Previdência
- Clipping de Notícias - 12.01.2012
Notícias dos principais jornais sobre
o segmento de Previdência em seu e-mail diariamente
(Caso
deseje cancelar o recebimento deste material - favor retornar mensagem
com esta finalidade. Gratos)
O Dia da Previdência - Nossa Leitura
Dia dos Aposentados: As associadas da Abrapp têm até amanhã para indicar os nomes dos participantes assistidos que irão representá-las na homenagem que será realiada daqui a duas semanas (dia 23), no Rio de Janeiro. (vide matéria abaixo)
O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 1,8013, com alta de 0,03% em relação ao fechamento da terça-feira. Na Bolsa de Valores de S.Paulo o Ibovespa fechou a quarta-feira em alta de 0,26% com o volume financeiro no patamar de R$ 5,52 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones da Bolsa de Valores de Nova York fechou o dia em alta de 0,03% e a Nasdaq subiu 0,31%.
AssPreviSite
Dia
do aposentado: Indicação das associadas da Abrapp
As associadas têm
até esta sexa-feira para indicar os nomes dos participantes assistidos
que irão representá-las na homenagem que a ABRAPP, com o
apoio do SINDAPP, irá realizar duas semanas mais tarde (dia 23),
no Rio de Janeiro, pela passagem do Dia do Aposentado.
As associadas devem apontar
os nomes dos aposentados, e dos respectivos patronos encarregados da entrega
dos diplomas aos seus homenageados, por meio do endereço eletrônico
abrappatende@abrapp.org.br . Esclarecimentos adicionais poderão
ser obtidos através dos telefones (11) 3043.8783/84/85.
Será o primeiro grande
evento que estaremos promovendo em 2012, um ato de muito simbolismo, uma
vez que diz respeito à própria razão de existir dos
fundos de pensão.
A cerimônia será
realizada no auditório da Academia Brasileira de Letras, (Teatro
Raimundo Magalhães Jr.), localizado à Avenida Presidente
Wilson 203, no Castelo, centro da cidade. (Diário dos Fundos de
Pensão)
Fundação
CEEE: Concurso comemora o Dia do Aposentado
A Fundação
CEEE comemorará o Dia do Aposentado, em 24 de janeiro, levando 25
assistidos para um dia de lazer no Vila Ventura Resort, em Viamão,
região metropolitana de Porto Alegre. Desde 2007, a entidade marca
a data selecionando seus aposentados através de concursos que estimulam
a criatividade e o bom relacionamento dos participantes com seu fundo de
pensão. Em dezembro foi lançado o concurso “Conselhos de
Quem Entende”, que convidou os assistidos a escreverem frases sobre o que
diriam às pessoas que não aderiram aos planos previdenciários
da Fundação CEEE. Os conselhos foram enviados pela internet
e também puderam ser gravados por telefone. A iniciativa faz parte
do Programa de Educação Financeira e Previdenciária
da entidade. “Além de comemorar o Dia do Aposentado, conseguimos
alinhar as ações de educação previdenciária
à estratégia de crescimento da Fundação CEEE,
fazendo com que os nossos assistidos reflitam sobre a importância
da entrada de novos participantes nos planos previdenciários”, afirma
Magdarlise Dal Fiume Germany, gerente de relações institucionais.
No dia 11 de janeiro, a Fundação CEEE reuniu o júri
para escolher os ganhadores. A comissão julgadora foi composta por
um colaborador, diretores, conselheiros, além de representantes
das patrocinadoras e instituidores. O bom-humor e a criatividade marcaram
a maioria dos conselhos daqueles que entendem muito sobre o que significa
fazer parte de um fundo de pensão. (Fundação
CEEE/AssPreviSite)
Previ:
Políticas de Investimentos
Com o objetivo de buscar
a melhor rentabilidade possível para os investimentos dos Planos,
a fim de cumprir com o dever fiduciário de pagamento de benefícios
– razão de ser da PREVI, as Políticas de Investimentos dos
Planos de Benefícios são revisadas anualmente. A revisão
do documento é coordenada pela Diretoria de Planejamento, a partir
de cenários elaborados em cooperação com as diretorias
de Investimentos e Participações e também conta com
o apoio de uma consultoria externa, além da troca constante de informações
com o Banco do Brasil e suas subsidiárias, como a BB DTVM e a Brasilprev,
para melhorar ao máximo a qualidade da análise.
