A temática envolvendo assuntos de grande relevância para todos os atores do sistema, inclusive as autogestões, fez crescer o número de profissionais interessados em participar do Espaço AssPreviSite Saúde do dia 20 de fevereiro, em São Paulo. O encontro será agora realizado no Hotel QI Ibirapuera - Sala Moema, na Avenida Ibijaú, 368 (esquina com a avenida Ibirapuera, próximo ao Shopping). A presença de nomes de destaque do sistema de saúde suplementar do nosso país é , sem dúvida, o grande motivador desta procura pelo evento. A taxa de adesão é de R$ 200,00 (duzentos reais). Mais informações e inscrições no site do próprio evento http://www.assprevisite.com.br/Asaude08sp.html ou através do e-mail assprevisite2@terra.com.br
O dólar comercial encerrou a quarta-feira cotado a R$ 1,7530, com alta de 0,40% em relação ao fechamento de sexta-feira. Na Bolsa de Valores de S.Paulo o Ibovespa fechou quarta-feira com forte queda de 3,46%,, com o volume financeiro no patamar de R$ 4,34 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York fechou a quarta-feira em queda de 0,5% e a Nasdaq caiu 1,3%.
AssPreviSite
Fundos:
Oi-BrT - Presidente fará decreto para compra
Decisão foi acertada
em reunião na quinta-feira passada no Planalto; BNDES emprestará
R$ 1,8 bilhão para financiar o negócio
Teles devem anunciar acerto
na semana seguinte à do Carnaval; banco estatal deve ter 16,5% do
capital votante da nova empresa
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva editará decreto alterando regras do setor de telefonia
fixa, e o BNDES emprestará R$ 1,8 bilhão para viabilizar
a compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi (ex-Telemar).
Segundo a Folha apurou,
a decisão foi tomada em reunião no Palácio do Planalto
anteontem à noite, quando Lula e auxiliares definiram o ritual administrativo
e político para dar o aval do governo à operação.
O BNDES deverá ficar
com 16,5% do capital de controle (votante) da nova empresa, segundo relato
a Lula do presidente do banco de fomento estatal, Luciano Coutinho. A pedido
do Planalto, Coutinho foi o principal interlocutor do governo com os grupos
privados Andrade Gutierrez e La Fonte, controladores da Oi, para formatar
o negócio.
Coutinho disse a Lula que
o BNDES emprestaria R$ 1,8 bilhão aos empresários Sérgio
Andrade, da Andrade Gutierrez, e Carlos Jereissati, do La Fonte. Justificou
o uso de verba pública dizendo que viabilizará uma empresa
que valerá mais de R$ 15 bilhões. O governo argumenta ser
necessário uma tele nacional forte para competir com gigantes estrangeiras
como a mexicana Telmex (Claro e Embratel) e a espanhola Telefónica.
No relato de Coutinho, uma
aliança de Andrade e Jereissati com a Fundação Atlântico,
o fundo de pensão dos funcionários da Oi, dará aos
empresários o controle acionário da nova tele. Os dois terão
juntos 40% do controle, mais 11% da Fundação Atlântico.
Os demais 49% do capital votante serão divididos assim: 16,5% do
BNDES, 12,5% da Previ (fundo de pensão dos funcionários do
Banco do Brasil), 10% da Petros (fundo dos funcionários da Petrobras)
e 10% da Funcef (fundo da Caixa). Sérgio Rosa, presidente da Previ,
quer indicar o presidente da tele.
Por determinação
de Lula, Coutinho colocou "travas", nas palavras de um negociador privado
envolvido na operação, para evitar que a nova empresa seja
vendida pelos empresários no curto prazo. O BNDES terá poder
de veto sobre decisões da empresa (como alienação,
fusão e emissões) e direito de preferência caso os
dois empresários desejarem vendê-la.
Na hipótese de um
empresário desejar vender sua parte, deverá oferecê-la
antes ao sócio privado e depois ao BNDES.
Como antecipou a Folha,
essas "travas" foram condicionantes de Lula para editar o decreto presidencial.
O decreto permitirá
que uma tele de telefonia fixa compre a outra, algo vetado hoje pelo PGO
(Plano Geral de Outorgas), marco regulatório da privatização
das teles, há dez anos.
Além de Lula e Coutinho,
os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Hélio Costa (Comunicações)
participaram da reunião no Planalto.
A cúpula do governo
avalia que no prazo de dois meses será cumprido um ritual administrativo
e político do negócio. Os empresários disseram ao
Planalto que deverão fazer um anúncio formal após
o Carnaval -o mais provável é que ocorra na segunda ou terça-feira
seguintes à festa.
Feito o anúncio,
os empresários avisarão à Anatel (Agência Nacional
de Telecomunicações). A agência reguladora consultará
o Ministério das Comunicações, responsável
pela política do setor. O ministério encaminhará as
orientações e recomendará que a Anatel convoque seu
conselho consultivo. Esse conselho aprovará a operação,
que contará com o decreto presidencial.
Laços
A Oi (ex-Telemar) financiou
atividade empresarial de um filho de Lula, Fábio Luiz. O presidente
fica contrariado quando a imprensa correlaciona a compra da Brasil Telecom
pela Oi com o aporte de recursos da antiga Telemar para a companhia do
filho do presidente, a Gamecorp.
Sérgio Andrade também
é um empresário próximo da cúpula do PT. Lurian,
filha de Lula, chegou a morar em Paris num apartamento da família
Andrade. O grupo Andrade Gutierrez foi o maior financiador do PT em 2006,
ano de eleições presidenciais e para os governos estaduais.
Doou para o partido R$ 6,4 milhões. Para a campanha de Lula, a empresa
não foi a maior doadora, mas deu R$ 1,5 milhão.
A decisão sobre o
decreto ocorreu um dia depois de Lula se esquivar de comentar a compra
da Brasil Telecom pela Oi: "Tem um negócio acontecendo, eu não
posso dar opinião enquanto não tiver um retrato fiel da engenharia
que está sendo discutida". Anteontem, em mais de duas horas de reunião,
Coutinho apresentou a "engenharia". Lula a avalizou.
Nova empresa será
líder na telefonia fixa
Com a compra da Brasil Telecom,
a Oi ficará com 29,6% do faturamento total das operadoras de telefonia
fixa, celular, banda larga e TV por assinatura, contra 29,9% da Telefônica/Vivo,
20,1% da Claro/Embratel e 12,1% da TIM.
Ela será dominante
na telefonia fixa local (com 56,7% do total de assinantes do serviço
no país) e na banda larga, com 42,7% do mercado, tomando por base
o total atual de assinantes de cada empresa em setembro do ano passado
(último dado disponível). A tele terá um faturamento
anual da ordem de R$ 40 bilhões e será a quarta na telefonia
celular, com 16,8% dos assinantes.
A Telefônica/Vivo
lidera na telefonia fixa (com 32,8% dos assinantes), e os mexicanos, controladores
da Claro e da Embratel, estão em terceiro na telefonia celular (24,8%)
e em primeiro na TV por assinatura (com 46,5%, por meio da Net). A TIM
está presente só na telefonia móvel, na segunda colocação.
A compra da BrT pela Oi
ou a fusão das duas é cogitada desde 2006, quando o presidente
da Oi, Luiz Eduardo Falco, defendeu a idéia com o argumento de que
as duas acabariam engolidas pelos grupos Telefónica (da Espanha)
e Telmex (mexicana, controlada pelo magnata Carlos Slim), dominantes no
resto da América Latina.
No ano passado, a Folha
teve acesso a um estudo da BrT em que ela previa dois cenários para
o mercado brasileiro: de duopólio entre a Telefónica e a
Telmex e outro com grandes empresas dominando o mercado.
O primeiro cenário
previa que a Telefónica absorveria a Oi, a Intelig, a Vivo e a TVA
e que ela, Brasil Telecom, seria engolida pela Telmex. O segundo cenário
previa a fusão da BrT com a Oi e que a empresa resultante dessa
fusão teria 34% da receita total do mercado.
Governo negocia trégua
com teles concorrentes
O governo negociou uma espécie
de trégua política entre as grandes operadoras de telefonia
fixa para viabilizar a compra da Brasil Telecom pela Oi. As concorrentes
Embratel e Telefônica não deverão questionar a operação,
segundo apurou a Folha.
Um auxiliar direto de Lula
disse à Folha que, se não acontecesse a fusão, Oi
e BrT seriam "engolidas" por gigantes que operam no país: a mexicana
Telmex (dona da Embratel e da Claro) e a espanhola Telefónica (Telefônica
e Vivo).
A contrapartida do governo
aos estrangeiros será a análise de suas reivindicações
na telefonia fixa, móvel e transmissão de dados. A Vivo,
operadora móvel da Telefônica e da Portugal Telecom, tem interesse
na TIM. Na Europa, a Telefónica comprou parte da Telecom Itália,
controladora da TIM, mas no Brasil as duas são concorrentes.
Auxiliares de Lula dizem
que o interesse da Vivo na TIM não foi tratado na reunião
de anteontem. O governo, porém, admite que poderá analisar
a operação. Lula avalia que um novo marco regulatório
para o setor pode ser de interesse de todas as companhias.
(KENNEDY ALENCAR - Folha de S.Paulo-02.02)
Fundos:
Governo decide apoiar a união entre Oi e Brt
Após reunião
feita na semana passada com os ministros Dilma Rousseff, da Casa Civil,
e Hélio Costa, das Comunicações, e o presidente do
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), Luciano
Coutinho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu editar
um decreto alterando as regras do setor de telefonia fixa para viabilizar
a compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi (ex-Telemar), segundo fontes do
Planalto.
No encontro, ficou definido
ainda que o BNDES emprestará R$ 1,8 bilhão para financiar
o negócio e terá com 16,5% do capital de controle da nova
empresa, com direito a voto e poder de veto.
Com isso, o governo espera
contribuir com a criação de uma tele nacional forte para
competir com gigantes estrangeiras como a mexicana Telmex (Claro e Embratel)
e a espanhola Telefónica, que tem participações, mesmo
que indiretas, na Telefônica, Vivo e TIM.
Gestão
A concorrente Vivo, empresa
controlada pela espanhola Telefónica e pela Portugal Telecom anunciou
Hugo Janeba como seu novo vice-presidente de Marketing e Inovação.
Janeba substitui Eduardo Aspesi. Por sua vez, a Symantec, gigante mundial
desenvolvedora de softwares, oficializou Celso Azanha como novo diretor
de América Latina para Alianças Estratégicas. Azanha
substitui Gabriel Alvarado. (Rafael Bresciani - DCI-06.02)
Fundos:
Oi e BrT correm para anunciar fusão
Empresas tentam driblar
resistência política à realização do
negócio
O memorando de entendimentos
para a compra da Brasil Telecom (BrT) pela Oi (ex-Telemar) deverá
ser concluído e divulgado no início da semana que vem, provavelmente
na segunda ou terça-feira. Fontes envolvidas contam que os acionistas
das duas empresas estão mantendo essa meta, apesar da iniciativa
do partido Democratas (DEM), que planeja questionar o acordo na Justiça.
Os envolvidos correm para aprontar o negócio o quanto antes, independente
da guerra política em torno do assunto.
A eventual fusão
da Oi com a Brasil Telecom (BrT) encontra resistências de partidos
da oposição mesmo antes de ser concluída. O Democratas
decidiu que entrará na Justiça contra a união das
duas empresas tão logo o negócio seja aprovado pelo governo.
O presidente do partido, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), considera a operação
uma “ilegalidade”. Ele afirmou que uma fusão como essa gera concentração
no mercado de telefonia fixa e prejudica o consumidor.
A decisão de questionar
o negócio na Justiça foi aprovada pelo conselho político
do partido, em reunião há duas semanas, em São Paulo,
e está apoiada em parecer da assessoria jurídica do DEM.
O documento da assessoria diz que um eventual decreto do presidente Luiz
Inácio Lula da Silva aprovando a fusão “apenas revelará,
no final das contas, clara contribuição do Chefe do Poder
Executivo à prática de infração à ordem
econômica”.
“Não queremos entrar
nessa seara política. Faz parte do jogo político. O fato
é que o negócio não traz prejuízo para os consumidores,
o País. Isso tudo vai ficar claro durante a divulgação
do acordo”, argumentou uma fonte ligada a um dos acionistas envolvidos
no negócio. Segundo ele, faltam apenas ajustes finais na estrutura
do acordo, cujos valores já estão definidos. O controle da
BrT sairá por R$ 4,85 bilhões e outros R$ 3,7 bilhões
poderão ser usados na compra de direitos e ações dos
minoritários.
O interesse em fechar logo
o negócio não vem de hoje. Ainda em janeiro, a idéia
era finalizar o memorando de entendimento antes do Carnaval. Como as duas
empresas têm uma complexa estrutura acionária acima das operadoras,
envolvendo até cruzamentos de participações, vários
cálculos e ajustes precisam ser feitos para a concretização
do negócio. Em paralelo, os acionistas La Fonte, de Carlos Jereissati,
e Andrade Gutierrez, de Sérgio Andrade, consolidarão o controle
do Grupo Oi.
Para o DEM, a união
das duas operadoras vai contra as diretrizes da Lei Geral de Telecomunicações
(LGT), explica Maia. “A lei geral trata do estimulo à competição
e essa fusão não vai estimular a concorrência', afirmou
o deputado, ressaltando que Oi e Brasil Telecom, juntas, terão mais
de 70% do mercado de telefonia fixa. “O setor de telecomunicações
foi privatizado para ampliar a concorrência, não para concentrar”,
acrescentou.
PRIVILÉGIO
O presidente do DEM questiona
ainda a possibilidade de o governo tomar uma decisão apenas para
beneficiar duas empresas e não todo o setor de telecomunicações.
A maioria dos especialistas do setor afirma que, para permitir a compra
da BrT pela Oi, é necessária a edição de um
decreto presidencial mudando o Plano Geral de Outorgas (PGO), instrumento
que determina a área de atuação de cada empresa.Essa
mudança deverá vir precedida de uma discussão na Agência
Nacional de Telecomunicações (Anatel).
(Nilson Brandão Junior e Gerusa Marques - O Estado de S.Paulo)
Fundos:
Maior folia na telefonia
Depois da ressaca do feriado,
começa uma acalorada discussão de como será configurada
a área de telefonia no País. Tudo indica que o carnaval que
envolve a disputa na área de telecomunicações no Brasil
ainda está longe de acabar. O cenário, porém, deve
ser encarado com atenção redobrada por empresários
e executivos do ramo de serviços e de produtos voltados para essa
área de telefonia. As empresas nacionais envolvidas de alguma maneira
nessa cadeia têm de ficar bem atentas ao cenário que começa
a ser desenhado, pois o novo capítulo dessa história deve
ser escrito pelo governo federal nos próximos dias.
Pressionado pelas empresas
estrangeiras que detêm esse monopólio, o ministro das Comunicações,
Hélio Costa, por exemplo, teria dado passos maiores que a perna,
divulgando, na imprensa, fatos sobre os quais no dia seguinte ele mesmo
desconversava. Um exemplo é a mudança na legislação
para se permitir a criação de uma tele nacional gigante,
que viria fazer frente à entrada desenfreada do capital estrangeiro
nesse mercado no Brasil, com a questão prática da fusão
entre a Oi (ex-Telemar) e a Brasil Telecom (BrT).
Para que isso seja possível,
é preciso flexibilizar a legislação do setor, atualizada
a última vez no final dos anos 90, ou seja, bem mais recente que
muitas leis norte-americanas, por exemplo. O calcanhar-de-aquiles de quem
atua na comunicação brasileira agora é justamente
saber até que ponto seria vantajoso alterar essas leis, uma vez
que o interesse dos grandes grupos internacionais obviamente é aumentar
seu poder, pois os países emergentes viraram a bola da vez da telefonia
móvel e fixa, que associada, ainda, a serviços crescentes
de banda larga para a Internet e transmissão de tevê por assinatura,
são o mesmo que ouro em pó.
Ver de braços cruzados
essa briga pela melhor fatia do bolo da telefonia nacional, aliada a serviços
que despontam com maior número de consumidores com acesso à
área de telecom, é sem dúvida o mesmo que dar um tiro
no pé. Mas buscar soluções e estratégias para
meter o dedo nesse conflito e conquistar espaço entre os fornecedores
desse mercado pode ser a saída para o sucesso do negócio
nos próximos anos, junto da espanhola Telefónica (Vivo),
Telecom Italia (TIM) e Telmex, do milionário mexicano Carlos Slim
(Claro e Embratel). (DCI-06.02)
Fundos:
DEM é contra fusão de teles
O projeto de fusão
da Oi com a Brasil Telecom (BrT) enfrenta resistências de partidos
da oposição mesmo antes de ser concretizado. O DEM (ex-PFL)
decidiu entrar na Justiça contra a união das duas empresas
tão logo o negócio seja aprovado pelo Governo. O presidente
do partido, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que considera a operação
"uma ilegalidade".
Maia afirmou que uma fusão
como a que está sendo negociada resultaria em concentração
no mercado de telefonia fixa e prejudicaria o consumidor. A decisão
de questionar o negócio na Justiça foi aprovada pelo conselho
político do DEM, em reunião realizada há duas semanas
em São Paulo, com base em parecer da assessoria jurídica
do partido.
O parecer afirma que um
eventual decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aprovando
a fusão "apenas revelará, no final das contas, clara contribuição
do chefe do Poder Executivo à prática de infração
à ordem econômica." Uma fusão das duas empresas, segundo
Maia, iria contra as diretrizes da Lei Geral de Telecomunicações
(LGT). "A Lei Geral trata do estímulo à competição,
e essa fusão não vai estimular a concorrência", declarou
o deputado. Ele acrescentou que Oi e Brasil Telecom, juntas, passariam
a ter mais de 70% do mercado de telefonia fixa. (Jornal de
Brasília)
Fundos:
Mudança de paradigmas
No mundo dos negócios,
onde as empresas são conduzidas para se tornarem parte indispensável
do mercado onde atuam, portanto supridoras dos desejos e aspirações
das pessoas que atendem, a dinâmica das transformações
é permanente. No caso da eventual compra da Brasil Telecom pela
Oi, muito mais do que o resultado dessa transformação, sob
o ponto de vista das empresas, o que se precisa avaliar é o quanto
essa transformação atende aos interesses da sociedade.
No que diz respeito ao arcabouço
regulatório que rege as telecomunicações do Brasil
a citada operação representa uma possibilidade que é
recepcionada pelo modelo do setor, que foi concebido de forma flexível
- juristas renomados costumam se referir à Lei Geral de Telecomunicações,
como uma Lei Quadro, portanto como uma peça jurídica dotada
de flexibilidade para atender às transformações de
cenários - sendo, portanto, passível de incorporar novas
realidades decorrentes das mutações tecnológicas,
empresariais e de impacto na sociedade, típicas de um setor tão
dinâmico quanto as telecomunicações.
No caso do Plano Geral de
Outorgas, que estabelece as áreas de atuação das concessionárias
de telefonia fixa, a previsão legal é de que a Anatel pode
admitir, após cinco anos da privatização, a transferência
de controle entre empresas atuantes em regiões distintas das determinadas
pelo PGO, se entender que isso já não é mais necessário
para o cumprimento do Plano. A agência não tem, no entanto,
poder para criar novas regras, o que traz o risco de um vácuo regulatório
que pode provocar um processo indesejado de monopolização
do mercado. Para evitar isso, é fundamental que o Presidente da
República, no exercício de sua competência legal indelegável,
institua um novo PGO, mais adequado à consecução das
políticas públicas por ele definidas.
A verdade é que vivemos
hoje um momento completamente diferente em relação ao cenário
da época das privatizações, em 1998. Em primeiro lugar,
a evolução tecnológica mudou conceitos dos serviços,
modificou a lógica da competição, e, como conseqüência,
ampliou as opções para os consumidores. A convergência
de redes e serviços e a dinâmica do mercado exigem explicitação
de regras, como, por exemplo, a que permite que grupos empresariais possam
controlar empresas atuantes em áreas geográficas distintas.
