AssPreviSite
Novo
presidente deve indicar 8 diretores para agências reguladoras
Projeto de lei que restringe
indicações políticas pode não ser aprovado
no Congresso neste ano
O presidenciável
que vencer a eleição poderá nomear dois presidentes
de agências reguladoras e seis diretores já em seu primeiro
ano de governo.
As indicações
costumam ter caráter político, mas um projeto de lei no Congresso
pode restringir a influência do governante no processo.
Havia a expectativa que
o texto, originado no Senado, pudesse ser sancionado ainda em 2018. Alterações
propostas por deputados, porém, deverão alongar o prazo.
A orientação
da Casa Civil ao Congresso era que tentassem aprovar o projeto sem mudanças
para não perdermos a janela de oportunidade deste ano, diz Marcelo
Guaranys, subchefe de acompanhamento de políticas governamentais
da pasta.
Esperança para aprovar
neste ano após a eleição sempre temos, mas depende
um pouco de força política.
A modificação
mais negativa foi a revogação do item que proíbe indicação
de pessoas ligadas a políticos, como parentes e membros de partidos,
afirma Maria Ferro, do Instituto Ethos.
Há previsão
que, ao retornar ao Senado, esse ponto seja derrubado, segundo Juliana
Bonacorsi de Palma, professora da Fundação Getulio Vargas.
Essa revogação
tomou uma importância tão grande que ocultou os avanços
do texto atual. É melhor esperar um pouco mais e ter uma lei que
facilite a atração de investimentos e traga estabilidade.
Entre os pontos positivos
estão medidas para maior autonomia e independência das agências,
como a não responsabilização de agentes públicos
por suas decisões técnicas, salvo quando há erro grosseiro
ou fraude, diz ela.
Possíveis mudanças
no comando de agências reguladoras
Ainda em 2018
1 presidente (Anatel)
2 diretores (já indicados,
na Aneel e Anvisa)
Em 2019
2 presidentes (ANS e Anvisa)
6 diretores (Anatel, Anvisa,
ANA, Ancine, ANTT e Anac)
Sem mudanças
ANP
Antaq
ANM
Legenda: Anatel (telecomunicações);
Aneel (energia elétrica); Anvisa (vigilância sanitária);
ANS (saúde suplementar); ANA (águas); Ancine (cinema); ANTT
(transportes terrestres); Anac (aviação civil); ANP (petróleo);
Antaq (transportes aquáticos); ANM (mineração).
(Maria Cristina Frias - Folha de São Paulo)
Anahp: Aos
candidatos
Eduardo Amaro, presidente
da Anahp
A mudança do modelo
de remuneração usado pelas operadoras de saúde é
uma das demandas dos hospitais privados ao próximo governo, segundo
Eduardo Amaro, presidente da Anahp (do setor).
Precisamos abandonar o pagamento
por volume e priorizar a qualidade do tratamento, diz ele. Um valor pré-fixado
remunera cada procedimento realizado atualmente, o que desestimula a eficiência,
afirma Amaro.
A maior integração
entre o setor público e o privado é outro pleito da associação,
principalmente quanto ao compartilhamento de dados.
Os sistemas de informação
precisam ser integrados para que todos os envolvidos no tratamento tenham
ciência dos exames realizados e de seus resultados.
Demandas dos hospitais privados
aos presidenciáveis
Regulamentar a telemedicina
como forma de ampliar o acesso à saúde
Criar um sistema nacional
de avaliação da qualidade dos hospitais
162 mil são os empregos
diretos
R$ 33,6 bilhões foi
o faturamento do setor em 2017 (Maria Cristina Frias
- Folha de São Paulo)
21º
Congresso e 4ª Expo Unidas
O
21º Congresso UNIDAS – CAMINHOS PARA INOVAR será realizado
de 7 a 9 de novembro de 2018, na Arena Sauípe, em Costa do Sauípe
- Bahia. O objetivo do evento é proporcionar aos participantes a
possibilidade de debater temas importantes e diretamente relacionados com
o segmento de saúde do Brasil e do mundo.
O
público do Congresso é constituído por presidentes,
dirigentes e executivos de instituições públicas e
privadas, representantes de sociedades de classe, acadêmicos e outros
interessados em gestão da saúde.
Paralelamente,
realizaremos a 4ª Expo UNIDAS, ambiente de negócios e de networking
entre congressistas e empresas especializadas em soluções
tecnológicas, ferramentas de gestão e diversos negócios
relacionados com o segmento de saúde.
Progrmação
Você
já pode acessar a programação do 21º Congresso
Internacional UNIDAS – CAMINHOS PARA INOVAR e conferir os temas que serão
abordados e os palestrantes já confirmados. Para acessar utilize
o link
https://21congresso.unidas.org.br/programacao
Neste
ano, haverá uma nova edição dos workshops, que foram
uma novidade do Congresso de 2017, e agradaram bastante o público
participante, além de palestrantes nacionais e internacionais.
Informações:
https://www.unidas.org.br/21congresso/ (Unidas/AssPreviSite)
Fundação
Copel: Câncer de mama, cuide-se!
Outubro
Rosa representa uma das campanhas mais difundidas no mundo. No Brasil deste
2002, no mês de outubro, se inicia a campanha de conscientização
e alerta para a sociedade em geral sobre a importância da prevenção
e do diagnóstico precoce do câncer de mama.
O
câncer de mama é um dos tipos de câncer mais comuns
e que mais mata mulheres em todo o mundo, de acordo com dados da Agência
Internacional para a Pesquisa do Câncer. O Instituto Nacional de
Câncer – INCA estima que entre 2018 e 2019 surjam cerca de 59 mil
novos casos de câncer de mama no Brasil.
Ainda
segundo o Instituto, 30% dos novos casos seriam evitados com a adoção
de práticas saudáveis.
Cuide-se!
Você é protagonista da sua vida #outubrorosa #prevenção
(Fundação Copel)
Qualicorp:
Para pensar
Independentemente
de como acabe, o caso Qualicorp oferece muitas reflexões do ponto
de vista do mercado de ações brasileiro – que, pelo que se
apurou, permite operações anunciadas pela seguradora de saúde.
A
coluna recebeu ontem vários e-mails, resultado de explicação,
publicada aqui, sobre as razões que levaram a empresa a aprovar
pagamento, à vista, de R$ 150 milhões para José Seripieri
Junior em troca de assinatura, em contrato, de “não competição”
mais sua permanência na empresa por no mínimo seis anos.
Parte
dos emails ataca seu presidente e principal acionista moralmente. E não
se esquecem de fazer o mesmo com a atuação do conselho da
Qualicorp – que aprovou a proposta por unanimidade. Sonia Racy
- O EStado de S.Paulo)
São
Francisco: Nova aquisição em odonto
O
Grupo São Francisco, do setor de saúde e que tem o fundo
de private equity Gávea como sócio, emplacou a segunda aquisição
no setor de odontologia privada em menos de cinco meses. A partir de outubro,
a holding terá a São Lucas Saúde, com 70 mil usuários
e forte atuação no interior de São Paulo, incluindo
as cidades de Lins, Bauru e Marília. Em maio, havia levado a Oral
Brasil Planos Odontológicos, com 30 mil beneficiários.
Fermento
– Além de aquisições, o Grupo São Francisco,
que recebeu aporte do fundo Gávea, comandado por Armínio
Fraga, ex-presidente do Banco Central, também tem investido em crescimento
orgânico. A companhia vai aportar R$ 60 milhões na ampliação
da rede no interior de São Paulo, Paraná, Centro Oeste e
região do Sul de Minas Gerais. Até o final do ano, pretende
inaugurar mais dez unidades próprias. (O Estado de São
Paulo)
Número
de idosos vai superar o de crianças de zero a 14 anos de idade em
MT
As
estimativas apontam que em 30 anos haverá uma virada do perfil da
população mato-grossense
Em
2048, de acordo com estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Mato Grosso vai ter 833.251 idosos (com 60 anos ou mais), enquanto
o número estimado de crianças em idades de zero a 14 anos
pode chegar a 624.595. A diferença entre as faixas etárias
é de 25,04% maior para os da melhor idade.
As
estimativas apontam para uma virada do perfil da população
mato-grossense daqui a 30 anos. Para se ter ideia do envelhecimento da
população, 32.074 pessoas deverão ter 90 anos ou mais
de idade. Em 2018, a estimativa do IBGE é de apenas 6.207 idosos
nesse grupo. O crescimento percentual é de 80,64%.
Mas
mesmo com o aumento da expectativa de vida, as políticas públicas
voltadas a essa faixa etária (60 ou mais de idade) são deficientes.
Neste ano, o Estatuto do Idoso completa 15 anos. Publicado em 1º de
outubro de 2003 e em vigor desde janeiro de 2004, ele reúne os direitos
assegurados às mais de 30 de milhões de pessoas com mais
de 60 anos no Brasil.
O
presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa
de Mato Grosso (CEDDPI-MT) e do Sindicato Estadual dos Aposentados, Pensionistas
e Idosos (Sindapi-MT), Francisco Delmondes Bentinho, afirmou que o estatuto
é uma das maiores conquistas à pessoa idosa, mas precisa
definir alguns pontos básicos como, por exemplo, a falta de medicamentos
de ação continuada.
Hoje,
o Sindapi tem cerca de três mil pessoas sindicalizadas. Já
na Federação Estadual dos Aposentados, Pensionistas e Idosos
(Fedapi-MT), de acordo com Bentinho, são mais de 25 mil filiados,
que fazem parte do sindicato.
Questionado
se o Sindapi recebe muitas denúncias de maus-tratos contra os idosos,
Bentinho disse que a violência é cometida, geralmente, pelos
familiares ou pessoas próximas a ela. “Existe o receio de fazer
a denúncia à polícia porque têm medo das consequências.
Mas, em casos extremos, o idoso procura o sindicato em vez de ir à
delegacia”, afirma Bentinho.
Outras
queixas registradas pelos idosos junto ao sindicato, de acordo com Bentinho,
são relativas aos empréstimos consignados, muitas vezes feitos
por pessoas ligadas ao idoso. Ele apontou ainda a falta de médicos
especialistas ou a demora no atendimento médico, a falta de medicamentos
de uso continuado fornecidos pelos órgãos competentes e o
atendimento inadequado nos meios de transporte públicos municipais
e intermunicipais.
Nesses
últimos 15 anos, Bentinho aponta que o idoso conseguiu assegurar
vários direitos, como o desconto de 50% na compra do bilhete
de ônibus para o transporte intermunicipal, e garantir mais dois
lugares gratuitos reservados às pessoas idosas. Bentinho disse ainda
que outra conquista foi o aumento de 3% para 10% das residências
populares – casas construídas com verbas públicas – para
os idosos.
Os
valores das aposentadorias e das pensões pagos pelo Instituto Nacional
de Seguridade Social (INSS) às pessoas da melhor idade, segundo
Bentinho, são irrisórios. Hoje, a média do benefício
mensal da aposentadoria pago ao idoso, segundo dados estatísticos
da Confederação Brasileira de Aposentados e Idosos (Cobap),
é de um salário mínimo (R$ 965), o que representa
mais de 80% dos aposentados.
“A
maioria (60%) deve a bancos, por meio de empréstimos consignados.
Muitas vezes, feitos por terceiros e não pelo próprio aposentado
ou pensionista. A maioria, para não passar fome, compra somente
o básico porque não tem recursos para comprar alimentos essenciais
como carnes, verduras e frutas”, explica Bentinho.
A
monitora de idosos Odilza Sírio Sampaio, do Centro de Convivência
de Idosos (CCI) João Guerreiro, do bairro Altos do Coxipó,
em Cuiabá, afirma que, mesmo com a lei do Estatuto do Idoso, ainda
falta muito para as pessoas da terceira idade terem uma vida mais digna
e tranquila no dia a dia.
Na
instituição, onde ela presta serviço voluntário,
são atendidas 560 pessoas na faixa etária de 60 anos ou mais
de idade. Segundo Odilza Sampaio, apesar de o Estatuto garantir uma série
de benefícios, a realidade é diferente. “Não temos,
nas agências bancárias, um local específico para atender
os idosos. Eles não têm, o Estatuto fala, mas na prática
é diferente”, desabafa Sampaio.
Ela
disse que o estatuto fala da segurança do idoso, mas o Estado não
garante esse benefício. Aqui em Cuiabá não existe
uma delegacia específica para atender as pessoas idosas vítimas
da violência física e muito menos psicológica. Segundo
ela, o idoso precisa ter um tratamento mais humanizado.