Para o período de
2012 a 2018, as Políticas de Investimentos mantiveram as metas de
rentabilidade dos Planos. Para isso, uma das estratégias é
a diversificação dos ativos. A estimativa de redução
dos juros no longo prazo, também determina uma mudança de
estratégia para os investimentos de renda fixa que, segundo o diretor,
vai exigir um papel mais ativo dos gestores na área de renda fixa
e a procura por mais opções em títulos privados. "Buscamos
os setores da economia que tradicionalmente nos dão os melhores
retornos, mas também fazemos uma correlação entre
os ativos, de maneira que a eventual redução de desempenho
em um deles seja compensada pela aceleração em outro setor
ou classe de ativo", argumenta o diretor de investimentos da PREVI, Vitor
Paulo Gonçalves.
O cenário de crise
externa, que provoca questionamentos entre alguns participantes, também
foi analisado cuidadosamente pela equipe da PREVI na elaboração
das Políticas de Investimentos. "O cumprimento da Política
e os resultados são monitorados a cada três meses, levando
em conta dados como a macroalocação dos recursos e o fluxo
de caixa. Desse modo, a Política de Investimentos pode ser revista
a qualquer momento em caso de eventos extraordinários. Isso, no
entanto, nunca foi necessário, mesmo em 2008, na quebra do banco
de investimentos norte-americano Lehmann Brothers, momento da pior crise
financeira mundial das últimas décadas", enfatiza o diretor.
Uma Política para
cada Plano - Os Planos de Benefícios da PREVI possuem particularidades
bem distintas um do outro. No Plano 1, o número de aposentados já
é bem maior que o de ativos, o que significa mais pagamentos de
benefícios que arrecadações. Já o PREVI Futuro,
é bem mais jovem e está em plena fase de acumulação.
Essas características são uns dos critérios que ditam
estratégias distintas para cada um deles.
No Plano 1, a Política
de Investimentos 2012-2018 vai priorizar, na renda variável, aplicações
em empresas com grande capacidade de distribuição de dividendos.
"Por se tratar de um plano
em fase madura, ou seja, com crescente desembolso, os ganhos devem vir
dos dividendos e não necessariamente dos ganhos de capital proporcionados
pelas ações. E essas empresas e setores geralmente propiciam
uma remuneração adequada em períodos de queda de juros",
afirma o diretor. Dessa forma, a tendência será de redução
dos investimentos em bolsa no Plano 1, mas com muito cuidado para evitar
perdas com a venda de ações em momentos de baixa. Na renda
fixa, a gestão dos investimentos será mais ativa, com busca
de alternativas atraentes, além dos títulos públicos.
Para o Plano PREVI Futuro,
a ordem na Política de Investimentos 2012-2018 é aumentar
a exposição em renda variável e reduzir a participação
da renda fixa no total das aplicações. Como se trata de um
plano em fase de acumulação de recursos, essa exposição
pode propiciar melhores benefícios mais à frente. "Em todos
os estudos efetuados, não há um único cenário
em que a renda variável não bata a renda fixa no longo prazo",
justifica Vitor Paulo.
Para o diretor de Planejamento
tranquiliza quem se assusta com a crise nas bolsas, já que a crise
pode abrir boas oportunidades de compras, por exemplo. "No momento, existem
ações com o valor em bolsa abaixo do valor dos ativos da
empresa", explica.
