, principalmente, será bastante afetada pelo aumento da população de idosos e redução do número de jovens. No estudo “Atualização das projeções para a saúde suplementar de gastos com saúde: envelhecimento populacional e os desafios para o sistema de saúde brasileiro”, o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) projeta que já em 2030 as despesas assistenciais do setor devem aumentar 272,8% em comparação com 2014, atingindo R$ 396,4 bilhões.
A questão é que o perfil populacional brasileiros está mudando. A população com 60 anos ou mais triplicou no país entre 1950 e 2010 e os indivíduos com 59 anos ou mais compõem a faixa etária que mais cresce no país desde 2013. Nos próximos 15 anos, essa mudança será mais sentida, segundo o estudo do IESS, na quantidade de internações (aumento de 105%); de consultas (mais de 100%); de exames (avanço de 101,9%); e de terapias (acima de 102%). Nesse período, o total de internações de beneficiários de planos de saúde médico-hospitalares deve saltar de 8,2 milhões, em 2014, para 10,7 milhões em 2030, elevando, consequentemente, o número total de internações em 30%.
O impacto da longevidade também será sentido no sistema público de saúde, diante da estimativa de redução da razão de jovens em idade ativa em relação aos idosos dependentes. De acordo com projeções do IBGE, a razão de dependência de idosos passará de 16,6% em 2010 para 51,9% em 2050. Isso significa que haverá menos pessoas contribuindo para o financiamento do setor saúde. Na saúde suplementar, o estudo do IESS também projetou uma retração no número internações de beneficiários com até 18% - de 14,6% em 2014 para 8,4% em 2030 -, em linha com a mudança demográfica esperada para o país.
Outros países também projetam aumento de despesas com saúde em razão do envelhecimento da população. O Reino Unido calcula um aumento de 7,9% do PIB para 8,5% em 2064. A Austrália prevê que entre 2012 e 2060 suas despesas com saúde cresçam de 4,1% para 7% do PIB devido ao envelhecimento. No Brasil, enquanto a proporção de idosos com 65 anos ou mais aumentou de 2,4% em 1950 para 7,4% em 2010, o gasto da saúde passou de 1% do PIB para 9% no mesmo período. Ocorre que a mudança demográfica vem acompanhada, em geral, da mudança epidemiológica, já que a prevalência de doenças crônicas aumenta com a idade.
Com o envelhecimento, as doenças crônicas (diabetes, hipertensão arterial e problemas de coluna), estão se tornado mais prevalentes do que as doenças infectocontagiosas e a sua prevalência é maior quanto maior a idade. A faixa etária de 80 anos ou mais, por exemplo, representará sozinha 16,6% do total dos gastos com saúde em 2030. Essa é a faixa etária que mais ganhou participação percentual na projeção (aumento de 6,0 pontos percentuais). Já a faixa etária de 60 anos ou mais passará de 33,6% dos gastos em 2015 para 47,2% dos gastos em 2030.
O estudo desenha um cenário que, na visão do superintendente executivo do IESS, Luiz Augusto Carneiro, obriga a sociedade brasileira a buscar mecanismos de aprimoramento da cadeia da saúde como um todo. “Estamos passando por uma mudança no perfil de utilização e serviços de saúde que vai exigir o redimensionamento da rede atendimento e todo o modelo assistencial”, afirma. Segundo ele, será preciso um esforço grande de investimentos para manter o equilíbrio assistencial. “O mercado precisa se modernizar de modo que a escalada de custos e a mudança na utilização dos serviços, também geradas pelo envelhecimento populacional, não se tornem um risco à sustentabilidade do setor”, alerta.  (Márcia Alves - Segs)

Momento delicado
Crise traz custos aos planos de saúde, com usuários que antecipam tratamentos para aproveitar o serviço; com alta do desemprego, setor perdeu usuários e receitas futuras
A crise brasileira já fez quase 12 milhões de pessoas perderem seus empregos formais.
O dado é apavorante. O impacto na vida das pessoas vai muito além dos números frios. Estes 12 milhões de trabalhadores, em verdade, são, no mínimo, 36 milhões de pessoas, levando em conta 3 pessoas por família, o que é uma conta conservadora. O padrão de vida passa a ser outro.
A busca pela recolocação se transforma numa Odisséia, com enormes chances de dar errado e cobrar um preço extra do trabalhador desempregado, que não consegue um novo emprego. O insucesso afeta o psicológico da família. Desmotivação, depressão, quadros mais ou menos sérios agravam ainda mais a sensação de perda. É uma situação limite que piora à medida em que, em função da falta do salário, opções de cortes de despesas precisam ser feitas. Clube, academia, lazer, roupas, seguros, tudo, menos, na medida do possível, o plano de saúde privado e a escola particular, entra no rol do dispensável pela falta de recursos mínimos para a manutenção da família. Desemprego é isso, não é um número frio colocado numa planilha.
Os 12 milhões de desempregados têm cara, nome, família, compromissos, sonhos, enfim, um padrão de vida conquistado a duras penas, fruto de muito trabalho, sacrifícios e superação. De repente, do dia para a noite, em consequência da incompetência dos governantes, dos desmandos de todas as ordens, da corrupção, do nepotismo, a vida vira de ponta cabeça e todos os planos para o futuro passam a ser o retrato do fracasso.
A esperança se transforma em pesadelo e o mundo real agrava o quadro, com a pressão dos compromissos diários, que são parte da rotina e estão dimensionados para um padrão de vida pago com o trabalho de cada um. Um a um os projetos vão sendo adiados, os gastos cortados, os preços pesquisados, os produtos de sempre trocados por outros mais baratos.
Os programas de fim de semana mudam do cinema para a televisão, da cantina para a pizza e para a comida feita em casa. É a falta de dinheiro apertando o cinto. Mas há mais dramas. O medo de perder o emprego aumenta a angústia de perder o plano de saúde privado, o seguro de vida, o seguro de automóvel mais barato, contratado através do RH da empresa. Novas decisões são tomadas. É hora de antecipar o uso do plano de saúde privado enquanto se está nele.
Consultas e tratamentos sem urgência são antecipados. Toda a família vai ao médico, faz exames, se interna para procedimentos que poderiam ser feitos mais à frente, ao longo do ano, no momento certo para cada um deles. O resultado é a antecipação de despesas que devem ser custeadas pelas operadoras dos planos de saúde privados, sem que elas tenham a contrapartida do aumento das receitas.
Ao contrário, em pouco tempo, em função do desemprego, elas terão uma queda em seu faturamento, consequência de 70% dos planos de saúde privados brasileiros serem custeados pelas empresas que, espremidas pela crise, dispensam seus funcionários como última forma de conterem os custos. Mas os problemas das operadoras não terminam aí.
Os planos individuais e os planos coletivos por adesão também são afetados pela crise. Na medida do possível, seus titulares os manterão, mas não é raro acontecer uma mudança de status, para um patamar mais baixo e, portanto, mais barato, que também impacta o caixa do plano de saúde privado, sem que, do outro lado, aconteça uma redução proporcional das despesas.
O resultado dessa conta é ruim e pode colocar em cheque o atendimento futuro de pessoas que imaginam que estão a salvo da crise, sem se lembrar que a operadora do seu plano de saúde está atravessando um momento delicado. Não bastasse tudo isso, elas ainda arcam com o aumento de custos decorrente da desvalorização do real e nem sempre integralmente transferível para os segurados. Entre secos e molhados, hoje, estamos todos perdendo.(Antonio Penteado Mendonça = O Estado de São Paulo)

Previc: Modelos de formulários para habilitação de dirigentes
A Superintendência de Previdência Complementar (Previc) disponibiliza em seu site os modelos de formulários necessários para habilitar dirigentes de entidades fechadas de previdência complementar, conforme previsto no inciso I do artigo 16 da Instrução Previc n° 28, de 12 de maio de 2016.
As Entidades Fechadas de Previdência Complementar(EFPC) deverão arquivar todos os documentos relativos ao processo de habilitação para uma eventual consulta do órgão de supervisão.
A autarquia começará a realizar a habilitação de dirigentes a partir desta sexta-feira, 1° de julho de 2016. No entanto, as EFPC terão o prazo de até 180 dias para o envio da documentação dos membros da diretoria-executiva e dos conselhos deliberativo e fiscal, que estiverem no exercício da função na data de entrada em vigor da Instrução nº 28.
É importante lembrar que a Resolução CNPC nº 19 foi alterada pela Resolução CNPC nº 21. Já a Instrução Previc nº 28 foi alterada pela Instrução Previc nº 30, que deixou de exigir a certificação como requisito para a habilitação.
Toda documentação necessária, bem como os procedimentos obrigatórios estão descritos nos formulários de habilitação e na Instrução Previc nº 28.
Para acessar os formulários, a legislação aplicável e as orientações gerais, clique no link:  Habilitação de Dirigentes - http://luthien.cloudapp.net/supervisao-das-entidades/habilitacao-de-dirigentes   (AssCom - Previc/AssPreviSite)

Anapar negocia emendas ao substitutivo do PLP 268/16
A Anapar elaborou propostas de emendas ao substitutivo do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) ao PLP 268/16. Há informações de que o substitutivo em anexo é a proposta a ser levada a votação no Plenário da Câmara dos Deputados.
Importante salientar que a mobilização que a Anapar tem feito, em conjunto com outras entidades, tem surtido efeito e por isso é importante que continuemos mobilizados. Conseguimos adiar a votação do projeto, que deve sofrer alterações em relação ao que foi aprovado no Senado.
Apesar de o substitutivo conter alterações, ainda precisamos trabalhar para garantir nossas emendas, pois ainda exclui a paridade de representação entre patrocinadores e participantes na diretoria-executiva, dentre outras disposições desfavoráveis aos participantes e assistidos.
Veja aqui o substitutivo e as emendas propostas pela Anapar, que estão sendo avaliadas pelo relator.
Substitutivo ao PLP 268 – Dep. Marcus Pestana
Emenda Supressiva do parágrafo 2º, Artigo 22 do Substitutivo ao PLP 268-Marcus Pestana
Emenda Supressiva do Artigo 19-A do Substitutivo ao PLP 268-Marcus Pestana
Emenda Inciso IV do Artigo 20 do Substitutivo ao PLP 268-Marcus Pestana
Emenda Artigo 29-A do Substitutivo ao PLP 268 (2) (1)
Emenda Artigo 19 do Substitutivo ao PLP 268-Marcus Pestana
Emenda Artigo 18-B do Substitutivo ao PLP 268-Marcus Pestana
Emenda Artigo 18-A do Substitutivo ao PLP 268-Marcus Pestana
Emenda Artigo 16-A do Substitutivo ao PLP 268-Marcus Pestana
Emenda Artigo 13 do Substitutivo ao PLP 268-Marcus Pestana
Emenda Artigo 11 do Substitutivo ao PLP 268-Marcus Pestana
Emenda Artigo 4º do Substitutivo ao PLP 268-Marcus Pestana  (Anapar)

Fazenda discute previdência dos Estados 
O Ministério da Fazenda começou a discutir ontem com os secretários de Fazenda dos Estados mudanças nos regimes próprios de Previdência dos servidores públicos estaduais. A ideia do governo federal é apresentar uma proposta de emenda constitucional (PEC) ao Congresso Nacional que contemple também alterações nas regras da aposentadoria do funcionalismo dos Estados.
O custo do pagamento das aposentadorias dos servidores é um dos gastos obrigatórios que mais contribuíram para a deterioração das contas dos governos estaduais. O governo também apresentou aos secretários proposta de mudança na legislação para permitir que o fundo de previdência dos servidores do Executivo federal assuma também a administração da previdência complementar dos servidores de Estados e municípios.
De acordo com a proposta do governo, os funcionários de Estados e municípios vão poder aderir à previdência por meio da Funpresp, que já administra a previdência complementar dos servidores do Poder Executivo e Legislativo e do Tribunal de Contas da União, além das universidades federais. A expectativa é que a Funpresp se torne em 15 anos o maior fundo de pensão do País. (Adriana Fernandes - O Estado de S.Paulo)