“O
único local que faz o registro de casos de violência cometidos
contra as pessoas da terceira idade é o Núcleo de Atendimento
ao Idoso, unidade da Polícia Judiciária Civil (PJC), que
atende dentro da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher (DDM)”, disse
Sampaio.
Nesses
últimos 15 anos, a Assembleia Legislativa já aprovou e vem
debatendo diversas proposições que buscam ampliar e melhorar
os benefícios para as pessoas da melhor idade. Durante a 18ª
Legislatura, esse trabalho tem sido intensificado. Seguem algumas delas:
Em
tramitação
Projeto
de Lei nº 70/2017
Institui
o Fundo Estadual dos Direitos do Idoso, instrumento de natureza contábil,
tendo por finalidade a captação, o repasse e a aplicação
de recursos destinados a proporcionar o devido suporte financeiro na implantação,
na manutenção e no desenvolvimento de programas, projetos
e ações voltados à pessoa idosa em Mato Grosso. Este
projeto foi rejeitado em Plenário, em segunda votação,
por vício de iniciativa.
?
Assembleia Legislativa participa das eleições para conscientizar
cidadãos
Projeto
de Lei nº 347/2017
Torna
obrigatória a disponibilização de exemplar do Estatuto
do Idoso nos estabelecimentos comerciais e de prestação de
serviços em Mato Grosso.
Projeto
de Lei nº 67/2018
Autoriza
a criação do Programa Estadual de Assistência Domiciliar
Interdisciplinar para Idosos, no âmbito do estado de Mato Grosso.
Tem a finalidade de oferecer tratamento clínico a pacientes estáveis
no próprio domicílio com base na atenção multidisciplinar.
Leis
Lei
nº 10.320, de 21 de setembro de 2015
Garante
desconto de 50%, no mínimo, no valor das passagens para os idosos
que excederem as vagas gratuitas [aquelas já garantidas no Estatuto
do Idoso], com renda igual ou inferior a dois salários mínimos.
Lei
nº 10.597, de 26 de setembro de 2017
Institui
a Política Estadual para o Sistema Integrado de Informações
de Violência contra o Idoso no Estado de Mato Grosso, denominado
Observatório Estadual da Violência contra o Idoso que tem
a finalidade de coordenar e analisar os dados sobre atos de violência
praticados contra o idoso e, ainda, promover a integração
entre órgãos que atendam os idosos, vítimas de violência.
Lei
Complementar nº 563, de 20 de janeiro de 2015
Acrescenta
na Lei Complementar nº 131, de 17 de julho de 2003, o artigo 15-A.
A nova redação garante prioridade ao idoso na aquisição
de imóvel para moradia própria nos programas habitacionais,
públicos ou subsidiados com recursos públicos.
Estatuto
do Idoso – Prevê direitos civis e sociais a todos os idosos, em toda
a sua plenitude, contemplando a cidadania plena. Entre esses direito estão
a saúde; a educação; o trabalho; a habitação
e urbanismo; a cultura, esporte e lazer; e a previdência social.
Saúde
– O idoso tem garantia de assistência integral à saúde,
de acesso à assistência hospitalar, de fornecimento de remédios,
órteses e próteses necessárias à recuperação
e reabilitação de sua saúde.
O
estatuto prevê ainda apoiar e desenvolver programas de prevenção,
educação e promoção da saúde do idoso,
estimulando a higiene pessoal. Além disso, busca desenvolver formas
de cooperação com organizações não governamentais
e centros de referência em geriatria e gerontologia, para treinamento
de profissionais de saúde.
Educação
– Para a área da educação, o estatuto busca impulsionar
programas que visam contribuir para a contínua melhoria de sua condição
física, mental e social do idoso. Outro ponto a ser destacado é
o programa educacional dos níveis de ensino de primeiro, segundo
e terceiro grau, abordando conteúdos sobre o processo de envelhecimento
e questões relativas à velhice.
Vale
ressaltar também a admissão do idoso nos cursos formais e
de extensão de primeiro, segundo e terceiro grau, propiciando a
eles contínuo aprendizado e integração intergeracional.
O estatuto prevê o incentivo às bibliotecas públicas
e privadas a promoverem programas e projetos especiais de leitura à
pessoa idosa.
Trabalho
– Pelo texto do estatuto, cabe a área do trabalho impedir a discriminação
do idoso no mercado de trabalho, aproveitando o saber acumulado em programas
de treinamento de mão de obra, de preparação do jovem
para o trabalho e de reciclagem de pessoas idosas para aproveitamento em
outras ocupações.
Além
disso, o documento estimula a manutenção de programas de
preparação para a aposentadoria e para o desempenho de novas
funções sociais nos setores público e privado, com
antecedência mínima de dois anos do provável afastamento.
Habitação
e urbanismo – Cabe à sociedade organizada eliminar as barreiras
arquitetônicas para a pessoa idosa em equipamentos urbanos de uso
público. Consta ainda o incentivo à adequação
de moradias às necessidades dos idosos, de forma a permitir-lhes
vida independente em proximidade com suas famílias.
Os
idosos terão a garantia, nos programas habitacionais destinados
à população de baixa renda, à inclusão
de alternativas para a destinação de habitação
para a pessoa idosa e para o seu atendimento não asilar.
Cultura,
esporte e lazer – Os idosos terão acesso a locais e a eventos culturais
promovidos pelo setor público, mediante preços reduzidos.
Outro ponto importante é a valorização do registro
da memória e a transmissão de informações e
habilidades dos idosos aos mais jovens, como meio de garantir a continuidade
e a identidade cultural.
Vale
ressaltar ainda o incentivo e a criação de programas de lazer,
esporte e atividades físicas que proporcionem a melhoria da qualidade
de vida das pessoas idosas e estimulem sua participação na
comunidade.
Previdência
Social – O estatuto estimula a participação de funcionários
em sistemas de previdência privada. Além de as empresas a
criarem sistemas de assistência não asilar para os funcionários
que cuidam de parentes idosos.
O
estatuto assegura ainda ao idoso que não tenha meios de prover sua
própria subsistência, que não tenha família
ou cuja família não tenha condições de prover
sua manutenção assistência asilar no Estado de Mato
Grosso.
O
documento proíbe a permanência em instituições
asilares de caráter social, de idoso portador de doenças
que exijam assistência médica permanente ou assistência
de enfermagem intensiva, cuja falta possa agravar ou pôr em risco
sua vida ou a vida de terceiros. Porém, a permanência dos
idosos doentes em instituições asilares, de caráter
social, dependerá de avaliação médica prestada
pelo serviço de saúde oficial. (Cenário MT)
STJ:
Plano não tem obrigação de arcar com exame realizado
fora do Brasil
As
operadoras de planos de saúde não têm obrigação
de arcar com exames realizados fora do Brasil, pois o artigo 10 da Lei
dos Planos de Saúde (que estabelece as exigências mínimas
e as hipóteses obrigatórias de cobertura) afirma que os procedimentos
do plano-referência devam ser feitos no país.
Com
esse entendimento, a Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) deu provimento a um recurso da Unimed de Dourados (MS) para julgar
improcedente o pedido de restituição dos valores gastos com
exame realizado no exterior, bem como excluir a indenização
de R$ 6 mil por danos morais.
Segundo
a relatora do recurso no STJ, ministra Nancy Andrighi, o artigo 10 da Lei
dos Planos de Saúde elenca os procedimentos mínimos obrigatórios,
incluindo, por exemplo, serviços de apoio diagnóstico, tratamentos
e demais procedimentos ambulatoriais, a serem realizados exclusivamente
no Brasil.
A
ministra afirmou que, além dessa expressa disposição,
a lei criou uma disciplina para a contratação dos planos,
exigindo que nos contratos conste a indicação clara da área
geográfica de abrangência (artigo 16, inciso X).
Nancy
Andrighi destacou que o plano de saúde do qual a recorrida é
beneficiária estabelece expressamente a exclusão de tratamentos
realizados fora do território nacional. Para a ministra, não
há abuso na decisão de negar o pedido para a realização
de exame no exterior.
“Vale
dizer que a procura da elucidação diagnóstica da doença
pode ocorrer pelos meios disponibilizados em território nacional,
não se considerando abusiva a conduta que limita o âmbito
geográfico da cobertura assistencial, conforme dispositivo contratual
celebrado para a prestação dos serviços de atenção
à saúde”, afirmou.
Reembolso
O
exame Oncotype DX foi prescrito para definir a necessidade de tratamento
quimioterápico. Com a negativa da Unimed Dourados, a beneficiária
do plano de saúde pagou o exame e ingressou com ação
para o reembolso dos valores.
Em
primeira e segunda instância, o pedido de reembolso de R$ 14.300
foi considerado procedente. O juízo estipulou ainda um valor de
R$ 6 mil a título de danos morais pela negativa da cobertura.
“O
exame Oncotype DX prescrito pela médica assistente é realizado
apenas no exterior. Assim, não há falar em abusividade da
conduta da operadora de plano de saúde ao negar a cobertura e o
reembolso do procedimento internacional, pois sua conduta tem respaldo
na Lei 9.656/98 (artigo 10) e no contrato celebrado com a beneficiária”,
concluiu a relatora
REsp
1762313 (STJ)
STJ:
Planos perdem disputa sobre medicamentos
Marco
Buzzi: não há dúvida do dever de cobertura nos casos
em que o fornecimento de medicamento off label for o único meio
para tratamento viável e eficaz da doença
Os
planos de saúde perderam uma importante disputa nas turmas de direito
privado do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A 3ª e 4ª
Turmas entenderam que as operadoras devem seguir orientação
médica e fornecer medicamento para finalidade não descrita
em bula registrada na Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(Anvisa) uso “off label” do remédio, ou seja, não aprovado.
Veja
matéria completa através do link
https://www.valor.com.br/legislacao/5906111/planos-de-saude-perdem-no-stj-disputa-sobre-medicamentos
(Beatriz Olivon - Valor Online)
STJ:
Há exceções para impenhorabilidade de salários
Impenhorabilidade
de salários pode ser mitigada por razoabilidade, diz STJ
A
regra geral da impenhorabilidade de salários, prevista no CPC/15,
pode ser excepcionada quando for preservado percentual capaz de dar amparo
à dignidade do devedor e de sua família. Este foi o entendimento,
por maioria, da Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça.
A
discussão se deu após impasse da 1ª e da 2ª Turmas
acerca do assunto, em um processo no qual os ministros entenderam ser razoável
a penhora de 30% dos valores recebidos por uma devedora membro do Tribunal
de Contas de Contas do Estado de Goiás com remuneração
de mais de R$ 20 mil.
Voto
vencido
O
relator, ministro Benedito Gonçalves, negou provimento aos embargos
e teve voto vencido. “Aos casos de impenhorabilidade só se revela
necessária, adequada, proporcional e justificada a impenhorabilidade
daquela parte do patrimônio do devedor que seja efetivamente necessária
à manutenção de seu mínimo existencial, à
manutenção de sua dignidade e da de seus dependentes”, disse.
Divergência
ganha
Entretanto,
a maioria seguiu entendimento da ministra Nancy Andrighi. “A regra geral
da impenhorabilidade do CPC/73 pode ser mitigada em nome dos princípios
da efetividade e da razoabilidade, nos casos em que ficar demonstrado que
a penhora não afeta a dignidade do devedor”, disse.
Os
ministros Maria Thereza de Assis Moura, Napoleão Nunes Maia Filho,
Jorge Mussi, Luis Felipe Salomão, Mauro Campbell Marques, Raul Araújo,
Felix Fischer e Francisco Falcão seguiram a ministra Nancy.
Eresp
1582475 Gabriela Coelho -Consultor Jurídico)
Millennials
estão migrando para o setor de seguros, aponta relatório
Confira
esta e outras notícias no Boletim GFIA
Boletim
de Monitoramento | 25 de setembro de 2018
Sobre
a GFIA
A
Federação Global de Associações de Seguros
(GFIA, na sigla em inglês) é uma associação
sem fins lucrativos criada para representar as associações
de seguros nacionais e regionais que atendam aos interesses gerais das
empresas de seguro de Vida, Saúde, Seguros Gerais e Resseguro. A
instituição tem como objetivo fazer representações
aos governos nacionais, reguladores internacionais e outros em nome do
mercado segurador mundial. Com 40 instituições associadas,
entre elas a CNseg, a GFIA representa cerca de 87% do total de produção
de prêmio de seguros no mundo.