Seguindo essas análises,
o Perfil PREVI, que concentra cerca de 90% dos participantes do PREVI Futuro
e no qual estão aqueles que não fazem opção
por outro Perfil, terá um aumento no teto de exposição
à renda variável. O percentual de aplicação
em renda variável, que era de 30% e 40%, tem sua faixa ampliada
para 30% a 50%, dando mais flexibilidade aos gestores. Nos perfis Conservador,
Moderado e Agressivo, não haverá mudanças de alocação.
(Diário dos Fundos de Pensão)
Infraprev:
Política de Investimentos 2012 está no portal
A Política de Investimentos
de 2012 do INFRAPREV, aprovada pelo Conselho Deliberativo já está
no portal. Os participantes ativos e assistidos podem consultar no item
Investimentos, desde que apresentem login e senha. Revisada anualmente,
a Política está em vigor desde 1º de janeiro e é
válida até 31/12/2012.
A Política tem o
objetivo de orientar os fundos de pensão quanto à aplicação
dos investimentos de acordo com os pagamentos atuais e futuros dos benefícios
previdenciários. Estabelece as diretrizes que regem os investimentos
da entidade e que visam garantir a segurança, liquidez e rentabilidade
necessárias.
Cada Plano de Benefício
possui a sua política de investimentos: CV, BDI, BDII e o Plano
de Gestão Administrativo (PGA). O Plano de Gestão Administrativo
norteia os investimentos dos Recursos Administrativos do INFRAPREV.
O documento contempla as
metas de alocação e referencial de rentabilidade para cada
segmento de investimento: renda fixa, renda variável, investimentos
estruturados, investimentos no exterior, imóveis e operações
com participantes, bem como o cenário macroeconômico que norteou
a sua elaboração.
Contempla, ainda, todos
os itens obrigatórios previstos na Resolução do Conselho
Monetário Nacional nº 3.792, de 24 de setembro de 2009, que
define as diretrizes de aplicação dos Recursos Garantidores
das Reservas Técnicas dos fundos de pensão. (Infraprev/AssPreviSite)
Funjesem:
Plano para familiares chegou!
Depois de realizar diversas
cotações ao longo de mais de um ano, a Funsejem anuncia uma
alternativa de plano aberto de previdência privada a custos reduzidos
para sua família. O banco com quem a Fundação firmou
um convênio para a oferta deste produto diferenciado é o Safra,
por ter combinado requisitos de melhores condições financeiras
e contratuais. Confira mais informações abaixo:
Quem pode se inscrever:
Cônjuge, filhos, noras, genros, enteados e netos de qualquer participante
da Funsejem: ativos, autopatrocinados, vinculados e aposentados.
Contribuição
mensal: tem valor mínimo de R$ 50,00 e pode ser paga via boleto
bancário ou debitada em conta do Safra, no caso de quem é
correntista.
Contribuição
esporádica: tem valor e periodicidade livres.
Tipo do plano: PGBL e VGB
L.
Perfis de investimento:
o plano apresenta três classificações de fundo de investimento.
1) Baixo risco: investimentos
100% renda fixa.
2) Médio risco: investimentos
de até 20% na renda variável (mercado de ações)
e o restante renda fixa.
3) Alto risco: investimentos
de até 49% na renda variável (mercado de ações)
e o restante renda fixa.
Carência para resgate
ou transferência: 60 dias.
Custos administrativos:
Não há taxa de carregamento, normalmente cobrada sobre cada
depósito. Quanto à taxa administrativa, é aplicada
a valores inferiores aos praticados pelo mercado, variando de 0,8% a 1,5%,
conforme o perfil de investimento escolhido (baixo, médio ou alto
risco) e patrimônio.
Inscrição:
a partir de 16 de dezembro de 2011.