.
Por conta disso, o mundo
inteiro vive um intenso processo de consolidação de empresas
de telecomunicação que se ajustam às demandas da sociedade
e à lógica dos mercados, o que evidencia a necessidade de
refletirmos sobre seu impacto no mercado brasileiro. O exemplo mais relevante
é o dos Estados Unidos, umas das principais fontes de inspiração
dos modelos dos setores de telecomunicações em todo o mundo.
Ali, as chamadas "Babybells", sete empresas que dividiam o país
por áreas geográficas, em 1996, se consolidaram em três
grandes grupos com atuação, na maioria dos serviços,
de âmbito nacional. Ficou claro, no caso americano, que a divisão
artificial do mercado - muito maior que o mercado brasileiro - levou a
um processo natural de consolidação.
Uma iniciativa do Executivo
no sentido de adequar o modelo regulatório das telecomunicações
pode e deve ser estimulada
No Brasil, a divisão
do país em três áreas geográficas fez muito
sentido no momento da privatização, principalmente para resgatar
a gigantesca dívida representada pela enorme demanda reprimida,
à época, e garantir o amplo atendimento da sociedade, com
o estabelecimento de metas de universalização do serviço
telefônico fixo. Essa etapa, claramente já foi ultrapassada
e esse fato, por si só, já é determinante para suscitar
uma reflexão mais atualizada do modelo.
O ponto sobre o qual temos
que nos concentrar não é, portanto, a questão da modificação
do modelo de mercado. Sua alteração é possível,
prevista na legislação e determinante para adequar o marco
regulatório brasileiro às novas realidades do mercado de
telecomunicações no país. O que precisamos discutir,
na verdade, são as diretrizes que irão orientar essa mudança
e os benefícios que pretendemos auferir para a sociedade.
Acredito que o desenvolvimento
de uma empresa de capital nacional, com capacidade de competir internacionalmente,
pode ser um fato relevante para a sociedade brasileira. Para começar,
o resultado de uma eventual fusão entre Oi e Brasil Telecom criaria
uma companhia mais forte, capaz de fazer frente a uma nova série
de compromissos, definida pelas novas regras, em relação
ao desenvolvimento regional e à oferta de serviços em áreas
mais carentes. Além disso, os ganhos de sinergia e de redução
de custos da operação, inclusive para captações
internacionais, poderiam levar a preços e tarifas menores, com a
repartição de seus benefícios para a sociedade como
um todo.
Como decorrência dos
compromissos que viessem a ser estabelecidos, a consolidação
de um grupo local - com capacidade para atuar no mercado brasileiro, cada
vez mais competitivo, e para se expandir para outros mercados, com destaque
para os países vizinhos - poderia também fortalecer a competição
interna e garantir a presença brasileira em um mundo cada dia mais
dependente de telecomunicações.
Uma iniciativa do Poder
Executivo no sentido de adequar o modelo regulatório das telecomunicações
pode, portanto, e deve ser estimulada, quando responde às demandas
do país. O governo tem todos os instrumentos para conduzir essa
adequação, explicitando as razões e estabelecendo
as diretrizes que irão orientar o processo de mudança. O
que não podemos é deixar de acreditar que somos capazes de
transformar em realidade as nossas utopias, e perdermos oportunidades de,
num setor de alta tecnologia e imenso dinamismo e utilizando as regras
fixadas na legislação, promover modificações
que venham ao encontro do interesse nacional. (Renato
Navarro Guerreiro - Valor Online)
Fundos
decidem os rumos dos investimentos
Em tese, o Investimento
Estrangeiro Direto é considerado um investimento estratégico
das multinacionais e, portanto, depende da decisão exclusiva dos
executivos destas empresas. Na prática, entretanto, a decisão
por realizar estes investimentos tem dependido bastante das análises
econômicas dos fundos de pensão e de outros investidores que
possuem ações destas companhias abertas, possuindo participação
no Conselho de Administração. "É por esta circunstância
que o Investimento Estrangeiro Direto tem que trazer um retorno maior do
que os títulos públicos e outros ativos para que seja aprovado",
diz o professor de finanças do Ibmec SP, Ricardo José de
Almeida, que acrescenta ainda ser ilusório imaginar que o investidor
adere à estratégia de longo prazo. "Os acionistas, em geral,
pensam em retorno financeiro breve. Se compensa mais aplicar o que seria
investido diretamente em filiais em outros ativos, seja porque o rendimento
é maior, seja porque o risco é menor, eles não deixarão
de pressionar, por meio do Conselho de Administração, para
que a empresa invista no que entendem ser mais lucrativo e seguro. Os países
que mais recebem Investimento Estrangeiro são aqueles cujo crescimento
do mercado consumidor oferecem a oportunidade de excelentes lucros."
(DCI-06.02)
Funcef:
Rentabilidade de 28,2% em 2007
Entidade tem ganho de 28%
e supera a meta em 2,5 vezes
A Funcef, fundo de pensão
dos empregados da Caixa Econômica Federal, obteve rentabilidade de
28,2% em suas aplicações em 2007, segundo demonstrações
financeiras que devem ser divulgadas nesta semana. O resultado equivale
a duas vezes e meia a meta atuarial da fundação, de 10,9%,
que corresponde à variação de Índice Nacional
de Preços ao Consumidor (INPC) mais 5,5% ao ano. O patrimônio
da fundação chegou a R$ 32,2 bilhões em 2007.
O resultado se deve, em
grande medida, ao desempenho das Bolsas, que permitiu boa rentabilidade
na carteira de renda variável. Nesse conjunto de investimentos,
o retorno foi de 58,5%, acima da valorização da Bovespa no
período, de 43,6%. Ao longo dos dois últimos anos, a Funcef
aumentou em R$ 1 bilhão suas aplicações em renda variável,
que chegou a 35,9% do patrimônio da fundação.
O bom desempenho do mercado
acionário permitiu, nos últimos cinco anos, que a rentabilidade
acumulada pela Funcef ficasse 103,5% acima das meta atuarial do período.
O presidente da Funcef, Guilherme Lacerda, reconhece que, daqui para frente,
resultados tão expressivos se tornam menos prováveis. "Não
deve ocorrer em 2008 um resultado tão bom como no ano passado",
afirma Lacerda. "Mas também não acredito que haja um estresse
no mercado tão grande a ponto de produzir um desempenho muito ruim."
Cada vez mais, afirmou,
os resultados da carteira de renda variável serão dependentes
dos investimentos nos fundos de "private equity", que aplicam em empresas
com capital fechado, normalmente com a intenção de abrir
o capital na Bolsa. Hoje, a Funcef tem participação em 16
desses fundos, com um comprometimento de R$ 1,2 bilhão.
O superávit obtido
pela Funcef em 2007 foi destinado a: 1) dar aumento real de 5% nos benefícios
pagos aos aposentados; 2) baixar a meta atuarial de 6% para 5,5%, o que
reduz o patrimônio do fundo investido em relação aos
compromissos previstos com os aposentados; 3) adoção de tábua
atuarial mais conservadora, com expectativa média de vida de 84
anos.
Na carteira de renda fixa,
que responde por 54,6% dos investimentos, a rentabilidade foi de 15,5%,
acima da variação da Selic no período, de 11,9%. A
carteira imobiliária (6% dos ativos) teve rentabilidade de 23% em
2007. (Alex Ribeiro - Valor Online-06.02)
Nucleos:
Condenações de ex-dirigentes
Caso do Nucleos O Conselho
de Gestão de Previdência Complementar manteve as condenações
de Paulo Roberto Figueiredo, Abel de Almeida e Gildásio Filho, ex-dirigentes
do Nucleos.
Os três são
acusados de infrações que teriam provocado prejuízo
de milhões ao fundo. Cada um foi multado em R$ 20 mil.
(Ancelmo Gois - G1)
Economus:
Eleições para os Conselhos
Em breve todos os participantes
poderão votar em novos membros para os Conselhos Deliberativo e
Fiscal do Economus.
Os conselhos são
Órgãos Estatutários e os membros são escolhidos
para dar representatividade aos participantes e beneficiários assistidos,
em conformidade com a Lei Complementar No. 108/2001 e com o Estatuto e
Regulamento do Economus.
O processo eleitoral será
conduzido por uma Comissão coordenada por Uziel Albino Tanajura
(gerente administrativo do Economus) e composta pelos membros efetivos:
Jayme Piza do Amaral Júnior (Economus), Jackson Meira Costa (Economus),
Lincomombert Sales de Freitas (do Patrocinador Banco Nossa Caixa), Carlos
Alberto Bonora Júnior (do Patrocinador Banco Nossa Caixa). Os suplentes
são: Carlos Alberto de Souza Monteiro (Economus) e Rosangela de
Souza Penteado (Economus).
O Regulamento Eleitoral
já está no site www.economus.com.br. Outras informações
podem ser enviadas para o e-mail comissaoeleitoral@economus.com.br. As
respostas a todos os questionamentos serão dadas apenas pelos membros
da comissão e por escrito.
A eleição
será realizada entre 29/04 e 09/05, por votação eletrônica
no site do Economus Quem preferir poderá votar por cédula.
Somente poderá votar aquele que esteja regularmente inscrito no
plano de benefícios do Economus. (Economus/AssPreviSite)
Previ:
Comemoração e cautela
Os resultados de 2007 são
motivo de muita alegria para nós. Eles representam um ótimo
desempenho das nossas estratégias de investimento, colocando a PREVI
em posição de destaque entre os fundos de pensão e
mesmo entre os fundos de investimento como um todo. E nós sabemos
que melhor rentabilidade significa também mais segurança
e melhores benefícios.
No caso do Plano 1, 2007
representou mais um exercício de captura concreta destes benefícios,
tanto na forma da suspensão integral das contribuições
quanto na implantação de novos benefícios discutidos
e aprovados. E os resultados financeiros apresentam condições
de novas discussões neste sentido.
No caso do PREVI Futuro,
a rentabilidade de cada ano reverte-se integralmente para a conta dos participantes,
que vão acumulando recursos para uma aposentadoria mais sólida
quando chegar a hora.
Mas ao lado da comemoração
a respeito dos resultados de 2007, o ano começou com um aprofundamento
da crise na economia americana, com reflexos ainda não totalmente
identificados para a economia do mundo. Há um consenso de que a
economia brasileira está mais forte para resistir ao impacto de
crises externas (crises que em momentos anteriores nos afetaram brutalmente),
mas a Bolsa de Valores brasileira tem refletido a insegurança dos
investidores, com fortes movimentos de baixa e alta. Isto serve para lembrarmos
da necessária cautela em meio a justas comemorações.
É sempre bom lembrar que a economia é um conjunto tão
vasto quanto complexo de eventos e que ninguém pode garantir que
estejamos sempre em tempos de bonança.
É com este pensamento
que nos preparamos para enfrentar o ano de 2008, reforçando análises
e ferramentas para defender o nosso patrimônio.
Eleições
E, falando em grandes eventos
do ano de 2008, não poderíamos deixar de chamar atenção
para as eleições da PREVI, programadas para este primeiro
semestre.
As eleições
são um dos mais importantes instrumentos de participação.
Ao eleger diretores e conselheiros, os associados estão decidindo
quem vai ajudar a tomar conta do seu patrimônio, e esta missão
envolve muitos aspectos: competência, ética, experiência,
capacidade de representação, negociação e administração,
entre tantas outras características.
Mais uma vez esperamos que
as eleições sirvam de instrumento para fortalecer a PREVI,
por meio do debate e da participação da maioria. Isto faz
parte da história da PREVI.
Portanto, desde já
vamos trabalhar duro para fazer de 2008 mais um ano de sucesso, quando
ainda mais pessoas sintam-se satisfeitas com a PREVI. (Sérgio
Rosa
- Editorial da Revista
nº 12)
Serpros:
Entidade entrevista novo Diretor
Como surgiu o interesse
pela questão previdenciária?
Comecei na área tecnológica,
migrando para a área de economia, planejamento, projetos e vivi
bem de perto as questões de conjuntura econômica. Um ponto
que me chamou muito a atenção foi a questão previdenciária
porque não existia, no final da década de 60, nenhuma forma
aceitável de complementação de aposentadoria. E eu
tinha uma preocupação grande sobre como as pessoas de maior
nível salarial poderiam sobreviver ao se aposentar. Nessa época,
os regimes públicos não suplementavam suficientemente as
rendas dos aposentados. E ao mesmo tempo eu começava a me interessar
muito pela questão previdenciária que havia nos Estados Unidos.
Como as estatais estavam começando a surgir e elas foram criadas
como um motor do desenvolvimento, pensou-se nas entidades abertas e nas
entidades fechadas de previdência complementar. Essas entidades tinham
um fim social e previdenciário.
Trabalhando numa área
de planejamento do sistema elétrico, como hobby eu me interessava
pelo fundo de pensão da Patrocinadora. Queria saber como ele funcionava,
como era administrado e como se dava a gestão financeira. Nós
tínhamos uma reunião na associação dos empregados
e eu tratava desse assunto. Depois trabalhei na área financeira
da Eletrobrás e sempre tive muito interesse, como economista, pelo
funcionamento do mercado de capitais, mesmo que isso não fizesse
parte do meu dia-a-dia profissional.
Quais as metas e desafios
como Diretor de Investimentos do SERPROS?
Buscar alternativas que
possam solucionar o déficit do PS-I, seja recuperando no todo ou
em parte alguns ativos.
O outro aspecto é
a questão dos investimentos. Eu pretendo que a equipe trabalhe da
forma mais moderna, motivada, dedicada à análise fundamentalista
com o objetivo de fazer as melhores alocações de maneira
que possamos ter segurança e melhor rentabilidade. Na medida em
que tenhamos estudos com elevado grau de aprofundamento, poderemos reduzir
as incertezas nas aplicações e evitaremos, certamente, o
risco de investimentos errados. Isso nos trará uma perspectiva de
retornos que venham atender as diretrizes do Conselho Deliberativo (CDE).
Colaborar, enquanto Diretor
de Investimentos, no aumento do número de participantes. O jovem
tem uma visão de que até os trinta anos é imortal
e que não vai se casar para o resto da vida com o mesmo emprego,
o que complica a entrada no fundo de pensão. Entendo que empresas
como o Serpro têm grande preocupação em reter seus
talentos, motivo pelo qual oferecem, entre outros benefícios, a
vantagem da contribuição paritária com o participante,
o que proporciona um ganho imediato de 100% de rentabilidade. Incluindo
a cobertura dos riscos, do seguro de acidente e morte. E tem ainda como
vantagem a possibilidade de fazer uma poupança com uma gestão
profissional. E aí entra a questão da maior transparência,
uma meta constante da minha parte, com o máximo de clareza e precisão
das informações. Outro ponto é estudar com muita profundidade
como melhorar o interesse dos participantes nos empréstimos que
são concedidos a taxas de juros muito baixas quando comparadas ao
mercado, numa velocidade significativa, com a vantagem do maior prazo e
da menor taxa.
Que mensagem você
deixa para os participantes do Fundo?
A minha visão para
os participantes é acrescentar que eu sou adepto de que preciso
fazer com que a mercadoria que essa Instituição oferece seja
a melhor possível. Então eu vou colaborar com os demais Diretores
para que a excelência seja buscada todo o tempo no sentido de resultado
e transparência. E eu pretendo trazer tranqüilidade associada
a um bom retorno.
Para ler a entrevista na
íntegra acesse o link http://www.serpros.com.br/resenha/html/materia_res847.htm
(Serpros/AssPreviSite)
Aerus:
Veredicto do STF sobre ação bilionária é aguardado
Em sua edição
dominical, Zero Hora destaca que a Aerus (fundo de aposentadoria dos funcionários
da Varig) é o principal beneficiário de uma ação
indenizatória movida pela empresa aérea contra o governo
federal estimada em R$ 3 bilhões. A Varig pleiteia junto à
União um ressarcimento financeiro por conta do congelamento das
passagens aéreas ocorrido no governo Sarney (1985-1990). A Transbrasil
já moveu ação no mesmo sentido e teve ganho de causa
em 1997. A Aerus será a beneficiária porque a Varig deixou
o resultado do processo como garantia de pagamento das dívidas com
o fundo. A União perdeu todos os recursos no STJ (Superior Tribunal
de Justiça) e agora a decisão final está nas mãos
do STF (Supremo Tribunal Federal). Se confirmada a decisão favorável
ao pleito da empresa aérea, representantes da Aerus estimam que
a liquidação dos planos da Varig poderá ser suspensa
e os aposentados voltarão a receber os benefícios em valor
integral. (Última Instância)
Aerus:
Recompensa indigna
Aposentados da Varig
Aos 80 anos, Waldir de Abreu
cortou a assinatura de revistas, suspendeu idas a restaurantes e vendeu
o apartamento de Capão da Canoa no qual veraneou por 12 anos. Ex-professor
e ex-mecânico da Varig, está confinado à própria
casa, em Porto Alegre, enquanto trata uma leucemia e assiste ao patrimônio
murchar.
A queda no padrão
de vida tem pouca relação com a doença. Abreu sofre
do mesmo mal de outros 6.329 aposentados da Varig: está perdendo
o benefício privado aos poucos. A contenção de gastos
foi deflagrada em 12 de abril de 2006. Nesse dia, a Secretaria de Previdência
Complementar encerrou os planos 1 e 2 da Varig no Instituto Aerus (que
administra outros 27 planos de 22 empresas distintas).
De lá para cá,
o instituto está devolvendo aos aposentados os valores recolhidos
ao longo dos anos. Porém, o Aerus não tem recursos para quitar
a dívida por completo. Por isso, a aposentadoria privada de Abreu
caiu de R$ 3,2 mil para R$ 109 - sem contar os R$ 1,4 mil que recebe do
Instituto Nacional do Seguro Social - desde abril de 2006.
As saídas de casa
estão restritas às visitas ao hospital para quimioterapia.
A doença foi diagnosticada logo depois do anúncio de liquidação
dos planos. Com as restrições físicas do tratamento
- Abreu emagreceu 20 quilos - , o aposentado deixou de dar aulas em cursos
particulares de mecânica e perdeu outra renda. O plano de saúde
dele e da mulher, Diva, de 67 anos, se transformou na prioridade do casal.
Para cada um, são mais de R$ 800 por mês. A fim de cobrir
os gastos, Abreu vem consumindo a poupança acumulada em 44 anos
de serviço para a Varig.
- A gente cortou todo o
lazer e a qualidade de vida. Eu estava tirando o leite da vaca. Agora,
estou comendo a carne da vaca. Só espero que o grande arquiteto
me leve quando eu esteja comendo o rabo dela - diz Abreu, num misto de
bom humor e desânimo.
A intervenção
do governo ocorreu no início da crise financeira da companhia, que
culminou na venda da empresa em julho de 2006. Em abril, no dia da liquidação,
a dívida da Varig com o Aerus era de R$ 3,048 bilhões. Com
o fim dos planos, o Aerus foi obrigado a raspar os cofres e pagar os beneficiários
gradualmente, respeitando o valor proporcional recolhido para cada aposentado.
O dinheiro do plano 1, onde
estão 3,5 mil aposentados (75% com mais de 60 anos), está
acabando. Desde o segundo semestre de 2007, os aposentados sofrem com as
ameaças de interrupção do pagamento. O Aerus avisa
no início de cada mês se haverá recursos para o próximo
contracheque. A situação do plano 2 é um pouco mais
confortável, com previsão de pagamento até julho.
Abreu deixou de se preocupar com a aposentadoria do Aerus desde que o seu
benefício chegou ao nível irrisório de R$ 109.
- É tão pouco
que eu nem ligo mais - lamenta.