Solvência nos Fundos – notícias boas ou ruins para 2016?
Muito tem se falado nos últimos meses sobre os déficits técnicos dos Fundos de Pensão, em função da magnitude dos valores que os gestores de planos de previdência administram. Entretanto, pouco se fala dos aspectos técnicos que estão por trás desses resultados e da possibilidade de reversão significativa desses valores nos próximos anos.
Primeiramente, é necessário entender que a análise dos resultados técnicos dos planos de benefícios consideram diversas variáveis e parâmetros, que dependem do perfil do grupo de participantes e assistidos de cada plano, da estratégia de investimento de cada Fundo de Pensão, de aspectos macroeconômicos (tais como a taxa de juros real da economia) e outros aspectos relacionados a parâmetros mínimos impostos pelo órgão regulador.
Como exemplo, podemos citar o parâmetro da taxa de desconto atuarial, que deve estar alinhada com o retorno esperado na gestão dos recursos do plano previdenciário. Além disso, essa taxa de desconto deve obedecer limites mínimos e máximos estabelecidos pelo órgão regulador, limites esses indicados pelo histórico dos últimos 3 anos das taxas de remuneração dos títulos públicos federais.
Para se ter uma sensibilidade dos valores afetados por essa premissa, analisamos a variação ocorrida entre as taxas publicadas para 2015 e as taxas publicadas em 2016. Em 2015, a taxa de desconto considerava a média da remuneração dos títulos públicos dos anos de 2012 a 2014 que,  para um plano que está na metade do seu ciclo de vida, era em torno de 5,60% ao ano. Se considerarmos a média dos anos de 2013 a 2015 dos títulos públicos, divulgada recentemente pela PREVIC (órgão de regulação do setor), identificamos uma taxa em torno de 6,20% ao ano. Planos com esse perfil de retorno de investimentos podem ter uma redução de passivo (compromisso futuro) na casa de 7% a 8%, afetando diretamente discussões referentes ao equacionamento de déficits técnicos.
Levando para casos mais práticos, podemos considerar que planos como o da Previ (Plano 1), que possui R$ 160 bilhões de provisões técnicas, ou da Funcef (REG/Replan), que possui
R$ 46 bilhões de provisões, podem ter uma redução de passivo na ordem de R$ 11 bilhões e R$ 3 bilhões, respectivamente, caso demonstrem aderência dos investimentos aos novos limites legais permitidos para definição da taxa de desconto atuarial. Esses são apenas dois exemplos, mas representam um movimento natural dos resultados, a se confirmarem os ajustes nas taxas de desconto atuarial para dez/2016.
Uma redução de passivo dessa ordem será relevante e afetará positivamente as discussões em torno da solvência do sistema de previdência complementar fechado, que encerrou 2015 com um déficit total perto de R$ 64 bilhões se analisarmos os 634 planos com registros de déficit ou superávit técnico, como divulgado pela PREVIC.
Ainda em termos de entendimentos dos resultados técnicos dos planos, há que se considerar um histórico de retornos muito baixos das ações da Bolsa de Valores de São Paulo, que teve o IBOVESPA rendendo 1,04% em 2010, -18,11% em 2011, 7,40% em 2012, -15,50% em 2013, -2,91% em 2014 e -13,31% em 2015. O que se pode esperar para os anos futuros de nosso mercado de capitais, que fechou o ano de 2015 no mesmo nível em que se encontrava em 2006?
Caso ocorra a recuperação do mercado de capitais nos próximos anos, perdas registradas pelos planos previdenciários no passado, mas que não foram realizadas (as ações não foram vendidas), poderão ser revertidas, auxiliando, também, na recomposição dos resultados técnicos.
Por fim, identificamos também outras questões que trouxeram impacto aos planos previdenciários, mas terão efeito permanente nos compromissos futuros. Esses impactos estão relacionados a premissas biométricas e demográficas, tais como elevação da expectativa de vida da população coberta pelos planos e mudança dos perfis das famílias (grupos de dependentes que receberão o benefício de pensão por morte).
Com referência a elevação da expectativa de vida, pouco se pode questionar. Os participantes dos planos previdenciários tiveram uma evolução significativa da expectativa de vida média nos últimos anos, tal como observado para a população em geral, e receberão aposentadorias por um período bem maior do que o idealizado na constituição dos planos. Esse pagamento de benefícios por mais tempo requer mais recursos financeiros e, com toda a certeza, seu efeito será permanente. O que se pode esperar é que continuaremos a elevar essa vida média futura, e não o contrário.
O perfil das famílias também mudou. Do tempo em que se registrava um único casamento e filhos gerados em uma faixa etária dos pais entre os 20 e 35 anos de idade passamos por uma dinâmica de 2 ou 3 casamentos, muitos deles com elevação relevante da diferença de idade entre os cônjuges, e a geração de filhos para pais com idades bem maiores que os 35 anos. Essa alteração toda requer mais recursos para o pagamento futuro de benefícios de pensão por morte nos planos previdenciários, e também não voltará mais ao padrão dos anos em que esses planos foram idealizados.
Nesse contexto todo, algumas situações vieram para ficar. Déficits técnicos registrados por elevação de expectativa de vida, mudança no perfil familiar e outros componentes demográficos devem ser analisados com bastante cuidado, pois são estruturais e não serão revertidos por revisão dessas premissas nos anos futuros.
Outras situações mais delicadas, como a taxa de desconto atuarial, que poderá ser revisada para mais ou para menos dependendo da política governamental de remuneração dos títulos públicos, precisam de uma minuciosa análise estratégica. Marcação de títulos na curva ou a mercado, utilização dos limites máximos divulgados pelo órgão de regulação ou de taxas mais estáveis, apropriação dos efeitos da inflação nos resultados dos planos, entre outros, são itens técnicos e extremamente relevantes, não podendo ser tratados com descaso ou com uma visão curto-prazista, pois podem recompor déficits técnicos registrados nos últimos anos.
Temos algumas notícias boas para 2016, outras nem tanto. Como os resultados do encerramento do exercício de 2015 serão tratados durante 2016, esse ano certamente será um dos mais complexos na história dos Fundos de Pensão. Mas visualizando o longo prazo, que é o caminho percorrido pelas Entidades, as notícias certamente serão melhores!   (Giancarlo Giacomini Germany - Mirador Atuarial)

PLP nº 268/2016: A mobilização continua
Desde que iniciou a mobilização para convencer parlamentares e líderes de partidos quanto aos problemas que podem surgir com a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 268/2016, a ANABB, ao lado de entidades representativas, tais como AAFBB, FAABB, entre outras, está alcançado importantes vitórias. Além de o PLP 268 não ter sido aprovado na data prevista pela Câmara dos Deputados, o dia 8 de junho, as entidades atuaram de forma unificada, mantendo um diálogo permanente com deputados de todos os partidos.
O resultado dessa atuação já pode ser visto na prática. O deputado Marcus Pestana (PSDB/MG), relator do projeto, elaborou substitutivo que contempla algumas propostas feitas pela ANABB e pelas entidades. Entre elas estão as cláusulas que tratam da composição dos conselhos deliberativo e fiscal e a retirada de vedações que não permitiam a participação de funcionários que tivessem sido titulares de cargo em comissão. O texto original do projeto de lei incluía a figura do conselheiro independente, que seria selecionado no mercado por empresas especializadas, para administrar os fundos de pensão.
Além disso, por solicitação das entidades, o deputado também aceitou inserir os pontos mais relevantes do Projeto de Lei elaborado com base nos resultados apurados na CPI dos Fundos de Pensão (PLP 274/2016), como: a criação do Comitê de Investimento, que conterá a presença de representante dos participantes e assistidos.
O trabalho das entidades possibilitou que essas cláusulas fossem alteradas, tendo como referência o atual modelo de gestão da Previ com paridade entre participantes e patrocinador, sem a presença de conselheiros independentes.
Agora, a ANABB e as entidades lutam para manter a paridade, também, na Diretoria Executiva. Para tanto, continuam se reunindo com lideranças partidárias em busca de ajustes no Projeto de Lei que contemplem os interesses dos participantes e assistidos da Previ.
A ANABB produziu uma emenda ao PLP e está se articulando com alguns deputados para que a apoiem, o que já foi feito pelo dep. Pompeo de Mattos (PDT/RS), por exemplo. Entre os pontos encaminhados pela ANABB e defendidos pelo deputado estão:
• Permanência da paridade e eleições para a Diretoria Executiva.
• Paridade e eleição nos conselhos deliberativo e fiscal.
• Retirada do impedimento aos conselheiros que tenham sido titulares de cargos em comissão no empregador.
A ANABB ressalta que não é contra o PLP 268/2016, pois acredita que ele contém avanços importantes para o nosso sistema de previdência complementar. O posicionamento da Associação se fundamenta nos resultados apontados pela CPI dos Fundos de Pensão, que reconheceu a forma de governança da Previ como um modelo a ser seguido.
Nesse momento, a ANABB conta com a ajuda dos funcionários da ativa e aposentados do BB para que continuem a mobilização, enviando cópia da emenda elaborada pela ANABB para os deputados.
A ANABB possui 30 anos de existência e uma história de representatividade e defesa dos interesses legítimos de funcionários da ativa e aposentados do BB, especialmente nas questões relacionadas à Previ. Com mais essa atuação no Congresso Nacional, estamos lutando para obter um melhor modelo de gestão para os fundos de pensão. Uma gestão mais transparente e profissional é de suma importância para os participantes e assistidos, pois garante segurança do pagamento presente e futuro dos benefícios de milhares de famílias. (Anabb)

Projeto muda regras para recebimento de benefício
A Câmara dos Deputados analisará o Projeto de Lei Complementar 224/16, que suprime a exigência de cessação do vínculo com o patrocinador de entidade de previdência complementar para que o trabalhador comece a receber os proventos da aposentadoria complementar.
O projeto altera a Lei Complementar 108/01, norma que regulamenta as entidades fechadas de previdência complementar patrocinadas pela Administração pública direta e indireta.
Segundo a proposta, o trabalhador terá direito de receber o benefício na época prevista no plano de previdência mesmo que continue a trabalhar, sem precisar contribuir além do necessário, enquanto as empresas poderão continuar com profissionais experientes, sem precisar continuar contribuindo com a parte que lhe cabe nos benefícios.
Para o autor, deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), o projeto moderniza a legislação, ao permitir que os servidores recebam o benefício mesmo se continuarem trabalhando. “A continuidade do vínculo tem ocorrido menos por vontade do participante e mais por necessidades que a este se impõem”, afirma o parlamentar. Faria de Sá explica ainda que a proposta não traz prejuízo a nenhum dos envolvidos na concessão do benefício.  (Agência Câmara)

Raio X: Pesquisa faz toda a diferença
O que a 3ª edição da pesquisa Raio X dos Fundos de Pensão promete realizar é um antigo desejo do sistema: mostrar a realidade segmentando entre os diferentes perfis de entidades, quer dizer, tirar a foto mais realista e detalhada mas respeitando as diferenças e evitando ficar só nas médias que podem entregar um resultado falso. Quanto ao resto, a nova edição vai confirmar a maior qualidade das duas anteriores, a de fornecer o quadro mais completo do que os fundos de pensão são hoje e aquilo em que as tendências que vão sendo observadas podem transformá-los.
Um retrato assim completo do sistema e, ainda além disso, capaz de mostrar as nuances entre as entidades segundo os seus diferentes perfis,  é algo da maior importância. É nisso que acredita a Abrapp, numa convicção aliás reforçada pelas inúmeras vezes em que as edições anteriores da pesquisa ajudaram a motrar o erro ou o acerto de determinadas práticas em vista de estratégias e políticas adotadas, confirmando ou desmentindo alinhamentos ou distanciamentos. Enfim, a Raio X existe para que os dirigentes reafirmem acertos ou corrijam o que precisa ser melhorado.
E ninguém melhor que os principais dirigentes das associadas, todos eles executivos com uma visão clara das prioridades, urgências e do que é realmente relevante ou não, para entender a importância de a pesquisa Raio X dos Fundos de Pensão ser em todos os sentidos um êxito. Um sucesso que só nos fará mais fortes.
1º de julho é o prazo - A pesquisa Raio X dos Fundos de Pensão é sem dúvida uma iniciativa da maior importância, uma vez que as informações que levanta é que vão balizar a postura da Abrapp em relação a uma série de temas fundamentais e, ao mesmo tempo, fácil de responder, por ter sido o questionário estruturado em módulos que vão se ajustando à medida que as respostas são dadas. Por isso mesmo é vital que as associadas participem em grande número, acessando até 1º de julho o link fornecido através de circular enviada ao quadro associativo, onde também são encontrados usuário e senha. O preenchimento é feito online.
A pesquisa Raio X dos Fundos de Pensão vai fornecer uma autêntica fotografia de como estamos sendo afetados pela conjuntura e novos normativos, entre outras mudanças com as quais os gestores estão tendo de lidar. Para tanto, trabalha  questões relativas à gestão dos ativos e do passivo, envolvendo também aspectos relacionados à governança, fomento e sobre a estrutura de gestão das áreas operacionais - comunicação, contabilidade, seguridade, TI, entre outros. Nesse sentido, além do conhecimento sobre o posicionamento e os desafios atualmente enfrentados pelas entidades, a iniciativa  visa obter subsídios à proposição e formulação de políticas e práticas, cada vez mais aderentes à realidade do mercado.
Entidades receberão relatórios - Os resultados gerais da pesquisa permitirão produzir estudo que  será apresentado no 37º Congresso Brasileiro dos Fundos de Pensão, em setembro. Além disso, cada entidade participante da iniciativa que responder o formulário de forma completa receberá relatório específico comparando a sua resposta com a média do sistema, compondo assim, um benchmarking referencial para a gestão da EFPC.
Esclarecimentos adicionais acerca do preenchimento do questionário poderão ser obtidos junto ao IBRC pelo e-mail: contato@ibrc.com.br<mailto:contato@ibrc.com.br> ou telefone (11) 3372-4080, sem prejuízo das consultas que poderão ser dirigidas ao serviço Abrapp Atende. (Jorge Wahl - Diário dos Fundos de Pensão)