Contato para inscrição
e mais informações
Somente pelos canais de
atendimento do banco Safra, que são:
Telefone: 0300-105-1234
- Opção Previdência
Email: previdencia@safra.com.br
Site: http://www.safraasset.com.br/hotsite/AE2/default_AE.htm
(Funjesem/AssPreviSite)
Funcef:
Processo de Seleção de Conselheiros
Interessados podem se inscrever
até 10 de fevereiro
Estão abertas, até
10 de fevereiro, as inscrições para o Processo de Seleção
de Conselheiros (PSC). O objetivo é selecionar entre os participantes
da ativa e aposentados da Fundação, profissionais com perfis
adequados para compor um Banco de Aprovados para futuras indicações
em Conselhos de Administração e fiscal em empresas
em que a FUNCEF possui participação.
Os interessados deverão
cadastrar suas informações pessoais e profissionais no Portal
do PSC, disponível no site da FUNCEF (link: https://www.funcef.com.br/Apl/AdmConselho/login.aspx).
Após o encerramento das inscrições, a seleção
será realizada em três etapas: análise documental,
entrevista comportamental e entrevista técnica.
Os critérios de pontuação
na fase inicial e classificatória do processo foram aprimorados,
com o reconhecimento e valorização da trajetória
profissional do candidato como importante atributo para o perfil de um
conselheiro.
ATENÇÃO!
• A data para incluir/atualizar
o currículo e participar do Processo de Seleção de
Conselheiros termina em 10/2. Após esse dia, não será
possível modificar as informações cadastradas.
• Os participantes e pensionistas
que já possuem cadastro no PSC deverão se inscrever
novamente para este novo Processo. Os novos critérios de pontuação
tornam insuficientes as informações cadastradas anteriormente.
Os interessados deverão renovar o interesse e inscrever-se
novamente.
• Na área interna
do Portal PSC estão disponíveis documentos como o Regulamento
do processo, termos de interesse e de ausência de conflitos e o Código
de Conduta Corporativa. Consulte-os antes de realizar o cadastro.
• Dúvidas e sugestões
sobre o Processo de Seleção de Conselheiros deverão
ser enviadas para o endereço eletrônico: selecaodeconselheiros@funcef.com.br
(Funcef/AssPreviSite)
Facepi:
Certificação de diretores
A certificação
representa o reconhecimento dos esforços de qualificação
dos profissionais da seguridade e valorização de talentos,
já que é um diploma altamente reconhecido, tornando-se um
diferencial na carreira. A Diretora Presidente da Fundação
Cepisa de Seguridade Social - FACEPI, Maria das Neves Costa Lira, e o Diretor
Administrativo e de Benefícios, Benício Olímpio de
Melo Neto, receberam a Certificação por experiência
com ênfase em Administração pelo ICSS (Instituto de
Certificação dos Profissionais de Seguridade Social), órgão
que reconhece as qualificações do profissional para conduzir
entidades previdenciárias. Já o Diretor Financeiro Fabriciano
Louchard da Cunha e o Gerente Financeiro Marcello Carvalho de Alencar receberam
a Certificação também por experiência, mas com
ênfase em Investimentos, pelo mesmo instituto. (Diário
dos Fundos de Pensão)
Real
Grandeza: Campanha de solidariedade
A Coordenação
de Responsabilidade Socioambiental (DO) promove campanha em solidariedade
às vítimas dos temporais e deslizamentos de terra ocorridos
no Centro-Sul, Norte e Noroeste Fluminense.
Alimentos não perecíveis,
água potável, roupas, sapatos, material de limpeza e higiene,
fraldas descartáveis, toalhas, colchonetes, medicamentos de primeiros
socorros podem ser depositados na caixa de coleta, localizada na recepção
do edifício-sede ou entregues na sala da Coordenação
de Responsabilidade Socioambiental (5º andar). Os interessados em
doar móveis e eletrodomésticos devem entrar em contato para
posterior coleta.
