Acesso liberado
aos clippins nos horários normais através do portal
em razão
dos problemas com a remessa
e recebimento
de e-mails
AssPreviSite
Unidas:Curso
de Gestão em OPME
Dias 23 e 24 de maio, das
9h às 17h30
Local:Alameda Santos, 1000
Cerqueira César -
São Paulo/ UNIDAS NACIONAL
Ministrado por Andréa
Bergamini
OBJETIVO EDUCACIONAL
As OPMEs, atualmente, representam
um dos componentes que levam à discussões comerciais e técnicas
entre as partes envolvidas no processo, tanto na Saúde Pública
quanto na Saúde Suplementar. Diante da complexidade que envolve
o tema, cada vez mais se torna imprescindível a apresentação
deste mercado para o setor saúde para ajudar na tomada de decisão.
O mercado de OPMEs apresenta as seguintes características: deficiência
na padronização de nomenclatura; inexistência de referencial
de preços; insuficiência sobre as indicações
de uso e fragilidades nos mecanismos de aquisição e controle.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
O objetivo deste curso é
contribuir com a qualificação aos profissionais que atuam
no setor saúde, de forma integrada. Uma das ações
necessárias para enfrentar a problemática do crescente custo
das OPMEs no País, e utilização desnecessária
destes produtos certamente é a capacitação e formação
continuada das equipes multiprofissionais que atuam no setor saúde.
METODOLOGIA DE ENSINO
Aulas presenciais com apresentação
oral, apresentação de vídeos e oficina de casos práticos.
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
(carga horária: 16 horas)
- Contextualizando
o OPME
- Impactos do OPME
nos Custos Assistenciais
- Características
do mercado
- Regulamentações
Importantes
- Cenário Atual
- Estratégias
de Auditoria
- Incorporação
de Novas Tecnologias
- Judicialização
- Auditoria em OPME
nas diferentes especialidades: Cardiologia, Neurointervenção,
Ortopedia, Endovascular
- Análise técnica
e elaboração de pareceres
PÚBLICO-ALVO
Médicos, Enfermeiros
e Farmacêuticos Auditores, Administradores, Profissionais Compradores,
Membros de equipes de Cadastramento, Faturamento, Atendimento e Auditoria
em Saúde de Hospitais, Clínicas, Operadoras e demais profissionais
envolvidos com OPME
INFORMAÇÕES
E INSCRIÇÕES
UNIDAS NACIONAL | www.unidas.org.br
treinamento@unidas.org.br
| (11) 3289.0855 (Unidas/AssPreviSite)
FenaSaúde:
4º Workshop de Regulação e Análise de Impacto
Regulatório
Liberdade econômica,
eficiência regulatória e sustentabilidade econômica
serão debatidos no 4º Workshop da FenaSaúde
Como a regulação
impacta os planos de saúde e como a liberdade econômica promove
o desenvolvimento dos mercados serão temas abordados
O 4º Workshop de Regulação
e Análise de Impacto Regulatório da FenaSaúde será
mais uma oportunidade para se discutir o modelo econômico desejável
para o Brasil. Liberdade econômica ou intervenção?
É possível a existência harmônica e produtiva
dos dois modelos? É importante destacar que, entre os indicadores
de liberdade econômica, calculados por organismos internacionais,
o país aparece nas piores posições em comparação
a outras nações. Para se ter ideia, no ranking da Heritage
Foundation deste ano, o Brasil aparece na posição 150ª
entre as 186 nações avaliadas – atrás de países
como Paraguai, México e Uruguai. Esta posição faz
do Brasil ser categorizado como um país pouco livre.
Liberdade Econômica
e Regulação
Para estimular o debate,
José Luiz Carvalho, PhD em Economia pela Universidade de Chicago,
apresentará suas ponderações durante o primeiro painel
do evento, ‘Liberdade Econômica e Regulação’. Qual
o impacto da ausência de liberdade para o desenvolvimento e a eficiência
dos mercados? Como a eficiência regulatória, um dos quatro
componentes da liberdade econômica, pode ser aprimorada?
Nesse contexto, Carvalho
trará para sua apresentação alguns questionamentos
em relação ao tema, qual sua importância para o desenvolvimento
e como esta se relaciona com a regulação? Quais aspectos
da atividade devem ser executados preferencialmente pelo setor privado
e quais atividades devem ser executados pelo setor público? Como
definir liberdade econômica.
Um dos participantes desse
painel, Gustavo Binenbojm, professor de Direito da UERJ, esquentará
o debate com duas perguntas pertinentes – é possível evitar
a criação de regras que possam inibir o empreendedorismo,
a inovação, a livre competição e o avanço
da produtividade? O que é possível melhorar com uma legislação
de liberdade econômica?
Em sua participação
nos debates do painel ‘Liberdade Econômica e Regulação’
Leandro Fonseca, diretor presidente da Agência Nacional de Saúde
Suplementar (ANS), responderá como compatibilizar a regulação
de mercados com a orientação liberal das políticas
econômicas tanto no Executivo quanto no Legislativo. Outro ponto
a ser discutido por ele é como a ANS enxerga a evolução
da regulação do mercado e como desenvolver uma agenda regulatória
que compatibilize o interesse dos consumidores com o dos operadores e dos
provedores em um ambiente de maior liberdade econômica.
Acesso ao Sistema de Saúde
Suplementar e Sustentabilidade Econômica
Este será tema do
segundo painel do 4º Workshop de Regulação e Análise
de Impacto Regulatório, com a abordagem de como a regulação
pode reposicionar os incentivos para que o mercado evolua. Rogério
Scarabel, diretor de Produtos da ANS, palestrará sobre como o setor,
que atende 25% da população brasileira, pode aumentar a escala
e diluir custos e como demandas crescentes de incorporação
e avaliação de custo-efetividade impacta o reajuste dos planos
de saúde.
Flávio Bitter, diretor
gerente da Bradesco Saúde, um dos debatedores do painel, abordará
a questão de como enfrentar o desafio da evolução
dos custos acima da inflação e da capacidade da população
e quais mudanças deveriam nortear a regulação dos
preços e dos reajustes. Na sequência, Luiz Celso Dias Lopes,
diretor técnico Corporativo do Grupo NotreDame Intermédica,
palestrará sobre como aprofundar a liberdade do mercado na formatação
de novos produtos com coparticipação, franquia e alteração
das redes de serviços e quais mudanças deveriam nortear a
regulação dos preços e reajustes.
O alinhamento da ANS com
as melhores práticas de Análise de Impacto Regulatório
Será o tema da palestra
de Rodrigo Aguiar, diretor de Desenvolvimento Setorial da ANS, que mostrará
o aperfeiçoamento do processo regulatório no âmbito
da agência; motivação e a evolução da
Consulta Pública nº 72, e quais os próximos passos da
ANS para assegurar as melhores práticas de AIR.
Os debates poderão
ser acompanhados online. Para se inscrever, clique aqui
O 4º Workshop de Regulação
e Análise de Impacto Regulatório será realizado em
30 de maio, das 9 às 13 horas, no 16º anda da sede da CNseg,
localizada na Rua Senador Dantas 74, no Centro do Rio de janeiro.
Confira a programação
através do link
https://eventos.cnseg.org.br/eventos/evento/workshop-de-regulacao-e-analise-de-impacto-regulatorio/
(FenaSaúde)
Custo
de plano de saúde empresarial deve subir 4 vezes mais que inflação
Os custos com planos de
saúde corporativos (contratados pelas empresas para seus funcionários)
no Brasil neste ano devem subir quatro vezes mais que a inflação
e ficar bem à frente de outros países. Segundo levantamento
da empresa de seguros e avaliação de riscos Aon, a alta média
no Brasil deve ser de 17%. Isso representa quase o triplo da China (6%)
e do Canadá (6%), por exemplo. Não significa que o seu plano
vá necessariamente aumentar os 17%.
Veja mais através
do link https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2019/05/22/aumento-planos-de-saude-corporativos.htm?cmpid=copiaecola
(Vladimir Goitia - Portal Uol)
Usuários
de plano coletivo poderão romper o contrato sem cumprir prazo de
fidelidade
A decisão judicial
determina que usuário de plano coletivo pode rescindir contrato
a qualquer momento
O beneficiário de
plano de saúde poderá rescindir seu contrato — seja coletivo
por adesão ou empresarial - sem cumprir o período de um ano
de fidelidade e nem arcar com o pagamento de mensalidades extras. A decisão,
da 18ª Vara Federal do Rio de Janeiro, está em fase de cumprimento
de sentença da Ação Civil Pública (nº
0136265-83.2013.4.02.5101), movida pelo Procon Estadual do Rio de Janeiro
(Procon-RJ) contra a Agência Nacional de Saúde Suplementar
(ANS).
A decisão implica
na modificação do artigo 17 da Resolução Normativa
195/2000, da ANS, sendo assim válida em todo o território
nacional. A sentença estabelece que a agência deverá
comunicação os consumidores sobre a senteça.
A decisão abrange
todos os tipos de coletivos e os casos de rompimento imotivado do contrato.
Para casos de má prestação de serviços, o rompimento
sem pagamento de multa já era previsto.
Segundo o Procon-RJ, as
operadoras serão procuradas para que restituam os consumidores dos
valores cobrados em caso de rescisão do contrato feitos nos últimos
cinco anos.
Consulta da FenaSaúde
— federação que concentra as maiores empresas do setor —
não quis comendar a decisão judicial.
Já a ANS informou
que a Procuradoria Federal da 2ª Região foi intimada da decisão
de cumprimento, em 10 de maio, de sentença da Ação
Civil Pública 0136265-83.2013.4.02.5101. O prazo para cumprimento
é de 30 dias.
A Procuradoria Federal da
ANS está aguardando a emissão de Parecer de Força
Executória pela PRF da 2ª Região para que possa tomar
as medidas pertinentes (G1)
Aposentados:
Direito a plano com mesmas condições dos ativos
É direito do aposentado
que optou pela manutenção do plano de saúde coletivo
as mesmas condições e qualidades de assistência médica
de quando estava na ativa. Esse foi o entendimento da 8ª Turma do
Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT-SP). Os desembargadores
condenaram a ré, Fundação Saúde Itaú,
à obrigação de manter o plano da reclamante e seus
dependentes, nas mesmas condições de cobertura assistencial
de que gozava quando da vigência do contrato de trabalho, com valores
para o grupo familiar equivalentes aos dos empregados na ativa.
A incumbência deve
ser cumprida independentemente do trânsito em julgado, sob pena de
multa diária de R$ 100. A 8ª Turma ainda concedeu à
aposentada tutela de urgência para determinar que a empresa proceda
à manutenção do plano de saúde da reclamante
e de seus dependentes. Isso foi decidido ante a possibilidade de ela despender
recursos demasiados para o custeio da prestação do serviço
do seu grupo familiar, prejudicando sua própria subsistência.
O relator do processo, desembargador
Marcos César Amador Alves, explica no seu voto que a reclamante
é beneficiária do plano de saúde coletivo empresarial
fornecido pela ré, juntamente com seu marido e filhos, mas, ao optar
pela manutenção do plano de saúde após rescisão
contratual, como lhe faculta a legislação, foi surpreendida
com um aumento substancial dos valores cobrados, que passou de R$ 579,20
para R$ 1.629,61, sem qualquer clareza de informação quanto
à apuração e determinação do referido
montante.
Além disso, houve
declaração, reduzida a termo pela empresa, de opção
pelo plano de saúde vitalício no ato da dispensa, na qual
consta expressamente que a “mensalidade do plano de inativos deverá
observar a tabela de preços constante do contato coletivo empresarial
celebrado entre Fundação Saúde Itaú e a sua
ex-empregada, sendo certo, ainda que estará sujeita aos reajustes
previsto no referido contrato”.
Apesar disso, segundo o
desembargador-relator, “não houve comprovação pela
empresa da paridade dos valores adimplidos pelos empregados ativos da reclamada
com os inativos, assim como a cota-parte do empregador quanto ao custeio
do plano de saúde da autora, enquanto vigente contrato de trabalho”.
(TRT-SP)
Einstein
inaugura rede nacional de oncologia
Para ampliar o acesso a
tratamentos contra o câncer, o Hospital Albert Einstein lançou
uma rede nacional de oncologia. A ideia é selecionar instituições
de saúde a partir de critérios de qualidade, independentemente
do porte. Segundo o hospital, os participantes contarão com consultoria
para aperfeiçoar o atendimento. As primeiras instituições
a fazer parte da rede são a Clínica Cettro, em Brasília,
Vitta, em Aracaju, Clion, em Salvador, e IOP, em Curitiba.
(Amauri Segalla - Correio Braziliense)
Turma
afasta dano moral por negativa de cobertura de stents em cirurgia cardíaca
A decisão foi unânime.