Semanalmente,
a GFIA distribui aos seus membros um Boletim com um compilado de consultas,
publicações e notícias com o objetivo de contribuir
para um diálogo internacional sobre questões de interesse
comum do mercado segurador.
Para
mais informações sobre a GFIA, acesse seu site institucional:
www.gfiainsurance.org/en.
Consultas
e Publicações Recentes
Recortes
de Imprensa
Em
17 de setembro, a Willis Towers Watson publicou um release anunciando que
60% dos especialistas em seguros esperam maiores perdas cibernéticas
nos próximos 12 meses.
Em
18 de setembro, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um
blog sobre como a Ásia precisa ter mais acesso aos serviços
financeiros para crescer. O resultado esperado é a diminuição
da pobreza e da desigualdade no continente.
Em
18 de setembro, a Organização para Cooperação
e Desenvolvimento Econômico (OCDE) publicou um artigo com notícias
sobre como a automação de trabalhos é um risco que
varia de acordo com as diferentes regiões de cada país.
Em
19 de setembro, a Organização Mundial do Comércio
(OMC) disponibilizou o seu programa de Fórum Público com
o título “Comércio: 2030”, que ocorre entre 2 a 4 de outubro.
Ele terá 112 seções cobrindo os temas comércio
sustentável, comércio facilitado pela tecnologia e um sistema
mais inclusivo de comércio.
Em
20 de setembro, o FMI publicou seu informe semanal sobre a desigualdade
na China, que aumentou desde 1990.
Em
20 de setembro, a OCDE publicou um artigo anunciando que a expansão
econômica global parece ter atingido um pico, com divergência
de perspectiva de crescimento intensificando as incertezas.
Em
20 de setembro, o FMI publicou a transcrição da sua conferência
com a imprensa abordando vários tópicos, incluindo uma seção
de perguntas e respostas.
Em
20 de setembro, a Willis Towers Watson publicou um comunicado para a imprensa
sobre como as transações das insurtech atingiram um pico
no segundo trimestre de 2018, e o investimento em insurtech de saúde
excedeu 5 bilhões de dólares.
Em
24 de setembro, o FMI publicou uma nota assinada pela diretora, Christine
Lagarde, na reunião de alta cúpula sobre Financiamento da
Agenda do Desenvolvimento Sustentável para 2030 da Secretaria Geral
da ONU.
Em
24 de setembro, o Grupo de Trabalho de Ação Financeira publicou
um seu relatório de avaliação sobre as medidas da
Arábia Saudita para combater a lavagem de dinheiro e o financiamento
ao terrorismo.
GFIA
na mídia
O
Fórum de Seguros do G20 e o papel das seguradoras em desafios globais
(Actuarial Post) As discussões no Fórum de Seguros do G20,
que acontecerá nos próximos dois dias na Argentina, fornecerão
uma visão fascinante das oportunidades e desafios enfrentados pelo
setor de seguros global, de acordo com a Federação Global
de Associações de Seguros (GFIA)…
Adrián
Werthein: “Conseguimos despertar o interesse dos gigantes mundiais do seguro”
(Infobae) O sócio do Grupo Werthein e acionista da Experta ART é
o presidente do Fórum de Seguros 2018, que será realizado
nos dias 25 e 26 de setembro em Bariloche. A opinião é de
Juan Pazo, superintendente da Seguros de la Nación…
Tecnologia
Regulação
é vital na adoção global do seguro cibernético
(Insurance Business Magazine) Uma importante força motriz na adoção
do seguro cibernético e a prática de gerenciamento eficaz
de riscos cibernéticos é a regulamentação…
3
novos dispositivos da Amazon com implicações no seguro (Digital
Insurance) A gigante digital Amazon pesa na mente de muitas empresas, mas
para as seguradoras, as notícias recentes têm sido ainda mais
agudas: há rumores de que a empresa está interessada em vender
seguros de alguma forma, usando seu ecossistema de dispositivos inteligentes
Echo, alimentado pelo assistente de voz Alexa, como um "in" com os clientes
...
4
recompensas para a IA no seguro comercial (Digital Insurance) O setor de
seguros comerciais está em um estágio inicial e estimulante
de adoção da inteligência artificial.
Com
ampla aceitação, a IA está preparada para fornecer
uma grande fonte de valor e ser um fator essencial para a vantagem competitiva
daqui para frente ...
Os
robôs roubarão o seu emprego? Depende de onde você mora:
OECD (Insurance Journal) Os robôs aceitarão seu trabalho?
A resposta depende de onde você mora ...
As
resseguradoras superestimam o valor da IA, diz o CEO da Swiss Re, Mumenthaler
(Reinsurance News) Resseguradores superestimaram o valor da inteligência
artificial (IA), que mostrou sucessos muito limitados na grande maioria
da cadeia de valor e que não será aplicável num futuro
próximo, de acordo com Christian Mumenthaler, Chief Executive Officer
(CEO) da Swiss Re…
Dois
terços das grandes empresas estão considerando a tecnologia
blockchain (The Actuary) Quase dois terços das empresas com mais
de 10 mil funcionários estão pelo menos considerando novos
projetos de blockchain, desde cerca de meados do ano passado, de acordo
com uma nova pesquisa…
Incidentes
cibernéticos “silenciosos” são risco crescente com a disseminação
de IoT (Insurance Business Magazine) A rápida disseminação
da Internet das Coisas (IoT) e um número crescente de dispositivos
que indivíduos e empresas usam em suas rotinas abriram o mundo do
risco cibernético aos incidentes cibernéticos “silenciosos”…
Os
prêmios de seguros cibernéticos na Ásia podem chegar
a US$ 1 bilhão até 2025 (Reinsurance News) O mercado de seguros
cibernéticos na Ásia tem potencial para crescer e atingir
US$ 1 bilhão em prêmios até 2025, segundo o diretor
administrativo da Delta Insurance, Ian Pollard…
Cibersegurança
das seguradoras melhora apesar de mais ataques (Digital Insurance) As seguradoras
repeliram 78% dos ataques cibernéticos no ano passado, acima dos
70% do ano anterior, de acordo com a pesquisa recente da Accenture com
33 operadoras, “Segurando o Futuro: 2018 ”…
A
Amazon está preparada para registrar a licença de seguro
(Insurance Business Magazine) A E-commerce Amazon está entrando
no mercado de seguros indiano, começando com produtos de seguros
gerais, vida e saúde...
As
seguradoras especializadas em seguros residenciais podem manter os clientes
tão felizes quanto as insurtechs? (Insurance Journal) As seguradoras
estão se saindo muito bem quando se trata de satisfação
do cliente...
O
caso de negócios para os corretores investirem em análises
(Insurance Business Magazine) Dados, análises e inteligência
artificial podem ser utilizadas frequentemente como palavras de ordem que
são jogadas de um lado para o outro. Para corretores e agentes,
que muitas vezes não têm a escala de uma seguradora, pode
ser difícil decodificar o que isso significa - e por que você
deveria se preocupar com isso...
Mantendo
o ritmo em um ambiente de ruptura (Asia Insurance Review) O setor de seguros
precisa adotar a digitalização e a transformação
tecnológica para acompanhar o ritmo das mudanças em um ambiente
de ruptura, disseram palestrantes da Conferência de Assuntos Estratégicos
em Bali…
Transações
de InsurTech atingem nível recorde no segundo trimestre, mas o financiamento
está baixo (Notícias da Re-Insurance) O número de
transações de financiamento da InsurTech atingiu um nível
recorde no segundo trimestre de 2018, mas o total investido caiu 20%…
Macroeconomia
e Resseguro
Nova
abordagem em relação ao comércio entre a UE e os EUA:
menos é mais (Politico) Tanto Bruxelas como Washington veem os méritos
de um acordo rápido. Mas não vai ser fácil...
Outros
Zurich
se compromete com o gap de proteção de seguro (Insurance
Business Magazine) A Zurich da Grã-Bretanha, que na semana passada
revelou sua nova plataforma de cobertura de seguro de vida, avaliou o que
poderia estar impactando a procura por apólices de acidentes pessoais
e, por sua vez, a resiliência financeira dos consumidores…
Millennials
estão migrando para o setor de seguros, aponta relatório
(Insurance Business Magazine) Os millennials não estão apenas
desempenhando um papel maior na força de trabalho de seguros, mas
são necessários pelas seguradoras para impulsionar a inovação
no mercado digital, de acordo com dois estudos recentes…
Negociação
tributária (VoxEU.org) A OCDE estima que mais de US$ 100 bilhões
são perdidos a cada ano por evasão de impostos de empresas
multinacionais. Uma das maneiras como as empresas fazem isso é usando
seu tamanho e mobilidade para negociar os benefícios fiscais...(CNseg)
Número
de transações de private equity no Brasil tem queda em 2018
O
número de transações de private equity realizadas
no terceiro trimestre deste ano sofreu queda de 22%. Foram totalizadas
28 transações entre julho e setembro 2018, contra 36 contabilizadas
no mesmo período do ano passado. Os dados são da TTR - Transactional
Track Record. O volume, de R$ 5,5 bilhões, também foi 37%
menor do que havia sido investido no mesmo período de 2017. Entre
janeiro e setembro de 2018, foram computadas 65 transações
de private equity, enquanto no mesmo período do ano passado a indústria
contabilizou 76 operações. Até o momento, a indústria
movimentou R$ 10,3 bilhões neste ano (Investidor Online)
Risco
político pressiona pagadoras de dividendos
Debate
sobre cobrança de Imposto de Renda é fonte de incerteza para
investimento em ações que pagam dividendos
Na
iminência do primeiro turno das eleições, o cenário
indefinido coloca sob forte pressão uma estratégia de investimento
considerada defensiva: a busca por empresas com forte geração
de caixa e pagadoras de dividendos. Com uma parcela expressiva formada
por estatais e empresas de setores regulados, como as elétricas,
as carteiras com foco nas ações que mais remuneram seus acionistas
sofrem não só com os temores de uma guinada na gestão
macroeconômica, mas com riscos ligados a mudanças de regras
pelo Estado e na condução das próprias empresas.
O
"rali" recente do mercado levou o Índice de Dividendos da B3 (Idiv)
a virar para o azul no acumulado do ano, mas com um evidente descolamento
do Ibovespa: as altas em 2018 são de 0,87% e 8,57%, respectivamente.
No ano passado, o Idiv entregou um retorno próximo do alcançado
pelo principal índice da bolsa: 25% ante 27% da principal referência
do mercado.
A
recuperação recente das estatais com a perspectiva de vitória
das chapas de direita na eleição garantiu que algumas companhias
elétricas e estatais melhorassem substancialmente o desempenho,
mas os riscos persistem. Entre 33 ações que integram o índice
de dividendos, 15 acumulam perdas no ano, entre elas estatais e empresas
dos setores de energia e financeiro, os de maior relevância no Idiv.
Em conjunto, empresas estatais, do setor elétrico e bancos têm
um peso de 50% na carteira.
A
vantagem de se investir em empresas pagadoras de proventos vai ser colocada
à prova somente em 2019 - quando se inicia o próximo governo
-, mas a corrida eleitoral já coloca os riscos no horizonte. Um
dos pontos que geram dúvida é a possibilidade de retomada
da cobrança de imposto de renda sobre os dividendos. A tese é
defendida, com maior ou menor afinco, pelos economistas dos principais
candidatos à Presidência, especialmente depois da reforma
tributária americana feita por Donald Trump no ano passado.
Com
o corte da tributação sobre o lucro corporativo nos EUA,
a leitura é que o Brasil perde competitividade se mantiver a atual
carga. A solução, então, seria reduzir a tributação
sobre as empresas e compensar a perda de receita com a taxação
dos dividendos - a discussão já faz parte da agenda do atual
ministro da Fazenda, Eduardo Guardia.
Mudanças
de regras pelo novo governo - que pode sair de uma agenda mais reformista
e alinhada ao mercado para a retomada de um populismo tanto à direita
ou à esquerda - é outra fonte de preocupação.
Políticas setoriais já afetaram empresas no passado: em 2012,
a então presidente Dilma Rousseff aprovou a polêmica Medida
Provisória (MP) 579, cujo objetivo era reduzir a conta de energia
para os consumidores, mas que causou rombos elevados para as elétricas,
grandes pagadoras de dividendos.