Os empregados, assistidos
e pensionistas que quiserem ser voluntários na separação
e entrega das doações podem obter mais informações
pelos telefones: (21) 2528-6772; 2528-6926 (Raquel ou Luiza) ou e-mail:
luiza@frg.com.br (Real Grandeza/AssPreviSite)
AssPreviSite
e a Educação Financeira e Previdenciária
Para apoio ao seu projeto
atual ou futuro o AssPreviSite possui uma “expertise” noticiosa reconhecida
pelo sistema e pode alinhar-se aos esforços da sua Fundação,
independente do seu porte, agregando mais valor para os programas de Educação
Financeira e Previdenciária que sua Diretoria tem definido.
Somos uma excelente alternativa
para gerar conteúdo (matérias, artigos, informações,
dicas, esclarecimentos) para os programas e ações de Educação
Financeira e Previdenciária, mantendo diáriamente, uma fonte
para uso da sua Entidade.
Assim,
nossa estratégia de incentivo a cultura previdenciária pode
apoiar as ações com o aumento da abrangência das informações
para os participantes e o seu público alvo. Adote já esta
iniciativa do AssPreviSite em sua Fundação tanto para o início
do seu programa ou como em complemento a abrangência de suas ações
atuais de educação financeira e previdenciária.
Lembramos que hoje já
somos o maior apoiador dos profissionais das Entidades na atualização
e manutenção de seus sites e espaços de Educação
Financeira e Previdenciária. São mais de 30 fundações
que utilizam o material específico gerado diariamente pelo AssPreviSite.
Peça uma demonstração
da geração de conteúdo para os seus canais de comunicação.
Não somos uma consultoria, plataforma ou sistema para o seu Fundo
de Pensão. Somos sim uma excelente opção de parceria
para agregar constância, qualidade e variedade de conteúdo
de material sobre Educação Previdenciária para a sua
fundação. Informações pelo e-mail assprevisite1@uol.com.br
(AssPreviSite)
Mais
benefícios para aposentado que retornar ao trabalho
A Câmara analisa o
Projeto de Lei 2567/11, do Senado, que concede novos direitos aos aposentados
que permanecerem ou voltarem ao trabalho em atividades regidas pelo Regime
Geral da Previdência Social.
Pela proposta, esses profissionais
passarão a desfrutar de benefícios que deixaram de receber
em razão da aposentadoria. Assim, eles voltarão a receber
o auxílio-doença, o auxílio-acidente e o apoio do
serviço social. Atualmente, os aposentados que continuam trabalhando
têm direito apenas ao salário-família e à reabilitação
profissional.
Segundo o autor da proposta,
senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), os aposentados que trabalham sofrem
discriminação com as atuais restrições. “Eles
contribuem como os demais trabalhadores, mas não recebem dois dos
auxílios de que mais precisam, já que em função
da idade estão mais predispostos a doenças e acidentes”,
afirma.
A matéria tramita
em caráter conclusivo e será examinada pelas comissões
de Seguridade Social e Família; de Finanças e Tributação;
e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
(Pernambuco.Com)
Previdência
tem 60 milhões de contribuintes
Em 2010, mais de 60 milhões
de contribuintes contribuíram para Previdência Social, segundo
dados do Anuário da Previdência Social 2010, do Ministério
da Previdência Social, divulgados ontem. O anuário também
mostrou que foram incluídos cinco milhões de novos segurados.
Segundo o levantamento, 1,793 milhão de pessoas recebia dois benefícios
do INSS, 21,3 mil recebiam três benefícios e 390 pessoas recebiam
quatro benefícios. (DCI)
Anuário
Estatístico da Previdência Social
Mais de 60 milhões
de pessoas contribuíram para a Previdência Social em 2010
Cinco milhões de
novos segurados foram incorporados ao sistema
Mais de 60 milhões
de pessoas contribuíram para a Previdência Social em 2010,
segundo o Anuário Estatístico da Previdência Social
(AEPS). Isso é resultado da inclusão de aproximadamente cinco
milhões de novos segurados. Além do número de contribuintes
e uma série de outros dados, o Anuário 2010 traz, pela primeira
vez, o número de beneficiários da Previdência Social.