Corte dos benefícios
foi de até 81%
O ex-mecânico e a
mulher vivem um caso extremo entre os aposentados do Aerus, mas não
o único - nem o pior. Desde a liquidação, a redução
média dos pagamentos no plano 1 foi de 81%. No plano 2, o corte
médio é de 43%. O casal conta que muitos amigos estão
em situação ainda mais delicada. Muitos dos aposentados do
plano 1 - o mais antigo, criado em 1982 - fazem parte de uma geração
de pioneiros de aviação brasileira. São pilotos, comissários
e funcionários de terra que passaram a vida na Varig e se aposentaram
com bons salários, honrando a fama da empresa de mãe dos
trabalhadores. Para estes, a queda no padrão de vida foi maior e
feriu o orgulho dos aposentados de tal forma que parte deles prefere esconder
sua situação financeira, relata Carlos Henke, 62 anos, membro
de uma comissão de aposentados do Aerus de Porto Alegre.
- O mais difícil
é manter plano de saúde e comprar medicamentos - diz Henke,
que trabalhou por 32 anos na manutenção e na administração
da Fundação Ruben Berta.
Ele recebe até 30
telefonemas por dia para ouvir desabafos de amigos e repassar notícias.
A última foi o surgimento de R$ 88 milhões - pagamento feito
pela Gol, que assumiu parte do endividamento quando comprou a Varig. O
Aerus deve receber R$ 35 milhões, mas outros credores podem questionar
a partilha dos recursos. O dinheiro que vier será pouco. Em julho,
a dívida total do plano com os assistidos era de R$ 3,4 bilhões.
O que houve com o Aerus
1. Calote da própria
Varig
No dia da liquidação,
em 12 de abril de 2006, a dívida da Varig com o Aerus era de R$
3,048 bilhões, segundo o atual liquidante dos planos, José
Crespo. Desde 1994, a Varig renegociou a dívida mais de 20 vezes.
Os trabalhadores acusam a direção do fundo de ter sido complacente
com a inadimplência da companhia ao assinar acordos que não
eram vantajosos para o Aerus. O último deles ocorreu em 2005. A
Varig deveria fazer repasses mensais a partir de janeiro de 2006. A garantia
de pagamento eram os recursos da ação contra o governo. A
Varig pagou só a primeira parcela. Com o calote, os participantes
pediram uma intervenção na administração do
fundo, mas a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) preferiu
acabar com os planos. Os trabalhadores também acusam a SPC de ter
demorado na busca de uma solução, já que a operação
contabilizava prejuízo há anos.
2. Extinção
de imposto das passagens
Quando o Aerus foi fundado,
em 1982, o cálculo previdenciário que previa sua estabilidade
estava baseado em três fontes de financiamento: contribuição
dos participantes, repasse mensal das empresas patrocinadoras e taxa de
3% do valor de cada passagem aérea doméstica recolhida por
todas as companhias. A cobrança da taxa deveria persistir por 30
anos, mas foi suspensa em 1991.
3. Decisão política
Na época da liquidação,
a SPC justificou a medida como uma forma de preservar o dinheiro dos participantes.
Temia-se que o dinheiro do Aerus pudesse ser utilizado para capitalizar
a Varig, que sofria grave crise financeira nos primeiros meses de 2006.
Mas os trabalhadores dizem que o fim do plano foi uma saída do governo
federal para facilitar a venda da empresa. Com a liquidação,
reduziam-se os riscos de uma discussão judicial futura sobre como
seria feito o repasse para os planos.
Saiba mais
1.123 pessoas recebem benefícios
dos planos 1 e 2 da Varig no RS (ALEXANDRE DE SANTI - Zeo Hora-03.02)
Aerus: Bolso
vazio
A Velha Varig exibiu no
processo de recuperação judicial extrato do Banco do Brasil
com saldo de R$ 95.553.285,18 no dia 23. Há outros R$ 230.693.230,77
para o pagamento dos credores, decorrentes da venda das debêntures
emitidas pela Nova Varig à época do leilão judicial.
O bolso da velha Varig não estava tão vazio.
(Guilherme Barros - Folha de S.Paulo-02.02)
Aerus:
Penhora da VarigLog é mantida
A juíza Márcia
Cunha, uma das responsáveis pelo processo de recuperação
judicial da Varig, manteve nesta quinta-feira (31/1) decisão determinando
a penhora da conta corrente da VarigLog, a pedido da antiga Varig, com
o objetivo de saldar dívida de R$ 37,8 milhões junto às
empresas credoras.
Foi pedido também
a indisponibilidade das ações de emissão da Gol recebidas
pela devedora, até que seja efetuada a penhora do dinheiro e se
apure se o valor é ou não suficiente para garantir o Juízo.
A decisão faz parte
da execução de parte da dívida constituída
na alienação judicial do controle acionário da VarigLog,
que consiste também em parte do preço de venda das ações
e acerto financeiro do crédito das empresas em recuperação.
A VRG, a nova Varig, foi comprada da VarigLog pela Gol em abril de 2007.
De acordo com informações
do TJ-RJ (Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro), no dia 29 de janeiro
de 2008, diante da demora da VarigLog, as empresas credoras requereram
a penhora em dinheiro no valor de R$ 37,8 milhões pelo sistema Bacen-Jud.
Na ocasião, também foi feita a indisponibilidade das ações
de emissão da Gol pela devedora como parte do pagamento do preço
pela venda do controle acionário da VRG, caso a penhora em dinheiro
não seja suficiente para o pagamento do débito.
A juíza determinou,
então, a penhora e bloqueio de saldos em conta-corrente e aplicações
financeiras até o limite do valor exigido, bem como a indisponibilidade
das ações de emissão da Gol recebidas pela VarigLog.
A VarigLog, porém,
entrou com requerimento pedindo a reconsideração da decisão,
sob o argumento de que o acórdão embargado continha diversas
omissões, e que o bloqueio determinado pelo juízo inviabilizava
a regular continuidade de suas atividades.
"Quanto aos argumentos que
dizem respeito a alegados equívocos de julgamento contidos no referido
acórdão embargado, não cabe a este Juízo deles
conhecer, devendo limitar-se a cumprir a decisão. E a alegação
de que embargos de declaração trazem efeito suspensivo, não
procede. Portanto, mantenho a decisão", afirmou a juíza Márcia
Cunha. (Última Instância)
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Sindapp:
Banco de Talentos oferece 262 currículos
O Banco de Talentos já
oferece hoje mais de 262 currículos completos para consulta pelos
interessados, sem qualquer ônus. É certo, porém,
que mesmo já sendo expressivo esse número deverá crescer
ainda mais rapidamente. A pesquisa mais recente sobre o uso do serviço
mostra que a maior oferta é de profissionais da área previdenciária
(19%), seguida de financeira/investimentos (13%), recursos humanos (8%),
administração e serviços gerais (7%), jurídica
(7%), contabilidade e controles (6%) e marketing e comunicação
(5%), entre outros campos para as quais também existe demanda.
O Banco de Talentos
está disponível na internet, no endereço www.portaldosfundosdepensao.org.br.
Essa ferramenta de gestão dos recursos humanos, lançada em
2007, tem como objetivo facilitar a aproximação entre profissionais
que se oferecem para trabalhar e seus potenciais empregadores e contratantes.
Desse modo, reduz custos e otimiza os procedimentos de
contratação de novos funcionários ou prestadores de
serviço.
O novo instrumento, uma
iniciativa do SINDAPP que conta com o apoio da ABRAPP e do ICSS, dá
acesso aos currículos informados pelos candidatos, tanto profissionais
em atividade quanto estagiários e aposentados. (Diário dos
Fundos de Pensão)
Ministério
quer estimular aposentadoria tardia
O Ministério da Previdência
pretende criar um "abono de permanência" para estimular trabalhadores
que já podem se aposentar a continuar no mercado. Com a medida,
que deve ser encaminhada neste semestre ao Congresso, esses trabalhadores
ficarão livres da contribuição previdenciária
e poderão garantir um ganho adicional na aposentadoria.
Diante do fracasso do Fórum
Nacional da Previdência Social em desenhar uma reforma profunda no
sistema, o "abono de permanência" faz parte dos ajustes pontuais
pregados pelo ministro da pasta, Luiz Marinho. À Folha ele disse
que o abono seria uma forma indireta e voluntária de alterar o atual
cálculo dos benefícios.
Os ajustes pontuais no sistema
tratariam de mudanças infraconstitucionais, já que o governo
não vê ambiente político para enviar uma reforma ao
Congresso neste ano.
O fórum, que reúne
trabalhadores, empresários e governo, foi criado no início
de 2007 pelo presidente Lula para discutir a reforma da Previdência.
Sem consenso, o grupo se limitou a produzir um relatório com propostas
genéricas de mudanças no sistema de aposentadorias. O documento
ainda não foi entregue ao presidente por problemas de agenda.
Com o abono, Marinho afirma
que seria possível compensar o efeito nulo que o fator previdenciário
teve na postergação das aposentadorias. O fator está
em vigor desde o final de 1999 e surgiu com o objetivo de adiar a aposentadoria
do trabalhador. O mecanismo de cálculo funciona como um redutor
no benefício de quem decide se aposentar mais cedo.
A análise técnica
da Previdência, no entanto, concluiu que o fator não gerou
o efeito esperado. O diagnóstico é que o trabalhador prefere
se aposentar com benefício menor a adiar o momento do descanso.
"Já com o abono de
permanência, o cidadão que já cumpriu os requisitos
para a aposentadoria poderá continuar trabalhando e terá
um ganho mensal na sua renda", disse Marinho. A contribuição
previdenciária do trabalhador varia de 8% a 11% até o teto
de contribuições (R$ 318,37).
O ministro acrescenta que
o tempo de permanência no mercado será usado para efeitos
de aplicação do fator previdenciário. Ou seja, o período
adicional em atividade influenciará positivamente no cálculo,
elevando o valor do benefício a ser concedido. "Estamos oferecendo
dois ganhos para o trabalhador", afirmou.
Segundo ele, o "abono de
permanência" já existe no funcionalismo público desde
2003 e deu resultados expressivos. Mais de 40 mil servidores federais adiaram
as suas aposentadorias. A diferença é que o ganho mensal
para esse funcionário é mais atrativo. No serviço
público, todos sofrem desconto de 11% do salário e não
há teto para essa contribuição.
Para Marinho, dificilmente
a medida encontrará resistência, pois contou com o apoio das
bancadas no fórum. O ministro avalia, porém, o melhor momento
para levar o projeto ao presidente Lula. "Vamos apresentar primeiro o relatório
e depois tirar os pontos para transformar em projeto de lei."
(JULIANNA SOFIA - Folha de S.Paulo-03.02)
Novos
benefícios podem sofrer redução
P.Alegre - Os brasileiros
que encaminharam pedido de aposentadoria a partir do início do ano
poderão receber uma desagradável surpresa: a redução
de seu benefício. Devido ao aumento da expectativa de vida, os trabalhadores
terão que ampliar o tempo de serviço para alcançar
o mesmo valor estipulado no ano de 2007. Segundo divulgou o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), em dezembro, a média de
idade entre os brasileiros subiu de 71,9 anos em 2005 para 72,3 anos em
2006.
A expectativa de vida faz
parte de uma equação conhecida como fator previdenciário,
utilizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para o cálculo
das aposentadorias, juntamente com outros dados. Na prática, a determinação
é de que, quanto maior a expectativa de vida, menores os valores
das aposentadorias.
A nova tábua é
valida por 12 meses após o anúncio da mudança, ou
seja, para o cálculo do benefício de todos os trabalhadores
que encaminharem pedidos de aposentadoria entre dezembro de 2007 e novembro
deste ano. Não há impacto, no entanto, sobre o benefício
de quem já está aposentado e sobre os fundos privados de
Previdência, já que a maioria trabalha com dados próprios
de expectativa de vida, mais conservadores.
Segundo o chefe substituto
da Divisão de Benefícios do INSS, Ivan Silveira, a modificação
nos valores e tempo de serviço não deverá ser muito
diferente da realizada no início de 2007. "O efeito depende da idade
com a qual cada pessoa irá pedir a aposentadoria. Porém,
a mudança ainda é muito recente para que tenhamos o cálculo
exato em mãos. Ainda não tivemos nenhum caso específico
em Porto Alegre para demonstrar qual será a diferença, que
possivelmente aumentará a necessidade de contribuição
adicional. Números que deverão ser analisados e divulgados
a partir da primeira quinzena de fevereiro".
Com base nas alterações
realizadas nos últimos anos, a modificação do tempo
de aposentadoria, para uma pessoa de 55 anos, por exemplo, que tenha contribuído
por 35 anos, poderia passar a ser 0,82% menor. Porém, embora a diferença
seja relativamente pequena, ela deve se perpetuar por todo o período
da concessão. Efeito que vem desagradando os brasileiros desde a
criação do fator previdenciário, em 1999. "Toda vez
que aumenta a expectativa de vida, o trabalhador terá de passar
por essa redução. Quem ainda está trabalhando pode
esperar um tempo para não ter perda com a aplicação
do fator previdenciário antes de pedir a aposentadoria", lembra
Silveira.
Trabalhadores como Lucia
Carvalho, 53 anos, que encaminharam os documentos ao INSS nesse mês,
discordam com a mudança nas tabelas. "Não posso concordar
que estatísticas do IBGE interfiram nos meus planos de aposentadoria.
Passamos uma vida trabalhando para que dados sobre a expectativa de vida
dos brasileiros diminuam os meus benefícios", reclama a ex-comerciante.
Apesar de as mudanças
ainda não se mostrarem significativas, especialistas da área
afirmam que, se a tendência for mantida, a redução
acumulada deve chegar a 14,3% a partir de 2011 e 16,5% em 2016. Segundo
o IBGE, a média nos países em desenvolvimento é de
que haja o ganho de um ano de vida a cada intervalo entre cinco e dez anos.
Nos países mais desenvolvidos, a expectativa de vida aumenta mais
lentamente. (Jornal do Comércio-04.02)
Prevenção:
arma contra rombo
O economista Adilson Volpi,
professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), fez uma analogia
interessante para explicar o problema que o envelhecimento da população
economicamente ativa pode gerar para a Previdência Social, comparando
a situação com a de um navio com o casco furado. "Utiliza-se
parte siginificativa da energia, que deveria estar direcionada para o barco
chegar ao destino, para tentar tapar o rombo no casco."
Segundo o economista, é
um erro tratar as coisas de maneira isolada. "Na hora de definir as políticas
públicas, entre elas a de prevenção, é preciso
ter a visão da integração entre mercado de trabalho,
saúde, o exercício propriamente dito da atividade e o envelhecimento
da população", recomendou. Outro ponto ressaltado por Volpi
é a necessidade de desburocratização e formalização
das atividades e, por conseqüência, dos empregos.
O economista lembra que
uma empresa formal tem um contrato que a obriga ao cumprimento da legislação,
o que beneficia toda a coletividade.
Mudanças na Previdência
Social também serão inevitáveis. "O ideal seria que
as pessoas parassem de trabalhar por conta da idade, por perda da capacidade
funcional. A questão da aposentadoria por tempo de contribuição,
em breve, deve ser reexaminada", entende Volpi, que acredita que também
serão necessárias mudanças nas concessões de
benefício por acidentes de trabalho.
"Não se trata de
acabar com elas, mas de possibilitar que a pessoa tenha educação
permanente para se manter com saúde e ocupada. Se ela está
com uma limitação parcial, talvez possa desenvolver outra
atividade, voltar a ser produtiva", explicou. Ele concorda que muitas medidas
são extremamente impopulares, mas reforça que é preciso
desmontar a "bomba-relógio".
Demografia interfere
nas políticas
O estreitamento da base
da pirâmide etária, que corresponde a um menor número
de jovens em relação às pessoas de idade, não
é fenômeno novo nem inesperado. Já vem ocorrendo há
tempos na Europa e conseqüências são conhecidas. Entre
elas estão a diminuição da população
economicamente ativa e a pressão sobre a previdência de muitos
países.
"Em breve estaremos vivendo
com grande intensidade os choques culturais que esse tipo de mudança
impõe", disse o geógrafo Laércio Mello, professor
da disciplina de Geografia das Populações na Universidade
Federal do Paraná (UFPR). "É peculiar o momento que vivemos
no que se refere à esperança de vida. Não só
a iniciativa privada deve se preocupar, mas também os governos municipais,
estaduais ou federal", alertou. Essas preocupações passam
pelo redimensionamento da previdência, em repensar onde essas pessoas
vão morar, o que vão consumir e que qualidade de vida esperam
ter.
"Devemos nos perguntar:
o que é ser velho? Até o final da 2ª Guerra, a média
de vida do brasileiro era de 45 anos. Em 2007, a esperança de vida
era de 72,4 anos", contou Mello. De acordo com os números apresentados
pelo professor, são 27 anos de expectativa de vida acrescentados
em pouco mais de 63 anos de história.
Quanto às doenças
profissionais, o geógrafo disse concordar que a tendência
é de que o envelhecimento da população economicamente
ativa provoque o reconhecimento de enfermidades que não estavam
diretamente relacionadas com o mundo do trabalho.
"As gerações
anteriores não tiveram tempo de envelhecer e, conseqüentemente,
não tiveram doenças da velhice, fato que agora passa a ser
comum. Isso também deve gerar uma grande preocupação
para governos e empresas", avaliou.
Coração,
pulmões e cabeça inflam Previdência Social
Um estudo realizado pelo
Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) aponta para uma
mudança nos tipos de doenças que motivam benefícios
previdenciários no País. Por conta de alterações
na estrutura produtiva e da própria sociedade brasileira, cresce
a participação de doenças cardiovasculares, osteomusculares,
respiratórias e mentais na concessão de benefícios.
E a tendência em médio e longo prazos é de que esse
crescimento seja intensificado, gerando ainda mais pressão na Previdência
Social.
O estudo do Ipea, chamado
?Envelhecimento Funcional e suas Implicações para a Oferta
da Força de Trabalho Brasileira?, utilizou dados do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatísitca (IBGE), do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS) e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad).
"Esse perfil está
relacionado com as mudanças no mercado de trabalho. A partir dos
45 anos, aumenta a possibilidade de o trabalhador ir perdendo as capacidades
funcionais e as doenças crônicas tendem a se manifestar com
mais intensidade", explicou a pesquisadora do Ipea e uma das autoras do
estudo, Maria Tereza Pasinato. "O fato de essas doenças serem preveníveis
e tratáveis deve ser levado em consideração pelos
empregadores, para que se evite perder trabalhadores precocemente", alertou.
Segundo a pesquisadora,
anteriormente a preocupação estava relacionada com condições
objetivas. "Com a precarização das relações
de trabalho reforçada pela terceirização, aumento
no número de mulheres nas atividades econômicas e o envelhecimento
da população economicamente ativa, essas doenças devem
aumentar", analisou.
Dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS) apontam para uma perda anual da produção
mundial por conta de problemas relacionados à saúde do trabalhador
na ordem de 10% a 20%. A Organização Internacional do Trabalho
(OIT) estima que mais de 2 milhões de trabalhadores morram anualmente
em todo o mundo em decorrência de acidentes ou doenças do
trabalho (dados de 2005). No Brasil, a taxa de mortalidade por acidentes
de trabalho é de 10,8 para cada 100 mil habitantes (dados do Ministério
da Previdência e Assistência Social relativos a 2005). Países
desenvolvidos apresentam taxas no mínimo 60% inferiores a essas.
A Finlândia lidera positivamente as estatísticas, com apenas
2,1 por 100 mil (dados de 2001).
No levantamento realizado
pelos pesquisadores do Ipea, constatou-se que os trabalhadores mais jovens
são mais suscetíveis a acidentes, alergias ou doenças
infecciosas. Já os trabalhadores com idades acima de 55 anos apresentam
com maior freqüência doenças cardiovasculares e neoplasias,
que tendem a se manifestar após grandes períodos de exposição
aos agentes causadores.