Déficit de fundações cai R$ 5,4 bi no ano
A melhora do mercado financeiro nos últimos meses, com a recuperação da bolsa de valores e o recuo dos juros prefixados, fez com que o déficit dos fundos de pensão registrasse uma redução de R$ 5,4 bilhões somente nos quatro primeiros meses do ano. Esse movimento levou a Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc, o órgão de supervisão do setor) a preparar a edição de uma instrução normativa para lidar com a nova situação. A tendência é que os fundos de pensão que conseguirem trazer seus déficits para os limites de tolerância, o que inclui instituições ligadas a empresas estatais, fiquem livres de apresentar planos de equacionamento dos resultados negativos, o que teriam de fazer com base no resultado de 2015.
Outra possibilidade é que eles possam apresentar propostas menos rígidas, com base na melhora de seus indicadores nos quatro primeiros meses do ano. Na discussão está sendo avaliada a possibilidade de permitir uma "espécie" de reavaliação dos resultados do fundo durante o ano, o que poderá agravar ou não o plano.
No ano passado, o déficit dos fundos de pensão somou R$ 72,8 bilhões, sendo que R$ 39 bilhões devem ser equacionados a partir de 2017. Para isso, as entidades com saldo negativo acima do permitido pelas regras dos fundos de pensão teriam que elaborar neste ano planos de equacionamento para serem colocados em prática em 2017.
O Valor apurou que, dos 241 planos de benefícios que registraram déficit em dezembro de 2015, 139 tiveram redução do resultado negativo no primeiro quadrimestre, em relação ao resultado fechado de 2015.
A ideia de flexibilizar a regra de apresentação de planos de equacionamento tem como premissa evitar excessos contributivos, que sobrecarreguem participantes e patrocinadores dos fundos de pensão num momento de dificuldade econômica e social. Além disso, tenta, de certa forma, segregar prejuízos puramente conjunturais, decorrentes de flutuações do mercado financeiro, de desequilíbrios estruturais, decorrentes de problemas de modelos de gestão ou decisões equivocadas de investimento, cujos prejuízos dificilmente podem ser revertidos.
Dessa forma, como a norma atual não explicita o que fazer quando há uma mudança significativa do balanço dos fundos entre a data de referência (no caso, dezembro de 2015) e o momento de apresentação dos planos de reenquadramento, a instrução normativa em discussão, que deve ser editada até o fim de julho, visa resolver esse vácuo temporal. A intenção é definir uma regra permanente e não só para este ano, por isso ainda não há uma decisão final sobre os termos do texto.
Mas, independentemente de qualquer flexibilização de regra, a Previc tem conversado sistematicamente com os fundos de pensão com os déficits de maior grandeza. As entidades têm apresentado as ideias para equacionamento de seus resultados negativos.
A supervisão dos fundos de pensão recentemente ganhou um reforço com a criação de uma "central de inteligência", que visa antecipar e evitar situações de riscos. O novo modelo tenta inverter o modo reativo que por muito tempo norteou a atividade de supervisão dos fundos.
Recentemente, segundo uma fonte, uma operação de compra de CDBs de um banco de terceira linha por um fundo de pensão, claramente projetada para dar prejuízo, foi abortada. A atuação antes do evento só foi possível pela parceria entre o Banco Central e a Previc, viabilizada por meio da central de inteligência.
Essa busca por antecipar investimentos feitos "para perder" tem foco especial em fundos com patrocínios de Estados e municípios. Os técnicos da Previc sabem que não conseguirão antecipar e evitar todos os problemas, mas a ideia é passar uma sensação mais forte de supervisionamento, o que por si só já evita uma parte dos desvios. Outra intenção é conter problemas em entidades com perfil de participantes mais antigos, nos quais a chance de recuperar perdas significativas é menor.
A indústria de fundos de pensão passa no momento por um processo de renovação de práticas, visando profissionalizar mais a gestão. Está para ser votado um projeto (PLP 268) que estabelece regras para que os dirigentes dessas entidades tenham perfil técnico. Na discussão da proposta, chegou-se a sugerir a presença de conselheiros independentes, com poder de votos nos conselhos de administração e fiscal.
O relator da matéria na Câmara, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), contudo, resolveu retirar essa exigência, ainda que os critérios técnicos para a nomeação de dirigentes tenham sido mantidos. A ideia de conselheiros independentes tinha muita resistência, inclusive da área de supervisão, por quebrar a paridade entre participantes e patrocinadoras. "Retomamos a ideia de conselho paritário, mas profissionalizado", diz Pestana, destacando que o importante é dar celeridade para votar o projeto e colocar em vigor as regras de profissionalização.  (Fabio Graner e Edna Simão - Valor Online)


Previdência: É hora de debater o modelo
O tema reforma da Previdência amadureceu para uma discussão profunda e abrangente. “Precisamos fugir das mudanças pontuais e pensar mais em tratar do modelo previdenciário que desejamos”, define o Presidente José Ribeiro Pena Neto, com o cuidado de deixar a Previdência Social mais para ser discutida na esfera política e focando mais na urgência do fomento do sistema formado pelos fundos de pensão
A reforma da Previdência não é um tema novo, longe disso, mas se um dia se desejar discuti-lo com a seriedade que merece, e diga-se que este momento parece ter chegado, a posição da Abrapp é claramente no sentido de que o assunto amadureceu para uma discussão profunda e abrangente. “Precisamos fugir das mudanças pontuais e pensar mais em tratar do modelo previdenciário que desejamos”, define o Presidente José Ribeiro Pena Neto, com o cuidado de deixar a Previdência Social mais para ser discutida na esfera política e focando mais na urgência do fomento do sistema formado pelos fundos de pensão.
A reforma da Previdência Social rende notícias quase todos os dias, um lado arguindo com a possibilidade de o déficit alcançar este ano os R$ 133,6 bilhões, enquanto o outro defende o aumento da arrecadação no lugar do corte de despesas. Já o fomento do sistema de fundos de pensão é tema que não rende controvérsias, até mesmo na medida em que não pairam dúvidas quanto aos benefícios que traria em termos de maior proteção para a renda de um maior número de aposentados, recursos crescentes à disposição para investimentos na economia e menor uso de dinheiro do Tesouro para fins da concessão de subsídios.
Solução e não problema
“Visto tudo isso, percebemos claramente que os fundos de pensão alinham-se como solução para alguns dos maiores problemas sociais e econômicos do País”, resume José Ribeiro. Simplesmente não há qualquer motivo aceitável para se adiar esse passo na direção do fomento e consequente incremento da poupança previdenciária, repetindo o que já fizeram tantos países que admiramos, nota ele. No seu entender, não se vai conseguir avançar mesmo sem uma discussão ampla que resulte em uma reforma estrutural, uma vez que não será com pequenos reparos que se irá resolver os problemais atuais.
Nélia Pozzi, Presidente do Sindapp, compartilha dessa visão e sublinha que “o nosso sistema está unido em torno desse sentimento de urgência do fomento”.
Nélia completa: “Os nossos desafios são enormes, pois estamos "concorrendo" com inúmeras prioridades do governo, que tende a colocar nossas demandas num segundo plano. Isto, de certa forma é natural nas circunstâncias em que o país se encontra, mas cabe a nós superar esta dificuldade e inserir na pauta de prioridades as nossas necessidades. Para isto é importantíssimo que estejamos unidos e, principalmente, convergentes em nossas abordagens. Precisamos reforçar as teses importantes para o fomento da previdência complementar, deixando muito claro o que isto trará de efeito positivo para o país. A fundamentação técnica dos nossos argumentos é fator preponderante para que sejamos ouvidos. Uma eventual dispersão de energia e esforços será prejudicial a todos e dificultará ainda mais o trabalho a ser feito”.
Por sua vez, Vitor Paulo Camargo Gonçalves, Presidente do Icss nota que a razão disso é “estarmos não apenas convencidos de que a Previdência estatal precisa ter preservado o seu olhar social, mas também que é igualmente essencial proteger a renda dos trabalhadores que ganham acima do teto do INSS, qualquer que seja ele”.
Sistema competitivo
E o sistema de fundos de pensão tanto mais será fomentado quanto mais competitivo se mostrar, observa Nilton Molina, o representante titular do segmento de patrocinadoras e instituidores no CNPC - Conselho Nacional de Previdência Complementar. Molina é um dos que  mais defendem uma visão integrada do mercado de previdência complementar, respeitadas as particularidades de uma vertente e outra, mas se assegurando uma competição justa, sem regras restritivas. Isto é para  ajudar a garantir um sistema fechado sustentável.
Protagonismo do governo
Definido o fomento do sistema como prioridade, ao mesmo tempo em que entendido que a discussão de um novo modelo previdenciário é algo que muito pode contribuir para que tal objetivo seja atingido, cabe levar o governo Temer a assumir o protagonismo que lhe cabe nesse sentido. Foi nessa direção que trabalhou o Presidente José Ribeiro, ao reunir-se esta semana na SPPC - Secretaria de Políticas de Previdência Complementar, onde o acolhimento foi o melhor possível. Com as autoridades, José Ribeiro insistiu muito na necessidade de o CNPC voltar a reunir-se e ser envolvido nesse debate acerca de um novo modelo.
Ao mesmo tempo em que dialoga com os órgãos técnicos do governo, a Abrapp intensifica os contatos parlamentares e torna-se uma presença constante no Congresso Nacional. Fruto desse trabalho, ganhou evidência  o encaminhamento pela Abrapp, via Câmara dos Deputados, de uma série de propostas de alterações na legislação tributária, todas destinadas a fomentar o crescimento do sistema. As sugestões foram bem acolhidas no meio parlamentar e já tomaram a forma de projetos de lei, apresentados conjuntamente pelos Deputados Goulart (PSD/SP) e Rogério Rosso (Líder do PSD/DF), e que se encontram agora para análise na Comissão de Seguridade Social e Família, aguardando designação de relator.  Apenas um dos projetos,  o PL 5402/2016, já tem relator definido, o Deputado Luiz Carlos Busato (PTB-RS) .
Propostas tributárias
São ao todo 7 projetos agora em tramitação como resultado das propostas feitas pela Abrapp: PL 5396/2016 - Altera o art. 1º da Lei nº 11.053, de 29 de dezembro de 2004, que dispõe sobre a tributação dos planos de benefícios de caráter previdenciário; PL 5397/2016 - Refere-se à apuração do imposto de renda e contribuição social sobre o lucro líquido das pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido; PL 5398/2016 -  Altera a Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988; PL 5399/2016 -  Mexe na Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995.; PL 5400/2016 -Trata do recolhimento da contribuição para o PIS/PASEP com base na folha de salários, à alíquota de 1%, pelas entidades fechadas de previdência complementar; PL 5401/2016- Modifica a Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, para dispor sobre a base de cálculo das contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público - PIS/PASEP e isenção da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social - COFINS para as entidades fechadas de previdência complementar e PL 5402/2016 - Modifica  a Lei nº 8.063, de 11 de maio de 1990, que dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
Em linhas gerais, entre as medidas tributárias preconizadas para fazer crescer a vertente fechada de previdência complementar, estão a extensão do incentivo da dedução fiscal também para quem declara o IR pelo modelo simplificado, estimulo a que também as empresas que declaram pelo lucro presumido patrocinem planos, escolha da tabela do IR pelo participante apenas quando este tiver condições de fazer tal escolha, maior regressividade de aliquotas, aplicando-se a aliquota zero para os recursos acumulados por período superior a quinze anos e dedutibilidade de contribuições aos fundos de pensão sobre a participação em lucros e resultados, além da criação do “Prev-Saúde”, sendo este último  um plano de capitalização administrado pelas entidades para cobertura das mensalidades dos planos de saúde na aposentadoria. (Jorge Wahl - Diário dos Fundos de Pensão)