A Terceira Turma do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de danos morais em favor
de paciente que, após ter sido submetido a cirurgia cardíaca,
foi informado de que o plano de saúde não pagaria os stents
(próteses colocadas no interior da artéria para prevenir
obstruções) por falta de previsão contratual.
Por unanimidade, o colegiado
manteve acórdão do Tribunal de Justiça de São
Paulo (TJSP) que condenou o plano a arcar com as despesas hospitalares
com a colocação da prótese; no entanto, assim como
o tribunal paulista, a turma entendeu que, apesar da conduta abusiva por
parte do plano, não houve atraso no procedimento cirúrgico
ou comprometimento da saúde do paciente que permitissem o reconhecimento
do dano moral.
O autor alegou que, por
recomendação médica, foi internado em caráter
emergencial para a realização de cateterismo. Após
a alta, o paciente foi surpreendido com uma cobrança do hospital,
tendo em vista a negativa do plano de saúde em cobrir algumas despesas
do procedimento cirúrgico, sob a alegação de exclusão
contratual.
Direitos de personalidade
Em primeiro grau, o juiz
condenou o plano a pagar as despesas cirúrgicas em aberto no hospital,
mas negou o pedido de indenização por danos morais.
A sentença foi mantida
pelo TJSP. Para o tribunal, se o contrato oferece cobertura para a patologia
que acomete o segurado, também deve fornecer os materiais necessários
aos procedimentos cirúrgicos cobertos. Entretanto, a corte paulista
concluiu não ser possível o reconhecimento dos danos morais
por não ter havido ofensa aos direitos de personalidade ou à
honra do paciente.
Por meio de recurso especial,
o paciente alegou que o dano moral, no caso, deveria ser considerado in
re ipsa (presumido), pois, embora o prejuízo causado pelo plano
não tenha reflexos patrimoniais, afetou a integridade moral do indivíduo.
Sem atrasos
O relator do recurso, ministro
Marco Aurélio Bellizze, apontou que a negativa indevida de cobertura
do plano de saúde, por si, não acarreta dano moral, sendo
necessário verificar se a conduta ilícita extrapolou o mero
inadimplemento contratual e gerou abalo significativo aos direitos de personalidade
do segurado. Por isso, o ministro apontou que não há dano
in re ipsa nessas hipóteses.
No caso dos autos, o relator
ressaltou que o procedimento cirúrgico foi realizado sem qualquer
empecilho por parte da operadora do plano. Bellizze lembrou que o paciente
só tomou conhecimento da negativa de cobertura dos stents quando
teve alta hospitalar, sob o argumento de que o material possuía
natureza de prótese e, portanto, não estaria coberto pelo
contrato.
“Dessa forma, embora tenha
sido reconhecido pelas instâncias ordinárias que a conduta
da operadora de negar a cobertura dos stents foi abusiva, esse fato não
comprometeu a saúde do recorrente, tampouco acarretou atrasos ou
embaraços em seu tratamento, o que afasta a ocorrência de
dano moral”, concluiu o ministro (Jornal Jurid)
MP-PR:
800 pessoas pagaram por procedimentos médicos do SUS
Esquema criminoso foi desvendado
pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) através
da Operação Mustela; sete investigados foram denunciados
por concussão.
O Ministério Público
do Paraná (MP-PR) identificou 800 vítimas do esquema de propina
entre médicos e empresários para furar a fila do Sistema
Único de Sáude (SUS) no Paraná.
Os pacientes são
de todas as regiões do estado. Noventa e sete deles prestaram depoimentos
e contaram histórias parecidas de que tiveram que pagar por um procedimento
médico que deveria ser feito pelo SUS. A RPC teve acesso aos depoimentos.
Veja abaixo.
Sete investigados no esquema
foram denunciados pelo MP-PR por concussão, que é quando
a pessoa usa o cargo público para exigir vantagem indevida. De acordo
com os promotores, há provas que indicam que "dezenas de pessoas,
dentre elas agentes públicos, estavam envolvidas na sistemática
inserção de pacientes em filas de prioridade do SUS.
Os denunciados são
investigados pela Operação Mustela, deflagrada pelo Grupo
de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
Como funcionava o esquema
O esquema funcionava da
seguinte forma: pacientes que esperavam por cirurgias, procuravam políticos
e assessores que tinham contatos com médicos de várias especialidades.
Os médicos davam
prioridade para os pacientes indicados, mas cobravam de R$ 2 a R$ 8 mil
pelos procedimentos que deveriam ser feitos gratuitamente.
De acordo com as investigações,
as cirurgias eram feitas nos hospitais São Lucas e do Rocio, em
Campo Largo, e no Angelina Caron, em Campina Grande do Sul, na Região
Metropolitana de Curitiba.
Veja alguns dos depoimentos
prestados ao MP-PR
Uma mulher, que preferiu
não se identificar, disse que fez uma cirurgia de vesícula
em 2018 e que pagou R$ 1,5 mil pelo procedimento no Hospital São
Lucas.
"Eu entrei oito horas e
às dez horas eu já estava na mesa", contou a paciente. Ela
disse que o procedimento foi agendado pelo vereador Marquinhos, de Siqueira
Campos. A paciente contou ainda que não sabe o nome do médico
que realizou a cirurgia e nem pra quem foi entregue o valor pago por ela.
"Eu achei estranho", argumentou a mulher.
Outra paciente, que também
não quis se identificar, pagou pela mesma cirurgia. Ela afirmou
que foi encaminhada por Lourival Pavão, que é ex-assessor
do governador Ratinho Junior (PSD), e que o médico pediu R$ 2 mil
em dinheiro.
"Eu achava que a cirurgia
era particular porque eu ia ter que pagar. Aí, eu chegando lá,
fui fazer a avaliação antes da cirurgia com o doutor Volnei.
E daí ele falou que ele não aceitava cartão e nem
transferência, nada. Tinha que ser dinheiro. Pago em dinheiro", contou
a paciente.
Médico afastado
O médico Volnei José
Guareschi foi afastado das atividades pela Vara Criminal de Campo Largo.
Ele foi um dos presos na Operação Mustela.
Na decisão, o juiz
afirmou que o médico permanecia exercendo a função
no hospital. Situação, segundo ele, que necessitava de proibição
urgente, tendo em vista que não se pode separar a atividade médica
da atividade criminosa.
"Essa é a grande
maldade do esquema porque certamente pessoas podem ter falecido em razão
da espera inadequada. Isso é muito difícil de comprovar,
mas a corrupção tem esse efeito perverso", argumentou o promotor
Hugo Corrêa Urbano.
O que dizem as defesas
A defesa do médico
Volnei José Guareschi, representada pela advogada Giovanna Prezutti
Denardi, disse que foi surpreendida com a denúncia apresentada e
com o afastamento do médico. Os advogados consideraram "absolutamente
desnecessária a medida, uma vez que o cliente tem cooperado com
as investigações realizadas".
A defesa argumentou ainda
que a medida desfavoreceu a rotina do Hospital São Lucas, e compromete
o bom atendimento de todas as pessoas que dependem Sistema Único
de Saúde e dos serviços por ele prestados. "Confiantes na
justiça, demonstrarão que as acusações são
descabidas e incondizentes com a realidade".
A defesa de Lourival Pavão
afirmou que ainda está analisando os documentos juntados na denúncia
mas comprovará a inocência dele no decorrer do processo.
O Hospital São Lucas
disse que não foi intimado mas vai cumprir determinação
judicial e avaliar as medidas cabíveis. (Adriana Justi, Diego Ribeiro
e Wilson Kische - RPC)
Monica
De Bolle: Perdas
Quem já perdeu, sabe.
Um amigo ou amiga, um parente, um companheiro ou companheira.
Perder algo precioso é
muito difícil, há o luto e seus estágios.
A negação,
a indignação, a barganha, a depressão, a aceitação.
É preciso chegar na aceitação para que se possa seguir
em frente. Caso contrário, vive-se a perda, continuamente - um ciclo
vicioso que leva a lugar nenhum.
Diferentes segmentos da
população brasileira vivem a perda pós-eleições
e sofrem estágios de luto distintos nesse momento. Há os
que negam o que as urnas nos entregou: um presidente despreparado, sem
qualquer visão para o País, sem ideias para governar, sem
saber o que fazer com o Congresso e com as instituições.
Um presidente que espalha
factoides por meio de sua máquina de propaganda preferida - o WhatsApp
- e conclama manifestações em seu favor, contra os moinhos
que movem a democracia meio capenga que ainda temos. Um presidente que,
ao convocar tais manifestações, ofende os que foram às
ruas protestar pacificamente contra o atraso de suas políticas educacionais
e suas guerras ideológicas para lá de bizarras. Os que ainda
negam haver um governo fracassado no País com apenas cinco meses
de duração terão de atravessar todos os demais estágios
do luto. Será duro.
Há os que já
passaram do estágio da negação para o da indignação.
Esse é grupo diverso, com ex-apoiadores desiludidos com a incompetência
do bolsonarismo. A economia que não cresce, o desemprego que não
dá alento, a desigualdade que voltou a aumentar no País.
Com ela, a informalidade e o desalento de dezenas de milhões de
brasileiros e brasileiras. Há, também, os indignados com
a farsa de um governo repleto de idiotas - idiotas inúteis, no caso,
mas muito ativos. Os idiotas ativos são o tipo mais perigoso que
há, pois muita destruição e retrocesso podem causar.
Há os que estão
no estágio da negociação.
"Se ao menos eles conseguirem
aprovar uma reforma da Previdência, as coisas melhoram, não?".
Para esses só posso
dizer o seguinte: nada melhora sem capital humano, nada melhora de forma
sustentável sem que os jovens que futuramente haverão de
compor a força de trabalho no Brasil tenham as qualificações
necessárias para as profundas mudanças que já estão
em curso. Nos países avançados, essas mudanças têm
se manifestado de forma mais gradual pois é neles que se dá
a inovação, sobretudo nas áreas de tecnologia, inteligência
artificial, automação dos meios de produção.
Ainda assim, elas tem sido a fonte de inúmeros problemas, cuja manifestação
política mais evidente é a força dos movimentos nacionalistas-populistas,
o apelo da retórica fácil e errada para a solução
de problemas complexos. Em algum momento, essa realidade haverá
de se impor, e aqueles que estão em processo de negociação
com seu luto particular pelo País passarão para o quarto
estágio, o da depressão.
Alguns já chegaram
lá. Alguns já perceberam que o tamanho dos problemas é
de tal magnitude que não há reforma da Previdência
que mude o quadro. Tampouco há reforma tributária, financeira,
ou venda de ativos públicos que alcancem esse milagre.
O Brasil precisa urgentemente
sair da balbúrdia de todo o dia e por a cabeça para pensar.
Para pensar no que virá depois de Bolsonaro, para refletir sobre
as prioridades das políticas públicas. O trabalho é
duro, pois listas de desejos não bastam. É preciso saber
fazer o que se quer, procurar os meios de financiar as prioridades sem
pôr em risco a estabilidade macroeconômica, sem a qual nada
é possível fazer. É preciso entender melhor o que
mesmo garante a estabilidade macroeconômica. Dogmas antigos já
caíram por terra em alguns lugares do mundo. Talvez o espaço
fiscal aberto por uma reforma da Previdência seja maior do que pareça.
Superada a inevitável
depressão - pois o que se perde de oportunidades, o que se desperdiça
de tempo no Brasil é de fazer qualquer um sofrer profundamente o
País - é necessário chegar na aceitação.
Somos um País medíocre, nossos pontos de partida estão
abaixo do fundo do poço.
Só a partir da aceitação
dessa realidade é que será possível deixar para trás
o lamento das perdas e olhar para a frente com frescor. Países são
para sempre, assim como a lembrança boa de pessoas queridas que
perdemos no caminho.
Alguns já perceberam
que o tamanho dos problemas é de tal magnitude que não há
reforma que mude o quadro (Monica De Bolle - O Estado
de S.Paulo)Agência Estado)
Reforma
Tributária: Votação em plenário só após
Previdência
Decidida a levar adiante
uma pauta econômica própria, a Câmara dos Deputados
pretende dar o sinal verde para o avanço da reforma tributária
apresentada pelo líder do MDB, Baleia Rossi (SP). Sem aguardar o
texto em elaboração pela equipe do ministro da Economia,
Paulo Guedes, os deputados querem votar hoje a admissibilidade da proposta
na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
O presidente da CCJ, Felipe
Francischini (PSL-PR), convocou a votação para as 14h e espera
liquidar o assunto ainda esta semana para deixar o caminho livre para o
próximo estágio, que é o debate dos detalhes da reforma
numa comissão especial.
A proposta de reforma tributária
é a aposta do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEMRJ),
e de líderes do grupo de partidos batizado de Centrão, que
inclui PP, PR, PRB e Solidariedade, para demonstrar que o Congresso tem
uma agenda econômica sem ficar a reboque do Palácio do Planalto.
Em conversas reservadas,
Maia e líderes partidários avaliam que o presidente Jair
Bolsonaro quer colocar a população contra o Congresso e articulam
a reação para mostrar serviço.