O estudo demonstra que a
mudança dos tipos de doenças "funcionais" estão criando
um novo quadro no mundo do trabalho brasileiro, que repercute sobre a Previdência
Social e que exige a adoção de medidas e de políticas
adequadas às condições de trabalho para uma população
com média de idade cada vez mais alta. Tais políticas também
precisam prever a manutenção da capacidade funcional e a
saída dessa parcela da população das atividades econômicas.
(Clóvis Augusto Melo - O Diário de Maringá)
INSS:
Direitos e deveres para requerer benefícios
O trabalhador brasileiro,
tanto o empregado quanto aquele que exerce atividade por conta própria
e contribui para a Previdência Social, tem direito a todos os dez
tipos de benefícios oferecidos pelo Instituto Nacional do Seguro
Social (INSS) – quatro tipos de aposentadoria, pensão por morte,
auxílios doença, reclusão, acidente, além dos
salários família e maternidade. De acordo com o Ministério
da Previdência, para ter direito aos benefícios é necessário
que o trabalhador seja filiado à Previdência Social, contribua
todos os meses e cumpra o período de carência exigido para
cada benefício.
De acordo com o presidente
do INSS, Marco Antônio de Oliveira, antes de requerer qualquer benefício
é importante que o segurado conheça, além dos direitos
e deveres, os tipos e as diferenças entre eles.
"O INSS oferece pelo menos
dez tipos de benefícios, por isso, saber como se processa a concessão
desses benefícios é importante para que o segurado não
agende requerimentos indevidos. Basta telefonar para a Central 135, que
o segurado pode agendar atendimento ou solicitar informações,
certificando-se, assim, de que está solicitando o benefício
que melhor se adeqüa ao seu caso", explica.
A merendeira Teresa Cristina
Silva, 31 anos, disse que foi orientada na agência da Previdência
Social ao dar entrada no auxílio-doença, mas que não
sabia exatamente qual o tipo de auxílio receberia.
"Tive uma fratura no braço
e precisei me afastar do trabalho. Sabia que depois de um certo tempo tinha
que dar entrada no INSS para receber um benefício, mas não
sabia exatamente qual. Quando cheguei a agência, fui orientada corretamente
para trazer os documentos e começar a receber meu auxílio-doença.
No entanto, a maioria das pessoas não sabe exatamente quais são
seus direitos e deveres", explicou.
Entre os tipos de aposentadoria
oferecida da pela Previdência está a aposentadoria por idade,
que é concedida aos homens com 65 anos de idade e às mulheres
com 60 anos. Os trabalhadores rurais do sexo masculino se aposentam por
idade aos 60 anos e as mulheres, aos 55. O tempo mínimo de contribuição
é de 15 anos para os inscritos após 25 de julho de 1991.
No caso da aposentadoria
por tempo de contribuição, são necessários
35 anos de contribuição para o trabalhador do sexo masculino
e 30 anos para as mulheres. Algumas categorias, como a dos professores,
têm um tempo de contribuição diferenciado (30 anos
para os homens e 25 para as mulheres).
Já a aposentadoria
por invalidez é concedida quando a perícia médica
do INSS considera a pessoa totalmente incapaz para o trabalho, seja por
motivo de doença ou acidente. Quem recebe aposentadoria por invalidez
tem que passar por perícia médica de dois em dois anos. Caso
contrário, o benefício é suspenso. A aposentadoria
deixa de ser paga quando o segurado recupera a capacidade e volta ao trabalho.
Para ter direito ao benefício,
é exigida carência mínima de 12 meses de contribuição
do trabalhador, no caso de doença. Se for acidente, esse prazo não
é exigido.
Burocracia – A dona de casa
Maria Nilce Silva, de 65 anos, acaba de dar entrada na aposentadoria e
disse que embora o atendimento na agência da Previdência seja
rápido, a burocracia atrapalha um pouco.
"Essa é a segunda
vez que venho aqui para tentar retirar minha aposentadoria por tempo de
contribuição. O atendimento é bom e rápido,
porém, a burocracia é grande", revelou.
A operadora de telemarketing
Sabrina Silva de Sá, de 34, é beneficiária do INSS,
e há quatro anos recebe o auxílio-doença.
"Faz quatro anos que freqüento
o INSS para retirar meu auxílio-doença. O atendimento é
rápido, porém, já houve períodos em que as
filas eram muito grandes. Uma pessoa com alguma doença grave não
pode esperar na fila. Isso melhorou um pouco depois que os agendamentos
começaram a ser feitos pela internet ou pelo telefone", afirmou.
Prazos, recursos e revisões
Quando o segurado ou seu
dependente solicita algum benefício da Previdência Social,
deve observar as condições exigidas. Segundo o presidente
do INSS, Marco Antônio de Oliveira, para ter direito aos benefícios,
o trabalhador precisa estar em dia com suas contribuições
mensais. Caso contrário, pode perder a qualidade de segurado.
Há situações
em que os segurados ficam um período sem contribuir e, mesmo assim,
mantêm o direito aos benefícios previdenciários. Além
das contribuições é preciso estar atento aos prazos
de requerimento, recursos e revisões.
Para as aposentadorias por
idade, por tempo de contribuição e especial, quando não
houver rompimento do vínculo de emprego ou for solicitado após
90 dias do desligamento, o benefício é devido a partir da
data de entrada do requerimento. Já para a aposentadoria por invalidez,
se o trabalhador estiver recebendo auxílio-doença, será
paga a partir do dia imediatamente posterior ao fim do auxílio-doença.
O auxílio-doença
deve ser requerido a partir do 16º dia de afastamento do trabalho
para o empregado com carteira assinada. Para contribuintes individuais
e empregados domésticos, o requerimento deve ser imediato. Já
o salário-maternidade pode ser requerido em até cinco anos,
a partir da data do nascimento da criança.
Dependentes podem solicitar
seguros
Há dois tipos de
benefícios pagos pela Previdência aos dependentes dos segurados.
Um deles é o auxílio-reclusão, que é pago ao
dependente do segurado que for preso por qualquer motivo, durante todo
seu período de reclusão. O benefício será pago
se o trabalhador não estiver recebendo salário da empresa,
auxílio-doença, aposentadoria ou abono de permanência
em serviço.
Não há tempo
mínimo de contribuição para que a família do
segurado tenha direito ao benefício, mas o trabalhador precisa estar
em dia com o INSS. O auxílio-reclusão deixará de ser
pago com a morte do segurado e, nesse caso, será convertido em pensão
por morte.
Além desses benefícios,
a Previdência também concede salário-família
aos trabalhadores com renda mensal de até R$ 676,27, para auxiliar
no sustento dos filhos de até 14 anos incompletos ou inválidos.
O valor será de R$ 23,08, por filho, para quem ganhar até
R$ 449,93. Para o trabalhador que receber de R$ 449,94 até 676,27,
o valor será de R$ 16,26. Têm direito ao salário-família
os trabalhadores empregados e os avulsos.
Filiação -
De acordo com o Ministério da Previdência, o trabalhador com
carteira assinada é inscrito na Previdência quando assina
o contrato de trabalho. O trabalhador autônomo deve se inscrever
como contribuinte individual. A contribuição mínima
é de 11% do salário mínimo. Outras informações,
no site www.previdencia.gov.br ou ligar para o 0800-780191. Quem preferir,
pode comparecer a uma Agência da Previdência Social, apresentar
a carteira de identidade, o CPF e um comprovante de residência. As
donas de casa e os estudantes maiores de 16 anos também podem se
inscrever. (Letícia Mota - O Fluminense-03.02)
Concessão
de benefícios por doença está em queda
Está mais difícil
conseguir um benefício em caso de doença ou de incapacidade
no Brasil. Se antes os brasileiros costumavam "encostar" antes de atingir
a idade da aposentadoria, apoiando-se no lado mais social da Previdência,
os últimos números mostram que a concessão desses
benefícios está em queda livre. No acumulado do ano passado,
a emissão de aposentadorias por invalidez encolheu 21,3%, caindo
de 171,8 mil benefícios concedidos em 2006 para 135,2 mil em 2007.
A concessão de auxílios-doença
teve uma menor redução, de 16,6% - o contingente caiu de
2,1 milhões para 1,8 milhão, segundo os dados do Regime Geral
da Previdência Social. Isso significa que 363,1 mil pessoas a menos
conseguiram o benefício nessa modalidade em relação
ao ano anterior. Uma das vítimas dos cortes é Eliana Márcia
Cunha, de 38 anos, de Sabará, na Região Metropolitana de
Belo Horizonte. Costureira desde os 16 anos, ela sofre de inflamação
nos tendões que a impede até de carregar o bebê de
nove meses.
"Não quero encostar
por invalidez. A empresa em que trabalhei 16 anos já falou que me
aceita de volta, assim que eu melhorar. Mas eu preciso do auxílio-doença
até conseguir a cirurgia no SUS", implora a moça. Apesar
de recolher a contribuição previdenciária durante
todo esse tempo, ela já teve o pedido negado três vezes por
peritos do INSS. "Da última vez eu me senti humilhada. O médico
disse que era para eu enfaixar os dois braços e ir trabalhar", conta
Eliana, insistindo que não gosta de ficar parada e se sente inútil
dentro de casa.
Apesar dos cortes, o benefício
que ampara o segurado vítima de enfermidades ainda chega perto da
casa de 2 milhões de pessoas, sendo o campeão absoluto entre
os 11 benefícios concedidos pelo INSS. Sozinho, o auxílio-doença
representa 47% de tudo o que foi concedido em termos de benefícios
pelo instituto no ano passado. Segundo a assessoria de imprensa do INSS,
estaria ocorrendo uma migração dos auxílios-doença
previdenciários para os auxílios-doença acidentários
que registraram alta de 95% no mesmo período.
Eles eram subnotificados
porque exigem a contrapartida da empresa, tais como o pagamento do FGTS
durante o tempo de afastamento e estabilidade por um ano na volta ao emprego.
Na ponta do lápis, entretanto, foram gerados apenas 130 mil auxílios-doença
acidentários, três vezes menos do que seria necessário
para absorver os 363,1 mil expulsos do auxílio-doença previdenciário.
Violência - A mudança
brusca no tratamento dispensado aos segurados explica, em parte, os atos
de violência que vêm ocorrendo nas agências do INSS.
Só este ano, foram registradas 10 ocorrências policiais dessa
natureza, segundo a Associação Nacional de Médicos
Peritos (ANMP). Minas já registrou duas mortes de médicos
peritos, uma delas de Cristina Felipe da Silva (cujo restante da quadrilha
de fraudadores do INSS envolvidos na sua morte foi preso há uma
semana em operação da Polícia Federal).
A outra morte aconteceu
em Patrocínio, em maio do ano passado, quando José Rodrigues
foi executado dentro do INSS. Semelhantes ocorrências levaram ao
INSS a reforçar a segurança em alguns postos do INSS, que
passaram a contar até com detector de metais para identificar a
entrada de armamento no interior do local.
"INSS não aposenta
mais ninguém"
Não foi à
toa que a Previdência elegeu o auxílio-doença como
o principal alvo no combate às fraudes e no endurecimento na triagem
dos beneficiários. A expectativa é a de reduzir o déficit
acumulado em R$ 46 bilhões em 2007. "O auxílio-doença
ainda sai, mas o INSS não está aposentando mais ninguém.
Em vez disso, encaminha para requalificação", alerta Hideraldo
Alves, ex-professor de cursos de reabilitação do INSS. Penalizado
com a situação, ele está fundando a organização
não-governamental Centro de Apoio e Reabilitação do
Trabalhador, em Belo Horizonte.
Ele e um grupo de ex-funcionários
do INSS pretendem acolher um tipo de trabalhador que está sendo
forçado a assumir funções estranhas às que
está acostumado. "Imagine um empregado com seus 50 anos que sempre
foi livre dirigindo o caminhão pelas estradas e, de repente, depois
de sofrer um problema na perna que o impede de dirigir, passa a ser obrigado
a trabalhar oito horas parado, em pé", compara o gestor público
Geraldo Arcoverde, consultor voluntário da entidade. "Essa situação
traz um outro problema", afirma.
Segundo ele, começou
a surgir uma categoria de trabalhador rejeitado pelo INSS que inicialmente
não é despedido pela empresa, que o recebe de volta durante
o período obrigatório mas depois acaba mandando embora. "Eles
ficam em uma espécie de limbo, sem ter para onde correr", reforça.
Aos 45 anos, Andréa Alves Pereira terá de aprender outra
profissão. Sempre trabalhou com a voz, seja como vendedora ou na
última ocupação, como operadora de telemarketing.
Agora, com calo nas cordas vocais e ainda rouca depois de três anos
de reabilitação no INSS, com muita fonoaudiologia, não
conseguiu sarar e nem se aposentar por invalidez.
Nesse período, Andréa
passou por novos exames de verificação da perícia
de três em três meses. Por fim, foi orientada a escolher nova
função e optou pelo departamento de pessoal. "Adoro conversar
e o orientador me perguntou o que eu poderia fazer sem que fosse necessário
usar a voz. Fiquei frustrada", conta ela, que voltou a trabalhar nasemana
passada e tem a suspeita de que será mandada embora a qualquer momento.
"Não tenho a mesma disposição do início da
minha carreira e vou ter de começar tudo de novo em uma função
que eu não gosto", completa ela, que já pagou 15 anos de
contribuição ao INSS. (Diário
de Pernambuco-04.02)
Aposentados
doentes têm isenção
Para quem pretende começar
a preparar a documentação do Imposto de Renda, é bom
saber que uma lei garante isenção do imposto aos aposentados
portadores de doenças consideradas graves. A lista de 14 enfermidades
inclui os portadores de Aids, cegueira e mal de Parkinson, por exemplo
(veja a lista completa no box). De acordo com as normas da Receita Federal,
para ter direito à isenção, a comprovação
da doença deve ser feita por meio de um laudo pericial, emitido
por um serviço médico oficial, seja ele da União,
do estado ou do município. “Não basta simplesmente não
declarar o imposto, ou declarar o valor como isento”, alerta o contador
Divansir Shiminasso.
Para conseguir o laudo,
o beneficiário deve procurar a instituição pagadora
da pensão ou aposentadoria – a Previdência Social ou o instituto
de previdência do estado, por exemplo. A própria instituição
vai encaminhar o beneficiário para uma perícia, para que
a moléstia seja comprovada.
Moléstias Algumas
doenças consideradas graves dão direito à isenção
total do Imposto de Renda cobrado sobre os rendimentos de aposentadoria
ou pensão. São elas:
• aids,
• cardiopatia grave,
• cegueira,
• osteíte deformante,
• doença de Parkinson,
• esclerose múltipla,
• espondiloartrose anquilosante,
• fibrose cística
(mucoviscidose),
• hanseníase,
• hepatopatia grave,
• nefropatia grave,
• câncer,
• paralisia irreversível
e incapacitante
• tuberculose ativa.Uma
vez que ela seja comprovada, os rendimentos já passam a ser pagos
sem o desconto do valor referente ao IR. “A isenção é
válida a partir do momento em que a perícia aceitar, mesmo
que isso seja na metade do ano, por exemplo. "Ou seja, não há
como pedir restituição na Receita Federal do valor pago.”
Em alguns casos, no entanto, é possível pedir o ressarcimento
dos valores pagos, caso a comprovação demore a ocorrer. Nesse
caso, no entanto, é preciso recorrer à Justiça.
Para todos
Independente de qualquer
doença, vale lembrar que os contribuintes aposentados e com mais
de 65 anos têm regras especiais para fazer a declaração
anual de ajuste do Imposto de Renda, que lhes garante isenção
até o valor de R$ 1.372,81. A faixa, no entanto, só é
válida para os valores referentes ao benefício. Caso o aposentado
ainda continue na ativa, o restante da renda segue as regras normais de
tributação. A Receita Federal ainda não divulgou o
calendário para a declaração deste ano, mas ela provavelmente
deve ser feita em março. (Gazeta do Povo-03.02)
INSS
convoca segurados para a perícia médica
Beneficiários do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que recebem auxílio-doença
há dois anos, e que precisam passar por nova perícia médica
estão sendo convocados por carta. Nesta etapa, são chamados
mais 15.566 trabalhadores, cujo prazo de auxílio expira este mês.
Para agendar a data e o horário da perícia, convocados podem
ligar para o telefone 135 ou fazer a marcação por meio do
site www.previdencia.gov.br.
Se o segurado preferir agendar
pelo telefone, ele vai precisar fornecer o número do benefício
e a data de nascimento. Já pela internet, ele deve acessar a página
eletrônica da Previdência Social, clicar na guia “serviços”,
que fica à esquerda e depois no atalho “Marcação de
Exame Médico Pericial para fins de revisão de auxílio-doença”.
Na carta enviada pelo INSS,
os segurados são informados da necessidade de agendar nova perícia
médica no prazo de dez dias, contados a partir da data de recebimento.
Quem receber a correspondência e não agendar, ou deixar de
comparecer à perícia, terá o benefício cessado.
Ao fazer o agendamento, o benefício fica automaticamente prorrogado
até a data da perícia.
Nos casos em que, mesmo
após dois anos de licença, o segurado está impedido
de se locomover, a perícia deve ser agendada, mas um representante
legal da pessoa deve solicitar que a perícia seja realizada no local
em que o beneficiário estiver. (Simônica
Capistrano - A Tarde Online)
INSS
não sabe como melhorar perícias médicas
Durante visita a quatro
postos de atendimento da Previdência Social no Grande ABC, na última
sexta-feira, o ministro Luiz Marinho admitiu que o trabalho dos peritos-médicos
têm sido bastante insatisfatório, mas não apresentou
nenhuma solução de curto prazo que possa amenizar o sofrimento
e a indignação de milhões de segurados de todo o País.
Marinho passou pelas agências
de Diadema, São Bernardo, Santo André e Mauá. Em São
Bernardo ele chegou a acompanhar uma perícia que durou menos tempo
do que teria de levar segundo as normas do INSS.
A questão é
que vários peritos procuram fazer o trabalho mais rapidamente de
forma a terminar o atendimento mais cedo e, assim, poderem ir embora antes
do horário.
“O perito é contratado
para trabalhar oito horas por dia. Nesse tempo, ele tem de fazer 24 perícias
com duração de 20 minutos cada. Mas constatamos que é
comum eles fazerem as perícias em dez minutos e irem embora mais
cedo”, afirmou.
“Não estou discutindo
o procedimento médico. Se é possível periciar em dez
minutos, então vamos encaixar mais gente no dia. Não dá
para o perito receber por oito horas e trabalhar apenas quatro e ainda
deixar muita gente sem atendimento”.
O ministro, no entanto,
não soube dizer o que pode ser feito de imediato para obrigar os
peritos a cumprirem as diretrizes do instituto.
“Nós vamos rediscutir
todo esse aspecto do gerenciamento das agendas. Evidentemente que os profissionais
não gostam, que a associação dos peritos não
gosta, os sindicatos também não, mas é um debate que
temos de fazer”.
Câmeras - Sugestões
para melhorar a qualidade do atendimento e das perícias não
faltam. O próprio ministro falou sobre a possibilidade de instalar
câmeras nas salas de perícia para que o INSS possa acompanhar
os acontecimentos e, assim, saber quem tem razão, perito ou segurado.
Mas como a instalação
de câmeras também depende de um estudo jurídico para
saber se o sistema de monitoramento está ou não dentro da
lei, resta aos segurados aguardarem a finalização dos debates
que ainda não têm data e hora marcadas para acontecer.
(Marcelo de Paula Diário Online)
Acidentes:
Gastos da previdência chegam a R$ 10,7 bi
Recursos foram destinados
a benefícios acidentários e aposentadorias especiais
Os benefícios previdenciários
decorrentes de acidentes de trabalho e de atividades insalubres representaram
custo de R$ 10,7 bilhões para a Previdência Social, em 2007.