Mobilização pelo PLP 268/2016 ganha mais tempo
A mobilização em torno do Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 268/2016 ganhou mais fôlego devido às duas semanas em que os deputados terão menos dias para as sessões plenárias, que só funcionarão nas segundas e terças até a próxima semana, por conta das festas juninas em seus estados. O número de deputados também será reduzido devido ao envolvimento com as campanhas municipais.
O líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC/CE), avalia que, com essas ausências, a votação do PLP 268 só entre em pauta na sessão do dia 5 de julho. O ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, responsável pela articulação do governo na Câmara, também confirmou essa informação.
Segundo Geddel, em rápido encontro com as entidades representativas do BB, o foco do governo na próxima semana será a aprovação de uma Medida Provisória que dispõe sobre normas gerais para as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro.
Apesar dessa expectativa de adiamento da votação do PLP 268/2016, a ANABB e demais entidades parceiras continuarão atentas, pois esse tipo de aprovação é imprevisível devido à dinâmica na movimentação de deputados na Câmara. Sendo assim, a qualquer momento, o projeto pode ser colocado em votação na sessão plenária.
De qualquer forma, é preciso aproveitar o tempo extra para intensificação da articulação de todos os parceiros juntos aos parlamentares. Para isso, contamos com os funcionários do BB da ativa e aposentados para que enviem cópia da emenda aos deputados, para que possamos ter êxito nas alterações propostas.
SAIBA COMO PARTICIPAR
Entre em contato com os deputados e líderes da Câmara que residem em sua região e compartilhe a proposta de emenda da ANABB, pois eles estarão por mais tempo em suas bases do que em Brasília nos próximos dias. Além disso, envie sugestões e contate a ANABB por meio do e-mail: virin@anabb.org.br, ou pelo telefone (061) 3442-9661.  (Anabb)

Previc ajusta Instrução que trata da habilitação de dirigentes
Visando o aperfeiçoamento da norma e um maior alinhamento à Resolução CNPC nº 19/2015, a Superintendência Nacional de Previdência Complementar - Previc decidiu promover alterações na Instrução nº 28, de 12 de maio de 2016, que estabelece procedimentos para certificação, habilitação e qualificação dos membros da diretoria-executiva, do conselho fiscal e do conselho deliberativo.
Basicamente as alterações consistem em desvincular a certificação como atributo para habilitação, deixando claro que os dirigentes terão o prazo de um ano, a contar da posse, para obterem certificação, exceto o Administrador Estatutário Tecnicamente Qualificado- AETQ, que deverá ser certificado previamente ao exercício do cargo. Dessa forma, o envio do certificado deixou de ser obrigatório no momento da habilitação, esta que se mantém como requisito condicionante ao exercício no cargo.
Resta à EFPC manter a Previc permanentemente informada dos dirigentes que possuem certificação, pois o quantitativo será levado em consideração para fins de supervisão baseada em risco.  A nova norma foi publicada hoje (dia 23/06) no Diário Oficial da União. (AssCom - Previc)

Análise de projeto para fundos de pensão é adiada
O governo reconhece ser necessário adiar para julho a análise do projeto de responsabilidade dos fundos de pensão de empresas estatais, que cria regras para a nomeação de dirigentes para reduzir as ingerências políticas no patrimônio bilionário das entidades.
Na Câmara, onde tramita a proposta, o quórum de deputados deverá ser baixo próxima semana por causa dos festejos de São Pedro. Diferente de duas semanas atrás, quando o adiamento da votação foi por pressão de participantes dos fundos de pensão (funcionários das estatais), que não concordavam com o projeto.
Uma das prioridades legislativas do presidente interino Michel Temer, o pemedebista prometeu suspender nomeações até a aprovação do texto, que visa dificultar a influência política na indicação de dirigentes e conselheiros. As mudanças afetam fundos de aposentadoria de funcionários de empresas públicas, como Postalis (Correios), Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal).
Não estão previstas sessões do plenário da Câmara até o fim da semana e, na próxima semana, só estão marcadas para a noite de segunda-feira e a manhã de terça-feira. Depois, as votações ficam suspensas também por causa das festas juninas no Nordeste.
O governo já teve grande dificuldade de aprovar medida provisória que autoriza o aumento do capital estrangeiro em companhias aéreas nacionais nesta semana. No caso da MP, contudo, o quórum era de maioria simples - bastava que 257 deputados votassem e que houvesse mais votos a favor da proposta. A emenda que acabou com a restrição de capital estrangeiro foi aprovada, por exemplo, por 199 a 71.
Já o projeto dos fundos de pensão é uma lei complementar, que exige quórum qualificado - pelo menos 257 deputados precisam apoiar o projeto ou ele é rejeitado. A oposição também pretende fazer uma obstrução mais intensa à proposta dos fundos de pensão.
"Vamos avaliar, mas é bem provável que tenhamos dificuldade de quórum e adiemos em mais uma semana", afirmou o líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE). "O importante é que a base está unida e quando colocar em votação a gente aprova", emendou.
A Câmara tende a alterar o projeto sobre os fundos de pensão. Assim, terá que voltar para o Senado, que daria a palavra final. O governo teve que ceder às pressões de deputados e representantes dos trabalhadores. A disputa principal é uma mudança na governança dos fundos de pensão das empresas públicas. Assim, está sendo costurada uma versão para manter a atual formação dos conselhos.   (Raphael Di Cunto e Thiago Resende - Valor Online)

Mobilização permanente na defesa dos direitos dos participantes
Anapar está articulada com parlamentares e diversas entidades, contra o PLP 268/16
Nas últimas semanas e mais intensamente na semana passada, estivemos reunidos com as lideranças de diversos partidos, PT, PC do B, PDT, PSB, PPS e outros, percorrendo gabinetes de dezenas de deputados, firmando a posição dos participantes e assistidos e entregando a Carta Aberta assinada por várias entidades que, juntas, representam mais de 2,5 milhões de trabalhadores.
A bancada do PT está alinhada com as nossas demandas e na defesa dos trabalhadores e trabalhadoras participantes e assistidos de fundos de pensão. Os deputados Erika Kokay, Maria do Rosário, Paulo Teixeira, Ênio Verri, Assis Carvalho, Chico D’Angelo, entre outros, se comprometeram com a defesa da paridade entre patrocinadores e participantes e assistidos em todas as instâncias deliberativas das entidades fechadas de previdência complementar.
Na semana passada, o presidente da Anapar, Antônio Bráulio de Carvalho, esteve em São Paulo em reunião com o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB), com longa trajetória em defesa da previdência social, que igualmente se comprometeu a defender a paridade em todos os órgão colegiados;
A vice-presidente da Anapar, Cláudia Ricaldoni, representou a entidade em encontro com o deputado João Henrique Holanda Caldas – JHC (PSB-AL), nomeado novo relator do PLP 268/16 na Câmara dos Deputados. O parlamentar demonstrou receptividade aos anseios dos participantes e assistidos.
Além disso, houve encontro com o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), em que tentamos demovê-lo da ideia de entregar a gestão dos fundos a diretores vindos do mercado, sem nenhuma vinculação com os patrocinadores, participantes e planos de benefícios. Fomos recebidos pela assessoria do deputado Beto Mansur (PRB-SP), que também demonstrou sensibilidade com as demandas dos participantes.
Em função de toda a mobilização que vem ocorrendo, a votação do PLP 268/16 vem sendo adiada desde a semana passada e acreditamos que nesta semana também não será votado. Permanecemos no Plenário da Câmara até as 22h de ontem (20/06) e temos que continuar acompanhando diariamente, pressionando cada vez mais os deputados, para mantermos a possibilidade de eleição de diretores, com paridade, assim como nos conselhos deliberativo e fiscal.
É fundamental continuarmos encaminhando os e-mails para os deputados, pois entendemos que essa pressão foi crucial para as conquistas que obtivemos até agora. Clique no link “deputado” ao lado, para ter acesso aos contatos.deputado.  (Anapar)

Os ajustes necessários no projeto que regula os fundos
“Proposta contém avanços importantes, mas dificulta o controle do patrimônio pelos verdadeiros donos ao reduzir a representação dos participantes nas diversas instâncias da governança e incluir a figura dos profissionais independentes na administração”
A Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (Anabb), em nome mais de 203 mil participantes e assistidos da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ), constituídos de funcionários da ativa, aposentados e pensionistas do BB, e defendendo o interesse de aproximadamente 800 mil pessoas que dependem da Previ, manifesta-se a respeito do Projeto de Lei Complementar 268/2016, que propõe alterações na governança dos fundos de pensão. A Anabb, ao lado de outras entidades representativas, iniciou mobilização junto aos parlamentares no dia 8 de junho, data em que o projeto seria votado na Câmara dos Deputados, após aprovação no Senado Federal.
O primeiro ponto importante que deve ser esclarecido é que a Anabb não é contra o PLP 268/2016, pois acredita que ele contém avanços importantes para o nosso sistema de previdência complementar. A mobilização busca efetuar ajustes no texto do projeto que contemplem os interesses dos participantes e assistidos da Previ e aperfeiçoar temas polêmicos, especialmente em relação aos dispositivos referentes aos conselheiros independentes e à composição da diretoria executiva.
Caso venha a ser aprovado, na forma como veio do Senado Federal, o PLP 268 perde a boa intenção de resguardar os fundos de pensão.  Os recursos desses fundos, que hoje ultrapassam o montante dos R$ 700 bilhões, são dos participantes e assistidos e o PLP, ao incluir a figura dos profissionais independentes na administração dos fundos de pensão, dificulta o controle da gestão do patrimônio pelos verdadeiros donos. Além disso, reduz a representação dos participantes na administração do fundo nas diversas instâncias da governança (diretoria executiva e nos conselhos deliberativo e fiscal), representando grave retrocesso no que já foi conquistado a duras penas nos últimos anos, especialmente na gestão da Previ.
O posicionamento da Anabb se fundamenta nos resultados apontados pela CPI dos Fundos de Pensão, que reconheceu a forma de governança da Previ como um modelo a ser seguido. Atualmente, a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil possui uma gestão paritária tanto nos conselhos deliberativo e fiscal, quanto na diretoria executiva. Os profissionais que hoje estão na Previ possuem expertise nas áreas em que atuam. Isso tem proporcionado a obtenção dos resultados, reconhecidos pela CPI, que transformaram a Previ, fundada há 112 anos, no maior fundo de pensão da América Latina, com mais de R$ 160 bilhões de ativos.
Além disso, o sucesso na governança da Previ é que todos os dirigentes, indicados pelo patrocinador ou eleitos pelos participantes, têm um forte vínculo e compromisso com a gestão do fundo, pois na prática estão cuidando do patrimônio garantidor do pagamento de benefícios a eles próprios destinados, diferentemente de outros fundos que veem apresentando problemas e que contaram com profissionais do mercado.
A Anabb está articulando junto aos deputados para mostrar a necessidade de o projeto de lei ser debatido, mediante audiências públicas e apresentação de emendas, ouvindo as entidades que representam os participantes de fundos de pensão. Nos dias 14 e 15 de junho, entregamos um manifesto em todos os gabinetes dos parlamentares reforçando o posicionamento de que a experiência exitosa da Previ pode contribuir para o aperfeiçoamento legal da gestão dos fundos de pensão. A Anabb também está mobilizando os funcionários aposentados e da ativa do BB para que sensibilizem os parlamentares de suas bases para que o projeto não seja aprovado em Plenário como está apresentado.
A Anabb já se reuniu com os deputados Sergio Souza (PMDB-PR), Marcus Pestana (PSDB-MG),  JHC (PSB-/AL), Efraim Filho (DEM-PB); Augusto Carvalho (SD-DF) e André Moura (PSC-CE). E acredita que conseguiu importantes vitórias. Muitos deles estão apoiando as sugestões apresentadas pela associação, pois vislumbram a legitimidade e o caráter democrático do que está sendo proposto.
A Anabb possui 30 anos de existência e uma história de representatividade e defesa dos interesses legítimos de funcionários da ativa e aposentados do BB, especialmente nas questões relacionadas à Previ. Com mais essa atuação no Congresso Nacional, estamos lutando para obter um modelo de gestão melhor para os fundos de pensão. Uma gestão mais transparente e profissionalmente realizada é de suma importância para os participantes e assistidos, pois garante segurança do pagamento presente e futuro dos benefícios de milhares de famílias. (Anabb/Congresso em foco)