Maia, inclusive, participou
da reunião que selou, na semana passada, a decisão de pautar
o texto na CCJ.
O presidente da Câmara,
porém, tem um acordo com o ministro Paulo Guedes para que a discussão
sobre impostos só chegue ao plenário da Casa após
a votação da reforma da Previdência - portanto, somente
no segundo semestre.
Diante disso, o plano de
Maia é só instalar a comissão especial para apreciar
a reforma tributária após a apresentação do
parecer da Previdência. Ele quer evitar que uma discussão
atrapalhe o andamento da outra. Essa foi a sinalização dada
a lideranças e ao autor da proposta de mudança tributária,
que foi encorajado pelo próprio Maia a apresentar o texto. "Não
queremos fazer uma comissão para ser concorrente e prejudicar a
Previdência", disse Baleia Rossi.
Maia informou ao Estadão/
Broadcast que espera dialogar com a equipe econômica sobre o texto.
"Vamos esperar a proposta do ministro Paulo Guedes para trabalharmos juntos",
disse. "A Previdência acaba na comissão até 15 de junho."
A equipe de Guedes não pretende desviar o foco agora da reforma
da Previdência, considerada mais urgente. A avaliação
é que não há razão para ampliar as frentes
de desgaste num momento tão delicado.
Reforma. A proposta de Baleia
Rossi é inspirada nos estudos do economista Bernard Appy, do Centro
de Cidadania Fiscal (CCiF). A ideia é unificar cinco tributos -
IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS - num único Imposto sobre Operações
com Bens e Serviços (IBS), cobrado apenas no local onde o produto
é consumido (ou "no destino", no jargão tributário).
A transição
entre o sistema atual e o novo levaria dez anos, com dois anos para testes
e calibragem das alíquotas e oito anos para a implementação
integral das mudanças. Estados e municípios, por sua vez,
teriam um período maior de adaptação, de 50 anos,
para evitar perdas significativas de arrecadação nos entes
que são mais intensivos na produção e menos no consumo
e bens e serviços.
A ordem na equipe econômica,
por sua vez, é continuar debruçada sobre a proposta do secretário
especial da Receita Federal, Marcos Cintra. Como antecipou o Estado, a
ideia do governo é unificar cinco tributos federais num primeiro
estágio, deixando Estados e municípios para um segundo momento.
A proposta também
acaba com a contribuição ao INSS que empresas pagam sobre
a folha, que seria substituída por um imposto sobre meios de pagamento
ou sobre um alíquota adicional no imposto único.
O cálculo de auxiliares
de Guedes é que a reforma que tramita no Congresso, por incluir
Estados e municípios, pode resultar em conflitos mais adiante.
A proposta de Cintra é
mais simples ao propor inicialmente apenas a unificação dos
tributos federais. Apesar disso, a área econômica evitou reverberar
qualquer incômodo com o avanço do texto na CCJ.
Na equipe econômica,
a proposta de Appy tem "grande simpatia" e há a avaliação
de que ela pode ir "aquecendo os motores" para a chegada da proposta do
governo. Além disso, o projeto que está sendo elaborado por
Cintra "não é de todo incompatível" com o texto que
está na CCJ. A aposta é conseguir "encaixar" as duas propostas
no decorrer da tramitação. Maia e Guedes já têm
conversado sobre essa possibilidade.
Francischini, porém,
disse que não irá esperar a proposta do governo: "Seria interessante
o governo agilizar sugestões (à proposta do Congresso)."
Sem concorrência
"Não queremos fazer
uma comissão para ser concorrente e prejudicar a Previdência."
Baleia Rossi DEPUTADO FEDERAL MDB EM SÃO PAULO
A REFORMA
é de autoria do economista
e diretor do Centro de Cidadania Fiscal (CCiF), Bernard Appy, e foi apresentada
à Câmara pelo deputado Baleia Rossi (MDB-SP). Para Appy, reforma
pode trazer um crescimento do PIB de 10% em 15 anos
l Impostos cobrados hoje
Federais: PIS, Cofins e IPI
Estadual: ICMS
Municipal: ISS
l Como ficaria?
Os cinco tributos seriam
unificados no Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) - em outros países,
leva o nome de Imposto sobre Valor Agregado (IVA) - e cobrado sempre no
destino, embutido no preço dos produtos ou serviços. Ou seja,
quem paa é o consumidor. O imposto pago nas etapas intermediárias
poderá ser recuperado pela empresa em tudo o que ela comprou para
sua atividade produtiva
l Transição
para as empresas e a sociedade
Processo levaria 10 anos,
divididos em:
»2 anos de teste,
com redução de PIS/Cofins apenas e IBS de 1,0%
»8 anos de transição
com redução dos demais tributos e calibragem do IBS
l Transição
para distribuição a Estados e municípios
Prevê um período
de até 50 anos com o objetivo de reduzir as perdas que o novo tributo
deve impor aos entes federativos, assim divididos:
»20 anos com manutenção
da receita atual, corrigida pela inflação
»30 anos seguintes
com convergência para as novas regras (alguns Estados perderiam e
outros ganhariam receitas)
l Características
do novo imposto
»Arrecadação
centralizada e distribuição da receita para União,
Estados e municípios
»Alíquota do
IBS uniforme para bens e serviços »Incidência sobre
preço líquido de tributos
»Não deve ter
benefício fiscal
»Alíquota do
IBS seria a soma de alíquotas singulares, decididas por União,
Estados e municípios (diana Tomazelli Eduardo
Rodrigues Vera Rosa - Agência Estado)
Entendimento
pelo futuro
Fechar as contas é,
neste momento, a preocupação que une 100% das famílias
brasileiras. Obviamente, com substanciais diferenças no que tange
ao desenho do orçamento, às despesas e, sobretudo, às
receitas. Mas pagar as contas e se esforçar ao máximo para
chegar ao fim do mês com tranquilidade é o último pensamento
antes do sono de milhões de brasileiros.
Com os governos não
é diferente. O equilíbrio entre as receitas e as despesas
é que vai definir também a saúde daquele ente público.
A sobra que vai equipar um hospital, inaugurar uma nova escola ou restaurar
uma rodovia virá, fatalmente, da gestão capaz de fazer com
que os gastos não consumam o total de ganhos. Somente esse excedente
promovido pela boa administração permitirá ao corpo
público ir além de suas necessidades essenciais.
Por isso é tão
importante discutir a reforma da Previdência, um rombo que, em 2018,
chegou a R$ 195,2 bilhões. Independentemente da premência
com que a trate o governo recém-empossado, é fato que equacionar
as contas do sistema previdenciário é essencial para que
o país retome as rédeas de seu próprio orçamento.
Somente com as contas em dia o país será capaz de planejar
os caminhos de seu próprio desenvolvimento.
Entre 1980 e 2018, a taxa
de fecundidade no país caiu de 4,1 para 1,7 filhos por mulher. Grosso
modo, isso significa dizer que, se em 1980 cada casal contava com a contribuição
de quatro filhos para bancar sua aposentadoria, atualmente menos de dois
sustentam os benefícios de pai e mãe. A solução
parece fácil: contribui-se mais ou se recebe menos. O exemplo é
claro, a realidade também. Importante lembrar que a expectativa
de vida do brasileiro subiu de 62,5 para 76 anos no mesmo período.
"Fechar a conta", no entanto,
atenua o problema, mas não o soluciona, visto que a sociedade segue
em transformação e que, provavelmente, viveremos mais e teremos
ainda menos filhos. Por isso é tão importante construir uma
nova Previdência que seja capaz de solucionar, já no desenho
de agora, os problemas que surgirão no futuro, permitindo que, com
as contas em dia, o país finalmente se concentre em crescer, gerando
prosperidade capaz de garantir melhor qualidade à vida de seus cidadãos.
Encontrar a fórmula
certa para a reforma é um gigantesco desafio. O primeiro - e mais
urgente - passo, entretanto, é compreender a importância e
a urgência de se buscar um real entendimento por sua viabilização.
Ao Congresso Nacional cabe aceitar a responsabilidade de debater o tema
com coragem, mas também com a sensatez e a celeridade que permitam
ao Brasil sair do buraco antes de chegar ao fundo dele.
(Correio Web)
Fitch
reafirma 'rating', mas espera Previdência
Mesmo com as perspectivas
de crescimento do Brasil sendo revisadas fortemente para baixos nas últimas
semanas, a Fitch decidiu ontem reafirmar o rating "BB-" do país,
com perspectiva estável. O cenário base da agência
de classificação de risco, no entanto, contempla a aprovação
da reforma da Previdência e de outras medidas de ajuste fiscal que
ajudem a garantir a sustentabilidade da dívida pública no
médio prazo. Sem isso, um novo rebaixamento na avaliação
soberana é provável.
Segundo a Fitch, a nota
do Brasil é pressionada pela fraqueza estrutural nas finanças
públicas e o nível elevado de endividamento do governo, além
das baixas projeções de crescimento, um ambiente político
difícil e questões relacionadas a casos de corrupção,
que afetam a efetividade das políticas econômicas e prejudicam
o andamento das reformas estruturais.
A Fitch lembra que a administração
Jair Bolsonaro pretende abordar algumas das deficiências estruturais
do crescimento e das finanças públicas, incluindo uma ambiciosa
proposta de reforma da Previdência, que prevê economia de quase
R$ 1,2 trilhão em dez anos. A questão é que a abrangência
e o prazo de aprovação das mudanças ainda são
incertos. O Congresso tem um perfil fragmentado e o novo governo ainda
não conseguiu criar uma coalizão "crível, eficaz e
durável" para avançar com sua agenda de reformas.
"A qualidade [e, portanto,
as economias esperadas] da reforma dependerá da capacidade da administração
de envolver e mobilizar apoio no Congresso. Riscos idiossincráticos
decorrentes de investigações relacionadas à corrupção
podem pesar no progresso das reformas. O risco de um completo fracasso
no avanço da reforma não pode ser descartado", diz a Fitch,
em relatório assinado pela diretora sênior de ratings soberanos,
Shelly Shetty.
Na semana passada, em entrevista
ao Valor, Shelly já havia alertado para essa possibilidade de fracasso
na reforma. "Achamos que o cronograma inclui aprovação ainda
em 2019, no segundo semestre do ano. Ter paciência no processo não
é algo ruim, mas ao mesmo tempo achamos que este primeiro ano de
governo é crítico para ver a reforma aprovada", comentou
ela na ocasião.
No ponto do relatório
em que cita os eventuais fatores que levariam a um rebaixamento, a Fitch
aponta justamente para a falta de uma reforma que seja suficiente para
apoiar uma melhoria nas perspectivas fiscais e de crescimento, o que levaria
a um rápido crescimento da carga da dívida pública,
ameaçando sua sustentabilidade no médio prazo.
A Fitch destaca que o déficit
nominal do Brasil continua muito elevado, em 8% do PIB em 2018, ante uma
mediana de 2,7% para países com rating na faixa "BB". A dívida
pública, que atingiu 77,2% do PIB no ano passado, também
é bastante superior à mediana desse grupo, de 45%. A projeção
da agência é que a dívida brasileira atinja 80% do
PIB este ano.
A agência de classificação
de risco revisou para baixo suas projeções de crescimento
para o Brasil, e diz que os riscos para essas novas estimativas ainda são
de baixa. Para este ano, a estimativa passou de 2,1% a 1,5% e, para 2020,
mudou de 2,7% para 2,5%. Em agosto do ano passado, quando havia mantido
o rating brasileiro em "BB-", a agência previa crescimento médio
de 2,5% ao ano entre 2019 e 2020.
Segundo a Fitch, a economia
brasileira continua com desempenho aquém do esperado, em meio às
incertezas sobre a capacidade do governo de avançar com as reformas,
a crise na Argentina e o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho (MG).
Isso acontece mesmo com a postura estimulativa da política monetária
e a recuperação no mercado de crédito.
A agência S&P
Global também tem rating "BB-" para o Brasil, com perspectiva estável,
que foi reafirmado em fevereiro. Já a Moody's tem rating "Ba2",
com perspectiva estável, mas a última revisão foi
em abril do ano passado. (Álvaro Campos - Valor)
Dilema do Copom
Acada indicador de atividade
econômica decepcionante, aumentam as apostas de que o Copom vai cortar
os juros ainda este ano, uma vez que, segundo os defensores da redução
da taxa Selic, restou apenas a política monetária como fonte
de estímulo para tirar a economia brasileira dos braços da
recessão. O Banco Central - e não o presidente Jair Bolsonaro
ou mesmo o Congresso - virou o salvador da pátria.
Será mesmo o corte
de juros o remédio adequado - ou suficiente - para ressuscitar a
economia em meio a um ambiente de agudas incertezas internas e externas?