Foram R$ 5,075 bilhões em pagamento de auxílios por doença,
por acidente e suplementar, e também com aposentadorias por acidentes
e doenças ocupacionais. Outros R$ 5,7 bilhões foram pagos
em aposentadorias especiais, concedidas pela exposição do
trabalhador a riscos, informa o diretor de Saúde e Segurança
Ocupacional do Ministério da Previdência Social, Remígio
Todeschini.
No ano anterior, essas despesas
totalizaram R$ 9,941 bilhões. O aumento, segundo Todeschini, foi
causado pelo crescimento da quantidade de empregos formais e pelo aprimoramento
da notificação dos casos de acidentes e doenças do
trabalho, com a entrada em vigor, em abril de 2007, do Nexo Técnico
Epidemiológico (Ntep). O Ntep permite que o médico-perito
do INSS estabeleça, com base em padrões técnicos,
a relação entre doença e atividade profissional. Antes,
a comunicação de acidente ou doença do trabalho dependia
da empresa ou do sindicato dos trabalhadores.
O aumento ocorreu principalmente
nas despesas acidentárias, que passaram de R$ 4,387 bilhões
para R$ 5,075 bilhões, de 2006 para 2007. Também cresceu,
em 95%, o número de auxílios-doença concedidos no
ano passado. Em compensação, caíram as concessões
de auxílio-doença previdenciário, aqueles pagos a
trabalhadores com doenças não relacionadas ao trabalho.
A expectativa é a
de que as concessões de auxílio-doença ocupacional
tripliquem com o combate à subnotificação, informa
o secretário de Políticas de Previdência Social, Helmut
Schwarzer. No entanto, isso não indica, necessariamente, a ocorrência
de mais acidentes e doenças do trabalho. “Esse aumento de registros
de agravo à saúde do trabalhador não significará,
necessariamente, uma piora nas condições de trabalho. Haverá,
sim, uma captação de casos que antes eram subnotificados.
Em relação a 2006, os benefícios podem chegar a triplicar.
Não está havendo um aumento da incidência, mas uma
melhoria da captação estatística desses casos”, explica
o secretário.
Perdas para o país
- O Brasil perde, por ano, o equivalente a 4% do PIB por causa dos acidentes
de trabalho, informa Helmut Schwarzer. O cálculo inclui os gastos
da Previdência Social, do Ministério da Saúde e os
prejuízos para a produção. Embora o Anuário
Estatístico de Acidentes de Trabalho, divulgado na última
semana de janeiro, mostre que a taxa de incidência de acidentes tenha
caído de 18,95 por mil para 18,57, entre 2005 e 2006, ela ainda
é muito alta: “Os países desenvolvidos têm taxas muito
menores”, afirma.
A alta incidência
decorre das condições precárias de trabalho, do uso
de máquinas obsoletas e processos inadequados. De acordo com o anuário,
foram registrados, em 2007, em todo o país, 503.890 acidentes de
trabalho. No ano anterior, foram 499.680. Já a quantidade de acidentes
liquidados (casos encerrados pela recuperação do trabalhador,
por exemplo) caiu no período de 545.703 para 537.457.
Schwarzer ressalta que 30%
dos acidentes atingem mãos, dedos e punhos, e poderiam ser evitados
com investimentos em máquinas mais modernas, com dispositivos de
segurança, com capacitação dos trabalhadores e processos
de produção mais adequados.
“É necessário
que se faça um grande esforço de prevenção”,
afirma o secretário, que defende maior cooperação
entre os órgãos do Estado e empenho das empresas. “Os empresários
têm que perceber que prevenção não é
caridade, nem é benemerência. A prevenção tem
impacto na produção”, diz.
Mortes - O número
de mortes por acidente de trabalho caiu 4,3%, de 2.839 para 2.717, entre
2004 e 2006. No mesmo período, os casos de afastamento do trabalho
por mais de 15 dias caíram 19,35%, e de incapacidade permanente
registraram queda de 35,08%. Esses números podem ser indícios
de maior esforço das empresas na prevenção de acidentes,
na avaliação do secretário. Ele alerta, entretanto,
que os números ainda são muito altos.
Os maiores números
de mortes ocorridas em 2006 foram na indústria de transformação,
responsável por 603 óbitos, no setor de transporte e armazenagem
(428 mortes), no de construção (318), na de agricultura (258),
no comércio varejista (254) e em empresas terceirizadas (231).
De acordo com o Anuário
Estatístico/2006, a maioria dos acidentes ocorreu na indústria
(47% dos casos) e no setor de serviços (45%). A indústria
de transformação foi responsável por 188.321 acidentes,
dos 237.188 registrados no setor industrial. Em segundo lugar vem a indústria
de alimentos e bebidas, com 48.424 casos. No setor de serviços,
destaca-se o comércio varejista, com 41.419 casos; o segmento de
saúde e serviços sociais, com 40.859 casos; de terceirização,
com 28.451 casos; e o de transporte e armazenagem, com 27.117 casos.
As informações
completas encontram-se no anuário (http://www.previdencia.gov.br/anuarios/aeat-2006/15_08.asp).
(AgPrev)
Previdência
Social: Atraso recompensado
INSS é condenado
a pagar R$ 2 mil de indenização por danos morais à
segurada que entrou no SPC por não receber auxílio-doença.
Decisão abre precedente para novas ações na Justiça
Quem teve problemas causados
pela demora na liberação de benefícios do INSS pode
entrar com ação na Justiça e pedir indenização
por danos morais. Esse foi o precedente aberto pela decisão da 7ª
Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (Rio de Janeiro
e Espírito Santo), que condenou, por unanimidade, o INSS a indenizar
em R$ 2 mil a segurada Lozinete Ferreira dos Santos por atraso no pagamento
do benefício de auxílio-doença. A demora foi causado
por falha do servidor que atendeu a segurada.
O drama de Lozinete começou
em maio de 2003, quando ela fez o pedido de auxílio-doença.
No mesmo mês, entregou os documentos que faltavam e resolveu as pendências.
Mas o funcionário que a atendeu não fez a atualização
no sistema para dar andamento ao processo. O erro só foi corrigido
em 12 de setembro, quando o servidor finalmente deu baixa nas pendências.
Na Justiça, a segurada
argumentou que, por conta do erro, ficou sem receber o auxílio-doença
e não pôde pagar as contas de casa. Como conseqüência,
teve o nome incluído no Serviço de Proteção
ao Crédito (SPC).
O TRF manteve decisão
anterior, da 22ª Vara Federal do Rio. Lozinete pediu indenização
de R$ 30 mil por danos morais e ganhou a ação. Na apelação,
o INSS contestou que o erro tenha causado dano moral à segurada
e solicitou a redução da condenação para “patamar
razoável”. A Justiça manteve a decisão, mas reduziu
a indenização para R$ 2 mil.
Na avaliação
do desembargador Reis Friede, o valor era excessivo e não atendia
ao “princípio da razoabilidade”. “Não há critérios
objetivos para a fixação da indenização a título
de danos morais, subordinando-se a mesma ao arbítrio judicial, que
deve pautar-se pelo critério de equilíbrio. No caso, entendo
como razoável a fixação dos danos morais em R$ 2 mil,
valor que se demonstra compatível com as circunstâncias observadas
no caso”, explicou. O INSS vai cumprir a sentença e pagar a indenização.
Para o advogado especializado
em causas previdenciárias Flávio Brito Brás, a decisão
abre precedente para que outros segurados que tiveram problemas entrem
na Justiça. “O valor é simbólico, mas abre um bom
precedente. No caso de Lozinete, o dano moral foi a inclusão de
seu nome no SPC. Mas os danos por falta de pagamento do benefício
podem ser de diversas origens, basta que haja provas. O não-pagamento
do colégio de um filho ou a dificuldade de alimentação,
por exemplo, podem ser considerados danos morais”, avalia. “É possível
entrar sem advogado no Juizado Especial Federal e anexar essa decisão
do TRF ao processo inicial”, acrescenta Flávio.
Esperança de dias
melhores
A contratação
de 2 mil servidores para o INSS deve melhorar o atendimento nas agências
da Previdência Social. É o que promete o presidente do instituto,
Marco Antônio de Oliveira. “Os usuários dos nossos serviços
encontrarão mais rapidez na concessão e resolução
dos seus benefícios. Até 2010, 8 mil servidores deverão
estar incorporados aos nossos quadros”, disse, alegando que as melhorias
estão sendo feitas desde 2003.
No concurso, cujas inscrições
terminam no dia 12, estão sendo oferecidas 600 vagas para analista
do seguro social (Nível Superior) e 1.400 para técnico (Nível
Médio). Para o deputado federal Marcelo Melo (PMDB-GO), no entanto,
uma lei que determine que casas lotéricas passem a atender segurados
seria mais eficaz.
Ele apresentou projeto que,
se aprovado e sancionado, permitirá que as lotéricas resolvam
requerimentos de aposentadoria por idade, por tempo de contribuição
e também pensão por morte. O objetivo é desafogar
a rede de agências do INSS, que conta hoje com 1.217 postos em todo
o País para atender mais de 30 milhões de contribuintes.
A iniciativa agregaria ao
sistema previdenciário 9 mil pontos de atendimento. Facilitaria
especialmente a vida de moradores de locais em que uma agência concentra
vários bairros e comunidades. O atendimento em lotéricas
diminuiria a distância a ser percorrida pelos segurados. A proposta
ainda será analisada pelas comissões de Seguridade Social
e Família, Finanças e Tributação e Constituição
e Justiça da Câmara dos Deputados. (O Dia Online)
Consignado:
Aposentado fique atento!
Os Ministérios da
Previdência, da Justiça e da Fazenda, assim como a Previdência
Social, desenvolveram um roteiro técnico e publicando várias
normas para o recebimento de empréstimo consignado, dando mais transparência
e aprimorando, a segurança do processo.
As instituições
financeiras são obrigadas a informarem com antecedência ao
titular do benefício, o valor total financiado, acréscimos
remuneratório, taxa mensal de juros, taxa de tributos e moratórios,
o valor, número e periodicidade das prestações e a
soma total a ser paga pelo empréstimo, financiamento de algum bem,
ou operação de arrendamento mercantil.
Desde 15 de maio de 2006,
a contratação dessa modalidade de empréstimo feita
por telefone, está proibida, bem como, a cobrança da Taxa
de Abertura de Crédito (TAC).
As prestações
não podem ultrapassar 30% do valor da aposentadoria ou pensão,
recebida pelo beneficiário, já incluindo o limite do cartão
de crédito fornecido por algumas instituições financeiras.
O maior prazo para quitação de um empréstimo é
de 36 meses (3 anos).
O beneficiário não
é obrigado a obter empréstimo no banco em que recebe o seu
pagamento, podendo optar pela instituição financeira que
oferece a melhor taxa do mercado.
Ficou estabelecido através
da IN 121, que as instituições financeiras conveniadas com
o INSS , que operarem o empréstimo consignado para aposentados e
pensionistas, utilizem o prazo de dois dias úteis para devolver
ao titular do benefício os valores descontados indevidamente de
suas contas, incluindo em casos de fraude.Devendo o titular do benefício
procurar a instituição financeira para fazer uma reclamação
formal caso perceba descontos em seu benefício sem que os mesmos
tenham sido autorizados.
Infelizmente nem todas as
instituições financeiras operam com responsabilidade, exigindo
a documentação original do beneficiário que está
contraindo esta modalidade de empréstimo.
Um aposentado, quando percebeu
que estava sendo descontado do seu benefício, parcelas, referente
a empréstimo consignado que não havia contraído, procurou
a J. A . Advocacia & Consultoria de São Pedro.
Seguindo as instruções
da IN 121, os advogados da J. A. Advocacia & Consultoria, o orientaram
para dirigir-se à instituição financeira e comunicar
à mesma que não havia contraído tal empréstimo.
O atendente da instituição financeira, solicitou que ele
fizesse uma carta alegando a não contratação do empréstimo
solicitando o ressarcimento dos valores descontados de sua aposentadoria.
O beneficiário, formulou
a carta e diante dos fatos que vinham ocorrendo, tomou o cuidado de tirar
cópia da mesma e protocolou o recebimento junto ao funcionário
no ato da entrega.
Passado algum tempo, sem
obter nenhuma resposta, da instituição financeira, os advogados
da J. A . Advocacia & Consultoria, acompanharam o beneficiário
à Delegacia de Polícia e elaboraram um Boletim de Ocorrência,
sendo também ajuizada Ação de Cancelamento de Cobrança,
com pedido de liminar, pedido esse acolhido pela Dra. Juíza desta
Comarca.
Tendo em vista que a cópia
do contrato não foi fornecida ao beneficiário, a mesma foi
obtida através de pedido feito ao juízo, e como já
era esperado, a instituição financeira, apresentou cópias
de documentos contendo o nome do beneficiário e xerox ilegíveis
dos documentos pessoais.
Porém, é importantíssimo
destacar que na mencionada cópia do contrato, constava como endereço
do beneficiário, outro município e o mesmo nem sequer estava
assinado pelo beneficiário e pelo representante legal da instituição
financeira que fez o empréstimo.
Diante dos fatos, no transcorrer
da instrução processual, os advogados da J. A . Advocacia
& Consultoria, obtiveram êxito no processo, vez que a sentença
prolatada pela Doutora Juíza de Direito, condenou a instituição
financeira a devolver a importância descontada do beneficiário
devidamente atualizada.
Esse é um dos poucos
casos que temos conhecimento e esperamos que sirva de alerta aos beneficiários,
para que confiram sempre seus extratos de pagamentos, evitando assim maiores
dissabores. (Folha de S.Pedro-02.02)
Juros
maiores no crédito consignado
As operações
de crédito consignado a aposentados do INSS, com saldo de R$ 22,6
bilhões, em dezembro, 20% do total do crédito pessoal, propiciaram
maior lucro para os bancos após as mudanças nas regras, em
19/12. A maioria dos clientes passou a preferir empréstimos com
prazo máximo de 60 meses (ante 36 meses, anteriormente), mesmo pagando
juros mais altos do que nos prazos mais curtos.
O aumento do prazo do consignado
veio acompanhado da redução de 30% para 20% do comprometimento
da parcela das aposentadorias destinada à quitação
dos empréstimos. O objetivo foi reduzir o nível de endividamento
dos aposentados. Pelos cálculos do INSS, até 19/12 quem tivesse
renda de R$ 1 mil podia tomar R$ 6,9 mil emprestados e pagar R$ 300 por
mês. Agora, pode tomar R$ 5,9 mil, pagando R$ 200 mensais. Uma brecha
permite ampliar o empréstimo: é possível comprometer
mais 10% da renda usando o cartão de crédito consignado.
Não se sabe, por
ora, as conseqüências sobre o nível total de endividamento
dos beneficiários do INSS. Mas os spreads bancários (diferença
entre o juro que os bancos cobram dos clientes e pagam aos aplicadores)
chegaram a dobrar, admitiu o diretor de um banco privado ao jornal Valor,
dia 30/1. Das operações de crédito consignado a aposentados
feitas pelo Banco Máxima, 50% têm prazo de 60 meses. O porcentual
é de 40% no Cruzeiro do Sul.
Operações
com cartão consignado também crescem, principalmente para
os que ganham o salário mínimo. Neste caso, os juros na casa
dos 3,7% ao mês são menores do que no CDC, mas altíssimos
quando se considera o baixo risco do empréstimo.
O crédito consignado
total, que inclui trabalhadores aposentados e na ativa, aumentou de R$
31,7 bilhões para R$ 64,4 bilhões entre dezembro de 2005
e 2007, e sua participação no total do crédito pessoal
passou de 44,8% para 57,3%. Há 14 milhões de operações
ativas de crédito consignado. Os juros, em média, são
de 30% ao ano.
Enquanto os trabalhadores
na ativa se beneficiam com acordos salariais favoráveis, os aposentados
dependem da correção anual do INSS, que só é
favorável para os que recebem o salário mínimo. Neste
caso os aumentos foram de 16,6%, em 2006, e 8,3%, em 2007. Para os demais,
a correção é pelo INPC. Endividamento excessivo -
e agora os spreads são maiores - poderá comprometer gastos
do aposentado com saúde e alimentos. (O Estado de S.Paulo-05.02)
INSS:
Contratação irá melhorar atendimento
Novos servidores trabalharão
em agências de maior demanda
O concurso público
que será realizado pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),
cujas inscrições terminam no próximo dia 12, irá
aumentar a capacidade de atendimento nas Agências da Previdência
Social (APS). Com a contratação de dois mil novos servidores,
o presidente do INSS, Marco Antônio de Oliveira, prevê uma
melhora significativa nas agências em todo o país. “Os usuários
dos nossos serviços encontrarão mais rapidez na concessão
e na resolução dos seus benefícios”, garantiu.
Marco Antônio explicou
que este concurso dá continuidade a um processo, iniciado em 2003,
de recomposição dos quadros do INSS. “Até 2010, oito
mil servidores deverão estar incorporados aos nossos quadros”, frisou.
No atual concurso estão sendo oferecidas 600 vagas para Analista
do Seguro Social (nível superior) e 1.400 para Técnico do
Seguro Social (nível médio).
Além da renovação
dos quadros, o processo de remoção interna, segundo Marco
Antônio, está contribuindo para a melhoria deste atendimento.
“Abrimos a possibilidade para que cerca de 800 servidores se deslocassem
a outras áreas com maior demanda”, ressaltou. Segundo ele, a distribuição
foi feita em conjunto com as gerências regionais e executivas, de
acordo com a necessidade de cada região. “Houve um critério
técnico que levou em consideração as perspectivas
de aposentadorias de servidores da ativa e a demanda de cada uma desskas
áreas”.
Capacitação
- Os novos servidores aprovados no concurso irão passar por um processo
de capacitação para que possam ser habilitados a desenvolver
suas tarefas nas APS. “São ações de capacitação
continuada para atendimento em todos os setores do INSS, mas, particularmente,
nas agências de atendimento, que é a área mais sensível
do INSS”, frisou Marco Antonio. As inscrições para o concurso
do INSS começaram no dia 10 de janeiro, prosseguem até 12
de fevereiro e podem ser feitas apenas via internet, na página do
Centro de Seleção e Promoção de Eventos da
Universidade de Brasília (www.cespe.unb.br). O valor é de
R$ 47,00 (nível médio) e R$ 56,00 (nível superior).
As provas estão marcadas para 16 de março. Os aprovados serão
chamados ao longo do primeiro semestre de 2008 e designados para os locais
com maior demanda de atendimento e maior carência de pessoal, conforme
o quadro de vagas.
O analista previdenciário
poderá ter a remuneração, no primeiro momento, de
até R$ 2.243,78, incluída a gratificação de
desempenho, e é encarregado da análise e concessão
de pedidos de benefícios. Já o técnico previdenciário,
com salário inicial de até R$ 1.989,87, incluída a
gratificação, é responsável pelo atendimento
aos segurados e também tem funções administrativas.
Os novos servidores irão substituir os que faleceram, se aposentaram
ou mudaram de carreira. Somente este ano, 7.696 servidores do INSS passarão
a ter direito de se aposentar. (AgPrev)
Servidores:
aposentadoria especial
Foi indeferida pela presidente
do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Ellen Gracie, a liminar no
mandado impetrado pela Confederação Brasileira de Trabalhadores
Policiais Civis (Cobrapol). A categoria pleiteia a regulamentação
do parágrafo 4º do artigo 40 da Constituição
Federal, que dispõe sobre regime especial de aposentadoria. A ministra
negou o pedido da Cobrapol ao seguir orientação predominante
na Corte pelo não-cabimento de liminar em mandado de injunção.
Isso quer dizer que o tema do mandado sequer foi analisado. A confederação
explica que os policiais civis, assim como os militares e federais, exercem
atividades que demandam desgaste físico e mental superiores ao de
outros servidores
públicos e que, há
tempos, lhes é dado o direito a aposentadoria diferenciada.