Raio X: pesquisa mostra o caminho
Só uma intensa participação das associadas pode assegurar um volume de informações suficientes para subsidiar os posicionamentos da Abrapp. E as entidades que participarem receberão em contrapartida um relatório personalizado evidenciando a resposta dada pela entidade de forma comparativa com a média do sistema.
“A Diretoria da Abrapp só pode definir com eficiência as ações a serem desenvolvidas conhecendo bem a realidade vivida pelas associadas e, nesse sentido, estou certo de que a pesquisa Raio X será da maior utilidade, ao fornecer um quadro muito real e com riqueza de detalhes”, observa o Presidente José Ribeiro Pena Neto, da Abrapp, ao sublinhar a sua confiança em uma ampla participação das entidades nessa terceira edição do levantamento.
Trata-se de municiar a Abrapp de informações que lhe ofereçam as bases para um posicionamento adequado nos diferentes fóruns em que atua, assinala José Ribeiro, referindo-se não apenas às negociações com o órgão supervisor, mas também às conversas com os diversos agentes dos mercado e mesmo os parceiros.
Panorama profundo
Foi no último dia 13 que teve início a 3º edição da pesquisa “ O Raio-X dos Fundos de Pensão”, a qual busca traçar um panorama profundo dos fundos de pensão brasileiros. A correspondência dando conta disso  seguiu personalizada para o contato principal na entidade e respectivas secretárias, dela constando usuário e senha exclusivos/individuais de acesso por associada, sem o que não é possível participar.
O objetivo da pesquisa é ter um “retrato” das entidades no Brasil diante do atual cenário econômico nacional e a adaptação às mais recentes mudanças no contexto normativo, no intuito de identificar a adequação da estrutura operacional e de gestão das entidades.
Iniciativa estratégica
“A Pesquisa Raio-X é estratégica para a previdência complementar fechada. Com ela, identificamos dificuldades, tendências, sugestões de aprimoramento e oportunidades vivenciadas pelos fundos de pensão, compondo assim um diagnóstico estrutural do sistema” – afirma Antônio Gazzoni, da Mercer Gama, uma das empresas responsáveis pelo estudo.
Toda a pesquisa foi dividida em módulos, que analisam questões importantes relativas à gestão dos ativos e passivos, aspectos relacionados à governança, fomento e sobre a estrutura de gestão das entidades.  Para facilitar o preenchimento, estes preveem de forma inteligente ajustes automáticos de acordo com cada resposta, pensando justamente na estrutura de planos que cada entidade oferece aos seus participantes e assistidos.  A condução da pesquisa está a cargo das empresas Mercer Gama, Itajubá Investimentos e IBRC – Instituto Ibero-Brasileiro de Relacionamento com o Cliente.
A pesquisa deverá ser preenchida pelas associadas até 1º de julho.  A participação do maior número possível de entidades trará mais assertividade e confiança de que os dados que serão apresentados no 37º Congresso Brasileiro de Fundos de Pensão em setembro evidenciarão a real situação dos fundos de pensão. As associadas que participarem receberão em contrapartida um relatório personalizado evidenciando a resposta dada pela entidade de forma comparativa com a média do sistema.
Dúvidas poderão ser desfeitas e esclarecimentos acerca do preenchimento do questionário obtidos junto ao IBRC, pelo e-mail contato@ibrc.com.br, ou pelo telefone (11) 3372-4080 e também através do canal ABRAPP Atende, pelo  e-mail: abrappatende@abrapp.org.br ou  telefones (11) 3043-8783/8784/8787. (Jorge Wahl - Diário dos Fundos de Pensão)

Inscrição automática: Abrapp pede para ser “amicus curiae”
A Abrapp ingressou na última quarta-feira (15) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) com pedido para figurar como “amicus curiae” na Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) através da qual o Partido Socialismo e Liberdade (Psol) questiona a constitucionalidade da figura da “inscrição automática” nos planos oferecidos aos novos servidores públicos federais. A solicitação da Abrapp é assinada pelos advogados Adacir Reis e Ana Carolina Oliveira (ambos do escritório Reis, Torres, Florêncio, Corrêa e Oliveira Advocacia), Flávio Martins Rodrigues (Bocater, Camargo Costa e Silva, Rodrigues Advogados) e Roberto Eiras Messina (MML - Messina Martins Lencioni Advogados Associados) e foi dirigida ao Ministro Celso de Mello.
Ao Diário, Messina observou que “o pedido para figurar como “amicus curiae é apenas uma primeira manifestação e a ela outras se seguirão, uma vez que nesse momento está em questão apenas a admissibilidade da Abrapp”. Nas  próximas vezes em que se manifestar aí sim a Associação irá se aprofundar, trazer novos elementos doutrinários e jurisprudenciais e relatar  experiências do exterior nessa matéria.
Forte argumento
Mas um forte argumento já figura no pedido da Abrapp ao STF, como a evidenciar desde o início que a figura da “inscrição automática” nem de longe coloca em risco o caráter voluntário da adesão ao plano. Diz o documento da Abrapp: “O dispositivo assegura ao servidor o direito de requerer o cancelamento da sua inscrição e a restituição integral das contribuições vertidas no período de até 90 dias da data da inscrição”.
No entender de Messina, inclusive, “sequer seria exigível uma lei para aprovação da inscrição automática, porque como já demonstrado em diversas oportunidades, até mesmo em artigos publicados, tal mecanismo de forma alguma colide com qualquer princípio estruturante da Previdência Complementar”.
Para Adacir Reis, outro dos patronos do pedido da Abrapp, “a inscrição automática é filosoficamente relevante, já que contribui para a expansão da proteção previdenciária. É constitucional, pois assegura plenamente a facultatividade da vinculação ao plano de previdência complementar. É também processualmente inatacável, tendo em vista que foi criada por conversão de medida provisória, com força de lei, tratando de um mesmo universo temático previdenciário”.
Instituto valorizado
Reis entende que o instituto do “amicus curiae” (“amigo da Corte”) foi valorizado pelo novo Código de Processo Civil, daí a importância de a Abrapp colaborar com elementos técnico-jurídicos para que o STF tenha plena compreensão da questão em debate e suas possíveis repercussões.
Já o também patrono da causa Flávio Martins Rodrigues começa lembrando que “a nossa Constituição  Federal dispõe que o País tem por fundamento “a dignidade da pessoa humana” e os “valores sociais do trabalho” (art. 1º III e IV). E o Regime de Previdência Complementar, previsto no art. 202 da CF, deve ser um instrumento da Ordem Social. O dispositivo da adesão automática vem a maximizar tais valores fundamentais – porque indica a melhor opção protetiva para o servidor público federal –, contudo sem limitar a sua liberdade individual, por conta da expressa reversibilidade dessa presunção jurídica”.
“Outros países”, prossegue Flávio, “como será demonstrado na peça da ABRAPP, têm estabelecido essa forma de incentivo, chamado de “nudge”, um “empurrão” para o lado certo, a partir de uma visão de longo prazo, que nem todos possuem num primeiro momento”.
Valores fundamentais
O documento da Abrapp ao STF mostra que a ADI, ao se colocar contra a “inscrição automática”,  fica contra “valores fundamentais” da Constituição Federal, como “a dignidade da pessoa humana” e os “valores sociais do trabalho”. Afinal, o que a Previdência Complementar faz é maximizar esses fundamentos da CF, ao proteger o trabalhador assegurando a sua renda no momento da  aposentadoria.
Por isso a defesa da “inscrição automática” motiva a Abrapp, que atua nesse caso no interesse não apenas de suas associadas Funpresps (Exe e Jud), mas também de todas as demais filiadas e de  todos quanto reconhecem na Previdência Complementar um extraordinário instrumento de promoção social e econômica e por isso mesmo querem vê-la crescer. (Jorge Wahl - Diário dos Fundos de Pensão)

Editorial: Uma mobilização positiva. Que bom!!!
Nossos cumprimentos a todas as entidades, associações, sindicatos e representações do sistema que mostraram uma excelente mobilização frente ao PLP 268.
Uma batalha inicial foi vencida ao final da última semana.
Uma sensação de alívio frente a pressão inicial do PLP 268 e a distorção de seu objeto inicial foi sentida por todos.
Vamos agora para mais uma etapa de lutas com a consciência de  que a "guerra" em prol do sistema de previdência complementar fechado precisa ser vencida de forma mais ampla e profunda.
Desta forma, a união de propósitos de todos os atores do segmento deve se fortalecer ainda mais nesta frente de atuação (PLP) e, de forma ainda mais estratégica, frente à Medida Provisória 726.
Informar, conscientizar e mudar visões distorcidas sobre o sistema é fundamental para preserva-lo e contribuir ainda mais para garantir sua importância, continuidade e crescimento.
Lembramos que nossa vocação - nosso DNA - é totalmente diferente e distinto da previdência aberta e do segmento de seguros, estes não têm qualquer identidade com a natureza social do segmento de previdência complementar fechada.
Nosso sistema é uma alternativa complementar na busca de uma solução para a Previdência Social de nosso país.  (Antonio Rual - AssPreviSite)


Projeto para fundos de pensão pode ser esvaziado
A proposta que trata da gestão dos fundos de pensão das empresas públicas deve ser esvaziada na votação da Câmara, na próxima semana, assim como aconteceu com o projeto de lei das estatais. Pressionado por funcionários e aposentados das estatais, o relator Marcus Pestana (PSDB-MG) tirou do texto aprovado no Senado a obrigatoriedade para que os conselhos das entidades tenham dois conselheiros independentes, selecionados por empresas especializadas.
Essa era uma das grandes novidades do projeto para os fundos, que hoje têm seis membros no conselho deliberativo (três da patrocinadora e três dos trabalhadores) e quatro no fiscal (dois de cada parte). Pela proposta do Senado, a composição aumentaria para seis em cada um, incluindo os conselheiros independentes.
A posição inicial do relator, balizada pelo Planalto, era manter o texto aprovado pelo Senado e apresentar um projeto paralelo para incluir sugestões da CPI dos fundos de pensão. Mas, diante da mobilização das entidades, Pestana optou por alterar o relatório para evitar que o projeto fosse totalmente desfigurado. Segundo ele, as alterações foram acordadas com o governo.
COMITÊ DE INVESTIMENTO
Ele destacou que o relatório manteve a obrigatoriedade para que toda a diretoria dos fundos de pensão, que hoje é eleita pelo conselho deliberativo, seja composta por profissionais qualificados, selecionada no mercado por empresas especializadas. As entidades, principalmente a Funcef, pressionam para alterar este ponto.
Também foi mantida a vedação às pessoas que, nos últimos 24 meses, tiveram atuação política em cargos na diretoria e conselhos dos fundos de pensão. Depois do mandato, é exigida quarentena de 12 meses para atividades políticas. Ocupantes de cargos públicos não poderão participar dos conselhos de administração nas empresas nas quais os fundos têm participação.
Entre as novidades incluídas pelo relator estão a criação de comitês, com um conselheiro independente, para vigiar os investimentos dos fundos, e uma auditoria interna, com um profissional de fora do quadro.   (GERALDA DOCA  - O Globo)