De um lado, os que apostam
em corte de juros neste ano dizem que o desemprego alto e a desaceleração
recente da atividade elevaram o grau de ociosidade da economia e abriram
o hiato do produto (a diferença entre o PIB corrente e o potencial)
a tal ponto que, mesmo com uma recuperação mais vigorosa,
caso o governo consiga destravar a sua agenda de reformas, a injeção
de mais estímulo monetário não geraria uma pressão
demasiada sobre a inflação.
De outro, os que defendem
a manutenção dos juros em 6,50% em 2019 argumentam que, além
das estimativas de inflação para 2020 e 2021 estarem neste
momento exatamente na meta fixada pelo BC, de 4,0% e 3,75%, respectivamente,
a incerteza sobre a aprovação da reforma da Previdência
permanece elevada, afetando o prêmio de risco sobre os ativos brasileiros.
O dólar, por exemplo,
vem se mantendo acima de R$ 4,00. Embora o nível de repasse aos
preços da economia de uma desvalorização do câmbio
tenha caído nos últimos anos, ele não é zero
e em algum momento poderá pressionar a inflação, alertam
os analistas que defendem a manutenção da Selic.
Já o Banco Central
até agora não sinalizou a possibilidade de reduzir a taxa
Selic. De fato, conforme a mais recente ata do Copom, o BC mostrou preocupação
com a atividade econômica ao destacar que o risco associado à
ociosidade dos fatores de produção cresceu, o que reforçou
a visão dos que querem um corte de juros.
Por outro lado, o BC ressaltou
que "uma frustração das expectativas sobre a continuidade
das reformas e ajustes necessários na economia brasileira pode afetar
prêmios de risco e elevar a trajetória da inflação
no horizonte relevante para a política monetária".
E disse ainda que esse risco
se intensifica no caso de deterioração do cenário
externo para economias emergentes.
O BC descreveu o cenário
externo como desafiador, citando o risco de desaceleração
da economia global.
É bom lembrar que
Ilan Goldfajn, o antecessor do presidente do BC, Roberto Campos Neto, parou
de cortar juros na reunião do Copom de 16 maio de 2018, depois de
ter reduzido a Selic de 14,25% para 6,50%, citando a frustração
com as expectativas sobre a continuidade das reformas e o maior risco de
reversão do cenário externo para economias emergentes.
Tal conjuntura soa familiar?
Campos Neto vem destacando
em seus recentes discursos públicos o compromisso da instituição
com a estabilidade de preços, ou seja, com a ancoragem da inflação
e das expectativas inflacionárias.
Nesse sentido, enquanto
a mediana das estimativas para o PIB de 2019 e 2020 vem caindo, os analistas
não reduziram suas projeções para a inflação.
Se o PIB potencial permanece praticamente o mesmo, por que a projeção
de inflação não caiu com a revisão do crescimento
em 2019 e 2020?
Conforme a pesquisa Focus,
a estimativa do PIB de 2019 caiu de 2,55%, no fim do ano passado, para
1,24%, enquanto, no mesmo período, a projeção de inflação
passou de 4,01% para 4,07%. Já a previsão para o PIB de 2020,
que chegou a apontar crescimento de 2,80%, está agora em 2,50%,
mas a projeção para a inflação segue em 4,00%
há 98 semanas.
Cortar a Selic em meio às
incertezas sobre a aprovação da reforma da Previdência
e a instabilidade política poderia ser contraproducente uma vez
que esse ambiente adverso manteria elevadas as taxas dos contratos futuros
de juros de longo prazo, as quais balizam o custo do dinheiro para as empresas
que querem investir. Mesmo no cenário em que a reforma é
aprovada, é preciso esperar como a economia vai reagir para mexer
nos juros.
O problema não é
falta de crédito, e sim de confiança.
Será mesmo o corte
de juros o remédio adequado para ressuscitar a economia?
(Fábio Alves - Agência Estado)
Brasil
governável acalma mercado
Diante dos sinais de que
haverá ao menos tentativa de entendimento entre Planalto e Congresso
para construir um substitutivo aceitável à proposta do governo
de reforma da Previdência, e de que serão votadas medidas
provisórias em risco de perder validade, o mercado financeiro teve
certo alívio. O dólar finalmente cedeu ontem, pela primeira
vez desde sexta-feira passada. Recuou 1,3%, mas ainda ficou acima de R$
4, fechando a R$ 4,048.
Como previam os analistas,
a cotação tende a estacionar durante algum tempo nessa órbita
até que investidores e especuladores se tranquilizem, depois do
aumento de tom na retórica belicista em Brasília.
A bolsa de valores teve
ontem o segundo dia de recuperação. Com alta de 2,6%, voltou
ao nível de 94 mil pontos. Na sexta-feira, havia perdido esse patamar.
Nos últimos dois dias, avançou quase 7%, refletindo a expectativa
de distensão. Até a decisão do presidente Jair Bolsonaro,
comunicada no final da tarde, de não participar das manifestações
do próximo domingo, convocadas pelo núcleo mais radical do
governo, ajudou a melhorar o humor no mercado financeiro.
É mais uma oportunidade
para o presidente constatar que a governabilidade do Brasil depende, e
muito, de seu comportamento. Na sexta-feira, Bolsonaro compartilhou um
texto anônimo que afirmava que, "sem conchavos", o Brasil é
"ingovernável".
O material circulou entre
analistas, investidores e especuladores, contribuindo para levar o dólar
ao nível acima de R$ 4 e a bolsa, para menos de 90 mil pontos.
A sensação
de Brasil mais governável prevaleceu. Todas as ações
de estatais se valorizaram muito, na contramão do auge da crise
da semana passada: Banco do Brasil subiu 5,6%, Eletrobras avançou
4,9% e Petrobras avançou 2%.
Depois do fechamento, surgiu
a informação de que o presidente da Câmara dos Deputados,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou o rompimento com o líder do governo
na Casa, Major Vitor Hugo (PSL-GO). Como o parlamentar estava desgastado
com a base governista e até no Planalto, essa atitude não
deve comprometer a reaproximação entre o Executivo e o Legislativo.
As preocupações com a falta de crescimento se mantêm,
ao menos até que o IBGE anuncie o PIB do primeiro trimestre, no
dia 30.
RISCO NA SUBIDA
Na semana passada, o preço
do diesel voltou a ultrapassar o valor que atingiu nos dias que antecederam
a greve dos caminhoneiros, na segunda quinzena de maio de 2018. O dado
é da pesquisa realizada em postos de combustíveis pela Agência
Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis
(ANP). O preço médio do combustível S500 (mais poluente)
chegou a R$ 3,73, enquanto o S10 (com menos enxofre) alcançou R$
3,65. No ano passado, os preços médios no início de
maio estavam em R$ 3,55 (S500) e a R$ 3,64 (S10). Atualizados pelo IPCA,
considerado o índice oficial de inflação do país,
esses valores hoje representariam R$ 3,86 (S500) e R$ 3,96 (S10). Por receio
de uma nova greve do setor, o presidente Jair Bolsonaro chegou a pedir
a suspensão de um reajuste de 5,7% em 11 de abril. Em 26 março,
a Petrobras definiu que os preços do diesel não seriam reajustados
com intervalores menores do que 15 dias. Na semana passada, em Dallas,
Bolsonaro voltou a mencionar a possibilidade de rever a fórmula
que
segue as variações do mercado internacional:
- Lógico que se a
gente puder rever isso aí, sem prejuízo para a empresa, sem
problema nenhum, às vezes a política pode ter algum equivoco.
Em abril, Bolsonaro só
foi convencido a autorizar o reajuste depois que a Petrobras perdeu cerca
de R$ 30 bilhões em valor de mercado diante do temor de intervenção
do Planalto. (Marta Sfredo - ZH Online)
Mercado
respira com menor tensão política
A sinalização
de que a agenda econômica pode voltar aos trilhos deu novo fôlego
aos mercados brasileiros. Mesmo com o persistente clima de cautela entre
os investidores, o bom desempenho dos ativos se apoiou ontem na indicação
de partidos do chamado Centrão de que votarão as medidas
provisórias (MPs) que estão perto de caducar.
Ontem, o dólar interrompeu
uma sequência de quatro altas consecutivas e fechou em baixa de 1,35%,
aos R$ 4,0478, bem perto da mínima do dia, de R$ 4,0473. O movimento
levou o real a um dos melhores resultados do dia na lista das 33 principais
moedas globais, depois de sessões sem alívio, quando ficou
nas piores colocações.
Outro bom termômetro
da percepção de risco, o juro de longo prazo medido pelo
DI para janeiro de 2025 caiu de 8,77% para 8,59%. Já o Ibovespa
encerrou em alta de 2,76%, aos 94.485 pontos, com giro financeiro de R$
13,7 bilhões, um pouco acima da média no ano.
Os ganhos dos ativos locais
foram amparados pela percepção de que a disputa entre Executivo
e Legislativo pode caminhar para um apaziguamento. "O mercado vê
com bons olhos essas iniciativas recentes, como a decisão do Centrão
em colocar as MPs para votação e também de abandonar
a recriação de ministérios", afirma Alexandre Prado,
sócio-fundador da RJ Investimentos. "Fica uma esperança de
que Congresso e Presidência estão se entendendo e tocando
a agenda que realmente importa."
Neste aparente clima de
atenuação de atritos, o presidente, Jair Bolsonaro, indicou
a ministros que não participará das manifestações
agendadas para este domingo - entre os alvos de crítica dos protestos
está a atuação do Congresso. A decisão de Bolsonaro
é um "sinal de que ele não quer acirrar mais os ânimos
neste momento", diz Silvio Campos Neto, economista da Tendências.
O especialista alerta, entretanto,
que o mercado ainda deve permanecer num ambiente de volatilidade, tendo
em vista que os ruídos políticos não devem desaparecer.
"Este arranjo, com o Congresso sendo o protagonista da agenda de reformas,
ainda se mostra frágil", acrescenta.
Diante da apreensão
em torno da agenda econômica e da reforma da Previdência, observa-se
uma lentidão do fluxo externo para o país e o Banco Central
tem evitado retirar liquidez do sistema. Hoje, a autoridade monetária
volta a fazer leilões de linha, com nova oferta de até US$
1,25 bilhão, para a rolagem do vencimento do contrato que venceria
no começo de junho. Nos últimos dois dias, o BC vendeu um
total de US$ 2,5 bilhões com esse tipo de operação.
A fragilidade da recuperação
econômica no Brasil deixa o mercado sujeito a movimentos de aversão
ao risco e de migração de recursos no exterior. Ao mesmo
tempo, os resultados favoráveis de exportações, que
poderiam ajudar no fluxo externo, são pautados em grande parte por
fatores pontuais, dizem analistas.
O que deve ditar o comportamento
dos mercados é a nova configuração política,
com o aparente esforço do Congresso em assumir o protagonismo na
condução da agenda. Para Marcos de Callis, estrategista de
investimento da asset do Banco Votorantim, as MPs são um termômetro
importante para medir o posicionamento do Congresso daqui para a frente.
"A Previdência é importante, mas não é a única
mudança necessária para fazer o país voltar a crescer.
Outras medidas precisam ser tomadas."
Embora Bolsonaro esteja
reduzindo seu protagonismo em meio à reforma da Previdência,
De Callis diz que o Congresso já está ciente da necessidade
das mudanças e, para o mercado, não interessa quem vai liderar
o assunto, contanto que as mudanças sejam aprovadas e que a economia
em dez anos para os cofres públicos seja robusta.
Entre as MPs que corriam
risco de caducar estava a proposta que acaba com o limite do capital estrangeiro
nas empresas aéreas nacionais. A discussão sobre mudanças
no setor afetou a ação preferencial da Gol, que liderou os
ganhos do Ibovespa e fechou em alta de 6,95% a R$ 22,30.
De acordo com analistas,
a valorização aconteceu por causa da especulação
em torno da votação da MP ao longo do dia, mas também
pelo recuo do dólar e a crise envolvendo a Avianca. Com a saída
da companhia de origem colombiana do mercado brasileiro, há mais
espaço para a atuação das demais empresas, incluindo
a Gol.
Também foram destaque
positivo CSN ON (7,99%); Braskem PNA (6,81%); CVC Brasil (6,34%); e Banco
do Brasil (5,71%). Já a Vale ON abriu o dia em queda após
a notícia de que o talude norte da mina Gongo Soco, em Barão
de Cocais (MG), pode se romper a qualquer momento. No entanto, o papel
inverteu a direção e fechou com valorização
de 1,28% a R$ 47,35.
De acordo com o sócio-presidente
da DNA Invest, Alfredo Sequeira, trata-se de um ajuste técnico,
sem fatos novos. "A bolsa está se recuperando bem, então
a Vale acaba aproveitando esse movimento para recuperar um pouco, também
influenciada pela alta do preço do minério de ferro", afirma.