Para
Marco Saravalle, "qualidade é uma estratégia absoluta" em
momentos como o atual no Brasil porque, desde 2012, quando o setor elétrico
passou a sofrer com os efeitos da MP 579, algumas verdades foram questionadas.
Uma delas era de que uma carteira de dividendos é rentabilidade
certa. Ele nota que companhias ligadas ao setor de commodities, por exemplo,
não costumavam ser consideradas no geral nos portfólios voltados
para dividendos e, agora, isso mudou.
"Se
pegarmos Vale, ela pode fazer parte dessa estratégia porque não
tem tanta dependência do cenário doméstico, ao contrário,
é um ativo defensivo com o dólar alto", diz. "Além
disso, a empresa vive um momento excepcional, de aumento de governança
e com nova política de proventos, com expectativa de pelo menos
10% de 'dividend yield' [retorno com dividendos] ao acionista no ano que
vem."
Não
são apenas mudanças na esfera federal preocupam o mercado.
O investidor também já coloca na balança dos riscos
as eleições para governador, uma vez que boa parte das estatais
são estaduais - na carteira do Idiv, destaque para Copel, Cemig
e Sanepar.
Além
dos aspectos microeconômicos, o ambiente de incerteza eleitoral eleva
o prêmio de risco dos principais ativos de mercado - como dólar
e juros -, provocando ajustes de preços para ações.
Com o avanço dos contratos de juros futuros de longo prazo, por
exemplo, as concessionárias de serviços - fortes geradoras
de caixas - acabam sofrendo mais. Isso ocorre porque essas empresas têm
receitas atreladas a ajustes tarifários, que por sua vez tendem
a acompanhar a inflação. Por isso, são ações
por vezes comparadas ao desempenho de títulos públicos de
longo prazo.
Assim,
se o prêmio de risco cresce, os preços das ações
precisam se ajustar para incorporar a nova realidade. Na carteira do Idiv,
um exemplo é a CCR, que tem um dos piores desempenhos no ano (-40,3%).
O efeito de desdobramentos da Operação Lava-Jato sobre a
empresa é um dos aspectos que se somam para derrubar a ação.
Ainda
assim, vale mais a pena, nesses casos, migrar para um ativo conservador,
como a renda fixa, do que ficar exposto a uma ação que vai
embutir maior prêmio de risco. Soma-se a isso a preocupação
com a previsibilidade de receitas, dado que a alta dos juros futuros joga
dúvida sobre a expectativa para o endividamento.
"O
investidor tem mais dificuldade hoje de enxergar uma carteira de dividendos
com expressiva vantagem. Na maioria dos casos, as empresas que são
boas pagadoras têm situação estável e são
geradoras de caixa, mas isso não é observado de forma geral",
afirma Ricardo Peretti, analista do Santander. "Banco do Brasil e Banrisul
são estatais que pagam bons dividendos e vêm sendo muito pressionadas
pela questão política."
Peretti
nota que alguns investidores, especialmente no segmento pessoa física,
têm demonstrado preocupação com o nível de instabilidade
do mercado por causa da eleição. De acordo com ele, mesmo
investidores acostumados com o movimento ficaram impressionados com as
oscilações recentes.
Para
Carlos Herrera, estrategista-chefe da Condor Insiders, o risco de se guiar
apenas por um tipo de estratégia - como dividendos - ficou ainda
maior agora, mesmo para o investidor que está na bolsa com esse
foco.
"Em
momentos como este é que investidores saem de uma situação
mais cômoda para analisar melhor as oportunidades em que eles estão
investindo", defende. "É preciso analisar caso a caso e ver se a
companhia tem perspectiva de uma lucratividade razoável no longo
prazo, com gestão financeira responsável. Isso tem que estar
de mãos dadas com a política de dividendos."
(Valor)
Eleições,
mercado e democracia
As
eleições de 2018 fecham um ciclo de quatro anos de crise
sem paralelo na história da Nova República. As dimensões
econômica, política e social da crise a colocam em um patamar
de difícil equiparação histórica.
Talvez
o período entre 1954 e 1956 se aproxime em gravidade. Entender como
uma crise econômica que começou sendo de médias proporções
se tornou uma quase depressão e uma crise institucional é
importante para que as forças políticas e econômicas
relevantes do país ajam de forma diferente após a eleição
deste domingo.
Eleições
são momentos de agregação da opinião da maioria
em torno das questões relevantes que se colocam para um país
no médio prazo. Por esse critério, as eleições
de 2014 fracassam já que o debate econômico se deu de forma
equivocada e não preparou o país para a atual recessão.
Mas foi o que veio após as eleições de 2014 que colocou
o Brasil no campo dos países com pior performance econômica
no planeta. Com a eleição de Eduardo Cunha para a presidência
da Câmara, instalou-se um processo de forte divisão no país
a partir do qual um ajuste econômico possível e até
mesmo relativamente curto tornou-se uma quase depressão. Diagnosticou-se
de forma falsa, a raiz de todos os problemas do país associando-os
à permanência da presidente Dilma Rousseff na presidência.
Sabemos
que não foi possível recuperar a economia do país
nem a partir do impeachment, nem a partir da emenda constitucional 95 e
nem a partir da reforma trabalhista. Por quê? Porque a recuperação
só poderá vir a partir de uma grande composição
no interior do sistema político e entre o sistema político
e os atores econômicos.
É
possível afirmar que entre 1994 e 2010 o mercado teve uma postura
adaptativa em relação aos planos econômicos dos diferentes
governos. Durante o governo FHC houve alguma compatibilização
entre o programa do governo e a agenda do mercado, mas é uma ilusão
completa achar que a agenda do mercado foi implementada. Ao final do governo,
a estrutura de instituições financeiras estatais estava intacta,
a Vale era controlada por um pool de fundos estatais e a Petrobrás
continuava uma empresa pública. O que o mercado fez? Adaptou-se
a uma dinâmica que não era o seu programa. Podemos apontar
a mesma coisa em relação ao período entre 2003 e 2010.
O governo Lula começou como uma composição entre uma
política ortodoxa seguida pelo Banco Central e uma política
expansionista seguida por diversas instituições, Banco do
Brasil, BNDES e Petrobrás. Daí vieram o crédito consignado
e os aumentos do salário mínimo que impulsionaram o crescimento
econômico. Mais uma vez o mercado se adaptou e os resultados vieram.
Assim,
podemos diferenciar as atitudes do mercado nos momentos positivos em que
a democracia brasileira foi abraçada pelos principais setores da
sociedade e no momento desastroso em que vivemos. Nos momentos de êxito
democrático, o mercado se adaptou às concepções
propostas pelos diferentes governos. Não estou afirmando que ele
não tivesse influência. Estou constatando que o seu programa
não foi implementado nem no governo FHC e nem no governo Lula. Apenas
o governo Temer implantou a estratégia econômica do mercado
na sua integralidade e não conseguiu que o país superasse
nem a crise política e nem a crise econômica. Assim, a política
exitosa não é aquela que o mercado quer, mas aquela que ele
pactua com o sistema político fazendo com que a política
econômica adquira consenso na sociedade.
A
questão que está sendo colocada a partir da eleição
do próximo presidente é a seguinte: quais passos o novo mandatário
e o mercado darão para estabilizar a situação econômica
do país? Parece claro que, depois de quatro anos de desastre, uma
estratégia tende a ser descartada: o mercado provocar um terceiro
turno. Sabemos que o mercado não é capaz de eleger um presidente.
Neste domingo, tal constatação ficará ainda mais clara
com a baixíssima intenção de votos em candidatos como
João Amoedo e Henrique Meirelles. Em geral o sistema financeiro
não elege candidatos em nenhuma parte do mundo, mas isso não
o torna uma instituição irrelevante. Pelo contrário,
ele pode ajudar a construir saídas, urgentes no caso do Brasil -
um país no qual apenas 1% da população está
muito satisfeita com a democracia.
Fernando
Haddad, o candidato em segundo lugar nas intenções de voto,
segundo as últimas pesquisas, tem feito acenos ao mercado. Estes
acenos são importantes para uma agenda mínima que necessariamente
deve envolver o ajuste fiscal e uma reforma da previdência. No entanto,
cabe ao mercado reconhecer os limites das formas de ajuste realizadas pelo
governo Michel Temer que impactaram fortemente a população
de baixa renda, pouparam as corporações estatais de elite
e pouco resultado econômico trouxeram.
Fortemente
votados pelos estratos mais pobres da população, nem o PT
e nem Fernando Haddad poderão prejudicá-los em uma reforma
da Previdência. Simultaneamente, permaneceram intocados na reforma
de Temer os privilégios das elites corporativas e as aposentadorias
herdadas. Reformar a Previdência e propor uma forma de ajuste fiscal
não pode ser um subterfúgio para reforçar as desigualdades
chanceladas pelo estado brasileiro em relação às quais
o mercado se calou nos últimos anos.
A
aceitação de um viés social para a reforma da Previdência
e para a revisão do teto de gastos poderá ser uma boa forma
de aproximação entre o mercado e um governo de esquerda.
Afinal, o que o mercado quer ou deveria querer é a estabilidade
das contas públicas e não a continuidade de privilégios
corporativos. A combinação factível que pode estabilizar
o Brasil é aquela que encontre o mínimo denominador comum
entre mercado e democracia.
Quais
passos serão dados para estabilizar a situação econômica?
(Leonardo Avritzer - Valor)
Cenário
é favorável para variações na reta final
Índice
dos eleitores que cogitam trocar de candidato ainda é suficiente
para provocar variações decisivas
Se
na pesquisa anterior foram as mulheres as principais responsáveis
pelo avanço de Jair Bolsonaro (PSL), hoje são especialmente
os homens que levam o ex-deputado a alcançar 39% dos votos válidos
na disputa pela Presidência da República. O capitão
reformado subiu mais quatro pontos no segmento masculino, estrato onde
chega a 45% dos válidos. Entre as mulheres tem 33%.
O
contraste é ainda mais marcante quando se combina a variável
demográfica à renda familiar e à região onde
o eleitor mora. Se fosse possível reunir a população
adulta do país em uma rua, ao se abordar um homem com renda familiar
superior a 5 salários, na grande maioria das vezes o escolhido seria
um eleitor do candidato do PSL.
Se
o procedimento fosse no Sul, a renda nem precisaria ser tão alta
–a intenção de voto em Bolsonaro entre os homens da região
já passa a ser majoritária entre os que ganham a partir de
2 salários mínimos. Em ambos os estratos, Bolsonaro seria
eleito presidente no primeiro turno, com mais da metade do total de votos.
A
evolução dos dados sugere migração gradual
de eleitores de outros candidatos para o ex-deputado. A maior parte do
que ele ganhou nos últimos dias, no entanto, saiu do contingente
dos que pretendiam votar em branco ou anular o voto.
Ao
se observar os resultados fica a dúvida do quanto a onda de apoio
à sua candidatura atingiu o teto para o primeiro turno, ou se ainda
pode continuar até o dia da eleição. O dado de cristalização
do voto já ultrapassa 70%, mas o índice dos que cogitam trocar
de candidato (cerca de um quarto do eleitorado) ainda é suficiente
para provocar variações decisivas.
Isso
fica evidente quando se cruza a tendência por intenção
de voto. Os mais convictos são os que querem votar em Bolsonaro
e Fernando Haddad (PT), segmentos onde a possibilidade de se trocar de
candidato fica entre 10% e 13%, respectivamente. Mas quando se focaliza
os eleitores de Marina Silva (Rede), por exemplo, 61% cogitam a hipótese.
Entre os de Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro Gomes (PDT) a ideia é
considerada por aproximadamente 40%. O cenário sugere terreno fértil
para a prática do voto útil por parte da população
no dia da eleição.
Em
relação ao destino desses votos, as opções
pulverizam-se entre os principais candidatos da disputa. Com isso, para
simular o potencial dos nomes hoje, o Datafolha aplicou um exercício
de projeção considerando-se a capacidade de atração
imediata que cada um demonstra ter junto ao eleitorado volúvel.
Caso
Bolsonaro concretizasse seu potencial total como segunda opção
dos brasileiros, o ex-deputado chegaria à véspera da eleição
com cerca de 38% do total de votos, contando brancos e nulos. Herdaria
dois pontos percentuais de Ciro e Alckmin juntos, e mais um ponto dos demais.