A aposentadoria especial
para os servidores públicos
ainda aguarda regulamentação por parte do Congresso Nacional
e
é tema de várias
ações que tramitam no STF. (Maria Eugênia - Jornal
de Brasília-04.02)
Sindicato
tenta regulamentar aposentadoria especial
O Sindicato dos Servidores
do Poder Legislativo Federal e do Tribunal de Contas da União (Sindilegis)
entrou com Mandado de Injunção no Supremo Tribunal Federal.
A intenção é tentar solucionar a alegada omissão
do Congresso Nacional em regulamentar as aposentadorias especiais de servidores
públicos.
De acordo com a ação,
o artigo 40, parágrafo 4º da Constituição Federal
— com a redação dada pela Emenda Constitucional 47/2005 —,
determina que seja editada lei complementar para disciplinar as regras
da aposentadoria para servidores deficientes que exercem atividades de
risco. Isto é, aquelas atividades que podem prejudicar a saúde
ou a integridade física.
Para o sindicato, existe
uma "inadimplência legislativa" do Congresso Nacional que precisa
ser sanada. No Mandando de Injunção, a defesa cita julgamento
recente dos MIs 670, 708 e 712. Neles, o STF determinou que greves no setor
público devem ser regidas, no que couber, pelas normas dirigidas
ao setor privado.
Com base neste entendimento,
o Sindilegis pede que o Supremo adote a mesma solução no
caso e determine a aplicação das normas que disciplinam o
direito no âmbito do regime geral de previdência para as hipóteses
previstas no artigo 40 da Constituição. O relator da ação
é o ministro Joaquim Barbosa.
MI 805 (Consultor
Jurídico)
INSS
começa a pagar viúvas
Mulheres aguardam 44 anos
para receberem pensão de ex-maridos. Indenização milionária
está pendente
A Justiça não
falhou, mas poderia ter chegado mais cedo para um grupo de 12 advogados
de Minas Gerais. Depois de 44 anos de espera, eles foram efetivados como
funcionários do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e em
seguida aposentados, passando a ganhar R$ 12,9 mil, correspondentes ao
salário de procurador federal, valor que deveriam ter recebido a
vida toda. O caso havia sido denunciado pelos jornais Estado de Minas e
Correio.
Dos 12 autores da ação,
entretanto, sete já faleceram. Dos cinco advogados vivos, todos
com mais de 75 anos, dois desistiram da ação, depois de quase
meio século de batalhas judiciais. A pensão demorou ainda
mais a sair para as seis viúvas dos advogados falecidos (uma delas
morreu sem ver um único centavo). Em um processo desgastante, essas
senhoras acima de 70 anos ainda precisaram entrar com petição
judicial informando não terem sido contempladas pelo INSS. O valor,
idêntico ao dos advogados, só começou a ser pago em
1º de novembro.
Dez dias antes, a mais idosa
do grupo sofreu uma pequena queda e trincou a bacia. Maria do Carmo Amarante
Leste, de 91 anos, ainda tem esperanças de deixar a cadeira de rodas
e fazer uma viagem com a família, o único plano que tinha
feito para o dia em que saísse a indenização. “Vai
ser muito cruel se a minha mãe não puder aproveitar essa
pensão tão sonhada. Mas ela tem uma saúde de ferro
e tenho fé de que ela vai poder comemorar a vitória”, afirma
Suzana Amarante Leste, que mora em Brasília e participa ativamente
do processo.
As demais viúvas
não revelam a identidade. Não querem se expor, têm
medo de retaliação e de seqüestro, embora restem cerca
de R$ 7 mil depois de descontada a parte do Imposto de Renda e os honorários
dos advogados envolvidos há 40 anos na ação. “Agradeço
a Deus todos os dias essa pensão, que me trouxe uma grande paz ao
saber que poderia prover a minha sobrevivência sem o auxílio
dos filhos”, diz uma delas.
Uma nova advogada contratada
para defender o grupo está concluindo pedido de cobrança
dos atrasados. Com o fim das férias forenses, ela estuda mandar
fazer nos próximos dias os cálculos atuariais dos valores,
previstos no processo.
Sentença em 1999
Foram mais de 44 anos desde
o início do processo — quase 10 deles depois da sentença
de condenação do INSS. Na década de 1960, um grupo
de advogados defendeu o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos
Industriários, em Belo Horizonte. Na época, uma lei do então
presidente João Goulart permitiu a efetivação, como
servidores públicos, dos prestadores de serviço que comprovassem
vínculo com órgãos federais por pelo menos cinco anos.
A sentença veio em
1999, a favor dos advogados e contra o INSS, que no anos 1990 incorporou
os institutos estaduais de previdência. Mas apenas em setembro do
ano passado, três dos cinco advogados vivos foram empossados como
procuradores federais. Imediatamente, foram aposentados por não
terem mais idade para atuar no exercício da função.
Os valores começaram a ser pagos em outubro.
“Não vou mudar meu
estilo de vida modesta por causa dessa aposentadoria. Não vou a
restaurantes, não viajo ao exterior, nem tenho luxos. Ao longo do
tempo, fui me desapegando dos valores materiais e passei a uma linha mais
humanista”, afirma o advogado C.A.A., prestes a completar 80 anos.
(Correio Braziliense-06.02)
Invasores
têm direito a aposentadoria
Parecer da Consultoria Jurídica
do Ministério da Previdência aprovado pelo ministro Luiz Marinho
passou a garantir cobertura previdenciária a invasores de terra
que estejam trabalhando em área invadida, incluindo terras públicas.
Eles podem usar o tempo de atividade rural para se aposentar.
O parecer é uma resposta
à polêmica que se instaurou no ministério sobre trabalhadores
que exercem atividades agrárias em terras às margens de rodovias,
que são públicas. O caso foi registrado pela gerência
do Instituto Nacional do Seguro Social, em Teófilo Otoni (MG).
A Procuradoria Federal Especializada
do INSS diz que os "posseiros" podem ser enquadrados na Previdência
porque a questão da titulação da terra é "irrelevante",
mas a Diretoria de Benefícios da autarquia questionou essa tese,
pois ela levaria o Estado a reconhecer "direitos previdenciários
de quem exerce atividades ilegais em propriedades alheias, em afronta ao
direito de propriedade ou estimulando a ocupação ilegal de
terras públicas".
O caso foi levado à
Consultoria Jurídica. O parecer diz que a "inexistência de
titulação da terra ou a eventual irregularidade na ocupação
não afasta, por si só, a caracterização do
trabalhador rural como segurado especial".
Segurado especial é
o trabalhador rural que exerce atividade agrária individualmente
ou em regime de economia familiar. Para obter a aposentadoria, basta completar
60/55 anos (homem/mulher) e cumprir prazo de carência no exercício
da atividade rural.
Briga jurídica -
O DEM protocolou no STF uma Adin contra a concessão de benefícios
previdenciários a invasores de terra. (A Gazeta-03.02)
Empresas e Economia
Planos
para crianças na mira
Embora o mercado de previdência
para jovens universitários esteja em constante crescimento nos últimos
dois anos, os planos para menores de idade ainda são os principais
alvos das empresas do setor, que tem centrado as campanhas publicitárias
neste público.
Com isso, já representam
cerca de 7% do mercado. O foco das companhias é estimular os pais
a contratarem planos para os filhos logo após o nascimento, pagando
a partir de R$ 25 (veja no quadro abaixo).
Segundo o diretor executivo
da Bradesco Previdência, Lúcio Flávio de Oliveira,
o crescimento econômico do País tem possibilitado as pessoas
de pensar mais cedo no planejamento financeiro da vida dos filhos.
Sendo assim, há um
público muito grande de consumidores preocupados em criar um fundo
de recursos para as crianças logo após o nascimento.
Isso, de acordo com Oliveira,
está gerando uma mudança positiva na cultura financeira dos
brasileiros. 'As pessoas estão tendo mais consciência de que
é preciso se estruturar melhor para ter uma boa perspectiva de vida.
Por isso investem em previdência para os filhos menores desde cedo.'
Tempo é vantagem
Além disso, há
também a vantagem do tempo: quanto antes começar a investir,
melhor será para garantir um maior volume de recursos acumulados
ao longo da vida. 'É mais barato planejar o futuro financeiro com
antecedência', diz o diretor comercial da Brasilprev, Marcos Barros.
'Muitos avôs ou tios querem deixar uma herança para os netos
ou afilhados, e presenteiam com um plano de previdência, ao invés
da caderneta de poupança.'
Boa parte desses pais 'prevenidos'
contratam um plano para os filhos pois também já possuem
previdência privada. 'Muitos pensam em dar condições
do filho realizar viagens ou fazer intercâmbios quando chegarem à
idade adulta', argumenta o gerente de marketing da Caixa Seguros, Fábio
Alcuri.
Atualmente, o banco possui
100 mil clientes com idade entre 0 e 30 anos, contra 130 mil entre 30 e
40 anos e mais 300 mil com mais de 40. 'Ainda há muito espaço
para os planos para menores e jovens crescerem' , afirma o gerente Alcuri.
Planos a partir de R$
30
O mercado de previdência
privada ainda não possui planos específicos para clientes
universitários, mas algumas empresas já começam a
voltar a atenção para este público com um pouco mais
de interesse. A idéia, em breve, é criar opções
direcionadas a jovens com entre 18 e 25 anos e com condições
especiais, como planos vinculados a prêmios.
Pensando nisso, empresas
como o Itaú já se anteciparam. 'Sempre faço palestras
sobre previdência em universidades, enfocando a importância
de criar reservas. E o público realmente se interessa', conta o
diretor-executivo de Previdência, Seguros e Capitalização
do banco, Osvaldo do Nascimento, que também é vice-presidente
da confederação do setor.
Hoje, os jovens que pretendem
começar a investir em previdência podem contratar os mesmos
planos dos adultos, pagando a partir de R$ 30 por mês (veja informações
no quadro). Porém, vale lembrar que previdência privada funciona
como uma poupança, ou seja, quanto mais depositar, maior será
o montante acumulado. Essa reserva, no futuro, poderá ser sacada
toda de uma vez. Se o investidor preferir, o dinheiro poderá ser
pago como um benefício mensal .
De qualquer forma, pelos
cálculos gerente geral de produtos do Santander, Leonardo Zavatini,
os jovens investem, em média, de R$ 100 a R$ 120 em previdência
por mês.
Simulação
O advogado Wagner Balera,
especialista em previdência, ensina: para se dar bem aplicando em
previdência é preciso ter disciplina para não deixar
de fazer os depósitos mensais. E, além disso, quando mais
a pessoa puder acumular, maiores serão os rendimentos para o futuro
- é, portanto, um investimento de longo prazo.
Uma pessoa que deposita
R$ 500 por mês, por
exemplo, conseguirá acumular R$ 296.475,31 ao final de 20 anos,
com um plano da Porto Seguro, considerando taxas de juros de 10% ao ano
e de administração de 1,5%.
No entanto, não é
preciso aplicar sempre com o mesmo valor. É possível que
o jovem comece investindo o valor mínimo mensal, que também
gira em torno de R$ 30 por mês. Caso o estagiário seja contratado,
por exemplo, pode ampliar o valor dos depósitos para aumentar também
os recursos acumulados na conta.
No ano passado, o Centro
de Integração Empresa Escola (Ciee) divulgou pesquisa dizendo
que dois em cada dez universitários da Região Metropolitana
de São Paulo abriram a primeira conta corrente durante os estudos
na faculdade. Destes, apenas 6% aplicaram em previdência.
(Jornal da Tarde-05.02)
Seguro mais
barato
Quebra do monopólio
vai acirrar concorrência
A quebra do monopólio
do resseguro no País é benéfica não só
para os grandes riscos como também para os pequenos e médios
consumidores, por trazer reflexo positivos em termos de barateamento de
preço das apólices. A análise é de Armando
Vergílio dos Santos Júnior, titular da Superintendência
de Seguros Privados (Susep), ao lembrar que a abertura do mercado foi determinada
pela Lei Complementar 126.
“Essa quebra do monopólio
é benéfica para os grandes riscos em um primeiro momento
e, num segundo momento, para todas as carteiras, porque a concorrência
será muito maior. Com o mercado mais competitivo, com certeza as
taxas cairão: primeiro as dos grandes riscos, como as da área
de transportes; e no segundo momento, todos os preços baixarão.
Haverá um ganho para o grande segurado e, no médio prazo,
para o pequeno segurado também”, afirmou.
Ele disse apostar na tendência
de especialização em determinados tipos de seguros, pelas
empresas, e, inclusive, em regionalização. “A especialização
leva a uma melhor análise de risco e isso faz com que os preços
caiam”, disse, ao prever que essa é a tendência no médio
prazo. Para os grandes riscos, a mudança já estaria
ocorrendo.
O superintendente destacou
que o mercado brasileiro fica mais fortalecido, “porque se tem no instituto
do resseguro uma garantia muito maior para o consumidor”. A abertura, acrescentou,
trará para o País resseguradores de grande porte, com
atuação globalizada em relação aos mercados
europeu, norte-americano e asiático. Ele disse considerar a abertura
um marco, "porque fará com que o mercado nacional se desenvolva
e cresça”.
Aquém
Para o superintendente,
o mercado segurador brasileiro está ainda muito aquém do
que poderia ser. A participação do setor no Produto
Interno Bruto (PIB), que é a soma das riquezas produzidas no País,
atingiu 3,2% em 2006. Em 2007, embora os números ainda não
estejam fechados, indicações preliminares sugerem que subirá
para 3,5%. “Eu quero ver se nós chegamos a 6% do PIB até
2010”, disse.
Santos Júnior destaca
que o crescimento do mercado de seguro impulsionará também
o de resseguro. E citou como exemplo a Alemanha, onde os dois mercados
têm o mesmo tamanho e representam 7% do PIB.
A abertura do monopólio
de resseguros no País, definida pela Lei Complementar 126, completa
um ano neste mês, embora só tenha sido regulamentada no último
dia 15. E a expectativa é que 90 empresas novas, incluindo
as corretoras, operarem nesse mercado nos próximos anos. Na última
semana, a Susep recebeu o primeiro pedido de registro prévio de
uma resseguradora local, do Grupo Paraná Banco.
Primeiras autorizações
A Susep é vinculada
ao Ministério da Fazenda e atua como órgão fiscalizador
do mercado de seguros no País. Segundo o superintendente, a partir
de março deverá autorizar as primeiras novas resseguradoras,
que apresentarem pedido de cadastramento. Ele anunciou que elas já
poderão operar a partir de abril.
No primeiro momento, pelo
menos três resseguradoras disputarão o mercado com o antigo
Instituto de Resseguros do Brasil, hoje IRB-Brasil Re, que detinha o monopólio
do setor. O faturamento do Instituto em prêmios emitidos somou
R$ 3,5 bilhões no ano passado.
Santos Júnior disse
estimar que, com a abertura, esse valor “vai mais que duplicar no médio
prazo, em torno de dois a três anos". E explicou: "Concomitantemente
à abertura nós tivemos que implementar um novo modelo
de solvência e de regras de capital para as empresas seguradoras.
E uma das maneiras que elas terão agora de se alavancarem é
exatamente por meio do resseguro.”
As empresas que não
tiverem capital para colocar dentro das novas regras, acrescentou, precisarão
fazer mais resseguros. "Então, o mercado em três anos vai
mais que dobrar de tamanho”, garantiu. A perspectiva, segundo o superintendente,
é ter até seis resseguradoras locais (constituídas
no Brasil) e 50 admitidas (empresas estrangeiras com escritório
de representação no país). Ele disse esperar que também
haja interesse por companhias estrangeiras. (Jornal de Brasília-05.02)
O enigma
dos salários
Os presidentes de empresas
abertas no Brasil não têm de dizer quanto ganham. Uma proposta
da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) quer mudar isso
neste ano
Uma proposta da comissão
de Valores Mobiliários (CVM), o órgão que regula e
fiscaliza o mercado de capitais no país, está deixando muitos
executivos preocupados. Ela anunciou que, ainda neste ano, pretende colocar
em consulta pública uma medida que obriga as empresas de capital
aberto, com ações negociadas em Bolsa, a divulgar quanto
ganham seus principais executivos. A idéia é alinhar as normas
que regem as empresas brasileiras ao padrão internacional. Lá
fora, os investidores podem saber quanto pagam para os executivos administrarem
a empresa. Dessa forma, avaliam se a remuneração é
compatível com o resultado entregue por eles. “É um movimento
em favor da transparência do qual o Brasil não pode ficar
de fora”, afirma Marcos Pinto, diretor da CVM.
A medida encontra resistência
no mundo dos negócios. Alguns executivos alegaram que, caso a informação
venha a público, eles se tornarão alvos de seqüestradores.
No exterior, esse risco é menor. “Sou contra a divulgação
dos salários dos indivíduos por uma questão de segurança”,
diz Antonio Carlos Duarte, presidente da Associação Brasileira
das Empresas de Capital Aberto. A preocupação é plausível
em um país com altos índices de violência. Os salários
anuais dos principais executivos estão na casa dos milhões
de reais. Mas o problema da segurança não justifica a omissão
da informação. Mesmo porque os donos das empresas já
correm esse risco. Para saber quanto eles têm, basta multiplicar
sua participação acionária pelo valor da ação
da empresa. “Quem quiser ser presidente de companhia aberta terá
de correr esse risco”, diz Marcos Pinto.
Hoje, as empresas brasileiras
divulgam apenas o total do que pagam a seus executivos, sem distinção
entre os membros do conselho de administração e da diretoria
da empresa. Descobrir quanto ganha um CEO (executivo-chefe, na sigla em
inglês) no Brasil é uma tarefa árdua e incerta. “Na
América Latina, esse assunto é um tabu”, afirma Heloísa
Bedicks, diretora-executiva do Instituto Brasileiro de Governança
Corporativa, uma instituição que promove a transparência
das empresas.
Segundo especialistas em
remuneração, os maiores salários dos CEOs do país,
entre as companhias de capital aberto, estão nos bancos e nas empresas
exportadoras de matérias-primas. Estima-se que a remuneração
total, entre ganhos fixos e variáveis (que mudam de acordo com o
desempenho da empresa), de gente como Márcio Cypriano, presidente
do Bradesco, e Roger Agnelli, da Vale do Rio Doce, esteja na casa dos R$
14 milhões anuais. Executivos de renome, como Antonio Maciel, ex-Ford
e atual Suzano Papel e Celulose, tirariam R$ 4 milhões em um ano.
Roberto Lima, da Vivo, ganharia R$ 3 milhões por ano.
Um nível mais elevado
de transparência exige a divulgação, além do
valor total da remuneração, da distinção de
sua composição. Mais da metade da remuneração
dos presidentes vem dos bônus e planos de opções de
ações, segundo um estudo da consultoria especializada em
remuneração Watson Wyatt. Ambos são uma recompensa
financeira pelo cumprimento de metas das empresas. As opções
de ações são a preferência dada aos executivos
para comprar um determinado número de ações, no futuro,
por um preço estipulado hoje. Se a direção da empresa
fizer um bom trabalho, a ação se valorizará – o executivo
poderá comprá-la pelo preço acertado lá atrás,
mais baixo, e vendê-la no mercado pelo preço valorizado, embolsando
a diferença. O ponto forte desse sistema é que ele alinha
os interesses do executivo com os da empresa. O profissional ganha mais
quando a empresa lucra mais. O ponto fraco é que há ações
administrativas que valorizam a empresa no curto prazo, mas a prejudicam
no longo prazo. Um exemplo clássico é a demissão em
massa. No primeiro momento, a empresa produz a mesma coisa com menos gente
– e a margem de lucro, portanto, fica maior. Num segundo momento, porém,
a empresa fica menos capaz de reagir a demandas novas, e perde parte de
sua cultura instalada. Ora, se o executivo é remunerado pelos resultados
de curto prazo, tende a tomar atitudes mais imediatistas, ainda que elas
não sejam a melhor opção no correr dos anos. “Com
as informações sobre a remuneração do CEO,
o acionista poderá perceber se o executivo toma decisões
em benefício próprio ou da companhia”, afirma Leonardo Salgado,
consultor do Hay Group, uma consultoria de gestão de recursos humanos.