Agora é possível saber todos os benefícios que são
pagos a uma mesma pessoa pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Os dados apontam que 1.793
milhões de pessoas recebiam dois benefícios do INSS, 21,3
mil pessoas recebiam três benefícios e 390 pessoas recebiam
quatro benefícios. No total foram 26,161 milhões de pessoas
que receberam pagamentos pelo Instituto. Nesse número estão
os beneficiários do RGPS e também os segurados que recebiam
benefícios assistenciais.
Dos 26,1 milhões
de beneficiários da Previdência, 14,5 milhõeseram mulheres
e 11,5 milhões, homens. A maior parte dos beneficiários estava
no grupo etário de 65 a 69 anos, com um salário mínimo.
Na distribuição dos beneficiários por região,
o sudeste concentrou 11,7 milhões de pessoas, seguido da região
sul, com 4,5 milhões de beneficiários.
Dos 60,2 milhões
de contribuintes em 2010, os empregados com carteira assinada passaram
de 45,2 milhões, em 2009, para 48,6 milhões, em 2010, e os
demais somaram 13,5 milhões, contra os 12,4 milhões de 2009.
Os contribuintes individuais e os facultativos foram as categorias que
apresentaram percentuais de aumento mais significativos entre os trabalhadores
que, mesmo sem emprego formal ou carteira assinada, contribuíram
para a Previdência Social. Os individuais passaram de nove milhões,
em 2009, para 10,4 milhões, em 2010, enquanto os facultativos aumentaram
de 942 mil para um milhão.
A estabilidade do vínculo
dos trabalhadores com a Previdência também é destacada
no anuário com a análise do número médio de
contribuições. Os dados indicam que, em 2010, 45,2% dos contribuintes
recolheram ao INSS todos os meses do ano contra 44,6% em 2009. Em 2010,
a previdência concedeu 4,640 milhões benefícios em
todo o país. As novas aposentadorias previdenciárias somaram
1.025.796.
O AEPS mostra que, no último
ano, 52,8% dos trabalhadores empregados que mantinham suas contribuições
regulares ao INSS tinham renda de até dois salários mínimos,
contra 59,8% em 2009. Em 2010, 15,2% recebiam entre dois e três mínimos.
Contribuintes com renda superior a oito salários mínimos
somaram 4% do total de trabalhadores filiados à Previdência
Social. (Natália Oliveira - Ascom/MPS)
Benefícios
em cidades atingidas pelas cheias
A Previdência Social
antecipará o pagamento de todos os benefícios pagos a aposentados
e pensionistas que moram em cidades atingidas pelas enchentes que tiverem
o estado de calamidade decretado pelo governo federal. A informação
é do ministro Garibaldi Alves Filho, que esteve ontem no Senado.
Ele disse que medida idêntica
foi tomada no ano passado, quando Pernambuco e Alagoas tiveram várias
cidades afetadas por enchentes. "Essa antecipação é
feita a todos os benefícios pagos pela Previdência Social",
disse Garibaldi Alves.
Hoje, o Executivo liberou
R$ 75 milhões para ações emergenciais nos estados
de Minas Gerais, do Rio de Janeiro e do Espírito Santo, afetados
por fortes chuvas. Os recursos serão repassados aos governos estaduais
e municipais para serem usados em despesas com alimentos, abrigos e combustíveis.
Para Minas Gerais, serão
destinados R$ 30 milhões, para o Rio de Janeiro, R$ 25 milhões,
e para o Espírito Santo, R$ 20 milhões. A transferência
dos recursos será feita por meio do cartão da Defesa Civil.