Governo muda PLP sobre os fundos
O governo cedeu e vai alterar o projeto de Lei de Responsabilidade dos Fundos de Pensão. Está sendo costurada no Congresso Nacional uma proposta que atende, pelo menos em parte, reivindicação dos funcionários de estatais. A disputa principal é uma mudança na governança dos fundos de previdência das empresas públicas, que somam patrimônio de R$ 445 bilhões.
Em reunião com parlamentares ligados a essas entidades e interlocutores do Palácio do Planalto foi desenhado projeto que mantém a atual estrutura dos Conselhos Deliberativo e Fiscal - principais instâncias de um fundo, já que o primeiro é responsável pela política de investimentos e o segundo pelo controle interno. Porém haveria duas novas áreas: o Comitê de Investimento e a Auditoria Interna.
A versão aprovada pelo Senado, e que o governo defendia, altera a formação dos dois principais conselhos, que passariam a ter integrantes independentes, contratados no mercado, e quebrariam a paridade entre trabalhadores e empresa na gestão do fundo. Deputados que participaram da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão e de representantes dos funcionários protestaram.
Uma das prioridades legislativas do presidente interino Michel Temer, o projeto de lei cria novas regras de gestão dessas entidades para diminuir a influência política na indicação de dirigentes e conselheiros. Para tentar ganhar a confiança do mercado, o pemedebista prometeu suspender nomeações até a aprovação do texto. As mudanças afetam fundos de aposentadoria de funcionários de empresas públicas, como Postalis (Correios), Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras) e Funcef (Caixa Econômica Federal).
Pelo acordo que vem sendo fechado, o Conselho Deliberativo continuaria com seis integrantes, sendo três eleitos pelos trabalhadores e três escolhidos pela empresa pública. O Conselho Fiscal também não seria alterado: quatro integrantes - dois de cada lado. Assim, fica mantido o equilíbrio de forças nas decisões mais importantes. Parlamentares contrários à mudança dizem que os "independentes" poderiam votar com tendência favorável à estatal e impedir que os trabalhadores opinassem na gestão do patrimônio.
Relator do projeto na Câmara, o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), explicou que a versão mais atual "preserva o fundamento que é a profissionalização da gestão" e atende aos pedidos de congressistas ligados ao setor, como Sérgio Souza (PMDB-PR) e Efraim Filho (DEM-PB), os dois da cúpula da já concluída CPI dos Fundos na Câmara, além de pressão da Força Sindical e do PPS, que questionavam o projeto do Senado.
Em busca de um consenso, será criado um Comitê de Investimento. Ficaria abaixo dos conselhos, mas teria o poder de avalizar ou até barrar uma operação para aplicar recursos do fundo. Hoje as operações menores - que não representam 5% do patrimônio do fundo - não precisariam passar pelos conselhos e são decididas muitas vezes por um único dirigente. "A melhor forma de combater a corrupção é compartilhar o poder", diz Efraim.
Dos quatro integrantes do grupo, um seria independente. "A ideia é a gestão ser compartilhada entre trabalhadores e a empresa e os investimentos terem uma visão mais profissional", afirma. Sem o aval desse comitê a proposta de investimento terá que passar pelo Conselho Deliberativo.
O projeto prevê que, se não for consensual dentro do comitê, será mais difícil aprovar o investimento. "Qualquer um dos quatro [integrantes do Comitê] pode soprar o apito. Então chama a reunião para avaliar o risco", comparou Pestana. Esse limite de 5% poderá ser alterado. Vai depender de decisão do regulador, o Conselho Nacional de Previdência Complementar.
Também há na proposta a criação de uma área de Auditoria Interna, cujo representante seria escolhido por edital, pela capacidade técnica. Não seria indicado.
O governo quer votar o texto na segunda-feira. A versão relatada por Pestana pode sofrer pequenas mudanças até lá. Como seria diferente em relação ao do Senado, o projeto voltaria para análise dos senadores. Por isso, que deputados estão procurando senadores para ter certeza que a nova versão será aprovada.
"Desenhamos um texto que está praticamente fechado, mas não totalmente. Não podemos sair da Câmara com um texto que pode ser derrubado no Senado e voltaria aquilo que não é o que queremos, acabando com a paridade nos conselhos", disse Souza, que foi relator da CPI dos Fundos. Segundo ele, as negociações com a base do governo permitiram articular um texto "híbrido" que combina o projeto aprovado pelo Senado (PLP 268/16) e o projeto que resultou da CPI, o PLP 274/16.
Souza disse acreditar que será possível votar o substitutivo na Câmara na segunda, embora reconheça que há temas pendentes para votação e a semana legislativa em Brasília será curta em função da festa de São João dia 23, que leva muitos parlamentares do Nordeste, sobretudo, para suas bases eleitorais. Os representantes eleitos nos fundos das estatais consideram que as mudanças que estão sendo negociadas na Câmara melhoraram o projeto do Senado. Mas consideram que o substitutivo que surgiu ainda tem pontos questionáveis. "A tentativa de acordo [na Câmara] é louvável, mas, fundir dois projetos antagônicos {PLPs 268 e 274] não nos atende porque está se criando um monstrinho", disse Claudia Ricaldoni, vice-presidente da Associação Nacional dos Participantes de Fundos de Pensão (Anapar).
Ela afirmou que as entidades dos representantes vão continuar a dialogar com os deputados antes da votação. Segundo Cláudia, o ideal seria aprovar o PLP 274/16 com algumas mudanças. "Melhorou, mas ainda está ruim", afirmou, referindo-se ao substitutivo. Reconheceu que o comitê de investimentos é importante. "O problema é que uma vez decidido o investimento pelo comitê a decisão é terminativa [não pode ser alterada pelo conselho deliberativo]." Afirmou ainda que por esse modelo quem coloca dinheiro nas fundações (patrocinadores e participantes) ficarão sem poder de gestão.   (Thiago Resende, Raphael Di Cunto e Francisco Góes - Valor Online)


Terceirização de volta ao cenário
Governo Temer quer acelerar terceirização de legislação trabalhista
O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que o país precisa "caminhar no rumo da terceirização".
A declaração, feita nesta nesta quinta-feira (16) em evento para empresários e executivos em São Paulo, gerou uma salva de aplausos.
Nas estimativas do ministro, a reforma trabalhista deve ocorrer "junto da reforma da Previdência ou logo depois", mas ambas estão "no horizonte deste ano".
Segundo ele, seria necessário fomentar a produtividade e revisar o sistema educacional para aprimorar a formação da mão de obra.
"Temos que modernizar tecnologicamente nosso processo produtivo, empresarial e empregatício. Temos que formalizar o emprego e caminhar no rumo da terceirização", disse.
Padilha agradou também a plateia ao afirmar que "aquele projeto que está no Senado deve ser votado com alguma rapidez".
O projeto foi aprovado pela Câmara no início do ano passado, permitindo que empresas privadas contratem funcionários terceirizados para qualquer tipo de atividade (leia texto ao lado). O texto desagradava ao governo Dilma Rousseff.
Antes de seguir para o Senado, onde tramita ainda, o texto recebeu alterações como a que esclarecia que podem ser contratadas como terceirizadas cooperativas, empresas individuais, sociedades e fundações.
DE VOLTA À PAUTA
Atendendo a um pedido feito nesta terça-feira (14) por Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros, decidiu retomar os trabalhos da comissão no Senado que avalia a chamada Agenda Brasil –conjunto de propostas apresentadas em agosto de 2015 para a recuperação da economia na gestão de Dilma Rousseff.
A aliados Renan afirmou que poderia reiniciar os trabalhos do grupo ainda nesta semana.
A rediscussão sobre regras de terceirização do trabalho está entre os projetos contemplados na relação a ser abordada, assim como a simplificação de regras para licenciamento ambiental e a Lei de Licitações.
Sobre reforma da Previdência, o ministro disse que já teve seis rodadas de reuniões com as centrais sindicais e representações dos empresários com o objetivo de costurar um consenso.
DIVERGÊNCIAS
O aumento da terceirização é um tema que, devido ao seu potencial de cortar custos, satisfaz o empresariado, especialmente no setor industrial, que já vinha sinalizando sua demanda desde os primeiros dias do governo interino de Michel Temer.
A ideia, porém, descontenta os movimentos sociais, que a consideram um abuso aos direitos trabalhistas.
Os movimentos contrários à medida afirmam que a expansão da terceirização só beneficia o empregador e pode desencadear uma redução dos salários dos trabalhadores ou a precarização dos postos de trabalho.
Para os defensores do projeto, a legislação carece de uma regulamentação mais detalhada porque o conceito de "atividade-fim" é vago e causa divergências até no Judiciário.
E EU COM ISSO?
1- O que a Câmara aprovou no ano passado?
Que empresas privadas podem terceirizar todas as atividades. O projeto ainda não foi votado pelo Senado
2- Como é a regra hoje?
Não há lei em vigor que regulamente a terceirização de atividades, apenas jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, que impede a terceirização de atividades-fim
3- O que são atividade-fim e atividade-meio?
Por exemplo, em uma fábrica de veículos, um metalúrgico tem atividade-fim e um analista de sistema, atividade-meio; já em uma empresa de tecnologia, o analista tem atividade-fim
4- Então banco poderá contratar caixas terceirizados e hospital, enfermeiros?
Sim, se o Senado não mudar o texto. Bastaria que o custo e a qualidade fossem interessantes para o contratante.
Mas a lei trabalhista determina que o profissional da contratada não pode ser subordinado à empresa contratante. O caixa, portanto, não poderá responder a um chefe do banco, mas, sim, a alguém da terceirizadora. Isso pode inibir a terceirização de atividades consideradas cruciais no negócio das empresas.
5- A nova lei vale só para novas contratações?
Não. Os contratos em vigor deverão ser alterados de acordo com as novas regras no prazo de 180 dias após a sanção presidencial da lei
O QUE DIZEM
...QUEM É A FAVOR
> A empresa terceirizada é obrigada a contratar funcionários pela CLT
> Contratação de PJs continua proibida por lei quando visa burlar a CLT
> Conceito de "atividade-fim" é vago e causa divergência até no Judiciário
...QUEM É CONTRA
> Haverá redução de salários e de direitos trabalhistas
> Apenas quem contrata será beneficiado
> Pessoas serão demitidas e recontratadas como pessoa jurídica
> Arrecadação vai cair por causa da sonegação e da informalidade  (JOANA CUNHA e THAIS BILENKY - Folha de S.Paulo)