Os benefícios pagos pelas empresas – planos de saúde, odontológicos,
carros, aviões e viagens – também entram nessa conta. Empresas
mais ousadas chegam a patrocinar o período sabático de seus
dirigentes. “O acionista tem o direito de saber se a companhia está
pagando o jatinho ou o helicóptero de um executivo aposentado”,
afirma Felipe Assumpção, sócio-diretor da A2Z Consultores,
também especializada em gestão.
Nos Estados Unidos as empresas
divulgam os salários de seu corpo executivo desde a década
de 30. Em 1992, o órgão regulador do mercado americano, a
Securities and Exchange Comission (SEC), equivalente à CVM brasileira,
tornou a divulgação dos salários individualizada.
As empresas têm de detalhar quanto vem do salário fixo, dos
bônus, do plano de opções e dos benefícios,
separadamente. Comparados com os de presidentes de empresas americanas,
os salários dos executivos brasileiros são pequenos. No topo
da lista dos americanos está o libanês Ray Irani, presidente
da Occidental Petroleum, mais conhecida como Oxy. Ele recebeu US$ 322 milhões
em 2006. O segundo mais bem pago é Larry Ellison, presidente e dono
da Oracle, com US$ 193 milhões.
A CVM ainda não formulou
uma proposta formal sobre como deverão funcionar as regras da divulgação
dos salários. Uma parte dos membros da CVM quer que o sistema funcione
como nos EUA. Outra diz acreditar que as companhias brasileiras ainda não
estão preparadas para esse grau de abertura de informações.
A solução, nesse caso, seria a divulgação dos
valores totais pagos aos principais executivos da administração
e do conselho separadamente. (MARIA LAURA NEVES - Época)
O emprego
em 2008
Em artigo anterior comentei
os dados publicados pelo Ministério do Trabalho dos EUA sobre como
será o quadro do emprego naquele país até 2016. Apesar
de arriscadas, as projeções daquele órgão se
têm confirmado ao longo do tempo.
Infelizmente, o Brasil não
dispõe de pesquisas desse tipo. Nossas projeções têm
de se limitar a prazos curtos e contar com uma boa dose de intuição.
O Brasil encerrou o ano de 2007 com resultados animadores. O País
conseguiu gerar mais de 1,6 milhão de postos de trabalho. Cerca
de 42% foram empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado.
O desemprego nas regiões metropolitanas ficou em torno de 9,5%,
ante 10% em 2006. Os rendimentos médios subiram cerca de 3% em termos
reais. Em quatro anos o aumento foi de quase 8%.
O desempenho do mercado
de trabalho foi particularmente expressivo no segundo semestre de 2007.
Em dezembro, a taxa de desemprego metropolitano caiu para 7,4%, ante 8,4%
em dezembro de 2006.
E daqui para a frente? O
que acontecerá em 2008 depois dessa turbulência financeira?
Penso que será um outro ano de bons resultados. Mesmo com o provável
desaquecimento da economia dos EUA e de outros países desenvolvidos,
o Brasil terá condições de manter as exportações
de produtos que ajudam a alimentar os nossos compradores e a dar a base
para a sua produção industrial. Eventuais efeitos negativos
deverão chegar ao Brasil no segundo semestre, como reflexo do esfriamento
da economia mundial no primeiro semestre. Mesmo que esse esfriamento se
aprofunde no segundo semestre, o Brasil apresentará problemas de
emprego apenas em 2009.
Mas há alguns aspectos
intrigantes que merecem consideração:
As pesquisas recentes mostraram
que o “boom” do ano passado se concentrou em profissões de baixa
qualificação. E os mesmos dados mostram um aumento anual
dos rendimentos (em termos reais) de 3,2%. Como interpretar esse paradoxo?
Dentro das limitações dos raciocínios que se baseiam
na especulação, lanço algumas hipóteses. Se,
de um lado, o ano de 2007 mostrou uma grande incorporação
de pessoas de baixa qualificação, de outro, faltou muita
mão-de-obra em vários setores que buscaram e continuam buscando
uma capacitação profissional adequada. Ademais, com a pressão
dos 5% de crescimento econômico verificado em 2007, as categorias
profissionais mais organizadas conseguiram negociar aumentos de salários
acima da inflação. As empresas não puderam correr
o risco de perder o pessoal que treinou.
Um outro aparente paradoxo
é o do desemprego acentuado entre os que concluíram o ensino
médio e não entre os de menor instrução. O
problema reflete um desequilíbrio entre a oferta e a procura desses
profissionais. Nos últimos 15 anos, a diplomação de
nível médio e universitário cresceu muito mais do
que a oferta de vagas. Não se trata de um excesso de educação,
e sim de uma escassez de oportunidades no mercado de trabalho, o que produz
o desemprego dos mais educados.
Outro fenômeno intrigante
diz respeito à aparente contradição entre a redução
do desemprego e o aumento de gastos com o seguro-desemprego. Entre 2002
e 2007, os dispêndios com esse benefício subiram de R$ 5,7
bilhões para R$ 12,7 bilhões - aumento de 17% ao ano. Isso
se explica, em grande parte, pela formalização dos empregos.
O mesmo se aplica ao crescimento vertiginoso das despesas com o abono salarial,
por causa dos que ganham até dois salários mínimos
no mercado formal.
Este é mais um aspecto
que merece ser melhorado. O que justifica pagar o mesmo montante para um
jovem solteiro e para um chefe de família com cinco filhos em termos
de desemprego? Nada. É preciso refinar os critérios.
Da mesma maneira, impõe-se
melhorar a definição de pobreza em razão dos benefícios
recebidos. Para uma família que não recebe nenhum benefício
de aposentadoria ou de outros programas sociais, o Bolsa-Família
é crucial. Para os que dispõem de vários outros benefícios,
ele é dispensável.
Quem, dentre os políticos,
tem coragem de fazer isso? Poucos. Para eles, esse é o tipo de medida
que “mata votos”. Mas o País precisa ajudar quem mais precisa. Essa
é a verdadeira justiça social.
Enquanto os políticos
não decidem, convém a imprensa divulgar as recomendações
de técnicos que já estudaram esse assunto, inclusive os do
próprio governo. (José Pastore - O Estado
de S.Paulo-05.02)
Inflação
de 2008 não passa de 4,5%
Mesmo com a crise internacional,
a inflação de 2008 não vai passar de 4,5%, o centro
da meta definida pelo governo. A avaliação foi feita na última
sexta-feira pelo secretário de Acompanhamento Econômico do
Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, um dia após o Comitê
de Política Monetária (Copom) divulgar a ata da última
reunião, interpretada pelo mercado como conservadora e sinalizadora
de uma possível alta na taxa básica de juros. “A inflação
vai refluir para algo entre 4% e 4,5%”, afirmou.
Apesar disso, o secretário
evitou comentar a necessidade ou não de alta na Selic. “Não
comento taxa de juros”, afirmou. O cenário de inflação
avaliado por Barbosa é de uma desaceleração na alta
dos alimentos, que subiram cerca de 10% no ano passado. Para o secretário,
a alta nesse grupo deve ficar na casa de 5%, o que contribuirá,
por si só, para uma desaceleração na inflação.
Barbosa também ressalta
que, fora os alimentos, o comportamento dos outros grupos do IPCA mostraram
uma inflação comportada, que teria ficado mais perto de 4%
do que dos 4,46% em que fecharam 2007.
Além do melhor comportamento
dos alimentos em 2008, ele avalia que a taxa de câmbio não
deve ser um fator de alta nos preços, pois o cenário mais
provável seria de uma relativa estabilidade ou alguma valorização
do real. Ou seja, o dólar em 2008 não deve ser uma fonte
de inflação, embora a ajuda que deu nos anos anteriores para
o cumprimento das metas não deva se repetir.
Mas o secretário
reconhece que o câmbio é a maior fonte de incerteza, tanto
que trabalha com três cenários. No mais pessimista, a desaceleração
econômica dos EUA seria muito forte, provocaria uma queda forte nas
exportações brasileiras e puxaria o dólar para cima,
com repercussões na inflação. “Mas esse não
é o cenário mais provável”, ponderou.
Para Barbosa, mesmo em cenário
de forte piora externa, os efeitos no câmbio ocorreriam mais em 2009,
já que, para este ano, as fontes de financiamento externo para o
País estão garantidas, impedindo uma disparada do dólar.
Para ele, o governo deve trabalhar para reduzir a volatilidade no câmbio.
Isso seria feito mantendo-se
a política de compra de reservas e estimulando um crescimento mais
forte das exportações. “Estamos estudando formas de estimular
o crescimento mais acelerado das exportações no médio
prazo”, disse. O trabalho vem sendo feito com o BNDES. O objetivo é
aumentar a participação do Brasil no comércio mundial,
hoje em torno de 1,1%.
Os três cenários
considerados pela Fazenda:
Pessimista - A taxa de câmbio
sobe para um patamar entre R$ 2,10 e R$ 2,15 com o quadro de recessão
mundial. O saldo comercial teria queda forte com a retração
dos mercados, embora a médio prazo o câmbio mais elevado melhore
a competitividade das exportações. As metas de inflação
de 4,5% e fiscal de 3,80% seriam cumpridas, mas o crescimento do PIB seria
inferior aos 4,5%. Considerado pouco provável.
Intermediário - A
economia dos Estados Unidos se desacelera, mas ainda teria pequeno crescimento.
A taxa de câmbio fica em torno de R$ 1,60, ajudando na redução
da inflação. Mas o saldo da balança comercial seria
reduzido e a taxa Selic não cairia mais. A economia cresce 4,5%.
Chance média.
Menor impacto - Não
haveria recessão nos Estados Unidos e a taxa de câmbio ficaria
entre R$ 1,70 e R$ 1,75. O impacto na balança seria reduzido, com
superávit comercial de US$ 30 bilhões. A conta corrente do
balanço de pagamentos teria pequeno déficit e o PIB poderá
crescer 5% com a evolução do PAC. Considerado o mais provável.
(Fabio Graner e Adriana Fernandes - O Estado de S.Paulo-02.02)
IGP-M
recua em janeiro, mas pouco
O Índice Geral de
Preços-Mercado (IGP-M), calculado pela FGV, apresentou alta de 1,09%
em janeiro, bem abaixo do 1,76% de dezembro, mas acima do esperado. Projeções
de bancos, grandes empresas e consultorias, que fornecem dados para a Pesquisa
Focus, do Banco Central, previam, dia 24/1, um IGP-M médio de 5,02%
para 2008. Mas 20% desse porcentual já foi comprometido em janeiro.
No mês passado, o
IGP-M foi influenciado pelo Índice de Preços por Atacado
(IPA), que subiu 1,24% e pesa 60% no índice. As matérias-primas
brutas subiram 2,38% e os produtos agrícolas, 2,31% - também
acima do esperado. Quanto ao Índice de Preços ao Consumidor,
que pesa 30%, subiu 0,96%, ante 0,67% em dezembro. A maior pressão
veio dos alimentos, cujos preços evoluíram 1,73%, em dezembro,
e 2,25%, em janeiro, seguidos de educação, leitura e recreação
(de 0,13% para 1,61%). Apenas o índice da construção
civil, que pesa 10%, ficou estável: 0,41%, ante 0,43% de dezembro.
O IGP-M sofre a crítica
de analistas que julgam excessivo o peso dos preços no atacado,
que dependem do mercado internacional. Por isso o índice não
pode ser cotejado com o IPCA, que atingiu 0,76%, em dezembro, e 0,70%,
na quinzenal (15/1). Note-se que a FGV já modificou o IPA, para
evitar distorções.
O IGP-M corrige preços
relevantes na economia, como tarifas de água e energia e aluguéis,
cujos contratos se concentram no início do ano. A alta de 7,76%
em 2007 e de 8,38% em 12 meses, até janeiro, exercerá alguma
pressão sobre o IPCA, já próximo do centro da meta
de inflação, de 4,5%.
Cabe observar se a próxima
Pesquisa Focus, a ser divulgada na Quarta-Feira de Cinzas, continuará
refletindo a expectativa de alta do IGP-M, como ocorre desde o último
trimestre. Para que o índice suba 5,02% em 2008, a alta mensal média
até dezembro terá de ser de 0,33%.
A elevação
do IGP-M foi influenciada pelas commodities agropecuárias. Houve
deflação de 3,2% no item bovinos, em janeiro, um dos que
mais haviam subido, em 2007, o que não bastou para desacelerar o
índice. Em janeiro, a pressão veio do impacto das enchentes
sobre os hortifrutigranjeiros.
Ainda que criticável,
o IGP-M é um termômetro que não pode ser ignorado.
Não parece razoável buscar culpados pela inflação,
caso do tomate, com alta de 87,2% em janeiro. O IGP-M é um índice-chave
na formação das expectativas. Convém não ignorar
seus sinais. (O Estado de S.Paulo-03.02)
Projeção
do mercado para IPCA tem ligeiro recuo
As projeções
de aumento do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA)
para 2008 perderam fôlego. No relatório semanal Focus, divulgado
ontem pelo Banco Central (BC), a expectativa do mercado para o indicador
teve ligeiro recuo, de 4,45% para 4,44%.
Segundo analistas, o sinal
de que o BC pode agir contra a inflação e o comportamento
recente dos preços dos alimentos influenciaram a mudança.
“A inflação no curto prazo e a clara sinalização
do BC de que pode agir para conter o ímpeto de aceleração
da inflação ajudaram a mudar a trajetória”, disse
o economista-chefe da Concórdia Corretora, Elson Teles.
Para ele, a pesquisa mostra
que foi bem-sucedido o tom conservador da ata da reunião de janeiro
do Comitê de Política Monetária (Copom). “O BC deixou
claro que está disposto a evitar um processo desordenado de alta
dos preços e o mercado ponderou isso nas projeções.”
Além disso, na semana
passada o BC reforçou a política monetária ao incluir
os depósitos de empresas de leasing na base de cálculo do
recolhimento compulsório dos bancos.
O professor da Faculdade
de Economia e Administração da USP Heron do Carmo lembrou
que os preços de alimentos têm arrefecido. Para ele, é
pouco provável que nos próximos meses haja pressão
generalizada nesses preços.
Os demais índices
continuaram em trajetória ascendente. O Índice Geral de Preços
do Mercado (IGP-M), por exemplo, subiu pela quarta semana, de 4,85% para
5,04%. Os analistas pioraram pela 10ª semana seguida projeções
para o saldo de conta corrente em 2008: a aposta de déficit subiu
de US$ 6 bilhões para US$ 7,10 bilhões. (Fernando
Nakagawa - O Estado de S.Paulo)
O
novo compulsório e ata do Copom
A última ata do Comitê
de Política Monetária (Copom) se referiu à possibilidade
de o organismo adotar uma posição diferente, por meio dos
instrumentos de política monetária, no caso de uma evolução
negativa da taxa de inflação.
Não se trata de elevar
a taxa Selic, mas de recorrer a outros instrumentos da política
monetária, como a decisão do Conselho Monetário Nacional
(CMN) de criar um compulsório que, progressivamente, chegará
a 25% dos depósitos interfinanceiros destinados a operações
de leasing. Os bancos ampliaram essas operações de leasing
para escapar do recolhimento compulsório de 23% que recai sobre
depósitos a prazo (15% sob a forma de títulos públicos
e 8% em dinheiro). Isso levou as operações de leasing (para
pessoas físicas e jurídicas) a R$ 64,1 bilhões, com
crescimento de 86,1% no ano passado, ante 42,3% em 2006.
Segundo dados divulgados
pelo Banco Central (BC), em dezembro os depósitos interfinanceiros
das sociedades de leasing representavam R$ 160 bilhões, ante R$
298 bilhões dos depósitos a prazo nos bancos. Assim, se o
compulsório já estivesse sendo exigido, ele atingiria R$
40 bilhões.
O novo compulsório
não deverá reduzir o montante das operações
de leasing, mas elevar seu custo por meio do aumento do “spread”, o que
pode diminuir esse tipo de crédito que vinha sendo utilizado essencialmente
na aquisição de veículos e, em parte, para compra
de bens de capital. Com isso, o BC pretende reduzir a demanda aliviando
sua pressão sobre os preços, embora com o inconveniente de
eliminar as facilidades para investimentos na indústria, o que mostra
que as medidas monetárias têm sempre um duplo efeito.
É interessante que
o anúncio da medida produziu uma queda da cotação
das ações dos bancos na bolsa.
O CMN decidiu, no mesmo
dia, modificar o cálculo da Taxa Referencial (TR), que remunera
os depósitos de poupança, para que ela não caia abaixo
de 0,50%. O objetivo é não afastar os pequenos investidores
dessas aplicações, que contribuem para financiar a construção
civil.
É normal que depois
da decisão do CMN se indague se isso indica um provável aumento
do recolhimento compulsório sobre os depósitos bancários
em geral, o que se justificaria em nome da isonomia. Mas, pelo que diz
a ata do Copom, é possível que as autoridades monetárias
recorram a outras medidas ainda para conter a demanda e seu efeito sobre
os preços. (O Estado de S.Paulo-02.02)
Mercado
pode esperar fevereiro menos complicado
Depois de um início
de ano atribulado, a última semana de janeiro permitiu alguma recuperação
à renda variável brasileira. O Ibovespa subiu 6,29%, voltando
aos 61 mil pontos. Graças, sobretudo, aos incentivos do Federal
Reserve.
Ubirajara Costa, diretor
da Máxima DTVM, lembra que "uma tentativa nítida de conter
a recessão sempre ajuda". Na mesma linha, o analista do BB Investimentos
Hamilton Moreira atribui parte dos ânimos ao BC dos EUA: "o corte
de 1,25 ponto percentual na Fed Funds Rate em janeiro fez diferença".
A diferença, porém,
ainda não é suficiente para atender aos pedidos dos investidores.
"É raro o mercado ficar satisfeito", afirma Ubirajara. "Essa crise
ainda promete muitas perdas, e o ambiente está complicado para o
trader".
Hamilton Moreira também
evita visões excessivamente otimistas, e avisa: "pode esperar alguns
solavancos nos próximos pregões". Segundo ele, o Ibovespa
está em uma zona abaixo da verificada nos melhores dias de 2007:
"superar novamente os 63 mil pontos agora é difícil".
Menos complicado
Difícil principalmente
na próxima semana, encurtada no Brasil pelo Carnaval. A Bovespa
não abre segunda e terça-feira, deixando o volume de negócios
bem mais tímido. "Muitos vão emendar o feriado. Além
disso, o mercado não está ajudando", interpreta Ubirajara
Costa.
A despeito das sessões
iminentes, o agregado do segundo mês do ano deve apontar performance
melhor que a de janeiro, quando o Ibovespa caiu 6,88%. Segundo projeções
de Hamilton Moreira, "aguardamos uma pequena recuperação
em fevereiro, com o índice se aproximando dos 61 mil pontos". Para
o fim do ano, o BB Investimentos projeta 83 mil pontos.
Suporte macro
Hamilton defende um ponto
de vista positivo em relação ao cenário macroeconômico
internacional, com os EUA voltando rapidamente a um crescimento razoável.
Para tanto, não faltarão políticas conjuntas: "afinal,
o mundo todo quer consertar o problema".
No Brasil, a maior ameaça
não merece tanta preocupação. Após certo impulso
neste início de 2008, "a inflação tende a permanecer
perto da meta". O analista do BB considera até mesmo a hipótese
de "uma queda da Selic no segundo semestre". (Rodolfo Cirne Amstalden
- InfoMoney)
Mercado
inicia o mês em tom positivo
Apesar do encolhimento do
mercado de trabalho nos EUA, as Bolsas subiram na última sexta-feira
com notícias corporativas
O encolhimento do mercado
de trabalho nos EUA em janeiro pela primeira vez em quatro anos neutralizou
parte da euforia desencadeada no mercado pelas notícias de fusões
e aquisições. A Microsoft anunciou uma oferta de US$ 44,6
bilhes pelo portal Yahoo!, enquanto a produtora de alumínio chinesa
Chinaldo e a americana Alcoa informaram que vão adquirir juntas
participação de 12% na mineradora anglo-americana Rio Tinto.