(Ana Carolina Neira, Marcelo Osakabe, Lucas Hirata e Daniela Meibak - Valor)
Conflito
entre EUA e China é um desafio para o mundo
Os países menores
precisam se unir para sustentar o livre comércio multilateral
Onde o aprofundamento do
conflito econômico entre os Estados Unidos e a China deixa o resto
do mundo, especialmente os aliados históricos dos EUA? Em circunstâncias
normais, estes últimos apoiariam o aliado. Afinal, a União
Europeia compartilha de muitas das preocupações americanas
quanto ao comportamento da China. No entanto, as circunstâncias não
são normais.
Sob Donald Trump, os Estados
Unidos se tornaram uma superpotência renegada; hostil, entre outras
coisas, às regras fundamentais de um sistema de comércio
baseado em acordos multilaterais e normas compulsórias. De fato,
os aliados dos Estados Unidos também se tornaram alvos de intimidação
bilateral.
Assim, o que os aliados
dos Estados Unidos devem fazer enquanto estes combatem com a China? A questão
não se limita a Trump. O foco dele em saldos na balança comercial
bilateral pode até ser administrável, de alguma maneira.
O pior é que grande proporção dos americanos compartilha
de sua hostilidade cada vez maior não só quanto ao comportamento
da China mas quanto ao fato da ascensão chinesa.
Também estamos vendo
uma grande virada no pensamento conservador. Em 2005, Robert Zoellick,
secretário assistente de Estado no governo de George W. Bush, declarou
que a China precisava se tornar "um participante responsável" do
sistema internacional. Recentemente, o atual secretário de Estado
americano, Mike Pompeo, revelou perspectiva diferente.
O especialista em assuntos
internacionais Walter Russell Mead descreve a ideia central de Pompeo da
seguinte maneira: "Enquanto os liberais internacionalistas acreditam que
a meta do engajamento americano deveria ser promover o surgimento de uma
ordem mundial na qual as instituições internacionais suplantem
gradualmente os países como principais agentes da política
mundial, os conservadores internacionalistas acreditam que o engajamento
americano deveria ser orientado por um foco mais estreito em interesses
específicos dos Estados Unidos". Em resumo, os Estados Unidos já
não veem motivo para serem "participantes responsáveis" do
sistema internacional. O conceito deles, em lugar disso, é o da
política de poder ao modo do século 19, na qual os fortes
ditam regras aos fracos.
Isso também é
relevante para o comércio internacional. É ilusório
afirmar que o sistema de comércio se baseava no conceito de que
instituições internacionais deveriam suplantar os países.
O sistema foi construído sobre a dupla ideia de que os Estados buscassem
acordos multilaterais uns com os outros e que a confiança nesses
acordos seria reforçada por um sistema compulsório de solução
de disputas. Isso geraria condições de comércio estáveis
- algo de que os negócios internacionais dependem.
Tudo isso está em
risco, agora. A ampliação da guerra tarifária e a
decisão de limitar o acesso da Huawei - a única empresa de
tecnologia avançada chinesa que tem lugar entre os líderes
mundiais - à tecnologia americana parecem concebidos para manter
a China em posição permanentemente inferior. E é certamente
assim que os chineses encaram a situação.
A guerra comercial também
está fazendo dos Estados Unidos um país fortemente protecionista,
e suas tarifas, calculadas em base ponderada, em breve podem se tornar
mais altas que as da Índia. Um estudo publicado pelo Instituto Peterson
de Economia Internacional afirma que "Trump... está ameaçando
impor à China tarifas que não ficam muito abaixo do nível
imposto pelos Estados Unidos sob a Lei Tarifária Smoot-Hawley, de
1930". As tarifas podem até continuar assim altas, porque as demandas
dos Estados Unidos na negociação são humilhantes demais
para que a China as aceite. Essas tarifas em breve resultarão em
busca de fornecedores alternativos. E podem em breve incidir sobre eles,
também: o bilateralismo costuma se tornar doença contagiosa.
Ao contrário do que alardeia Trump, os custos dessas medidas incorrem
também sobre os americanos, especialmente os consumidores e os exportadores
de produtos agrícolas. Ironicamente, muitas das áreas mais
prejudicadas pelas tarifas são áreas que os republicanos
controlam politicamente.
Haverá quem venha
a concluir que os altos custos significam que o conflito não poderá
ser mantido, especialmente se isso desordenar os mercados de ações.
Um desfecho alternativo e mais plausível envolve o fato de que Trump
e o presidente chinês Xi Jinping são líderes que gostam
de ser vistos como "homens fortes", e que não podem ser vistos recuando.
O conflito ou continuará congelado ou, o mais provável, se
agravará à medida que o relacionamento entre as duas superpotências
se tornar mais venenoso.
O que isso representa para
os aliados dos Estados Unidos? Eles não deveriam apoiar as tentativas
americanas de bloquear a ascensão chinesa. Isso seria inadmissível.
Deveriam indicar em que pontos concordam com os objetivos americanos em
termos de comércio e tecnologia, e, se possível, sustentar
uma posição comum quanto a essas questões, especialmente
entre a União Europeia e o Japão. Deveriam sustentar os princípios
de um sistema multilateral de comércio, sob os auspícios
da Organização Mundial do Comércio (OMC). Se os Estados
Unidos conseguirem sucesso em bloquear o sistema de solução
de disputas da OMC, os demais membros deveriam chegar a um acordo informal
para solução alternativa de disputas.
O mais importante é
que parece possível sustentar o comércio liberal, em detrimento
dos Estados Unidos e da China. Anne Krueger, ex-diretora executiva assistente
do FMI, apontou em uma coluna que, por sua própria decisão
insensata de rejeitar a Parceria Transpacífico (TPP, na sigla em
inglês), os Estados Unidos sofrem discriminação legal
da OMC contra suas exportações aos membros do Acordo Abrangente
e Progressivo de Parceria Transpacífico, que substituiu a TPP. A
União Europeia também tem acordos de livre comércio
com o Canadá e o Japão.
Isso é bom. Mas eles
poderiam ir além. Países que veem os benefícios de
uma ordem comercial forte poderiam fazer desses acordos de livre comércio
um "acordo mundial de livre comércio entre os dispostos", do qual
qualquer país disposto a aceitar os compromissos envolvidos poderia
participar. Seria possível até imaginar um futuro no qual
os participantes de um acordo mundial como esse pudessem defender os signatários
contra ataques comerciais ilegais dos não membros, por meio de medidas
coordenadas de retaliação.
A hostilidade entre os Estados
Unidos e a China é uma ameaça à paz e prosperidade
mundial. Quem está de fora não pode deter esse conflito.
Mas tampouco deve se ver como impotente. Se as grandes potências
preferirem ficar de fora do sistema de comércio multilateral, há
quem possa substitui-las. Somados, esses participantes menores têm
muita força. Deveriam agir tendo essa característica em mente.
(Financial Times/Folhapress)
Fed
pode precisar cortar juros para cumprir meta de inflação,
diz Bullard
O presidente da distrital
do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) em St. Louis,
James Bullard, disse nesta quarta-feira que a instituição
poderá precisar cortar seu juro básico se a inflação
não voltar a acelerar para os níveis desejados.
O Fed "pode querer considerar
formas de recentralizar a inflação e as expectativas de inflação
na meta de 2%", num ambiente em que o BC americano tem consistentemente
falhado em cumprir seu objetivo de elevação de preços,
disse Bullard em notas preparadas para um discurso que faria em Hong Kong.
Uma forma de o Fed atingir
isso seria relaxando sua política monetária, disse Bullard.
Para Bullard, que vota nas
reuniões do Fed este ano, um corte de juros, mesmo em meio a um
desempenho relativamente bom da economia, pode ajudar a manter a credibilidade
da meta de inflação mais adiante. "Uma mudança desse
tipo na taxa pode se tornar uma opção atrativa se os dados
de inflação continuarem decepcionando", completou.
Bullard, que é um
tradicional opositor de altas de juros, também comentou que a fase
de normalização da política do Fed acabou e que, de
agora em diante, a política será ajustada de acordo com as
mudanças nas condições econômicas.
(Dow Jones Newswires/Agência Estado)
Bolsa
sobe e dólar cai
O clima mais ameno no cenário
político brasileiro e o cenário externo positivo abaixaram
o valor do dólar e fizeram a Bolsa de Valores de São Paulo
(B3) subir de forma mais consistente ontem. O discurso mais alinhado do
governo com o Congresso sobre a reforma da Previdência e a possível
aprovação da Medida Provisória 870 (sobre mudanças
nos ministérios) deixaram os investidores otimistas. O Ibovespa,
principal índice da B3 encerrou o pregão em alta de 2,76%,
aos 94.484 pontos; e o dólar, em queda de 1,39%, cotado a R$ 4,04.
Segundo Pablo Spyer, diretor
operacional da corretora Mirae Asset, aparentemente os leilões do
Banco Central supriram a forte demanda que havia pela divisa norte-americana,
facilitando a queda. Para ele, o mercado ficou seguro, também, com
a votação das medidas provisórias do governo. "Isso
ajudou o dólar a cair e diminuiu a aversão a risco que o
Brasil estava tendo", afirmou.
Para o professor de finanças
da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Bolívar Godinho,
no entanto, a terceira alta consecutiva da bolsa é uma reação
técnica. "Esse mês já estava com queda acumulada forte.
São reações que mostram que o mercado não está
com tendência bem definida", analisou.
No exterior, os Estados
Unidos aliviaram, temporariamente, as restrições comerciais
à companhia chinesa Hauwei, para tentar amenizar problemas aos clientes.
A decisão acalmou os investidores lá fora, repercutindo no
bom humor do mercado nacional. (Gabriela Tunes - Correio
Web)
Dólar
fecha em queda e retorna ao patamar de R$ 4,05
Nesta terça-feira,
moeda norte-americana caiu 1,35%, cotada a R$ 4,0478.
O dólar recuou nesta
terça-feira (21), após ter subido por quatro sessões
consecutivas, com investidores monitorando o cenário político
e a tramitação da reforma da Previdência, e com algum
alívio no exterior na disputa entre Estados Unidos e China.
A moeda dos Estados Unidos
recuou 1,35%, a R$ 4,0478. Na mínima do dia, chegou a 4,0473.
Nas casas de câmbio,
o dólar turismo foi negociado ao redor de R$ 4,24 o papel moeda,
já considerando o IOF (tributo).
Na véspera, o dólar
fechou em alta de 0,1%, R$ 4,1033, renovando máxima desde setembro
do ano passado, mesmo após a atuação do Banco Central.
No acumulado do ano, a moeda norte-americana já subiu 4,48%.
O principal indicador da
bolsa paulista, a B3, subiu nesta terça, com os investidores também
monitorando o cenário político. O Ibovespa avançou
2,76%, aos 94.484 pontos.
Cenário local e externo
A articulação
política, em especial no que tange a reforma da Previdência,
permaneceu sendo o principal ponto de atenção de participantes
do mercado, após dias de elevadas tensões na semana passada.
O sentimento é de que houve melhora no clima, mas ainda restam problemas
a serem superados, em especial na relação entre Executivo
e Legislativo.
Depois de dizer que a classe
política é o grande problema que impede o Brasil de dar certo,
o presidente Jair Bolsonaro mudou o tom na segunda-feira dizendo que valoriza
o Parlamento e que os deputados e senadores terão a palavra final
sobre o texto que reformula a aposentadoria dos brasileiros.
"Ainda existem vários
problemas acontecendo. Tem as manifestações convocadas para
dia 26 que podem ser um tiro no pé para o Bolsonaro", disse à
Reuters o analista Jefferson Laatus, sócio fundador do Grupo Laatus.
Para economistas da XP Investimentos,
"a capacidade de mobilização popular do presidente virou
agora um teste autoimposto".
No exterior, há algum
alívio nas tensões entre Estados Unidos e China após
Washington aliviar temporariamente as restrições comerciais
à chinesa Huawei para minimizar os transtornos a seus clientes.
Na segunda-feira, o Departamento
de Comércio concedeu à Huawei uma licença de compra
de produtos dos EUA até 19 de agosto para manter as redes de telecomunicações
existentes em atividade e fornecer atualizações de software
para smartphones Huawei.
Atuação do
BC
O Banco Central anunciou
na sexta-feira leilões de rolagem de linha de dólares com
compromisso de recompra para esta semana, em operação que
pode evitar o enxugamento de liquidez do sistema e, assim, abrandar a valorização
do dólar.
Nesta terça-feira,
a autoridade monetária negociou todo o lote de US$ 1,25 bilhão
em rolagem de linhas de dólares.
O BC também vendeu
nesta terça-feria todos os 5.050 contratos de swap cambial ofertados
em rolagem correspondentes à venda futura de dólares
(G1)
Obtenha mais informações
pelo e-mail assprevisite1@assprevisite.com.b
SP:
Estado tem campanha extra de vacinação contra sarampo
Ministério da Saúde
confirmou campanha de imunização; previsão é
iniciar em 10 de junho
O Ministério da Saúde
prepara uma campanha de vacinação extra contra o sarampo.