Abrapp sugere ajustes no PLP 268
A Abrapp, entidade que reúne as entidades fechadas de previdência complementar, considera que o Projeto de Lei 268, que atualmente tramita em regime de urgência na Câmara dos Deputados, tem pontos positivos, mas precisa de correções para evitar retrocessos e a elevação desnecessária dos custos administrativos dos fundos de pensão.
Entre outros, a Abrapp sugere ajustes em pontos como conselheiros independentes, processo de seleção dos dirigentes, mandatos e conflito de competência.
Pontos positivos do relatório da CPI
O presidente da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), José Ribeiro Pena Neto, lembra que a entidade, com base em seu longo histórico de defesa no fortalecimento do sistema, considera fundamental que se façam ajustes no PLP 268, que trata principalmente da governança dos fundos de pensão: “Para isso, é importante levar em conta o relatório propositivo da CPI dos Fundos de Pensão, da Câmara, que contempla com propriedade os avanços no processo de governança do setor.”
Para a Abrapp, o relatório final da CPI apresenta soluções legislativas efetivas para a evolução do sistema. O texto reconheceu, por exemplo, que o vínculo prévio do dirigente com o plano de previdência é positivo, pois a razão da existência do fundo de pensão é pagar aposentadoria para seus próprios associados.
Conselheiros independentes
“Os participantes são os maiores interessados  na boa gestão de sua entidade”, afirma José Ribeiro Pena Neto. “O PLP 268, apesar de conter pontos positivos, vai no sentido oposto, pois parte da premissa de que é indispensável que uma parte dos conselheiros não tenha qualquer vínculo com o plano previdenciário nem com a patrocinadora”.
Com esse pressuposto, na avaliação do presidente da Abrapp, “o PLP 268 rompe com o princípio da autogestão – que é o que justifica a existência das entidades fechadas de previdência complementar – e passa a exigir a contratação de conselheiros independentes, pretensamente para ‘profissionalizar’ os conselhos”.
Na análise do presidente da Abrapp, a exigência da contratação de conselheiros independentes, além de diminuir a representação dos participantes e assistidos nos órgãos de governança das entidades, conquista garantida pelo § 6º, do art. 202 da Constituição Federal, “parece desconhecer que a atual base legal e normativa já requer um alto grau de preparo e qualificação técnica desse integrante dos colegiados, uma vez que dele se exige ‘comprovada experiência no exercício de atividade na área financeira, administrativa, contábil, jurídica, de fiscalização, atuarial ou de auditoria’ (Lei Complementar 108/2011), devidamente certificada por uma instituição autônoma e com capacidade técnica reconhecida pela PREVIC (Resolução CNPC 19/2015)”.
Processo de seleção de dirigentes
A obrigatoriedade de processo seletivo de conselheiros por empresa especializada, conforme determina o PLP 268, ao privilegiar a contratação de profissionais no mercado sem qualquer vinculação com os planos, não garante que serão seguidos os procedimentos mais éticos, avalia a Abrapp.
Além disso, lembra o presidente da entidade, “na outra ponta, significa o não aproveitamento de profissionais que, vindos da patrocinadora ou do corpo de participantes, somam o talento ao conhecimento aprofundado que têm da entidade e dos planos que administram”.
Assim como no caso dos conselheiros, a atual legislação já exige dos diretores qualificação, experiência e certificação. José Ribeiro diz que o PLP 268 estabelece que toda diretoria executiva de entidade com patrocínio estatal seja recrutada por meio de empresa de seleção de executivos. Segundo ele, já existem entidades que adotam esse método de recrutamento no mercado e há outras, como aquelas cujas patrocinadoras são do sistema financeiro, que possuem em seus quadros executivos experientes e qualificados para a boa gestão dos seus fundos de pensão.
Portanto, afirma o presidente da Abrapp, dada a heterogeneidade do setor, “não parece razoável a lei engessar todas as entidades em uma mesma sistemática, pois tal imposição pode gerar custos desnecessários e afrontar a boa governança já comprovada em várias entidades”.
Mandatos e visão de curto prazo
Outro ponto que requer atenção, segundo a Abrapp, é o fato de o projeto estabelecer que os diretores das entidades devam ser contratados por dois anos, tempo insuficiente para a gestão de planos de benefícios cujo ciclo se estende por décadas. “Entendemos que tal mandato deve ser de quatro anos, com livre recondução. Caso contrário, corre-se grande risco de o executivo calibrar as suas ações para que rendam os melhores resultados no curto prazo, porém trazendo consequências negativas no médio ou longo prazo”, afirma José Ribeiro Pena Neto.
Ele considera que, sem estar ligado à organização e sem compromisso com os participantes ou com a patrocinadora, “o contratado pode colocar todo o foco na performance de curto prazo, negligenciando a necessária cobertura dos benefícios que se estenderão por longos anos”.
Proibição aos profissionais que ocupam cargos de confiança
Para a Abrapp, outro exemplo de regra inadequada no PLP 268 é a que estabelece a proibição de conselheiros que ocupem cargos de confiança na patrocinadora ou no governo que a controla. Essa medida, segundo a entidade, impedirá que profissionais experientes, participantes do plano, contribuam com seu conhecimento para o bom funcionamento dos conselhos.
Conflito de competência na supervisão dos fundos de pensão
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar, Previc, recebeu da Lei Complementar nº 109 a missão de fazer a fiscalização dos fundos de pensão. Tem, assim, legalmente a tarefa de supervisioná-los e de zelar por eles. De acordo com a Abrapp, a Previc, como resultado dos anos de consolidação, evoluiu muito em termos de qualificação institucional e profissional, e dessa forma tem todas as condições para exercer a missão especializada que a LC 109 e todas as normas subsequentes reconhecem como tarefa dela.
Segundo José Ribeiro Pena Neto, a legitimação dos Tribunais de Contas para fiscalização das entidades fechadas de previdência complementar “cria notório conflito de competência. As entidades deverão obedecer qual orientação, quando forem de ordem diversa e conflitante?”.
Mais ainda, reforça o presidente da Abrapp, a duplicidade de funções entre Previc e Tribunais de Contas “gera desperdício de recursos orçamentários, ofendendo o princípio da economicidade, além de causar grande insegurança jurídica com possíveis decisões contraditórias”.
A análise de José Ribeiro Pena Neto é que, no lugar de repartir tarefas com outros órgãos (TCU e TCEs), a Previc precisa ser fortalecida: “E o passo mais importante nesse sentido, algo que já foi proposto no relatório da CPI, é sua transformação efetiva em órgão de Estado, e não mais de governo, como acontece hoje”.
Ele garante que a Previc alcançará a estabilidade de órgão de Estado “no dia em que puder contar com orçamento próprio e seus diretores tiverem claro mandato definido no tempo”.
Pela boa governança dos fundos de pensão
A par dessa análise e considerações, a Abrapp garante também que continua em seu esforço de aprimorar continuamente a governança dos fundos de pensão. Nesse sentido apoiou intensamente a atividade da CPI, reconhecendo a excelência de suas propostas.
A entidade assegura também que continua à disposição dos parlamentares “com o objetivo de esclarecer sobre as possibilidades e os riscos das escolhas que temos hoje que fazer”.  Segs)


Anapar: Mobilização garante mais prazo para votação
Um expressivo número de participantes de fundos de pensão ligados a diversas entidades estiveram na segunda-feira (14/6), na Câmara dos Deputados, fazendo um corpo a corpo com os deputados, demonstrando  posicionamento contrário ao PLP 268/16, que, em linhas gerais, retira do participante o direito de gerir seus próprios recursos.
A  ANAPAR, a ABRAPP e diversas entidades representativas de participantes (FENAE, CONTRAF, ANABB, etc.) também se reuniram com líderes de diversos partidos e com o relator do projeto. Diante da mobilização, garantimos o adiamento da votação do projeto de lei para a próxima semana, provavelmente na segunda-feira (20/6). Até essa data estaremos intensificando os contatos com os líderes partidários, defendendo o atual modelo de paridade na gestão das entidades de previdência complementar.
É importante mantermos a pressão nos parlamentares, que confirmaram o recebimento dos nossos e-mails contra o PLP 268/16. Continuem enviando os e-mails aos deputados dos seus estados e mobilizando os companheiros.
Encaminhem o texto que sugerimos nos e-mails:
“Senhor Deputado (Senhora Deputada),
Sou participante de fundo de pensão, assim como outros mais de 3 milhões de brasileiros. Somos contra a aprovação do PLP 268, porque ele reduz drasticamente nosso poder de fiscalização e de gestão sobre o patrimônio acumulado durante toda a vida de trabalho e que deve garantir nossa aposentadoria. Se arcamos com a metade das contribuições, também deve ser nosso direito eleger a metade dos dirigentes de nossas entidades de previdência.
O PLP 268 pretende entregar a agentes do mercado financeiro a administração do nosso patrimônio. Isto coloca em risco nossas reservas. Passar as decisões sobre nossos recursos para pessoas não têm nenhuma relação com o fundo de pensão pode comprometer nosso complemento da aposentadoria.
Reivindicamos que seja mantida a paridade na gestão dos fundos de pensão, a eleição direta de metade dos conselheiros deliberativos e fiscais pelos participantes e que seja ampliada a paridade para a diretoria executiva. Queremos também o fim do voto de qualidade nos conselhos dos fundos.”  (Anapar)


Modelo atual de saúde privilegia gastos
Só é possível mudar o sistema de remuneração dos serviços de saúde com a alteração de um modelo em que quanto mais se gasta, mais se ganha, e que privilegia o atendimento imediato em detrimento do cuidado contínuo, além de não pensar a saúde de forma integral.
Essa é a conclusão da mesa sobre novos modelos de assistência e remuneração que encerrou a programação do 3º Fórum A Saúde do Brasil, realizado pela Folha, Interfarma e Unimed.
"Estamos discutindo como fazer boa medicina para promover menos desgraças", disse Gonzalo Vecina Neto, professor da Faculdade de Saúde Pública da USP.
Para ele, um novo modelo, voltado a promoção, proteção e prevenção, só é possível com uma nova divisão do trabalho médico.
"O atendimento domiciliar não está dando certo aqui porque se tornou uma batalha corporativista: o médico tem que ser o responsável por tudo, mas há coisas que podem ser assumidas por enfermeiros, cuidadores", afirmou o professor. Uma nova divisão do trabalho é, para ele, uma forma não só de repensar o modelo de remuneração, mas de acolher melhor a população.
A criação de novos modelos exige uma visão e organização sistêmicas, em que as diversas áreas ajam de forma integrada. "Atualmente, o atendimento dos pacientes é feito de forma fragmentada, criando redundância, desperdícios e custos", afirma Walter Cintra Ferreira Junior, coordenador da especialização em administração hospitalar e de sistemas de saúde da FGV-SP.
Um dos nós da assistência, segundo Ferreira Junior, é o fato de o modelo estar organizado em cima de hospitais, que se tornam a única porta de entrada no sistema de saúde.
Com um sistema de remuneração que privilegia os gastos (com médicos, exames, internações, procedimentos), o custo da saúde tende a ficar insustentável.
"O paciente também precisa ter acesso a informações para dar valor a outros modelos de financiamento, que privilegiam os resultados, não os gastos, não a tecnologia de alto custo", disse o professor da FGV.
MODELO ANTIGO
O modelo atual foi organizado há pelo menos 60 anos, segundo Martha Oliveira, diretora de Desenvolvimento da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar), quando as características da população eram muito diferentes.
"O sistema de saúde é como uma grande sala de emergência aberta", diz Oliveira. Esse tipo de assistência não responde mais às necessidades de um país com população que está envelhecendo e onde as doenças crônicas crescem e as infecciosas diminuem.
No diagnóstico de Oliveira, para uma mudança de modelo, é preciso acesso à informação, discussão sobre como medir e remunerar a qualidade dos serviços, e não a quantidade.
"O modelo atual tem alto custo e baixa eficiência", afirmou a diretora da ANS.
Discutir a remuneração dos médicos ("Muitos consideram isso uma heresia", disse Vecina Neto) é outra consequência da mudança no modelo de atendimento.
"Não vou discutir se o médico ganha muito ou pouco, mas como está ganhando. É pelo maior volume de procedimentos, não para cuidar do paciente", disse Oliveira.
As mudanças só virão se houver disposição da sociedade. "A sociedade quer algo diferente sem pagar mais, precisa ter acesso às informações para pode saber o quê e como mudar", afirmou Vecina Neto.
Já há algum movimento em direção a mudanças, contou Oliveira, citando os grupos de trabalho formados pela ANS e pelas operadoras, como os projetos Parto Adequado, para estimular o parto normal, e Idoso Bem Cuidado, que prioriza a assistência contínua no lugar da emergencial.
"As mudanças na saúde suplementar estão começando porque os consumidores não estão conseguindo pagar. Quando aperta no bolso tem que mudar. No SUS, a questão é mais complexa. Temos que discutir o que é possível dar, para quem dar e de que maneira", disse Vecina Neto. (IARA BIDERMAN - Folhapress)


Entidades conseguem postergar a votação do PLP
Nesta terça-feira, 14 de junho, dirigentes da ANABB, FAABB e AAFBB, entre outras entidades, continuaram em mobilização na Câmara dos Deputados para convencer parlamentares e líderes de partidos quanto aos problemas que podem surgir com a aprovação do Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 268/2016. A ANABB foi representada pelo presidente Reinaldo Fujimoto, pelo vice-presidente Administrativo e Financeiro, José Branisso, e pelo vice-presidente de Relações Institucionais, João Botelho. A FAABB foi representada pela presidente Isa Musa e a AAFBB, por sua presidente Célia Larichia. O projeto propõe alterações na governança dos fundos de pensão, representando grave retrocesso no que já foi conquistado nos últimos anos relativamente à gestão da Previ.
Os dirigentes das entidades foram recebidos pelo deputado federal Sergio Souza (PMDB/PR), que foi relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos fundos de pensão. Na ocasião, entregaram um manifesto em que apresentam posicionamento sobre o PLP nº 268/2016 e argumentaram sobre a necessidade do projeto de lei ser debatido, mediante audiências públicas e apresentação de emendas, ouvindo as entidades que representam os participantes de fundos de pensão.  O parlamentar foi receptivo, demonstrou apoio à causa dos dirigentes e enfatizou que “tem feito trabalho com os demais deputados, pois esta é a oportunidade de propor alterações, fazendo com que o projeto retorne para votação no Senado”.
Como forma de apoio, o deputado Sérgio Souza, atendendo a proposta da ANABB, intermediou um encontro entre os dirigentes das entidades, os líderes dos partidos da base aliada e o ministro da Secretaria do Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que aconteceu no gabinete da liderança do governo. Nessa reunião, participaram os presidentes da ANABB e da ANAPAR e o diretor jurídico da ABRAPP que expuseram prioridades e encaminhamentos sobre o PLP nº 268/2016, previsto para entrar em votação nesta terça-feira. Segundo a assessoria do deputado André Moura (PSC/SE), líder do governo, essas entidades conseguiram um feito inédito: participar de uma reunião com todos os líderes do governo juntamente com o ministro Geddel para defender uma causa.
De acordo com o presidente da ANABB, Reinaldo Fujimoto, o espaço aberto pelo deputado Sérgio Souza foi muito importante. “Conseguimos defender a forma de governança da Previ com a manutenção da paridade. Estamos lutando para que o assunto seja aprofundado, envolvendo todas as entidades de fundos de pensão e melhorando a governança dos fundos”, destacou Fuji.
A mobilização com os parlamentares continuou e os dirigentes das entidades foram recebidos pelo deputado Marcos Pestana (PSDB / MG), relator do PLP nº 268/2016. Na reunião, o deputado mineiro informou que o governo estava inflexível em seu posicionamento para aprovar o projeto sem alterações na sessão plenária desta terça-feira.  Porém, ao longo da reunião, o deputado se mostrou sensível aos argumentos das entidades, que passaram o dia em mobilização na Câmara dos Deputados para postergar a aprovação do PLP 268/2016.
Graças a mobilização das entidades e ao apoio dos parlamentares, foi feito um acordo entre os líderes do governo e o relator da matéria para que o projeto entre em pauta na sessão da próxima segunda-feira, 20 de junho.  A ANABB acredita que essa é mais uma vitória e que os associados devem continuar a mobilização junto aos deputados federais em seus estados.  (Anabb)