Alcançaria com isso 42% dos votos válidos e entraria no dia
decisivo precisando de sete ou oito pontos para fechar a disputa no primeiro
turno. Considerando-se para isso um índice de brancos e nulos próximo
à taxa de “sem-candidato” —incluídos os indecisos— do Datafolha
de hoje, que é de 11%.
O
cálculo foi feito antes do último debate na TV, que pode
ou não alavancar os outros candidatos, considerando-se que o capitão
reformado não participará do evento. Com um bom desempenho
no programa, Haddad poderia converter de imediato os eleitores que o consideram
como segunda opção e subir de 22% para 26% do total, por
exemplo. Roubaria um ponto tanto de Ciro e Alckmin como também de
Bolsonaro. O ponto restante viria dos demais. Ciro, por sua vez, poderia
chegar a 15% das intenções de voto, caso os que o cogitam
como segunda opção resolvessem escolhe-lo de fato.
Outra
evidência de possíveis variações refere-se ao
conhecimento do número dos candidatos. A variável, métrica
indireta de fidelização, mostra que tanto entre eleitores
de Bolsonaro quanto entre os de Haddad, a memorização dos
algarismos supera 80%, taxa que cai para patamares próximos de 50%
entre os de Ciro e Alckmin e fica em apenas 9% entre os que pretendem votar
em Marina Silva.
Todo
esse raciocínio deve avançar nos próximos dias e é
legítimo no processo de decisão do voto. Em 2014, 23% dos
eleitores definiram candidato para presidente na última semana.
Neste ano, esse índice pode aumentar, embalado pelo acirramento
da disputa numa eleição onde o medo e o desencanto se mesclam
à importância que se atribui à democracia no país
– pelos dados, ela nunca foi tão valorizada. (Mauro Paulino
e Alessandro Janoni - Folhapress)
Melhor
em 2 turnos
Nova
rodada de votação se mostra essencial para o escrutínio
dos candidatos
Concluída
a três dias da votação, a nova pesquisa Datafolha ainda
aponta como cenário mais provável um segundo turno na eleição
presidencial. Melhor que seja assim.
Jair
Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) aparecem, mais uma vez, bem à
frente dos demais concorrentes. O primeiro subiu a 35% das preferências,
ante os 32% apurados na sondagem anterior, realizada na terça-feira
(2).
Tal
marca corresponde a 39% dos votos válidos, percentual que está
a uma considerável distância da maioria necessária
para definir a disputa já no domingo (7). A rejeição
ao capitão reformado permanece a mais alta do pleito, em 45%.
Também
os índices de Haddad mostram estabilidade. Escolhem o petista 22%
dos entrevistados, ante 21% na antevéspera. Outros 40% afirmam que
não votariam nele em nenhuma hipótese.
Não
se notam, até aqui, sinais de sucesso dos apelos pelo chamado voto
útil que partem das candidaturas de Geraldo Alckmin (PSDB) e Ciro
Gomes (PDT).
Dono
de mais de 40% do tempo de propaganda no rádio e na TV, o tucano,
que se apresenta como a opção mais segura para o eleitor
antipetista, tem meros 8% das intenções de voto, patamar
mantido desde o início da campanha, com variações
na margem de erro.
Já
o pedetista, com 11%, ostenta o favoritismo numa hipotética disputa
direta contra Bolsonaro. Entretanto o eleitorado de Haddad, herdado do
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem demonstrado fidelidade.
Na simulação de confronto entre os candidatos do PSL e do
PT, há empate técnico.
Se
a possibilidade de outro desfecho não pode ser descartada, inexiste
sombra de dúvida, na visão desta Folha, de que um segundo
turno convém ao país.
Bastaria
recordar aqui que Bolsonaro e Haddad nunca se avistaram em um debate —o
primeiro passou boa parte da campanha recolhido, vítima de um desvairado
ataque a faca; o segundo só assumiu oficialmente a condição
de presidenciável em 11 de setembro.
Ambos
ainda devem esclarecimentos cruciais não apenas a respeito de suas
plataformas de governo, mas até mesmo de como pretendem construir
alianças e tratar opositores em caso de vitória.
O
líder nas pesquisas não dispõe de experiência
no Executivo, mostra desconhecer seu programa, representa um partido minúsculo
e cultiva uma retórica de intolerância, quando não
de autoritarismo.
A
legenda oponente chama adversários de golpistas, escapismo para
não assumir a corrupção e a ruína econômica
em seus governos. Seu líder máximo conduz a campanha na prisão,
em Curitiba.
Talvez
seja otimismo exagerado imaginar que um segundo turno vá incentivar
moderação e diálogo desta vez. De todo modo, a necessidade
de maior escrutínio dos postulantes se impõe (Folhapress)
Presidenciáveis
discutem ideias e propostas no último debate do 1º turno
TV
Globo reuniu Alvaro Dias (Podemos), Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT),
Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB)
e Marina Silva (Rede). Jair Bolsonaro (PSL) informou que não compareceria
por recomendação médica.
Candidatos
à Presidência da República se posicionam no estúdio
da TV Globo no Rio de Janeiro antes do início do debate — Foto:
Marcos Serra Lima/G1
Sete
presidenciáveis debateram ideias, apresentaram propostas e atacaram
o candidato ausente, Jair Bolsonaro (PSL), no último debate do primeiro
turno, na TV Globo.
Participaram
do debate nos estúdios Globo, no Rio de Janeiro, Alvaro Dias (Podemos),
Ciro Gomes (PDT), Fernando Haddad (PT), Geraldo Alckmin (PSDB), Guilherme
Boulos (PSOL), Henrique Meirelles (MDB) e Marina Silva (Rede). O mediador
foi o jornalista William Bonner.
Bolsonaro
foi convidado, mas informou que não compareceria por recomendação
médica. Ele recebeu alta hospitalar no último sábado
(29), depois de 23 dias de internação devido à facada
que recebeu em um ato de campanha no dia 6 de setembro, em Juiz de Fora.
O
debate foi dividido em quatro blocos:
no
primeiro e no terceiro blocos, os candidatos fizeram perguntas com tema
livre;
no
segundo e no quarto blocos, os candidatos fizeram perguntas com temas definidos
por sorteio;
no
quarto bloco, os candidatos também apresentaram as considerações
finais.
No
primeiro bloco, candidatos criticaram a chamada "polarização"
entre Bolsonaro e o candidato do PT, Fernando Haddad.
De
acordo com pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, Bolsonaro tem
35% das intenções de voto; Haddad, 22%; Ciro, 11%; Alckmin,
8%; e Marina, 4%.
No
segundo bloco, com temas determinados por sorteio, os candidatos discutiram
custo Brasil, reforma trabalhista, saúde, infraestrutura, agronegócio,
meio ambiente e combate às drogas.
No
terceiro e no quarto blocos, as intervenções dos candidatos
envolveram críticas à ausência de Bolsonaro e discussão
de propostas, entre as quais reforma da Previdência, Bolsa Família,
saneamento, educação, impostos e corrupção.
Ver
matéria completa com vídeos através do link
https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/noticia/2018/10/05/presidenciaveis-discutem-ideias-e-propostas-no-ultimo-debate-do-1o-turno-e-atacam-bolsonaro.ghtml
(Filipe Matoso, Gustavo Garcia e Lucas Salomão - G1)
Estudo
americano associa polarização a ‘notícias distorcidas’
Apoiadores
de Bolsonaro compartilham mais ‘junknews’ e militantes de Haddad publicam
maior volume, diz pesquisa
Apoiadores
do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, são
os que compartilham maior número de fontes de informação
falsa ou de baixa qualidade - as "junk news" ou notícias distorcidas
- relacionada às eleições no Twitter, rede social
em que ele tem o maior engajamento político. Do outro lado, os apoiadores
da candidatura do PT são os que publicam maior volume de informação
falsa, ainda que concentrada em menor quantidade de fontes. Essas são
as conclusões de um estudo do Instituto para Internet de Oxford,
obtido pelo Estado, que será divulgado nesta sexta-feira, 5
A
pesquisa analisa o compartilhamento de notícias de conteúdo
político no Twitter no cenário pré-eleitoral brasileiro.
Os
estudiosos analisaram as "junk news", que tiram de contexto um assunto
para transmitir outra mensagem. Isso inclui não só notícias
falsas, mas publicações excessivamente polarizadas com intuito
de confundir o leitor, por exemplo, sem indicar a autoria.
Do
total do espectro de fontes de junk news monitorado, 81% são compartilhadas
por apoiadores de Bolsonaro. Atrás vêm os apoiadores da candidatura
do PT, que usaram 54% das fontes, de Geraldo Alckmin (24%), do PSDB, e
Ciro Gomes (8%), do PDT.
Com
relação ao volume de compartilhamento, os apoiadores do PT
respondem por 65% do total do conteúdo de baixa qualidade. Em seguida
estão os apoiadores de Bolsonaro, com 27%. Na pesquisa, hashtags
ligadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao candidato
Fernando Haddad são contabilizadas como apoiadores do PT, pois a
análise foi feita antes da negativa final do registro de Lula como
candidato e a oficialização de Haddad na cabeça da
chapa.
A
pesquisa analisou tuítes com hashtags vinculadas às eleições
entre 19 e 28 de agosto.
"Esse
tipo de notícia de baixa qualidade se espalha rapidamente na rede
social, não necessariamente pela atividade de robôs, mas porque
é produzida para causar reações emocionais no público
- como raiva - o que causa maior compartilhamento", disse uma das autoras
do estudo, Nahema Marchal.
No
total de publicações no Twitter, o PT reúne a maior
parcela de tuítes de alta frequência (47% do total). As contas
de alta frequência, com muitas publicações ao dia,
são consideradas um indício de uso de robôs para amplificar
o conteúdo. "Apesar de ter mais contas de alta frequência
no lado Lula e Haddad, quem está conseguindo capturar a discussão
no Twitter é o Bolsonaro", diz Caio Machado, também autor
do estudo. As publicações relacionadas ao candidato responderam
por 45% do total de publicações políticas no período
analisado, perdendo para todos os demais: Lula/Haddad (34%).
Procurado,
o Twitter, disse que não iria se manifestar antes da publicação
oficial do estudo. (Beatriz Bulla - Agência Estado)
Editoriais
no exterior veem 'democracia em perigo' no Brasil
Britânico
Guardian e francês Libération enfatizam que 'ele não
é Trump, ele é pior'
No
Libé, ‘Racista, homofóbico, misógino, pró-ditadura.
E mesmo assim ele seduz o Brasil’
Na
primeira página e ao longo das cinco seguintes, o francês
Libération desta antevéspera da votação ataca
Jair Bolsonaro. No editorial “Ameaça”, diz que ele não pode
ser comparado sequer a Trump, que “ainda respeita as instituições”,
e que enfrentá-lo é tarefa de “todos os democratas”.
Sob
o título “Democracia em perigo”, editorial do britânico Guardian
foi pela mesma linha, resssaltando no enunciado logo abaixo que “o extremista
de direita Bolsonaro está em alta” e pode até vencer no primeiro
turno, porém: “Ele não é Trump —ele é pior”.
Encerra
dizendo que “até o melhor cenário —uma derrota clara de Bolsonaro,
aceita por seus apoiadores— dificilmente seria motivo para celebrar. As
forças que permitiram a sua ascensão não vão
desaparecer”.
Os
textos vêm no rastro de editorial semelhante no espanhol El País,
falando em “democracia em risco” devido ao “extremismo de Bolsonaro”.
CRISE
TAMBÉM FINANCEIRA
A
revista britânica The Economist voltou à carga, dias depois
da capa contra Bolsonaro, com o vídeo acima em que afirma que, se
ele for eleito, “a sobrevivência da democracia no maior país
da América Latina estaria em risco”.
E
em novo texto alertou que, “em guerra consigo mesmo, o Brasil está
se preparando para um tipo único de crise financeira”. Diferentemente
de Argentina, Turquia e outros, o país tem reservas cambiais o bastante
e inflação baixa, mas “a dívida pública saltou
de 60% para 84% do PIB em apenas quatro anos”. O ponto de fervura, acrescenta,
será em agosto do ano que vem, quando o orçamento de 2020
deve exigir um “grande aperto”.
‘BANANA
REPUBLIC’, NÃO
Na
nova edição da americana Time, Ian Bremmer, da consultoria
Eurasia, escreve que a “Democracia do Brasil pode sobreviver à ascensão
de demagogo linha-dura”. Diz que o país não está prestes
a “retornar ao passado autoritário” porque há “brasileiros
o bastante” para forçar um segundo turno. “E mesmo se Bolsonaro
ganhar, o Brasil não é uma república das bananas”
e, acredita ele, tem “instituições fortes”.