São Paulo, que registrou o primeiro caso autóctone desde
2015, é uma das cidades a receber. A previsão é iniciar
a imunização a partir de 10 de junho.
Segundo a pasta, os detalhes
da campanha serão divulgados em coletiva de imprensa, ainda sem
data. Em nota, o Ministério informou que "pela primeira vez, o Governo
Federal estabeleceu a cobertura vacinal como meta prioritária para
a gestão de Saúde no país".
"Na agenda de prioridades,
foi lançado, em abril deste ano, o Movimento Vacina Brasil, com
ações coordenadas pelo Ministério da Saúde
para reverter o quadro de queda das coberturas vacinais no país
registrado nos últimos anos", informou o Ministério.
Primeiro caso autóctone
desde 2015
Desde 2015, o município
de São Paulo não tinha registro de circulação
do vírus internamente. Foram confirmados ainda outros quatro casos
importados da doença além dos três anteriormente divulgados
pela secretaria. Há ainda 92 casos suspeitos em investigação.
Nenhuma morte foi registrada.
Antes da confirmação
do caso autóctone, a secretaria havia divulgado somente três
casos diagnosticados na cidade mas cujas infecções ocorreram
na Noruega, em Malta e em Israel.
O registro autóctone
aumenta o nível de alerta porque é o primeiro indício
de que o vírus já pode estar circulando na cidade. O caso
foi inicialmente relatado em documento publicado pelo Centro de Vigilância
Epidemiológica (CVE) da Secretaria Estadual da Saúde na última
semana e confirmado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS) ao
Estado nesta segunda-feira, 12.
Segundo o CVE, o paciente
é um professor universitário de 48 anos, que foi hospitalizado
mas que “evolui para cura”. Já os quatro novos casos importados
da doença também confirmados nesta semana ocorreram todos
na mesma família. Os pacientes, com idades entre 12 e 42 anos, moram
na mesma casa que o doente infectado em Israel.
Embora a transmissão
intrafamiliar tenha ocorrido dentro de São Paulo, a secretaria informou
que, pelos critérios epidemiológicos do Ministério
da Saúde, os casos foram considerados importados por estarem relacionados
a uma infecção importada localizada (a de Israel).
Tanto no caso autóctone
quanto nos importados, os pacientes não eram vacinados contra o
sarampo, de acordo com o documento do CVE.
Além dos oito registros
na capital paulista, 20 infecções já haviam sido confirmadas
em Santos, na Baixada Santista, todas decorrentes de um surto que atingiu
o navio MSC Seaview em fevereiro. Do total de vítimas no cruzeiro,
17 eram tripulantes, dois eram passageiros e um era profissional de saúde.
Todos passam bem. (O Estado de S.Paulo
SP:
Universidade inaugura salas de vacinação gratuita
Unidades Vergueiro e Vila
Maria da Uninove terão atendimento das 8h às 21h.
A Universidade Nove de Julho
(Uninove) está inaugurando duas salas de vacinação
integradas à rede pública de assistência e prevenção
de doenças nas unidades da Vergueiro e da Vila Maria da instituição
de ensino.
As salas de vacinação
Uninove do Campus Vergueiro realizam imunização de segunda
à sexta-feira, nos turnos da manhã (8h-12h), tarde (14h-18h),
e à noite (19h-21h), e com um atendimento inédito à
população, o atendimento no campus Vila Maria é sem
intervalos, das 8h às 21h.
Inicialmente a vacinação
abrangerá o público jovem, adulto e de idosos.
Veja os locais e vacinas
disponíveis gratuitamente para a população:
Sala de Vacinação
Uninove Vergueiro
• Rua Vergueiro, 235 – Liberdade
• Turnos de Atendimentos:
• Manhã: das 8h às
12h
• Tarde: das 14h às
18h
• Noite: das 19h às
21h
• Público: adulto
Vacinas disponíveis:
• Hepatite B
• Tétano
• Influenza (Gripe)
• Tríplice Viral
(Sarampo, Caxumba e Rubéola)
• Febre Amarela
Sala de Vacinação
Uninove Vila Maria
• Rua Profa. Maria José
Barone Fernandes, 300 – Vila Maria
• Turno de Atendimento:
das 8h às 21 h
• Público: adolescente,
adulto e idoso
Vacinas disponíveis:
• Hepatite B
• Tétano
• Influenza (Gripe)
• Tríplice Viral
(Sarampo, Caxumba e Rubéola)
• Febre Amarela
• DPTA ou Tríplice
Bacteriana
• Menigogócica C
• HPV (G1)
PR:
Cascavel adia corte de pagamento de gratificações a servidores
Decisão foi anunciada
pelo prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) durante entrevista, nesta terça-feira
(21).
A Prefeitura de Cascavel,
no oeste do Paraná, resolveu adiar por 90 dias a decisão
de cortar o pagamento de gratificações a servidores da Secretária
de Saúde da cidade. A decisão foi anunciada pelo prefeito
Leonaldo Paranhos (PSC) durante entrevista à RPC nesta terça-feira
(21).
O pagamento das gratificações
é referente ao adicional de insalubridade dos servidores da Secretaria
de Saúde, além de dentistas do município. Cerca de
350 funcionários podem ser atingidos pela medida, segundo a prefeitura.
A decisão de cortar
as gratificações foi feita com base no resultado de um laudo
apresentado por uma empresa contratada pela prefeitura. No documento, a
empresa avaliou o ambiente de trabalho dos 2,3 mil servidores da secretaria.
Segundo o laudo, nem todos
os servidores que recebem o adicional estão expostos a ambientes
insalubres.
A Prefeitura de Cascavel
informou que resolveu adiar o corte depois de ouvir sindicatos e entidades
de classe. O prefeito Leonaldo Paranhos afirmou que o relatório
apresentado pela empresa contratada será revisado.
A empresa foi contratada
pela prefeitura por meio de uma licitação, no valor de R$
90,5 mil.
Corte do adicional
O adicional de insalubridade
é uma gratificação paga além do salário
para profissionais que enfrentam algum risco de saúde durante o
trabalho. De acordo com a prefeitura, o adicional varia entre R$ 200 e
R$ 400 por mês.
A Prefeitura de Cascavel
disse que o corte no adicional de insalubridade aos servidores da Saúde
poderia gerar uma economia de R$ 1,8 milhão por ano. (RPC)
SC:
Voluntários ajudam doentes renais no tratamento e na luta pelo transplante
O trabalho é feito
por diversos profissionais e transplantados na Associação
dos Pacientes Renais (APAR), em Florianópolis.
Há 22 anos os voluntários
da Associação dos Pacientes Renais (APAR) atendem pacientes
renais e ajudam também na luta pela doação, em Santa
Catarina. São profissionais de diversas áreas da saúde
e do direito, além de pessoas que já passaram pelo transplante,
que fazem toda a diferença na vida de quem precisa de um transplante
de rim.
A cada cinco minutos, os
rins filtram todo o sangue do corpo. Quando eles não funcionam direito,
além de esperar pelo transplante, o paciente enfrenta a hemodiálise.
São horas onde a pessoa fica presa a uma máquina que faz
o trabalho dos rins.
Neste momento, tudo que
o paciente renal precisa é de apoio. E é com a ajuda de pessoas
como o Humberto Floriano Mendes, que é transplantado, que eles conseguem.
O Humberto é o presidente da associação e abre todos
os dias a sede da APAR com uma missão. "Devolver à sociedade
aquilo que nós recebemos", diz.
Voluntários
Os voluntários da
associação são transplantados, ou seja, passaram pelas
sessões de hemodiálise, no passado, e hoje vivem com rins
doados. Agora, doam o próprio esforço. E o trabalho da APAR,
em Florianópolis, começa numa hora muito importante, na espera
pelo novo rim.
"Mostrar para as pessoas
que estão em fila de hemodiálise que tu tá transplantado,
tu tá bem e que eles podem também tansplantar e ter uma vida
normal", comenta o voluntário Paulo Marques.
Eles não fazem nada
sozinhos, no local tem vários profissionais. A assistente social
Jéssica Bieger e a psicóloga Victória Nicolosi recebem
os pacientes renais.
"A pessoa fica muito sensibilizada,
não entende o que que tá acontecendo, então o meu
trabalho é até orientar um pouco a pessoa, situar ela dentro
da questão da doença renal e também trabalhar com
todas as frustrações e expectativas", explica Victória.
As duas atendem umas 30
pessoas por mês. Muitas delas acabam descobrindo direitos que nem
imaginavam que tinham.
"A questão de benefício
previdenciário, transporte, porque o município transporte,
questão de saque de FGTS, a gente dá toda a assessoria",
fala Jéssica.
O paciente renal também
precisa cuidar alimentação. Enquanto espera pelo transplante,
precisa evitar qualquer comida que tenha potássio, fósforo
e sal, explica a nutricionista Susane Fanton.
E se tomar muito líquido,
o corpo pode ficar inchado. Com o rim novo, tem que evitar sal, gordura
e açúcar. "Eles precisam adotar a dieta que a gente passa,
porque se não ele pode adquirir obesidade e diabetes. Eles têm
que estar cientes que vão seguir uma dieta para a vida inteira".
A nutricionista acompanha
de perto os pacientes renais na associação. E se faltar remédio,
o advogado Gabriel de Lima entra na justiça. "A grande maioria tem
seus pedidos negados pelo estado, de medicamentos, então a gente
dá este suporte jurídico pra que o paciente consiga ter acesso".
Nos seus 22 anos, a APAR
ficou conhecida por várias campanhas de conscientização
sobre a doação de órgãos. E eles abraçaram
outros pacientes, não só os renais. Um trabalho que preenche
um espaço que o SUS não ocupa e diminui a angústia
de quem está esperando pela doação. Mas tudo isto
só acontece porque existe o doador. (RBS)
RJ:
Após 9 anos de espera, idoso morre sem conseguir prótese
no Into
Aos 69 anos, Carlos Augusto
de Abreu aguardava procedimento desde 2010. Ele morreu na segunda-feira
na 40ª posição na fila. Defensoria diz que há
12 mil pessoas em filas do instituto.
Depois de nove anos de espera
por uma cirurgia no Instituto de Nacional de Traumatologia e Ortopedia
(Into), Carlos Augusto de Abreu e Silva, de 69 anos, morreu na segunda-feira
(20) sem conseguir uma nova prótese de quadril.
A espera pela cirurgia começou
em 2010, quando ele entrou na fila para conseguir uma revisão da
prótese que havia colocado na região do quadril após
se acidentar no ano de 2005. Naquela época, Carlos entrou na fila
com o número 182.
Enquanto esperava pela revisão,
ele se machucou novamente e deslocou a prótese, tendo uma retração
do osso do quadril, o que dificultava a locomoção. Os médicos
informaram que, mesmo naquela condição, Carlos Augusto deveria
aguardar na mesma fila de espera.
Em 2018, já com uma
infecção, Carlos ainda aguardava, com a prótese deslocada,
pela revisão e nova cirurgia. O número que ele ocupava na
fila era o 46.
Depois de quase uma década
esperando para ser atendido, a infecção de Carlos piorou.
Ele foi internado no Hospital Rocha Faria, na Zona Oeste da cidade, teve
pneumonia e morreu na segunda-feira (20), ocupando a 40ª posição
na fila do Into.
"Ele sempre lutou por ele
e pelas 12 mil pessoas que estavam na fila. Há 11 meses, ele falou
que ele pedia misericórdia. Então, ontem, o Estado não
teve misericórdia, o governo ao teve misericórdia, mas Deus
teve misericórdia porque ele descansou. Hoje, eu sinto uma sensação
maior de impunidade. De que, mais uma vez, o descaso, e a negligência
venceram", desabafou a filha de Carlos Alberto.
O pedido de ajuda relatado
pela filha é mostrado em um dos últimos vídeos gravados
pelo paciente antes de falecer.
"Só queria que eles
olhassem para mim e para as outras pessoas com um pouquinho mais de senso
de humanidade, de respeito, de carinho e de misericórdia", disse
Carlos, em 2018, durante a última visita da equipe de reportagem
do RJ1. Ele vai ser enterrado nesta terça (21), no Cemitério
Jardim da Saudade, em Sulacap, às 14h.
Em nota, o Ministério
da Saúde informou que o pregão para o processo licitatório
de prótese para quadril foi realizado no dia 15 de maio e que, quanto
ao processo licitatório de joelho, o pregão foi realizado
no início de abril. Já em relação à
prótese de coluna, o Into fez uma adesão para suprir a demanda
nos próximos dois meses, enquanto é construído o processo
licitatório.
Mais de 12 mil pessoas na
mesma situação
Segundo a Defensoria Pública,
mais de 12 mil e 500 pessoas aguardam na fila do Into por uma prótese.