Governança: Câmara debate o melhor caminho
Alertados para os equívocos cometidos pelo PLP 268, oriundo do Senado, os deputados discutem os melhores caminhos. Acredita José Ribeiro Pena Neto, Presidente da Abrapp, que seria algo a lamentar caso o projeto saído da CPI da Câmara, resultado de um intenso trabalho desenvolvido com muita técnica ao longo de 8 meses, fosse atropelado pelo texto do Senado.
A semana passada terminou com a quase certeza de que o PLP 268, originado do Senado e que trata da governança dos fundos de pensão, seria votado nesta terça-feira (14) na Câmara, onde tramita em regime de urgência. Segunda-feira, porém,  foi um dia de intensas negociações e em função delas a previsão de votação ontem pelos deputados pode confirmar-se ou não, tal a reação aos equívocos contidos no projeto.
O Presidente da Abrapp, José Ribeiro Pena Neto, vem lembrando em diversos momentos nos últimos dias que o PLP 274, fruto do intenso e aprofundado trabalho desenvolvido na Câmara pela CPI dos Fundos de Pensão, atende melhor, entre outras razões, por propor a instalação de comitês de investimento, sugerir o funcionamento de uma auditoria interna  e favorecer a qualificação dos dirigentes através da certificação e do vínculo com as entidades de que participam. A seu ver a indicação de executivos alheios às EFPCs seria um desserviço.
Acredita José Ribeiro que seria uma pena caso o projeto saído da CPI, resultado de um intenso trabalho desenvolvido com muita técnica ao longo de 8 meses, fosse atropelado pelo texto do Senado.
Documento é levado aos parlamentares e ao Planalto
Ao menos 2 medidas provisórias e 1 projeto de lei do Poder Executivo ameaçam trancar a pauta, determinando o adiamento da votação dos projetos voltados para os fundos de pensão, mas a essa altura a reação aos equívocos contidos no PLP do Senado parece se colocar com um obstáculo ainda maior a votação ontem. Na última sexta-feira (10) a Abrapp os apontava em documento que no final do dia já se encontrava em poder do Presidente da CPI, o deputado Efraim Filho (DEM-PB), e do Relator, deputado Sérgio Souza (PMDB-PR).
Na segunda-feira o documento em que a Abrapp aponta os equívocos do PLP do Senado chegou no início do dia à Secretaria de Governo (Palácio do Planalto),  circulando depois pelas lideranças partidárias e por deputados que se encontravam na Casa, informou a assessora parlamentar, Tarciana Xavier.
Por outro lado, a Abrapp foi convidada pelo Relator do PLP 268 na Câmara, Deputado Marcus Pestana (PSDB-MG), a participar de uma reunião que se realizaria ontem no gabinete da Liderança do PSDB, quando a Associação teve mais uma vez a oportunidade de se posicionar e oferecer as suas sugestões.
“A Abrapp participa ativamente”, resume o Diretor Dante Scolari, para quem todo esse esforço é fundamental para que se corrija os equívocos e se preserve os acertos, entre estes últimos alguns conseguidos exatamente pela intervenção da Abrapp ainda no Senado. No entender de Dante, um ponto particularmente importante é que “as nossas entidades fechadas tenham conservada a sua autonomia de gestão, podendo escolher o melhor caminho à luz de seu perfil e necessidades”. (Jorge Wahl - Diário dos Fundos de Pensão


A Previdência Complementar Fechada é a solução e não o problema
A previdência complementar fechada muito conseguiu avançar no Brasil e o seu potencial é enorme. Por isso mesmo,  para não perdermos as conquistas obtidas e tampouco a chance de concretizarmos as oportunidades que temos à frente,  e que precisamos tomar tanto cuidado com os passos que damos no presente para não sacrificarmos o futuro. Até porque não temos dúvida de que os fundos de pensão fazem parte da resposta para os problemas que o País enfrenta hoje,  algo a recomendar ainda mais prudência com as escolhas que fazemos agora.
A previdência complementar fechada faz parte da solução,  conforme mostra a experiência brasileira e a de tantas nações que merecem nosso especial respeito e admiração.  Aos olhos dos especialistas tornou- se há muito absolutamente claro que o mais exitoso dos modelos previdenciários e o que une o  pilar básico a vertente complementar e,  mais adiante, a iniciativa de natureza individual.
Essa vertente complementar tem como uma de suas principais marcas os longos ciclos de tempo,  algo obviamente ainda mais importante em um País acostumado a pensar no curto prazo. Da mesma maneira e por iguais razões,  o regime de capitalização utilizado pelos fundos de pensão é uma grande alternativa para um Brasil tão carente de poupança interna. Em resumo,  estamos falando de um casamento que tem tudo para dar certo: a poupança previdenciária das EFPCs fornecendo as tão indispensáveis reservas capazes de garantir tanto a renda do aposentado,  tirando um pouco da pressão sobre o INSS,  quanto os investimentos que tornam a economia mais próspera.
Por isso mesmo é tão fundamental não confundir os fundos de pensão com alternativas de curto prazo cujos produtos estão voltados muito mais para alavancar o consumo e ganhos financeiros.  As EFPCs existem para atender aos objetivos de natureza previdenciária,  favorecendo o pleno exercício da cidadania na aposentadoria. Com isso estarão protegidos o trabalhador e a sua família.
Tudo isso significa dizer que,  nesta hora em que se discutem as reformas e as estruturas de ministérios, a previdência complementar fechada precisa antes de tudo ser compreendida,  reconhecida,  respeitada e valorizada.
(José Ribeiro Pena Neto - Diretor Presidente da Abrapp)

Editorial “Transformando ameaças em oportunidades: é possível?”
De um lado, sob a alegação de profissionalização da governança, avança rapidamente o PLP 268/2016, frente ao qual nossas instituições e nossos especialistas se posicionam e atuam para mostrar as consequências indesejáveis sob diversos aspectos para a governança e gestão dos fundos de pensão, destacando-se os posicionamento e ações da ABRAPP e ANAPAR, além dos posicionamentos de distintos e destacados nomes do nosso sistema, envolvendo especialistas e brilhantes advogados estudiosos do segmento.
De outro, não menos relevante e, talvez, muito mais estratégico, encontramos a ameaça sistêmica advinda da ação precipitada, de visão equivocada e até mesmo de interesse muito mais financeiro do que a preservação da relevância e importância social da previdência complementar fechada, surgiu a proposta para a desqualificação do segmento contida na MP 726 de 12 de maio de 2016.  Em resposta a esta, alguns comentários, análises e apontamentos também foram tornados públicos pela ABRAPP, ANAPAR e especialistas.  Porém, esclarecimentos, alertas, recomendações e ações objetivas diretas e contrárias à dissociação da previdência complementar fechada da previdência social e a sua vinculação à Fazenda – com eventual fusão entre a PREVIC e a SUSEP, a título de “fortalecimento” do órgão de fiscalização – se fazem prementes e de maior contundência, antes que a desqualificação do segmento seja perpetuada e suas consequências irreversíveis.
Frente a tais ameaças, nossa visão é de que nosso DNA é totalmente diferente e distinto da previdência aberta e do segmento de seguros (ambos com a característica de produtos financeiros comercializados em mercados próprios e de grande interesse comercial, sendo inclusive regulados). Além do que, estes produtos financeiros e de proteção individual abrangem interesses de lucro e resultados para o segmento financeiro de nosso país – o que não é errado, mas que, sem sombra de dúvidas, não têm qualquer identidade com a natureza social do segmento de previdência complementar fechada.
Este sim, sob o amparo constitucional e o guarda-chuva jurídico das leis 108 e 109, tem uma história de sucesso para seus participantes, reconhecimento das instituições da sua contribuição previdenciária e social para estes, sem objetivos de lucro das instituições – sem, contudo, torná-las menos eficientes – mas de preservação e valorização do patrimônio acumulado com contribuições dos participantes e de empresas (privadas e estatais), com investimentos que visam um retorno incremental de um patrimônio capaz de pagar os benefícios a serem usufruídos pelos participantes quando da sua aposentadoria.
A busca da melhor governança das instituições e a preservação das garantias de sucesso na gestão do patrimônio dos participantes e do pagamento dos seus benefícios tem sido objeto de constante processo de aprimoramento e de busca daquilo que de melhor possa ser praticado no sistema.  Desvios pontuais têm sido objeto de ações cada vez mais contundentes e profícuas para sanar o segmento destas ocorrências. Nosso órgão de monitoramento e supervisão do sistema – a PREVIC – é incansável neste processo.  O aprimoramento do sistema é constante, evolutivo e moderno.
Nesse sentido, entendendo que o momento político tem imposto à sociedade um conjunto de medidas que objetivam aperfeiçoamento, eficiência e resultado de curto prazo, seria mais coerente que essas duas ameaças fossem, de fato, ajustadas àqueles objetivos e, dessa forma, transformadas em oportunidades.
No primeiro caso, o PLP 274/2016 foi uma relevante contribuição da CPI dos Fundos de Pensão para o Sistema. Além de abordar os principais pontos tratados pelo PLP 268/2016, aquele projeto de lei – com pontuais aperfeiçoamentos já sugeridos pelas representações do Sistema e sem os equívocos e falhas evidenciados no PLP 268/2016 – ofereceria resposta mais adequada e poderia substituir o PLP 268/2016, atingindo os mesmos objetivos e se caracterizando, efetivamente, como um novo marco regulatório.
Quanto à segunda situação, a única forma de harmonizar a incompatibilidade entre a ordem social constitucionalmente prevista para a previdência social e a ordem econômica da Fazenda, seria por meio da preservação da essência previdenciária de todas as suas modalidades, independentemente do órgão ao qual o assunto esteja vinculado. Assim, seria muito mais compreensível e adequado, por exemplo, que a fusão entre a PREVIC e a SUSEP fosse substituída pela manutenção de ambas as autarquias, fortalecendo-as e resgatando as suas vocações originais. Dessa forma, a PREVIC deveria cuidar da supervisão e fiscalização da previdência complementar aberta e fechada – exatamente como prevê a Lei Complementar 109/2001 – e à SUSEP ficariam vinculados os assuntos relativos a seguros e capitalização. Seria a oportunidade de implantarmos o nosso DNA no segmento aberto de previdência complementar, trazendo ao mesmo maior utilidade e convergência às expectativas sociais, sem comprometer a sua finalidade lucrativa.
Assim, fazemos coro com todos que compartilham desta visão, ação, e propósito em busca da preservação e aprimoramento do segmento.  Porém não compartilhamos, neste momento e com as características e argumentos apresentados, na preservação e implementação dos propósitos contidos na MP 726 e de vários aspectos do PLP 268/2016.  Convidamos a todos nossos leitores para uma reflexão: se contrários ao nosso posicionamento, que exponham suas posições.  Mas se de acordo, que venham a somar com seus comentários e se alinhem conosco em defesa da previdência complementar fechada do nosso país frente a tais ameaças.  (Antonio Rual -  AssPreviSite)


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