A liberação
dos recursos foi decidida após reunião sob coordenação
da ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, com os ministros da Integração
Nacional, Fernando Bezerra; da Ciência e Tecnologia, Aloízio
Mercadante; dos Transportes, Paulo Passos; do Desenvolvimento Social, Tereza
Campello, e da Saúde, Alexandre Padilha. (Agência
Brasil)
Cobap:
Missa dos aposentados em Aparecida
O presidente da COBAP, Warley
Martins, convoca os aposentados brasileiros para a Missa de ação
de graças ao Dia Nacional do Aposentado, que será celebrada
dia 29 de janeiro (domingo), às 8 horas, na Basílica de Nossa
Senhora Aparecida, em Aparecida (SP). "Esperamos cerca de 15 mil pessoas
para essa celebração. Caravanas de São Paulo, Minas
Gerais, Rio de Janeiro e região do Nordeste já confirmaram
presença e quero reforçar o convite para os aposentados da
região de Aparecida", ressalta Warley.
A COBAP, em parceria
com a FAPESP, FAPMG e FAAPERJ, também promove grande manifesto após
a celebração religiosa. "Será um ato de repúdio
ao descaso que os aposentados brasileiros têm sofrido pelos últimos
governos. Porém de forma pacífica e organizada", ressaltou
o presidente. Quem não puder participar, poderá acompanhar
a missa ao vivo pela TV Aparecida, que transmitirá para todo território
nacional. Na oportunidade os aposentados também irão ler
a Carta de Aparecida, documento oficial respaldado pela Igreja Católica
que revela o sofrimento e a luta, além das reivindicações
dos idosos brasileiros. (Livia Rospantini - Cobap)
Terceirização
da mão de obra
Juízes do Trabalho
articulam mudanças no projeto de terceirização
A Associação
Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) está
decidida a elevar os esforços para tentar promover mudanças
na proposta de regulamentação de terceirização
de mão de obra que tramita no Congresso. O diagnóstico da
entidade em relação ao texto costurado na Câmara dos
Deputados é claro: haverá um incentivo direto à terceirização
do trabalho, os trabalhadores terão mais dificuldades para obter
seus direitos na Justiça e menor poder de barganha nas negociações
com seus patrões.
No ano passado, representantes
da Anamatra participaram de reuniões com técnicos dos ministérios
do Trabalho e da Justiça e também com parlamentares para
tratar do assunto. Até agora, no entanto, não obtiveram sucesso.
O projeto é relatado pelo deputado Roberto Santiago (PSD-SP), e
pode ser analisado pela Comissão de Constituição e
Justiça e pelo plenário da Câmara no primeiro semestre.
Se aprovado, o texto será ainda enviado ao Senado e terá
de receber o crivo da presidente Dilma Rousseff.
A Anamatra, entretanto,
não terá vida fácil. Além do lobby do empresariado
em favor do projeto, o movimento sindical se dividiu. O relator é
vice-presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), mas a Central
Única dos Trabalhadores, por exemplo, critica alguns pontos do seu
parecer. Outro fator pode dificultar a ação dos juízes
do Trabalho: o governo, que tem uma base parlamentar formada tanto por
representantes dos trabalhadores como dos empresários, evita anunciar
uma posição clara sobre o assunto e colocar seu peso político
para influenciar a tramitação da proposta.
"O projeto vai acabar produzindo
no Brasil uma reforma trabalhista precarizante e vai comprometer o futuro
do Brasil", afirmou o vice-presidente da Anamatra, Paulo Schmidt, segundo
quem já há 11 milhões de trabalhadores terceirizados
entre os 43 milhões de empregados formais no país. "A aprovação
desse projeto significa uma reforma trabalhista jamais pensada pelo mais
radical dos liberais."
Na avaliação
de Schmidt, ao não estabelecer regras claras para proibir a terceirização
dos trabalhadores responsáveis pela execução de atividades
fins das empresas, o projeto de lei gerará um cenário em
que o Brasil poderá ter diversas empresas sem empregados. Ao admitir
a subcontratação, acrescentou o vice-presidente da Anamatra,
a proposta também poderá acabar permitindo a "quarteirização
e a quinteirização".