ZAPBOLSONARO,
DILMAZAP
Numa
campanha em que a TV passou a segundo plano, sites como Zapbolsonaro e
vídeos de Dilmazap no Facebook (acima) ensinam como entrar nos muitos
grupos que disseminam as mensagens eleitorais pelo WhatsApp, a plataforma
de maior alcance no país.
No
primeiro caso, o interessado pode entrar em meia centena deles, inclusive
um de “Gays com Bolsonaro” e outro de “Mulheres com Bolsonaro”. No segundo,
a própria ex-presidente Dilma Rousseff ensina como se inscrever,
“é muito fácil”, e promete “áudio de bom dia”, todos
os dias.
HERÓI
Para
os dez minutos diários que terá na TV, na eventual campanha
para o segundo turno, Bolsonaro já contratou produtora. Como noticiou
o site Antagonista, será a Studio Eletrônico, conhecida por
comerciais de grandes empresas com atores de novela como Cauã Reymond.
Ela “trabalhará em parceria com a AM4, responsável pela estratégia
digital”.
Os
primeiros roteiros, segundo O Globo, devem construir uma “imagem de herói”
e logo partir para “ataques ao PT”.
TWITTER
DE DIREITA
A
Bloomberg noticiou que uma nova rede social, baseada na Flórida
e voltada à extrema direita, "atrai apoiadores de Bolsonaro". A
Gab se apresenta como uma alternativa ao Twitter e, segundo estudo da Alto
Data Analytics, está entre os cinco sites mais citados pelos apoiadores
de Bolsonaro no próprio Twitter. Um dos filhos do candidato já
tem perfil na plataforma. (Nelson de Sá - Folhapress)
Cenário
eleitoral reduz perda da Bolsa e alta do dólar
O
cenário eleitoral contribuiu para a redução das perdas
nos mercados financeiros, apesar da maior aversão ao risco no exterior.
Depois de subir mais de 1%, o dólar comercial fechou em leve alta
de 0,20%, a R$ 3,897. O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira,
registrou queda de 0,38%, aos 82.962 pontos -no pior momento do pregão,
chegou a recuar 1,66%.
Segundo
Alexandre Wolwacz, diretor da Escola de Investimentos L & S, essa pressão
de compra de ações, que começou no fim do pregão,
e venda de dólar está relacionada às eleições
e a uma maior participação dos investidores estrangeiros
na etapa final dos negócios ontem na Bolsa:
-
Vemos um volume importante de estrangeiros na ponta compradora, ajudando
na melhora. Mas estamos em uma semana de muita volatilidade. Muito difícil
antever como vai ser até segundafeira após o primeiro turno,
mas há um otimismo maior.
Na
quarta-feira, a Bolsa subiu forte com as pesquisas de intenção
de voto mostrando um fortalecimento do candidato do PSL, Jair Bolsonaro,
que é tido, por agentes de mercado, como mais favorável a
reformas econômicas do que o segundo colocado nas pesquisas, Fernando
Haddad (PT).
As
perdas da manhã de ontem tiveram origem no exterior. Na noite de
quarta-feira, o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos
EUA), Jerome Powell, afirmou que a autoridade monetária pode elevar
a taxa de juros da economia americana acima do nível já projetado
pelo mercado. Isso elevou o rendimento dos títulos do Tesouro americano
de dez anos para 3,2% ao ano, maior patamar desde 2011.
Em
Nova York, o Dow Jones recuou 0,75%, e o S&P, 0,82%. O índice
MSCI de Mercados Emergentes caiu 2,5%, a maior queda diária em seis
meses.
No
Ibovespa, o destaque foi o desempenho das estatais. As ações
preferenciais (PN, sem direito a voto) da Petrobras fecharam em alta de
0,97%, e as ordinárias (ON, com voto), de 1,06%. Já os papéis
ON da Eletrobras lideraram os ganhos do índice, com valorização
de 4,93%. O Banco do Brasil avançou 2,45%. (Ana Paula
Ribeiro e Gabriel Martins - G1)
Dólar
desacelera alta e fecha dia perto da estabilidade; Bolsa recua
Após
euforia no mercado financeiro com o avanço do candidato Jair Bolsonaro
(PSL), pregão foi marcado por cautela nesta quinta-feira
O
dia dos negócios nesta quinta-feira, 4, foi marcado pela cautela.
A divulgação da pesquisa Ibope/Estado/TV Globo indicou que
deve haver realmente segundo turno na eleição presidencial,
disputado pelos candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT).
Com isso, a Bolsa freou a alta que apresentou nos dois pregões anteriores,
em que somou valorização de 6,04%, e fechou em baixa de 0,38%,
aos 82.952,81 pontos.
Já
o dólar iniciou o dia com ganhos, atingindo a máxima de R$
3,93. Ao longo do pregão, diminuiu a valorização frente
ao real e fechou o dia perto da estabilidade, em alta de 0,08%, cotado
a R$ 3,8831,
A
melhora dos ativos brasileiros ocorreu apenas durante a tarde, diante da
expectativa de que os números do Datafolha sejam favoráveis
a Bolsonaro. Os números consolidados da pesquisa, que ainda está
em andamento e não foi finalizada, serão conhecidos na noite
desta quinta-feira, 4.
Outra
notícia positiva para a candidatura do capitão foi o apoio
anunciado pelo candidato do MDB ao governo de São Paulo, Paulo Skaf.
Ele afirmou que "não seria ruim que ele fosse presidente" e se a
eleição terminasse já no primeiro turno. "Eu não
ficarei neutro em hipótese nenhuma, não há hipótese
de eu apoiar o candidato do PT e meu apoio será a Jair Bolsonaro",
afirmou Skaf. (Agência Estado)
Dólar
avança e Bolsa cai após dois dias de euforia com pesquisas
Mesmo
com alta, moeda americana fechou abaixo de R$ 3,90
Depois
de dois dias de euforia com o avanço de Jair Bolsonaro (PSL) nas
pesquisas e um cenário negativo para emergentes no exterior, o dólar
voltou a subir ante o real e a Bolsa brasileira fechou em queda.
A
moeda americana passou boa parte do pregão acima dos R$ 3,90, mas
fechou abaixo desse patamar, a R$ 3,8970.
O
Ibovespa recuou 0,38%, a 82.952 pontos, com o desempenho negativo amenizado
por ações de empresas estatais.
A
Petrobras registrou mais um dia de valorização, assim como
Banco do Brasil e Eletrobras.
A
Folha apurou que essas empresas foram impulsionadas pelo boato de que a
pesquisa Datafolha, que será divulgada nesta noite, teria vazado
e mostraria crescimento da vantagem de Bolsonaro.
“O
que puxou o Ibovespa foram as ações de estatais”, diz Roberto
Indech, da Rico Corretora. Por isso, ele acredita que o mercado tenha negociado
durante a tarde com base no boato. Ele diz, no entanto, que ficou sabendo
do rumor pela imprensa.
“Como
o mercado está muito nervoso, qualquer notícia desse tipo
captura a atenção do investidor”, acrescenta André
Perfeito, da Spinelli.
Por
dois pregões consecutivos, o mercado doméstico foi impulsionado
por dados de pesquisas eleitorais que mostraram o avanço de Bolsonaro,
que havia estagnado nas pesquisas, ao mesmo tempo em que a rejeição
de Fernando Haddad (PT), segundo colocado, disparou.
Entre
os dois candidatos, o mercado financeiro tem preferido o capitão
da reserva, por considerá-lo mais inclinado a propor reformas de
viés liberal.
Há,
ainda, a oposição do mercado financeiro a um novo governo
petista.
“Um
segundo turno entre a extrema direita e esquerda vai balançar os
mercados, com a baixa probabilidade de que formas pró-mercado sejam
implementadas. Ainda que o mercado tenha reagido positivamente à
liderança de Bolsonaro, isso é mais um reflexo de um alívio
que Haddad esteja perdendo tração”, escreveu a consultoria
IHS em relatório.
A
empresa acrescentou ainda que Bolsonaro precisa definir um programa econômico
claro e demonstrou preocupação com o nacionalismo do candidato,
que poderia elevar o protecionismo comercial do país.
No
exterior, o dia foi majoritariamente negativo para mercados de risco, reflexo
da alta nos juros americanos. As taxas de juros de 10 anos (tresuries)
eram negociadas a 3,1851% ao ano nesta quinta, no maior nível desde
2011. (Folhapress)
Obtenha mais informações
pelo e-mail assprevisite1@assprevisite.com.b
SP:
Irmão de paciente é agredido em pronto atendimento em Carapicuíba
Vídeo
que circula nas redes sociais mostra homem levando 'gravata' e desmaiando;
Secretaria da Saúde diz que agressor não é funcionário
do município.
Um
homem foi agredido no pronto atendimento da Vila Dirce, em Carapicuíba,
na Grande São Paulo, após reclamar da demora na unidade.
A agressão, ocorrida por volta das 4h de sábado (29), foi
gravada e as imagens circulam nas redes sociais (assista acima).
No
vídeo, o professor César Augusto Mendes, de 35 anos, aparece
sendo contido por três homens. Um deles lhe aplica uma “gravata”.
Mendes perde a consciência, cai de costas, bate a cabeça com
força no chão e começa a sangrar. Logo depois é
arrastado pelo mesmo homem que deu a gravata.
Mendes
contou que acompanhava o irmão que havia sofrido um ataque epilético,
e que foi agredido por pelo menos dois seguranças após reclamar
da demora no atendimento.
“Eu
gritei, chamei a atenção do pessoal e foi aonde o segurança
me agrediu, né. Me pegou pelo pescoço, com a mão,
me tirou, me afastou da porta. Tentou me aplicar uma gravata, eu saí
a primeira vez. Na segunda vez ele tentou, eu consegui me desvencilhar.
Aí, quando eu reagi para tirar a mão dele, foi aonde o outro
segurança entrou”, contou.
O
professor contou ainda que demorou para receber atendimento depois da agressão.
A ficha mostra que ele passou pelo médico às 5h31 de sábado.
“Levantei,
um rapaz do raio x me insistiu para eu procurar uma enfermeira para me
atender. Aí eu pedi alguma coisa para ele, um papel, e eu fiquei
uma hora e meia esperando ser suturado. E vazando o tempo todo”, disse.
“Até que trocou o turno e o primeiro médico que entrou fez
questão de me atender, foi muito rápido. Me atendeu, suturou.”
A
Prefeitura de Carapicuíba disse que abriu uma sindicância
para apurar o caso e afirma que o homem que arrastou o professor não
é funcionário.
“O
rapaz que puxa ele, acaba derrubando e arrasta, ele não era funcionário
do município, ele era um acompanhante que se sentiu lesionado devido
à demora no atendimento da sua mulher por conta de ele [Mendes]
estar impedindo o acesso à emergência”, disse a secretária
da Saúde de Carapicuíba, Antonia Maria da Paixão.
“Tudo que é devido e necessário de providências a gente
já está tomando”, completou.
A
reportagem foi até o pronto atendimento Vila Dirce para ouvir outras
pessoas que precisam passar pelo médico. “O atendimento é
um pouco precário, cara. Precisa melhorar bastante”, disse o auxiliar
de montagem de grua Gugelmir de Souza Silva.
Lá
dentro, corredores lotados e nem todos conseguem se sentar à espera
do médico. “Nossa, levei umas três horas mais ou menos para
ser atendida. Só para passar pelo médico”, afirmou a dona
de casa Verônica Maria Silva.
Sobre
o atendimento, a Secretaria de Saúde afirma que a demanda é
alta, porque há muitos pacientes que deveriam procurar UBSs e acabam
indo até essa unidade. A pasta nega que haja falta de profissionais
ou material.
A
secretaria também informou que o irmão de Mendes chegou numa
viatura do Samu e foi atendido de imediato pela urgência, às
2h57, e que às 3h10 já estava medicado.
Em
nota, a Prefeitura de Carapicuíba disse que o comportamento dos
vigias não condiz com a conduta e valores da administração
municipal, e que a Secretaria de Segurança também abriu sindicância
para averiguar esse caso. (Marcelo Poli - G1)
RS:
Menos de 30% das mulheres de 50 a 69 anos fizeram mamografia em 2017
Percentual
é inferior à metade dos 70% recomendados pela Organização
Mundial de Saúde. Secretaria estadual diz que índice se deve
às falhas nos registros, e afirmou que o estado tem capacidade para
fazer o número considerado ideal.