Dois ex-diretores do Into
foram presos pela Operação Lava Jato no Rio, suspeitos de
participação no desvio de dinheiro para compra de materiais
pra cirurgias ortopédicas. Um deles, André Loyelo, estava
à frente do instituto quando foi preso em julho do ano passado.
Estoques vazios
Apesar do número
de pacientes à espera de próteses, os estoques do Instituto
Nacional de Traumatologia e Ortopedia estão, praticamente, vazios.
Durante inspeção
feita pelo Conselho Regional de Medicina e da Defensoria Pública
da União, foi constatado que as prateleiras dedicadas às
próteses para ombro e joelho estavam completamente vazias.
Para coluna e quadril, não
havia conjunto completo, apenas peças isoladas, que não atendem
à maioria dos pacientes. Todas as 12 especialidades estavam com
o estoque baixo. (Raquel Honorato - G1)
MG:
Dengue já matou 49 pessoas no Estado neste ano
Outras 97 mortes estão
sob investigação. Ao todo, há 289.500 prováveis
da doença no estado.
Chegou a 49 o número
de mortes confirmadas por dengue em Minas Gerais neste ano, segundo boletim
epidemiológico divulgado pela Secretaria de Estado de Saúde
(SES) nesta terça-feira (21). No último balanço, eram
38.
De acordo com o órgão,
até o momento, há 289.500 casos prováveis da doença
em MG. Outras 97 mortes estão sob investigação.
Os óbitos foram registrados
em:
• Arcos (1);
• Belo Horizonte (6);
• Betim (10);
• Contagem (2);
• Curvelo (1);
• Frutal (1);
• Ibirité (1);
• João Monlevade
(1);
• João Pinheiro (4);
• Lagoa da Prata (1);
• Martinho Campos (1);
• Paracatu (1);
• Passos (1);
• Patos de Minas (1);
• Rio Paranaíba (1);
• São Gonçalo
do Pará (1);
• São Gotardo (1);
• Uberaba (1);
• Uberlândia (9);
• Unaí (2);
• Vazante (2).
A SES ressalta que as mortes
foram notificadas ao longo de 2019 e não são, necessariamente,
óbitos recentes.
De acordo com o balanço,
há 35.070 casos prováveis da dengue em BH. Em Contagem, são
8.543. Betim – a cidade que mais registrou mortes pela doença até
o momento – tem 1.987 casos prováveis da doença.
Emergência
O governador Romeu Zema
(Novo) decretou situação de emergência em saúde
pública em parte do estado como medida para conter o avanço
da dengue. O ato, que foi publicado no Diário Oficial de Minas Gerais
em abril, abrange o Centro, Noroeste, Norte, Oeste e Triângulo Mineiro.
Por causa de problemas técnicos,
os dados de chikungunya e zika não foram divulgados neste boletim.
De acordo com a SES, a expectativa é que este dados sejam atualizados
até a próxima semana.
A secretaria disse que um
registro maior de casos é esperado para este período (meses
quentes e chuvosos) devido à sazonalidade da doença. Dessa
forma, o estado está em situação de alerta para esse
aumento no número de casos das doenças transmitidas pelo
Aedes aegypti (dengue, chikungunya e zika).
Ações de combate
Em relação
às ações para controle do mosquito transmissor, a
SES informou que tem adotado uma série de medidas de apoio aos municípios
que apresentam aumento no número de casos de dengue, zika e chikungunya.
Também foi publicada
uma resolução com a aprovação de liberação
de recurso financeiro de R$ 4,180 milhões para ações
de enfrentamento da dengue nos 93 municípios com incidência
alta ou muito alta da doença.
A cada 15 dias, até
o dia 30 de junho, de acordo com a divulgação de um novo
Boletim Epidemiológico de Monitoramento dos casos de Dengue, Chikungunya
e Zika Vírus, os municípios com alta incidência irão
contar com incentivo financeiro complementar, por meio de resolução
específica.
Entre as demais medidas
tomadas para diminuir o crescimento do número de casos no estado
está a realização de uma força-tarefa, composta
por agentes da Saúde Estadual e da Fundação Nacional
de Saúde (Funasa) a 10 municípios com alta incidência
de pessoas com dengue e alta infestação pelo mosquito. (G1)
MT
III Encontro de Conscientização sobre Doação
de Medula Óssea
Programação
de palestras terá inicio na próxima semana e participação
será oficializada com certificado
Em parceria com a Assembleia
Legislativa de Mato Grosso (ALMT), a Escola de Saúde Pública
(ESP-MT) e a Universidade de Cuiabá (UNIC), o MT Hemocentro promoverá
o III Encontro de Conscientização sobre Doação
de Medula Óssea, que ocorrerá nos dias 28 a 29 de maio, em
Cuiabá.
A programação
de palestras terá inicio às 8h da próxima terça-feira
(28), no Auditório Milton Figueiredo da Assembleia Legislativa.
Nesse mesmo dia, haverá Cerimônia de Homenagens e apresentação
cultural do Grupo Sempre Sorrindo.
A partir das 8h da quarta-feira
(29), a programação será desenvolvida no auditório
da UNIC, com conferência sobre linhas de cuidado; doenças
hematológicas “Coagulopatias Hereditárias” e “Doença
Falciforme”; apresentações de trabalhos orais realizados
por acadêmicos e entrega de premiação aos melhores
trabalhos apresentados.
A direção
do Banco de Sangue Estadual ressaltou que a participação
será oficializada com certificado de horas emitido pela Escola Estadual
de Saúde Pública da Secretaria de Estado de Saúde
(SES-MT). Os trabalhos inscritos serão avaliados e concorrerão
às premiações dos classificados em 1º, 2º
e 3º lugar. Interessados ainda podem efetivar a inscrição
de trabalhos para exposição pelo link: https://forms.gle/qzKodDTL9ATWpQFH7
.
De acordo com a diretora
do MT Hemocentro, Gian Carla Zanela, também serão realizadas
atividades externas com o Hemobus, que ocorrerão entre os dias 25
e 30 de maio e terão o propósito de divulgar a “Semana Estadual
de Conscientização da Importância da Doação
de Medula Óssea”.
Mato Grosso
Em Mato Grosso, existe a
Lei Estadual nº 9.807/12, que institui a Semana Estadual da importância
da Conscientização da Doação de Medula Óssea
no período de 22 a 28 de maio.
A medula óssea é
constituída por um tecido esponjoso mole localizado no interior
dos ossos longos. É nela que o organismo produz praticamente todas
as células do sangue: glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas.
Os principais beneficiados com o transplante são os pacientes com
leucemia, linfomas e doenças autoimunes.
Programação
Idealizador do Registro
Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME) no Brasil, o Dr. Luís
Fernando da Silva Bouzas, do Rio de Janeiro, ministrará a conferência
sobre Transplante de Medula Óssea, indicações e seleção
de doadores. Já o especialista em transplante de medula óssea
pediátrico, Dr. Luiz Guilherme Darrigo Junior, de Ribeirão
Preto (SP), debaterá os Avanços e Desafios no Transplante
de Medula Óssea Pediátrica. Responsável pelo Instituto
Nacional de Câncer (INCA) do Rio de Janeiro, a Drª Danielli
Cristina Muniz de Oliveira abordará o tema “REDOME 50 anos, você
também pode contar esta história”.
Serviço
III Encontro de Conscientização
sobre Doação de Medula Óssea
Dia/hora: 28 e 29 de maio,
das 8h às 18h.
Local:
Dia 28 – Auditório
Milton Figueiredo da Assembleia Legislativa.
Dia 29 – Auditório
da UNIC Beira Rio 2. (Midia News)
DF:
Saúde registra 19,8 mil casos de dengue em 2019
Número é 12
vezes maior que o contabilizado no ano passado. Dezesseis pessoas morreram
por conta do doença.
A Secretaria de Saúde
do Distrito Federal (SES) divulgou, nesta terça-feira (21), novo
boletim epidemiológico sobre a dengue na capital. Segundo os dados,
entre janeiro e o dia 11 de maio, houve 19.812 notificações
da doença no Distrito Federal. O número 12 vezes maior que
o registrado no mesmo período do ano passado, quando foram 1.676
casos.
A alta no número
de ocorrências também causou um salto nos registros de morte
pela doença: já foram 16 em 2019, contra apenas uma nos primeiros
cinco meses do ano anterior. A pasta ainda investiga outras quatro suspeitas
de morte por dengue.
Do total, a Secretaria de
Saúde considera que 17.304 são casos prováveis da
doença, transmitida pelo mosquito aedes aegypti. Também foram
contabilizados 30 casos graves, em que as pessoas sobreviveram, e 279 ocorrências
de dengue com sinais de alarme.
Vírus do tipo II
Segundo o diretor de Vigilância
Epidemiológica da SES, Délmason Carvalho, uma das causas
para o aumento é maior o aparecimento de casos do vírus do
tipo II da dengue, mais agressivo e resistente a anticorpos.
“Quando começa a
circular um vírus diferente, mais pessoas têm maior probabilidade
de serem contaminadas, e aí ocorre uma epidemia”, afirma o diretor.
As regiões mais afetadas
pela doença são Itapoã, Paranoá e São
Sebastião. Juntas, as três somam 3.881 ocorrências da
doença. Em seguida, aparecem Planaltina, Fercal e Sobradinho.
Ainda segundo a Secretaria
de Saúde, há indícios de que, com o fim das chuvas,
haja redução na circulação de mosquitos transmissores
da dengue no DF. No entanto, a pasta afirma que a informação
só poderá ser confirmada nas próximas semanas.
Fumacê
Mesmo com a disparada de
casos no DF, uma das medidas de combate à dengue foi suspensa pelo
governo. O carro do "fumacê" – que lança inseticida pelas
ruas para combater a proliferação do aedes aegypti – deixou
de circular pelo Distrito Federal na semana passada.
O serviço foi interrompido
por conta de problemas no galpão onde a mistura é preparada,
em Taguatinga Norte. O local foi interditado pelo Ministério Público
do Trabalho no último dia 14 por uma série de irregularidades.
No galpão onde o
fumacê era produzido, inseticidas vencidos eram misturados a venenos
ainda dentro da validade, segundo o MPT. Tudo era feito em cima de uma
bancada improvisada e os funis eram, na verdade, galões de água
cortados. Sujeira e falta de ventilação também integravam
o cenário.
Após a divulgação
do caso, a Secretaria de Saúde admitiu a interrupção
do serviço, mas não deu prazo para a retomada. (G1)
BA:
Lavrador de 51 anos tem pedra de 1,3 Kg e 18 cm retirada da bexiga
Operação foi
realizada em hospital do município de Jacobina, na região
norte do estado. Segundo médico, paciente sentia ardência
ao urinar e peso no pé da barriga há 10 anos.
Um lavrador de 51 anos passou
por uma cirurgia em um hospital de Jacobina, na região norte da
Bahia, para a retirada de uma pedra de mais de 1,3 Kg e com 18 cm de comprimento
que estava na bexiga.
O procedimento ocorreu no
Hospital Antônio Teixeira Sobrinho, na segunda-feira (20). O médico
que realizou o procedimento, o cirurgião João Cleber Coutiunho,
disse que essa é uma das maiores pedras em bexiga já registradas
no mundo (veja mais casos ao final da reportagem).
O médico afirmou
que o paciente relatou que há 10 anos sentia ardência ao urinar
e um peso no pé da barriga, mas somente em janeiro ele procurou
saber as causas. Exames identificaram um cálculo de 10 cm na bexiga
e o paciente, então, foi encaminhado para Salvador, onde foi alertado
sobre a necessidade de realização da cirurgia.
O procedimento cirúrgico
durou cerca de 1h e, além do médico João Cleber, outros
cinco especialistas participaram da operação.
O paciente, que não
teve nome divulgado, ainda está internado, mas segundo os médicos,
está bem e falando.
O médico explica
que as pedras na bexiga geralmente são causadas pela inflamação
do órgão. Isso ocorre quando o corpo está desidratado
ou a urina está muito concentrada, fazendo com que ela forme cristais
na bexiga, que podem acumular ao longo do tempo e criar uma pedra cada
vez maior.
Outros casos
Em 2017, um americano de
64 anos teve uma pedra de 12 cm removida de sua bexiga. A pedra, de 770
gramas, foi comparada a um ovo de avestruz.
Em 2012, um paciente de
43 anos que vinha se queixando de dores urinárias teve uma pedra
de 1,025 kg retirada da bexiga em Wuhan, na província de Hubei,
na China.
A equipe médica ficou
surpresa quando descobriu a massa em um raio-X realizado no paciente de
43 anos, que vinha se queixando de dores urinárias.
Três anos antes, em
2009, médicos retiraram uma pedra de 2,4 quilos de uma mulher de
40 anos também China. (G1)
PE:
Pacientes fazem protesto na Farmácia do Estado
Alguns doentes que dependem
de produtos fornecidos gratuitamente pelo governo alegam que pararam tratamento
ou passaram a pagar pelos medicamentos.