As Bolsas em Nova York caíram sexta-feira após os dados do
mercado de trabalho, mas ainda fecharam em alta em meio a avaliações
de que a economia caminha para uma recessão, por isso, novos cortes
de juros pelo Fed ainda podem ser necessários. Sustentada também
pelo salto de 5,92% de Vale ON, a Bovespa subiu 2,67%, aos 61.079,8 pontos.
O dólar à vista caiu 0,74%, a R$ 1,746. E o juro de janeiro
2010 recuou para 12,69%. (Claudia Violante, Silvana Rocha e
Denise Abarca - O Estado de S.Paulo-02.02)
Bovespa
se recupera com alta de 6,29% na semana
Dólar volta a cair
e fecha as operações em R$ 1,746
Apesar do mau resultado
registrado pelo mercado de trabalho americano, as Bolsas de Valores encerraram
a última semana em terreno positivo. A Bovespa, após um mês
de janeiro de fortes perdas, terminou o primeiro dia de fevereiro com alta
de 2,67%, aos 61.079 pontos.
Na semana, a Bovespa teve
valorização de 6,29%.
Notícias envolvendo
fusões e aquisições movimentaram os mercados acionários
da última sexta-feira. A operação que mais chamou
a atenção foi a da oferta da Microsoft pelo Yahoo!. Também
repercutiu a informação de que a Alcoa e a Chinalco uniram
forças para adquirir participação na Rio Tinto.
Em Wall Street, a Bolsa
de Nova York subiu 0,73% na sexta-feira. A Nasdaq se valorizou em 0,98%.
Nas Bolsas européias,
a última sexta-feira também foi positiva: 2,54% em Londres
e 1,71% em Frankfurt.
"Os dados do mercado de
trabalho americano vieram muito ruins. A redução dos postos
de trabalho foi preocupante", afirma Alex Agostini, economista da consultoria
Austin Rating. Para o economista, o cenário americano "não
é de colapso", mas trará muitos ajustes, especialmente neste
primeiro trimestre. "A situação deve melhorar apenas no segundo
semestre, e gradativamente."
Em janeiro, houve a eliminação
de 17 mil postos de trabalho nos Estados Unidos. Com mais esse indício
de que a economia pode entrar em um período recessivo, o mercado
já começou a prever uma nova redução dos juros
americanos no próximo encontro do Fed (BC dos EUA).
O Fed anunciou que fará
ao menos mais dois leilões para disponibilizar recursos aos bancos
neste mês -o montante pode chegar a US$ 60 bilhões.
Ações em recuperação
Com os ganhos da última
semana, a baixa acumulada no ano pela Bolsa diminuiu para 4,39%. Em janeiro,
a queda foi de 6,88%.
Das 64 ações
do índice Ibovespa, 52 encerraram a semana com ganhos acumulados.
Na sexta-feira, as ações
de Bradespar (PN) e Vale (PNA) apareceram entre as que mais subiram, com
ganhos de 8,20% e 4,98%, respectivamente.
O banco JP Morgan reduziu
a recomendação para as ações brasileiras para
"neutra" e elevou a classificação das do México para
"overweight" (acima da média do mercado).
O real manteve a valorização
e terminou a semana ainda mais apreciado. NA sexta-feira o dólar
teve queda de 0,85% e fechou a R$ 1,746 -a segunda menor cotação
registrada no ano.
A sinalização
do Copom de que pode subir os juros se a inflação se tornar
uma ameaça fortalece o cenário de apreciação
do real. Investidores internacionais tendem a trazer mais capital para
o país, atraídos pela diferença de juros entre países
como os EUA (onde as taxas têm sido reduzidas) e o Brasil.
(FABRICIO VIEIRA - Folha de S.Paulo-02.02)
Bolsa
tem recorde de negócios em mês de oscilações
Aquecimento nas operações
acompanhou aumento da volatilidade em janeiro na Bovespa; analistas afirmam
que pequeno investidor deve ter cautela
Nunca houve tantos negócios
nos pregões da Bolsa de Valores de São Paulo quanto no mês
de janeiro. Esse aquecimento nas operações acompanhou a elevação
da volatilidade no mercado acionário. Segundo analistas, nesses
momentos mais voláteis são os especuladores que encontram
as melhores chances para lucrar.
Em janeiro de 2007, foram
realizados por pregão, em média, 113,7 mil negócios.
Em janeiro deste ano, essa cifra subiu para 208,5 mil negócios -a
maior média já registrada.
"São nesses momentos
que investidores como o George Soros [megainvestidor internacional] compram
ações e ganham dinheiro", diz Carlos Daniel Coradi, diretor-presidente
da EFC (Engenheiros Financeiros & Consultores).
Com as incertezas em relação
ao futuro da economia norte-americana e o desempenho das grandes instituições
financeiras internacionais, a volatilidade aumentou nas Bolsas de Valores
pelo mundo.
A volatilidade mostra a
intensidade e a freqüência das oscilações nos
valores das ações em determinado período.
E a Bovespa está
entre os mercados acionários mais voláteis do planeta.
Um indicador que mede a
volatilidade mostra o quanto ela aumentou nos últimos tempos. Para
um período de 12 meses, considerando um indicador calculado pela
própria Bolsa brasileira, foi registrado no Ibovespa uma volatilidade
de 29,64%. Se for considerado apenas o mês de janeiro -e anualizando
a taxa-, a volatilidade alcançou 46,22%.
"O mercado volátil
é bom para os profissionais, que compram e vendem ações
rapidamente aproveitando para lucrar com as oportunidades", avalia Luiz
Antonio Vaz das Neves, da KNA Consultores.
Parâmetro
A volatilidade é
um importante parâmetro para os analistas medirem o risco de um ativo.
Quanto maior, maiores os riscos de perder dinheiro.
Janeiro mostra bem como
o mercado tem oscilado bruscamente. No último dia 21, a Bovespa
registrou queda de 6,60%. No dia 24, conquistou valorização
de 5,95%.
Quem tivesse comprado ações
(equivalentes ao índice Ibovespa) no fim do pregão do dia
21 e vendido na última sexta-feira teria lucrado 13,7% -percentual
que só deve ser conquistado pelos fundos de renda fixa no acumulado
de todo o ano de 2008.
"A volatilidade da Bovespa
sempre está entre as maiores do mundo. O grande investidor, que
está diariamente comprando e vendendo ações, adora
a volatilidade, pois tem chances maiores de garimpar ganhos expressivos",
afirma Jason Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend Consultoria Econômica.
"Quem perde é o pequeno investidor, que acaba comprando nos momentos
de alta e vendendo nos de baixa."
Cautela
O cenário mais turbulento,
que tem sacudido as Bolsas desde o segundo semestre do ano passado, tornou
o mercado acionário mais complicado para o pequeno investidor. Nesses
períodos de forte oscilação, aplicar em ações
se torna uma tarefa ainda mais árdua.
Mesmo que haja boas oportunidades
de lucrar -a ação ordinária da CSN (Companhia Siderúrgica
Nacional), por exemplo, subiu 15,75% apenas na semana passada-, é
difícil fazer as escolhas corretas.
"Em momentos como o atual,
é melhor aplicar em um fundo do que tentar investir diretamente
em ações. A chance de errar é muito maior do que nos
períodos em que o ritmo de alta é mais constante e intenso,
como ocorreu em boa parte do ano passado", diz Neves.
Ações na
Bovespa encerram a semana com recuperação
Se o balanço de janeiro
foi negativo para a Bovespa, que acumulou queda de 6,88% no mês,
a semana passada mostrou que há um processo de recuperação
em andamento. Na semana, a Bolsa teve uma valorização de
6,29%.
Como o cenário ainda
é de muita incerteza, as corretoras que participam da seção
"Dicas" preferiram continuar com suas sugestões de investimento
para os próximos dias.
Dos 64 papéis que
compõem o índice Ibovespa, 52 computaram alta na última
semana.
Das ações
sugeridas pelas instituições financeiras, quem mais se destacou
foi a ON (ordinária) da Siderúrgica Nacional, que subiu 15,75%
na semana.
"A atenção
dos mercados se voltou [na semana passada] para informações
advindas dos Estados Unidos. A confirmação da redução
em 0,5 ponto percentual na taxa de juros dos EUA e a aprovação
[na Câmara; ainda falta passar pelo Senado] do pacote fiscal do presidente
George W. Bush permitiram certa recuperação do Ibovespa.
Todavia ainda não é possível afirmar que esse cenário
de alta veio para ficar", avaliam os gestores da corretora Coinvalores.
Entre as maiores valorizações
da semana no Ibovespa ficaram as ações preferenciais de Vivo
(21,42%) e Brasil Telecom (18,89%), em meio às expectativas na legislação
do setor.
Dentre as maiores perdas
ficaram Lojas Renner ON (recuo de 9,14%) e Cemig PN (-6,69%) (FABRICIO
VIEIRA - Folha de S.Paulo-04.02)
Ontem:
Bovespa tem a 3ª pior queda do ano
Na volta do carnaval, Ibovespa
cai 3,46% e se ‘iguala’ a bolsas globais, que tiveram baixas no início
da semana
Na volta do feriado de carnaval,
os investidores brasileiros encontraram um ambiente externo bem pior que
o da semana passada. Os temores de uma recessão nos Estados Unidos
recrudesceram entre segunda e terça-feira, o que derrubou as bolsas
de valores globais.
Nesses dois dias, o Índice
Dow Jones, por exemplo, perdeu quase 4%. Ontem, foi a vez de o Índice
da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) adequar-se a essa realidade.
O indicador recuou 3,46%, terceira maior queda porcentual do ano. “O que
houve hoje (ontem) foi uma correção, na qual o mercado brasileiro
se equiparou ao de fora”, disse Luiz Roberto Monteiro, assessor de investimentos
da Corretora Souza Barros.
No exterior, as bolsas tiveram
pregões melhores que os de terça-feira, quando despencaram
em conseqüência de um indicador do setor de serviços
que apontou recessão nos EUA. O Índice Dow Jones e a bolsa
eletrônica Nasdaq passaram grande parte do dia no azul, mas perderam
força no fim dos negócios por causa de declarações
de presidentes regionais do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
O Dow Jones caiu 0,53% e
a Nasdaq, 1,33%. Na Europa, o Índice Dax, da Bolsa de Frankfurt,
ganhou 1,22% e o CAC-40, da Bolsa de Paris, 0,83%.
O presidente do Fed da Filadélfia,
Charles Plosser, disse que está preparado para defender novos cortes
da taxa de juros se a economia se desacelerar mais que o esperado, mas
alertou ser necessário manter a atenção com a inflação.
“Minha projeção
para 2008 já inclui o fato de que receberemos números fracos
sobre a economia no primeiro semestre deste ano”, afirmou Plosser. “As
decisões de política monetária dependerão do
desempenho da economia e da necessidade de mudanças nas projeções
futuras da economia.”
Plosser integra o Comitê
de Política Monetária do Fed (Fomc, na sigla em inglês)
e discursou no Rotary Club de Birmingham. Ele rejeitou a avaliação
de que a desaceleração econômica reduzirá a
inflação. Segundo Plosser, embora o Fed deva se esforçar
para atingir o crescimento sustentado, não deve perder o foco da
outra parte das duas metas que tem, “a estabilidade dos preços”.
O presidente do Fed de Richmond,
Jeffrey Lacker, também se mostrou incomodado com a inflação.
“Agora estamos (o Fed) concentrados na questão do crescimento”,
disse. Mas, ressaltou, “lamentavelmente tivemos notícias adversas
sobre a inflação ultimamente”.
O economista-chefe do Banco
Fator, José Francisco de Lima Gonçalves, interpretou a fala
dos presidentes regionais do Fed como um alerta de que novos cortes do
juro nos EUA podem ser mais difíceis do que os investidores esperam.
“O recado foi de que, com inflação acima de 2% ao ano, derrubar
ainda mais o juro significará juro (real) zero, o que é complicado.”
(Leandro Modé - O Estado de S.Paulo)
Estrangeiro
tira R$ 4,7 bi da Bolsa de SP em janeiro
Foi a maior saída
de recursos externos da Bovespa já registrada num único mês
Bolsa cai 3,46% na volta
do feriado de Carnaval, se ajustando às quedas do início
da semana no mercado global
A volta do feriado de Carnaval
foi de ajustes na Bolsa de Valores de São Paulo. Como houve quedas
fortes pelo mundo nos últimos dois dias, enquanto a Bovespa estava
inativa, a baixa de ontem foi acentuada: o pregão encerrou com desvalorização
de 3,46%.
O ajuste era previsto pelos
analistas. A não ser que o mercado acionário norte-americano
-principal referência para da Bolsa brasileira- tivesse tido um dia
excepcional ontem, eram reduzidas as chances de a Bovespa escapar de fechar
o pregão no vermelho.
O peso dos investidores
internacionais nas operações da Bovespa atualmente é
muito elevado, em torno de 35% do total. Dessa forma, era esperado que
vendessem ações de empresas brasileiras para tentar compensar
as perdas registradas no exterior neste começo de semana.
Em janeiro, os estrangeiros
já mostraram que não estão muito pacientes para risco
e protagonizaram uma fuga recorde de capital da Bovespa. No mês,
o saldo das operações feitas pelos estrangeiros em pregão
ficou negativo em R$ 4,73 bilhões, sendo o pior resultado mensal
da história.
Em Wall Street, o índice
Dow Jones fechou ontem com desvalorização de 0,53%. A Bolsa
eletrônica Nasdaq recuou 1,33%. Na semana, o Dow Jones, que reúne
as 30 ações norte-americanas mais negociadas, acumula perdas
de 4,26%.
"A Bovespa oscila atenta
à performance das Bolsas no exterior. Assim, não surpreende
a baixa de hoje [ontem], se pensarmos que os mercados caíram muito
lá fora, especialmente na terça", afirma Álvaro Bandeira,
presidente da Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais
de Investimento do Mercado de Capitais) e diretor da corretora Ágora.
Quem também sofreu
ontem fortes ajustes decorrentes das depreciações registradas
na Europa e nos EUA na terça-feira foram os mercados asiáticos.
A Bolsa de Tóquio recuou 4,70% ontem, e a de Hong Kong perdeu 5,40%.
A Bovespa já abriu
em queda acentuada e chegou no pior momento a recuar 3,83%. Durante o pregão,
conseguiu melhorar seu desempenho, e diminuiu as perdas para 2,83%. Mas
a piora em Wall Street, decorrente de declarações do dirigente
do Fed (BC dos EUA) regional da Filadélfia, Charles Plosser, sobre
os riscos de inflação, esfriou a possibilidade de recuperação
das Bolsas.
O índice Ibovespa,
formado pelas 64 ações brasileiras mais negociadas, sofreu
com a queda de suas ações mais representativas e encerrou
ontem aos 58.968 pontos. No ano, a baixa acumulada está em 7,70%.
O papel preferencial "A"
da Vale recuou 3,82%. As ações da Petrobras repercutiram
também o recuo do barril de petróleo no exterior e perderam
3,93% (ON) e 3,54% (PN). Essas ações são muito negociadas
pelos estrangeiros.
Segundo Alexandre Lintz,
economista-chefe do BNP Paribas, a saída de estrangeiros da Bolsa
"é um movimento pontual, que ocorre devido às correções
que têm havido no cenário externo".
Hoje o nervosismo pode prosseguir
com a reunião do BCE (Banco Central Europeu) que definirá
os juros da região, que estão em 4%. Apesar de a expectativa
predominante ser de manutenção da taxa básica de juros,
comentários feitos pelos dirigentes do BCE podem mexer com o sensível
mercado financeiro global.
Bolsas dos EUA têm
dia volátil e fecham em baixa
As Bolsas americanas voltaram
a se desvalorizar ontem, um dia após o pior pregão em quase
um ano. E, como aconteceu anteontem, as declarações de um
dirigente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos)
contribuíram para as perdas.
Os mercados abriram em alta
de quase 1%, com dados da produtividade do setor industrial e resultados
de empresas como Time Warner e Walt Disney animando os investidores. No
meio da tarde, no entanto, eles começaram a cair, com o temor de
estagflação (inflação alta e crescimento baixo),
que teve origem em discurso do presidente do Fed da Filadélfia,
Charles Plosser. O índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, fechou
em queda de 0,53%, e o S&P 500 caiu 0,76%. A Nasdaq, que reúne
empresas de tecnologia, se desvalorizou em 1,33%.
Plosser disse que a desaceleração
da economia americana é uma grande preocupação, mas
que o BC dos EUA não pode esquecer da sua outra obrigação,
que é a estabilidade dos preços. Plosser votou a favor do
corte na taxa de juros na última reunião do Fed, mas é
conhecido por não ser muito favorável à medida. Ainda
assim, suas declarações foram apontadas como o motivo da
queda.
Anteontem, os comentários
do presidente do Fed de Richmond, Jeffrey Lacker, também despertaram
medos de estagflação e colaboraram para que o Dow Jones tivesse
o seu pior dia desde 27 de fevereiro do ano passado, na época da
turbulência nos mercados da China.
O BC dos EUA reduziu os
juros duas vezes no mês passado, e o Merrill Lynch disse anteontem
que é grande a chance de um corte emergencial antes da reunião
de 18 de março.
Até os comentários
de Plosser, as Bolsas estavam positivas, com os dados da produtividade
do trabalhador nos Estados Unidos crescendo mais que o previsto no quarto
trimestre de 2007. O índice avançou 1,8% nos últimos
três meses do ano passado, se desacelerando em relação
aos 6% do trimestre anterior, mas superando a estimativa de analistas.
Na Europa, onde os mercados
deixaram de operar antes das declarações do dirigente do
Fed, os pregões foram de recuperação das fortes perdas
do dia anterior. A Bolsa de Frankfurt terminou com alta de 1,22%, e a de
Paris subiu 0,83%. A de Londres avançou 0,13%.
Já na América
Latina, ontem foi mais um dia de perdas. No México, a Bolsa se desvalorizou
em 0,56% e, na Argentina, o Merval caiu 0,74%.
Os mercados asiáticos,
que fecharam antes da abertura das Bolsas americanas, tiveram quedas expressivas,
com as Bolsas reagindo às perdas nos EUA e na Europa do dia anterior.
O índice Nikkei, da Bolsa de Tóquio, caiu 4,7%, e o da de
Hong Kong retrocedeu 5,4%.
Boa parte das Bolsas da
Ásia, como é o caso da de Xangai (China) só volta
a funcionar na semana que vem, devido ao feriado do Ano Novo Lunar.
(FABRICIO VIEIRA - Folha de S.Paulo)
Abrapp:
Dois eventos atraem público no Nordeste
A Fundação
Coelce de Seguridade Social (FAELCE) coordenará a realização
de dois importantes eventos em 2008 em Fortaleza: nos dias 12 e 13 de junho
será realizado o 13º Encontro dos Profissionais de Investimento
do Norte e Nordeste, enquanto nos dias 7 e 8 de agosto será a vez
do 11º Encontro de Profissionais de Benefícios das EFPCs das
Regionais Nordeste e Centro-Norte. Ambas as iniciativas serão realizadas
com o apoio da ABRAPP-ICSS-SINDAPP e deverão reunir, cada uma, um
público estimado em 200 pessoas. “Esses encontros têm-se mostrado
muito enriquecedores, pela possibilidade que abrem de um maior debate e
troca de experiências”, resumiu o Presidente da FAELCE, Tarcísio
Bezerra. (Diário dos Fundos de Pensão)