O
percentual de mulheres entre 50 a 69 anos que fizeram o exame de prevenção
ao câncer de mama em 2017 no Rio Grande do Sul pelo Sistema Único
de Saúde (SUS) é inferior à metade dos 70% recomendados
pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Segundo a
Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), o índice no estado foi
de 28,7%, enquanto o órgão da ONU recomenda uma cobertura
mamográfica de 70%.
No
ano passado, foram realizados 802 mil mamografias no estado. O número
esperado, conforme a recomendação internacional, seria 2,7
milhões.
A
pesquisa da SBM é divulgada no início do Outubro Rosa, que
marca a importância da conscientização sobre a prevenção
do câncer de mama. Neste ano, o foco da campanha é para que
mulheres tenham mais acesso ao diagnóstico e tratamento do câncer
de mama.
A
Secretaria Estadual da Saúde justificou que o baixo índice
se deve às falhas nos registros, já que muitos exames realizados
deixam de ser inseridos no sistema, e afirmou que o estado tem capacidade
para fazer o número de exames considerado ideal pela OMS. (G1)
RJ:
Efeito Márcia - deputados do Rio aprovam lei que oficializa 'furar'
a fila da saúde
Atendimento
seria por ordem de chegada do paciente. Texto precisa passar por segunda
discussão na Alerj.
Lei
aprovada em primeira discussão, nesta quarta-feira (3), na Alerj,
autoriza unidades de saúde em todo o Estado do Rio a atender pacientes
independentemente de agendamento prévio e da ordem no sistema de
regulação de leitos, consultas e exames.
O
texto do projeto de lei também determina que todas as consultas
ambulatoriais e atendimentos emergenciais de pacientes com doenças
crônicas, câncer e HIV não precisarão de agendamento.
A
justificativa do projeto diz: “Em momentos de desespero, pacientes se dirigem
a certas unidades de saúde próximos à sua residência
e descobrem que sua doença está inserida num contexto burocrático
de regulação e assim, deve retornar em dia e hora pré-agendados.
Trata-se de um sistema falho, carente de informações e mais,
ressalte-se que a doença não espera, ela vem e atinge a qualquer
um, sem hora marcada. Inúmeras mortes acontecem em razão
de um sistema burocrático de regulação de vagas.”
'Retrocesso'
Especialistas
dizem que o projeto de lei é um retrocesso e que a regulação
é importante para organizar o sistema de saúde e precisa
ser respeitada. O agendamento já leva em conta a gravidade do paciente.
O
Ministério Público do Rio de Janeiro informou que, caso a
lei passe, poderá entrar com ação direta de inconstitucionalidade.
“Tomamos
conhecimento com bastante preocupação dessa aprovação
de projeto de lei. Se for sancionado, estudaremos medidas para o possível
questionamento da contrariedade da regra com as normas gerais e nacionais
sobre a regulação”, diz nota da 3ª Promotoria de Justiça
de Tutela Coletiva da Saúde da Capital. (Edimilson Ávila
- G1)
MS:
556 casos de chikungunya notificados em 2018
O
número já é próximo do ano passado, segundo
a Secretaria Estadual de Saúde. Só na capital foram registrados
182 casos este ano.
Em
2018, Mato grosso do sul notificou 556 casos de febre chikungunya. Segundo
a Secretaria de Saúde de MS, o número já é
próximo ao do ano passado, quando foram registrados 574 casos.
Campo
Grande registra a maioria das notificações: 182 casos. Na
sequência está Dourados, 2° maior município do
estado, com 143 notificações.
A
doença é transmitida pelo aedes aegypti, o mesmo mosquito
que provoca a dengue e zika. Segundo a secretaria de saúde de MS,
com as chuvas que se intensificam no mês de setembro, a população
deve redobrar os cuidados para prevenir a proliferação do
mosquito. (G1)
GO:
Bebê tem clavícula quebrada durante o parto, em Anápolis
Pais
reclamam que hospital não está dando a devida atenção
ao caso. Família teme que criança fique com sequelas devido
à demora no atendimento.
Um
bebê de 15 dias teve a clavícula quebrada durante o parto
na Santa Casa de Misericórdia de Anápolis, a 55 km de Goiânia.
A família reclama da falta de atenção da unidade.
Já o hospital diz que está acompanhando o caso.
Carlos
Eduardo Silva está com o braço imobilizado desde o nascimento.
A mãe dele não quis gravar entrevista, mas disse à
TV Anhanguera que, no momento do parto, a própria médica
assumiu o erro que causou a fratura e disse que o hospital daria toda a
assistência necessária à família.
Porém,
desde então, o menino só passou por uma consulta e ainda
não conseguiu fazer os exames que o médico pediu. O pai do
bebê, o servente de pedreiro Eliseu Douglas Sousa Silva, disse que
já procuro atendimento na Santa Casa, mas a resposta não
foi satisfatória.
“Eu
fui lá cedo, falaram que era para levar a ficha, eu levei, cheguei
e eles falaram que era para eu deixar meu número, porque não
sabia que dia podia atender ele, que era qualquer dia que desse para eles”,
reclamou.
A
avó da criança conta que é difícil até
para dar banho no neto. A família teme que a fratura deixe sequelas
devido à falta de atendimento adequado.
“Está
difícil, porque até para dar banho está difícil.
E eles marcam uma coisa e, quando chegamos é outra. A gente não
sabe como está o bracinho e fica esse tanto de tempo. Vai que fica
uma sequela”, disse Iranilda Gomes.
A
Santa Casa de Misericórdia disse que está cuidando do caso
e recomenda que a família procure a administração
da unidade. (Vitor Santana - G1)
DF:
609 casos de intoxicação por remédio só na
primeira metade de 2018
Número
em apenas seis meses supera o de todo o ano de 2017. Veja o que fazer em
caso de urgência.
O
Distrito Federal registrou 609 casos de intoxicação por medicamento
no primeiro semestre deste ano, informa a Secretaria de Saúde. O
número supera a quantidade de intoxicações ao longo
de todo o ano de 2017, quando 585 pessoas apresentaram problema.
Um
dos casos é o de Breno Alvarenga, de 14 anos, que até janeiro
deste ano tinha uma vida saudável. Mas depois que ele tomou uma
dose considerada excessiva do antidepressivo do irmão mais velho,
ele passou a apresentar problemas de saúde.
Mãe
dele, a dona de casa Joyce Alvarenga diz que foram de 10 a 12 comprimidos.
“Ele entrou no quarto, não vi tomando. Eu percebi quando ele passou
mal. Veio da cozinha para a sala e caiu.”
Breno
ficou 22 dias em coma. Agora está em casa, em Samambaia, mas ainda
precisa respirar com ajuda de aparelho. Ele precisa de tratamento para
tentar recuperar os movimentos e voltar a falar. Segundo os médicos,
as sequelas são consequência das doses altas de remédio.
A
Secretaria de Saúde diz que o jovem está sob cuidados do
Núcleo de Atendimento Domiciliar de Samambaia desde maio, recebendo
assistência de médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e
psicólogos.
O
que diz o médico
A
“mistura” entre diferentes medicamentos, e também com alimentos
ou bebidas, também pode resultar na intoxicação.
“Toda
semana, a gente tem um caso ou dois com intoxicação internado
no pronto-socorro. Tem de várias idades e para cada uma, a gente
tem um fator a ser levado em consideração”, explicou o especialista
da TV Globo Luiz Fernando Silva.
É
importante ficar atento aos sintomas típicos:
•
convulsões
•
vômitos
•
diarreia
•
sonolência
•
queimação na boca e no estômago
•
mudança na cor dos lábios
•
suor excessivo
•
dificuldade para respirar
•
perda de equilíbrio
•
confusão mental
•
paralisia
•
perda de consciência
Se
alguém apresentar mais de um desses sintomas depois de ingerir doses
elevadas, a orientação é ligar para o serviço
de emergência o mais rápido possível.
“Não
dê nada, não dê água, não tente provocar
vômito. Não dê leite porque, às vezes, esses
produtos não vão amenizar o problema, eles vão até
piorar a situação. Todos os produtos ‘originais’, eles têm
um 0800 para você ligar em caso de intoxicação, mas
hoje como você tem o celular, vai ligando mas já vai correndo
para uma unidade de saúde.”
Levar
a embalagem do remédio e a bula é importante porque pode
facilitar o trato dos médicos com o paciente. (Lúcia Mollo,
Mariana Laboissière e Wellington Valadão - G1)
BA:
Hospital autorizado a realizar 'processo transexualizador' inicia atendimento
Inicialmente,
serão oferecidos apenas serviços ambulatoriais. Marcação
pode ser feita de segunda a sexta-feira, das 13h às 19h.
O
ambulatório transexualizador do Hospital Universitário Professor
Edgard Santos (HUPES), localizado no centro de Salvador, será aberto
para atendimento nesta sexta-feira (4). A unidade é a primeira a
oferecer o serviço pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
na Bahia.
Conhecido
como Hospital das Clínicas, o Hospital Universitário Professor
Edgard Santos é ligado à Universidade Federal da Bahia (Ufba).
A autorização para fazer o processo transexualizador foi
concedida pelo Ministério da Saúde em julho deste ano.
De
acordo com a assessoria do hospital, inicialmente, serão oferecidos
apenas serviços ambulatoriais. As marcações já
começaram. Elas podem ser feitas de segunda a sexta-feira, das 13h
às 19h, no prédio do Ambulatório Magalhães
Neto. Os interessados devem apresentar documento de identidade, CPF, cartão
do SUS e comprovante de residência. O atendimento ocorre às
sextas.
Ainda
de acordo com a assessoria, a previsão é de que o fornecimento
da terapia hormonal comece a partir do início próximo ano.
Para realizar as cirurgias previstas na Portaria 2803, inclusive a de redesignação
sexual, a instituição aguarda autorização do
Ministério da Saúde, conforme o hospital.
Para
receber atendimento na unidade, os homens e mulheres transexuais e as travestis
devem ter mais de 18 anos. O acompanhamento será feito por uma equipe
multidisciplinar, formada por médicos endocrinologistas, enfermeiros,
assistentes sociais, psiquiatras e psicólogos.
Processo
transexualizador
O
processo transexualizador pode ser definido como um conjunto de estratégias
assistenciais para transexuais que pretendem realizar modificações
corporais do sexo, que inclui a cirurgia de mudança de sexo, em
função de um sentimento de desacordo entre seu sexo biológico
e seu gênero.
O
processo transexualizador já é realizado por meio do SUS
desde a publicação da portaria nº 457, de agosto de
2008, pelo Ministério da Saúde.
O
texto estabelece idade mínima de 18 anos para procedimentos que
incluem acompanhamento multiprofissional e hormonioterapia. Já para
intervenções cirúrgicas, a idade mínima é
de 21 anos. Também é definido que, para realização
do processo transexualizador, são necessários pelo menos
dois anos de acompanhamento terapêutico.
Todas
as unidades com o aval para realizar o procedimento devem oferecer serviços
de atenção especializada com médicos das áreas
de endocrinologia, ginecologia, urologia, obstetrícia, cirurgia
plástica, psicologia e psiquiatria, além de enfermagem e
assistência social. (G1)
Atraso
na oferta de remédio pelo SUS prejudica pelo menos 312 mil pacientes
Falta
de entendimento entre secretarias e ministério dificulta acesso
a remédio indicado para conter crises convulsivas
Incorporado
no Sistema Único de Saúde (SUS) no ano passado para controlar
convulsões de bebês com síndrome congênita de
zika e para tratar pacientes com epilepsia, o medicamento levetiracetam
ainda não é encontrado na rede pública. O atraso na
oferta é atribuído a uma falta de entendimento entre governo
federal e secretarias de saúde sobre quem pagará a conta
da aquisição do remédio.
“Enquanto
uma decisão não vem, o que vemos é uma legião
de pacientes esperando, que poderia ser beneficiada com tratamento ou protegida
de efeitos colaterais de drogas atualmente utilizadas. É muito frustrante”,
afirma a professora de Neurologia da Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), Clarissa Yasuda.
A
estimativa é de que o medicamento poderia ser usado por pelo menos
312 mil pacientes brasileiros. O levetiracetam já é indicado
há anos na Europa e vendido em farmácias no Brasil.