Pacientes que recebem medicamentos
gratuitamente do governo de Pernambuco realizaram, na manhã desta
terça-feira (21), um protesto na frente da Farmácia do Estado,
na área central do Recife. Eles denunciaram o atraso na entrega
de remédios.
Segundo os manifestantes,
alguns doentes tiveram que passar a pagar o tratamento ou interromper o
uso de remédios. Vestindo roupas pretas, eles levaram cartazes e
balões para cobrar a regularidade no fornecimento de produtos.
Os integrantes do grupo
apontam que faltam substâncias para tratar doenças como lúpus,
glaucoma e para pacientes transplantados. Quem tem diabetes também
tem reclamado da falta de insumos.
A dona de casa Michele Correia
afirma que a mãe, uma idosa de 70 anos, precisa de medicamentos
para tratar uma fissura na coluna, mas os remédios estão
em falta há três meses. Sem dinheiro para comprar o medicamento,
que, segundo ela, custa mais de um salário mínimo, a paciente
decidiu interromper o tratamento.
“Eu tenho que cuidar dos
meus pais, levar os dois para fazer exames. Minha mãe é aposentada
e recebe um salário mínimo, mas não tem condições
de comprar o neoparatida, porque é muito caro. A gente vem até
a Farmácia do Estado desde 2016, mas faz três meses que não
tem”, afirma Michele.
O grupo também questiona
a falta de pagamentos de funcionários terceirizados que atuam na
Farmácia do Estado. “Eles nos dizem que estão há três
meses sem receber salário e que não têm reajuste salarial
desde 2017”, diz Leila.
Em nota, a Secretaria Estadual
de Saúde afirmou que "trabalha em um plano de reestruturação
para facilitar a rotina dos usuários, melhorar os processos de gerenciamento
e entrega de medicações".
Sobre a insulina Lantus,
a secretaria apontou que "um processo licitatório foi recentemente
concluído e há uma outra entrega agendada para os próximos
dias". Além disso, o governo nega que haja atraso de três
meses nos salários de funcionários terceirizados. "O pagamento
deste último mês, junto às empresas, está sendo
efetuado esta semana", acrescentou. (G1)
Verticalização
preocupa Confederação da Saúde
Segundo presidente, mudança
da saúde suplementar tira a opção de escolha e restringe
a livre concorrência
O presidente da Confederação
Nacional de Saúde, Breno Monteiro, está preocupado com o
impacto para o consumidor da decisão da operadoras de saúde
de descredenciar hospitais para favorecer sua rede própria — o que
a Amil vem fazendo, por exemplo.
Segundo ele, a verticalização
da saúde suplementar tira a opção de escolha e restringe
a livre concorrência.
Para a confederação,
o resultado final devido à concentração de mercado
na mão apenas de poucas operadoras será o aumento de preços
e a diminuição da qualidade assistencial.
Para ele, a ANS deveria
entrar no assunto (Época)
STJ:
Cláusula que exclui cobertura de lentes em plano de saúde
é abusiva
É abusivo incluir
nos contratos de plano de saúde anteriores à Lei 9.656/1998
uma cláusula que exclui a cobertura de lentes intraoculares em cirurgias
de catarata. Este é o entendimento da 3ª Turma do Superior
Tribunal de Justiça, que determinou ser passível de reembolso
o dinheiro que os clientes de um plano de saúde gastaram com a compra
das lentes para a cirurgia nos últimos cinco anos.
STJ afirma que procedimento
não é estético, mas sim para restabelecer visão.
Ao confirmar acórdão
do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, o colegiado julgou
procedentes os pedidos formulados em ação civil pública
para reconhecer o direito à cobertura de lentes intraoculares aos
segurados do plano de saúde que tenham feito ou venham a fazer a
cirurgia, além do reembolso.
O Ministério Público
Federal, o plano de saúde e a União apresentaram recursos
ao STJ questionando o acórdão do TRF-3.
Cláusula abusiva
De acordo com o relator,
ministro Paulo de Tarso Sanseverino, em virtude do disposto no artigo 51
do Código de Defesa do Consumidor (CDC), é manifesto o abuso
da cláusula que exclui da cobertura do plano a prótese essencial
para a operação de catarata, impedindo que os segurados que
sofrem da doença restabeleçam a visão e a saúde
mediante cirurgia.
"A cirurgia em questão
em nada tem a ver com procedimentos estéticos ou elitistas, sendo
necessária à devolução da função
da visão ao cidadão segurado e, por isso, deve estar coberta
no todo compreensivo da prestação de serviços de saúde
contratada, sob pena de se negar o conteúdo principal do negócio
celebrado", explicou.
Para o ministro, a simples
restrição da cobertura, com a exigência de pagamento
adicional de prêmio para a inclusão da prótese, já
evidencia o caráter abusivo da cláusula, violando a boa-fé
objetiva. Sanseverino lembrou precedentes do STJ que reconhecem como abusiva
a limitação do fornecimento de próteses necessárias
para o sucesso de atos cirúrgicos.
Prescrição
O ministro destacou ainda
que não há especificação legal sobre o prazo
prescricional aplicável ao reembolso, por parte da seguradora, dos
valores pagos pelos segurados em relação às lentes
intraoculares não cobertas com base em cláusula abusiva.
"A pretensão condenatória
decorre da revisão do contrato, ou seja, da declaração
de abusividade de determinada cláusula contratual, o que não
possui prazo específico no ordenamento jurídico", afirmou.
Sanseverino aplicou ao caso
em análise os mesmos fundamentos adotados pela Terceira Turma em
julgado semelhante (REsp 1.473.846).
Ao negar provimento aos
três recursos apresentados, a turma, por unanimidade, confirmou a
decisão tomada pelo TRF-3, afastando também o pedido de ressarcimento
do SUS pelas lentes intraoculares de usuários que procuraram a rede
pública para realizar a cirurgia de catarata. Com informações
da Assessoria de Imprensa do STJ.
REsp 1585614
(Consultor Jurídico)
AGU
pede que indústrias de cigarros paguem prejuízo com tratamentos
de pacientes
Objetivo é recuperar
valor gasto nos últimos cinco anos devido a 26 doenças relacionadas
ao consumo ou ao contato com a fumaça dos produtos. Alvo são
indústrias que detêm 90% do mercado nacional de fabricação
e comércio.
A Advocacia-Geral da União
(AGU) ingressou na 1ª Vara Federal de Porto Alegre com uma ação
civil pública pedindo que indústrias de cigarros sejam responsáveis
pelo ressarcimento aos cofres públicos de gastos com o tratamento
de doenças relacionadas ao tabagismo. O anúncio foi feito
nesta terça-feira (21), em entrevista coletiva na capital gaúcha.
A ação tem
como objetivo recuperar o valor gasto pela União nos últimos
cinco anos com o tratamento e a cura de 26 doenças relacionadas
ao consumo ou ao contato com a fumaça de cigarros. O alvo as indústrias
Philip Morris e Souza Cruz que, segundo a AGU, detêm 90% do mercado
nacional de fabricação e comércio do produto e suas
controladoras estrangeiras.
Caso a ação
seja aceita pela JFRS, o valor a ser pago será calculado. Segundo
a AGU, doenças causadas pelo tabagismo custam bilhões de
reais à rede pública de saúde.
"A causa de doenças
da atividade que essas empresas desenvolvem e os custos dessas doenças
deveriam fazer parte da cadeia dessas empresas, e acaba sendo colocados
nos ombros da sociedade", aponta o advogado da União Vinicius Fonseca.
O advogado afirma que as
empresas omitiram e manipularam informações sobre os males
do cigarro nas últimas décadas, e contribuíram com
o aumento do consumo por meio de propaganda. "Tinham conhecimento dos males
mesmo antes, elas omitiram e negaram essas informações",
apontou.
Procurada pelo G1, a Philip
Morris afirmou não ter sido notificada sobre a ação,
e que por isso, aguardará para se manifestar.
A Souza Cruz disse ao G1
não ter tido acesso ao processo, mas contesta a afirmação
da AGU sobre as duas empresas controlarem 90% do mercado de cigarros. "A
realidade, segundo dados do Ibope, é que 54% do mercado brasileiro
é ilegal, sendo sua maior parte contrabandeada do Paraguai", diz
trecho da nota.
Um dos argumentos da ação
é o da responsabilidade objetiva, já que são repassados
à sociedade despesas que são consequência da atividade
que as empresas desenvolvem. O pedido de indenização é
baseado no conceito das externalidades negativas, com a alegação
de que a empresa não arca com despesas correspondentes aos riscos
causados pela própria atividade.
O pedido também é
fundamentado nas condutas danosas das empresas que, segundo a AGU, ocultaram
e manipularam informações sobre os males do cigarro nas últimas
décadas, e contribuíram com o aumento do consumo por meio
de propaganda. "Tinham conhecimento dos males mesmo antes, elas omitiram
e negaram essas informações", apontou Fonseca.
A ação cita,
como "condutas de má-fé", a venda de cigarros classificados
como "light" e a elaboração de material de publicidade voltado
ao público jovem.
Nos Estados Unidos, segundo
a AGU, indústria do cigarro já pagou mais de R$ 500 bilhões
aos estados norte-americanos nos últimos 20 anos. Desde 1994, os
estados começaram a ingressar com ações com o mesmo
objetivo, e parte deles resultou em um acordo com 46 estados e as empresas.
Ações similares já foram ajuizadas no Canadá,
na Nigéria e na Coreia do Sul. (Jonas Campos - RBS)
Folha
realiza sexta edição do fórum Saúde do Brasil
A Folha realiza no dia 27
de maio (segunda-feira) a sexta edição do fórum A
Saúde do Brasil.
No evento, especialistas
debaterão novas estratégias de remuneração
e assistência para a saúde suplementar, judicialização,
falta de médicos e como a tecnologia pode colaborar para melhorar
o sistema no país.
O evento, que tem patrocínio
da FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar)
e do Hospital Albert Einstein, acontece a partir das 8h no auditório
do MIS (avenida Europa, 158 – Jardim Europa), em São Paulo.
As inscrições
são gratuitas e podem ser realizadas através do site Folha
Eventos. (Folha de São Paulo)
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Estadão
e FAAP promovem debate sobre causas e tratamentos da ansiedade
Evento acontece no dia 29
de maio, no auditório da FAAP, e terá entrada gratuita; saiba
como se inscrever
A ansiedade, como ela se
manifesta e como ela pode ser tratada, é o tema central de evento
promovido pelo Estado em parceria com a Fundação Armando
Alvares Penteado (FAAP). O seminário Precisamos Falar Sobre Ansiedade
será realizado no dia 29 de maio, das 9h30 às 12h30, no auditório
da FAAP, em São Paulo. O evento, que contará com a participação
de Leandro Karnal, historiador e colunista do Estadão, é
gratuito e as inscrições podem ser feitas por meio na internet.
O evento será
dividido em dois módulos. No primeiro painel, intitulado ‘Até
Estourar’, especialistas da área da saúde discutem como a
doença se manifesta, os meios de identificar o problema e o tratamento
á disposição. Segundo explica o psiquiatra Daniel
Martins de Barros, um dos participantes do evento e colunista do Estadão,
a ansiedade é inerente a todo ser humano, mas precisa ser tratada
quando foge do controle e o corpo dá sinais de desequilíbrio
como, por exemplo, taquicardia, tremor, sudorese, dificuldade de pegar
no sono e relaxar.
“Quando a pessoa é
diagnosticada com um transtorno de ansiedade, o ideal é uma abordagem
interdisciplinar que envolva tratamento médico, eventualmente com
medicações, e com terapia, que ajudará a pessoa a
dar sentido ao que está acontecendo e entender quais são
seus gatilhos”, diz Martins de Barros.
O segundo painel ‘A
Sociedade Moderna e a Ansiedade’ debaterá qual o papel da ‘vida
moderna’ na disseminação da ansiedade e como discutir o assunto
em diferentes âmbitos como no trabalho, na escola ou em casa. Uma
das hipóteses para o aumento do transtorno de ansiedade pode estar
ligado à pressão excessiva sobre os jovens, de acordo com
a psicóloga Rosely Sayão, outra debatedora confirmada para
o evento.
“Nós transformamos
os jovens em mini adultos. O conceito de infância que havíamos
criado foi se desconstruindo e hoje exigimos de crianças e adolescentes
comportamentos e perspectivas de vida de um adulto. A ansiedade dos jovens
está muito ligada às pressões, à exigência
de êxito escolar e da possibilidade de um futuro bem-sucedido”, analisa
a psicóloga Rosely Sayão.
Serviço:
Precisamos Falar Sobre Ansiedade
Onde: Auditório 1
da FAAP – Rua Alagoas, 903, Higienópolis, SP
Quando: 29/5, das 9h30 às
12h30
Informações:
eventos.divulgação@faap.br
Inscrições:
http://bit.ly/FORUMESTADAOFAAPANSIEDADE (Agência
Estado)