Maria
Luiza Manreza, coordenadora do Departamento Científico de Epilepsia
da Academia Brasileira de Neurologia, afirma que uma das principais indicações
do remédio é para mulheres com o problema em idade fértil
ou que estão grávidas. “Estudos mostram que remédios
usados para controlar as crises têm efeitos negativos na formação
do feto. E um deles, o valproato, por exemplo, tem efeitos ainda mais nocivos.
Com isso, não temos ferramentas para tratar essas pacientes”, resume
Maria Luiza.
Risco
menor. No caso de crianças, o uso do levetiracetam reduz o risco
de efeitos colaterais na capacidade cognitiva. Enquanto a droga não
é adotada no SUS, bebês com síndrome congênita
recebem nos postos públicos o carbamazepina, que é indicada
para o tratamento de crises convulsivas e de doenças neurológicas
e psiquiátricas, e o ácido valpróico.
O
levetiracetam teve a primeira indicação aprovada na Comissão
Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec)
em agosto do ano passado. A decisão foi publicada no início
de dezembro. Pela regra vigente, o governo tem 180 dias para ofertar o
medicamento na rede pública.
À
época, informação divulgada pela assessoria da Conitec
apontava que o medicamento é “especialmente indicado para pacientes
que precisam de pelo menos dois anticonvulsionantes e também eficaz
em pacientes com microcefalia ou epilepsia mioclônica juvenil, uma
forma que ocorre na adolescência e tem relação com
a história familiar dos indivíduos”.
No
relatório de recomendação da Conitec, apresentado
em julho do ano passado, o impacto orçamentário da incorporação
do medicamento em cinco anos foi calculado em R$ 329,034 milhões,
sendo cerca de R$ 29,45 milhões no primeiro ano de investimento.
À
época, o preço do remédio considerado no relatório
era de R$ 0,79 por comprimido, na apresentação de 250 mg,
mas a dose inicial prevista na bula é de 1.000 mg por dia, podendo
chegar a 3.000 mg ao dia.
Questionado,
o Ministério da Saúde informou, em nota, que a definição
sobre o pagamento do medicamento será tema de uma reunião
entre representantes da pasta, secretários estaduais e municipais
de saúde, marcada para o fim do mês.
Maria
Alice Mello Susemilhl, presidente da Associação Brasileira
de Epilepsia, no entanto, afirma que o tema já havia sido discutido
em outra reunião, sem que uma solução fosse encontrada.
“A ansiedade de pacientes é enorme. Imagine saber que o medicamento
já foi liberado e não há prazo para ele, de fato,
chegar a você.”
Efeito
colateral. Clarissa afirma que os medicamentos usados atualmente no controle
de convulsões disponíveis no SUS têm entre os principais
efeitos colaterais a interação com outras drogas. “Ele acaba
alterando a eficiência de medicamentos usados, por exemplo, para
diabete, para asma”, observa a professora da Unicamp.
Além
disso, o levetiracetam é dado em duas doses, o que permite ao paciente
seguir de forma adequada o tratamento. “O que vou dizer para um paciente
do SUS? Para ele comprar o remédio do próprio bolso?”
No
entanto, foi o que fez a pedagoga Ismenia Lopes Oliveira, de 32 anos. “Gasto
cerca de R$ 250 por mês. Felizmente trabalho, tenho como pagar. Mas
e quem não pode?”, indaga a pedagoga.
Trocas.
As primeiras convulsões começaram quando ela cursava a faculdade,
em 2007. No início eram três episódios por dia. “Consegui
me formar com muito esforço. O desempenho caiu, mas não desisti.”
Depois
disso, ela trocou algumas vezes de medicação e fez uma cirurgia.
Há dois anos, foi indicado pelo médico um medicamento, que
fez com que ela perdesse muito peso. “Tenho 1,75 metro. Estava com 47 quilos.
Todos os conhecidos me perguntavam o que eu tinha”, conta Ismenia.
Foi
aí que ela fez a troca do medicamento. Na ocasião, a frequência
e a intensidade das crises já haviam diminuído de forma significativa.
“Com o remédio, recuperei peso e crises se reduziram ainda mais.
Hoje tenho, às vezes, crises de ausência. Algo que só
eu percebo.”
Outros
medicamentos em falta
Como
o Estado mostrou há duas semanas, há pelo menos quatro meses
o Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems)
vem apresentando queixas com relação à falta de medicamentos.
Por isso, lançou publicamente um levantamento realizado com 4 mil
municípios para mostrar os principais gargalos.
Entre
os exemplos citados por secretários estão remédios
para hepatite C (daclastavir e sofosbuvir), para pacientes transplantados
e aqueles em tratamento para Alzheimer. Na lista também estão
incluídos até produtos mais baratos, como anticoncepcionais.
(Lígia Formenti - O Estado de S.Paulo)
Obtenha mais informações
pelo e-mail assprevisite1@assprevisite.com.br
70%
dos brasileiros com mais de 50 anos têm alguma doença crônica
A
hipertensão é a mais comum, seguida por problemas na coluna,
colesterol alto e catarata
Levantamento
feito pela Fundação Oswaldo Cruz de Minas mostra que 7 entre
10 brasileiros com mais de 50 anos têm alguma doença crônica.
O estudo, realizado com base em entrevistas feitas em 70 municípios
das cinco regiões do País, revela que 40% dos entrevistados
idosos apresentam uma doença de longa duração e 30%,
duas ou mais. A hipertensão é a mais comum, seguida por problemas
na coluna, colesterol alto e catarata. A última afeta 1 entre cada
4 brasileiros com mais de 50 anos.
A
catarata, no entanto, pode ser corrigida com cirurgias. Questionado sobre
o alto número de pacientes que ainda apresentam o problema, o Ministério
da Saúde afirmou que o total de operações e investimentos
aumentou nos últimos dois anos. De acordo com a pasta, as cirurgias
de catarata passaram de 452 mil em 2016 para 483 mil em 2017, um crescimento
de 6,7%. Para custear a ação, foram destinados R$ 325,8 milhões
no ano passado, 14,2% a mais do que o registrado em 2016.
Batizado
de Estudo Longitudinal da Saúde dos Idosos Brasileiros, o trabalho
lançado nesta segunda-feira integra uma rede internacional de pesquisas
sobre o envelhecimento. Atualmente, o País apresenta 29,3 milhões
de idosos. A expectativa é a de que, em 2030, o número de
idosos deva superar o de crianças e adolescentes.
O
conjunto dos estudos brasileiros sobre envelhecimento mostra ser alta a
ocorrência de várias doenças associadas na população
acima dos 50 anos. Dois a cada três entrevistados apresentavam duas
doenças ou mais. No caso da catarata, por exemplo, pacientes têm,
em média, 4 doenças associadas. Na hipertensão, 3,5.
Exemplo
Já
se passaram mais de 40 anos desde que o engenheiro aposentado Renato Cesar
Mascaretti, de 77 anos, foi diagnosticado com diabete. “A doença
progrediu, mas não tenho nenhum dos danos que ela pode causar. Tomo
um monte de remédios que, na verdade, não são para
consertar (problemas), mas para não deixar estragar.” Os medicamentos
são para controle da pressão arterial e do colesterol.
A
receita para qualquer doença crônica é a disciplina.
A consequência de estar bem é ter sido disciplinado nesses
44 anos com a doença.
Renato
Cesar Mascaretti, engenheiro aposentado
Aposentado
há 12 anos, ele resolveu apostar em hábitos saudáveis.
“Eu dedico a parte da manhã a minha saúde. Vou três
vezes por semana à academia, tenho aula de tênis uma vez por
semana, faço caminhada e, nos fins de semana, ando de bicicleta.
Tenho uma alimentação bem saudável atualmente. Tirei
as gorduras da alimentação e meu jantar é uma salada
todos os dias.”
Ele
tem equipamentos para exercício em casa, mas não abre mão
das atividades em outros ambientes. “Costumo ir (à academia) para
ter um relacionamento social melhor. Encontro as pessoas, converso. Eu
também leio e me mantenho atualizado, tenho uma vida social, vou
a cinema, teatro, shows.”
Desafio
Os
estudos indicam ainda que apenas metade dos pacientes com hipertensão
tem a doença controlada. Pesquisadores consideram que o dado representa
um desafio para a saúde pública brasileira. O problema é
maior entre o grupo com menor escolaridade e com pior situação
socioeconômica.
O
fenômeno não surpreende os pesquisadores. Coordenadora do
trabalho, Maria Fernanda Lima-Costa observa que a baixa condição
socioeconômica é o terceiro fator de risco para a mortalidade
em adultos, atrás apenas de tabagismo e inatividade física.
“E o envelhecimento do brasileiro é muito desigual”, observa a pesquisadora.
Os
estudos revelam, por exemplo, que idosos mais pobres ou aqueles com escolaridade
mais baixa apresentam piores indicadores na saúde bucal, praticam
menos atividades físicas de forma regular, são mais frágeis,
usam menos medicamentos do que o indicado por médicos e reúnem
menos condições físicas para trabalhar. Além
de apresentarem os piores indicadores da pressão.
Medo
de cair
A
pesquisa avaliou ainda os receios dos entrevistados. O estudo indica que
43% da população brasileira acima de 50 anos receia cair
na rua, por causa de defeitos nas calçadas, 30% dizem viver em regiões
muito inseguras e 6% já tiveram a casa invadida.
“Não
esperávamos resultados tão desfavoráveis”, afirmou
a coordenadora Maria Fernanda Lima-Costa. A pesquisadora destaca que, com
o envelhecimento da população, a questão urbana assume
uma importância primordial.
Os
resultados impressionam sobretudo pelo fato de que 85% da população
idosa vive em áreas urbanas. “A cidade precisa garantir condições
adequadas para essa população, o Brasil está devendo
isso”, completa.
O
ministro da Saúde, Gilberto Occhi, reconheceu o problema. “Sabemos
que isso é realidade, as calçadas são inadequadas.
É necessário o diagnóstico para que todos nós
possamos tomar as medidas.” O receio de cair reduz a mobilidade da pessoa
com mais idade, afeta sua independência e aumenta sua fragilidade.
Estudos mostram que, quanto maior o sedentarismo do idoso, maior o risco
de ele sofrer quedas.
O
levantamento destaca ainda a necessidade de se investir na melhoria das
condições da saúde para ampliar a longevidade no trabalho.
A pesquisa deixa clara, por exemplo, a relação entre a presença
de doenças crônicas e o recebimento precoce de aposentadorias
e pensões.
Questionado
sobre a redução da idade mínima para a Previdência,
Occhi afirmou que “qualquer atividade exercita o corpo, a mente e o espírito”.
Para ele, a mudança na regra da Previdência está atrelada
ao fato de a expectativa de vida do brasileiro ter aumentado. “Cálculos
atuariais são feitos. Qualquer cidadão ainda em atividade
tem uma qualidade de vida melhor.” (Lígia Formenti e
Paula Felix - Agência Estado)
FenaSaúde:
4º Fórum da Saúde Suplementar
O
encontro será realizado em outubro, no Rio de Janeiro, e reunirá
especialistas nacionais e internacionais para debater a “Eficiência
em Saúde”.
A
Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde)
promoverá nos dias 22 e 23 de outubro o 4º Fórum da
Saúde Suplementar. O evento será realizado no Windsor Convention
& Expo Center, na Barra da Tijuca – Rio de Janeiro. As inscrições
serão gratuitas.
O
tema desta edição será “O Desafio da Eficiência
em Saúde: Um Debate Inclusivo”. Grandes líderes nacionais
e internacionais se reunirão para discutir as estratégias
de enfrentamento da escalada dos custos na assistência à saúde.
Entre os assuntos a serem debatidos estão:
DILEMAS
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO MUNDO
COMO
FORTALECER A ATENÇÃO PRIMÁRIA À SAÚDE
NA SAÚDE SUPLEMENTAR
NEGOCIAÇÃO
EM AMBIENTES ADVERSOS
A
EXPERIÊNCIA INTERNACIONAL NA MUDANÇA DE MODELO DE REMUNERAÇÃO
DOS SERVIÇOS DE SAÚDE PRIVADA
INFORMAÇÃO
QUALIFICADA NA MELHORIA DOS DESFECHOS EM SAÚDE: TRANSPARÊNCIA
E EFICIÊNCIA (FenaSaúde)