"A responsabilidade pela
mão de obra vai se diluindo para, ao fim e ao cabo, não haver
responsabilidade nenhuma", alertou o dirigente da Anamatra, lembrando que
a maioria dos processos judiciais que os trabalhadores vencem mas não
conseguem executar a sentença é movida por trabalhadores
terceirizados. "Para o juiz do Trabalho, o direito do trabalho é
menos efetivo na terceirização. Não é uma questão
ideológica, é uma questão prática."
Paulo Schmidt também
criticou a forma como o projeto de lei em tramitação define
a responsabilidade das empresas contratantes pelos trabalhadores terceirizados.
O parecer em discussão na Câmara estabelece que inicialmente
a responsabilidade seja subsidiária. Mas, se a empresa contratante
não se certificar que a sua contratada está assegurando os
direitos dos trabalhadores terceirizados, passará a ter responsabilidade
solidária. Quando há responsabilidade subsidiária,
o terceirizado só pode cobrar direitos trabalhistas da empresa contratante
depois que forem esgotadas as possibilidades de cobrá-los da empresa
contratada. Já a responsabilidade solidária determina que
a tomadora e a prestadora do serviço se responsabilizem pelas obrigações
trabalhistas e previdenciárias. (Fernando Exman - Valor Online)
CLT:
Trabalho na empresa e à distância
Celular fora do trabalho
pode dar hora extra
Lei que altera CLT, sancionada
pela presidente Dilma, acaba com distinção entre trabalho
dentro da empresa e à distância
Advogados entendem que funcionário
possa receber adicional por trabalho com mensagens fora do expediente
Em tempos de popularização
dos smartphones, uma lei que acaba com a distinção entre
trabalho dentro da empresa e à distância, sancionada pela
presidente Dilma Rousseff no final de 2011, já gera polêmica
entre empregados e empregadores.
A legislação,
que alterou a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), diz
que o uso de celular ou e-mail para contato entre empresas e funcionários
equivale, para fins jurídicos, às ordens dadas diretamente
aos empregados.
De acordo com advogados
especializados, a mudança abre espaço para que funcionários
que usam o celular para trabalhar após o horário de expediente,
por exemplo, recebam horas extras por isso.
Até agora, a legislação
trabalhista colocava no mesmo patamar o trabalho no escritório e
o feito de casa, mas não mencionava o uso de tecnologias que permitem
que o funcionário possa produzir onde quer que esteja.
"A CLT foi promulgada em
1943, quando não havia os meios de comunicação atuais",
diz a advogada trabalhista Aparecida Hashimoto, do Granadeiro Guimarães
Advogados. "Mesmo que o funcionário atenda uma ligação
por cinco minutos, ele está trabalhando. Deveria ter direito a receber."
É uma interpretação
oposta à de entidades empresariais, como a CNI (Confederação
Nacional da Indústria), que rebatem que o objetivo do projeto de
lei do deputado Eduardo Valente, de 2004, que deu origem à mudança
da CLT, era somente regular o trabalho à distância.
Ou seja, quando o funcionário
tem acesso remoto inclusive ao sistema da empresa. "Para nós essa
interpretação foi uma surpresa, porque o objeto, o sentido
da lei era regular, garantir segurança, e não gerar insegurança",
afirma Emerson Casali, gerente-executivo de Relações do Trabalho
e Desenvolvimento Associativo da CNI.
REVISÃO
A mudança na legislação
já faz com que o TST (Tribunal Superior do Trabalho) considere revisar
uma súmula, de maio do ano passado, que estabelece que o uso de
pagers ou celulares corporativos não caracteriza o "regime de sobreaviso".
Se o funcionário
está de sobreaviso, a lei determina que a empresa pague a ele um
terço do valor que desembolsaria na hora do expediente.
Com a alteração
na CLT, o tribunal trabalha com três cenários possíveis
para revisar a jurisprudência.
A primeira seria considerar
o pagamento por regime de sobreaviso, um terço da hora trabalhada.
A segunda seria considerar o contato via e-mail ou celular como hora normal
de trabalho, e a terceira seria manter a súmula e não pagar
nada a mais.
Empresas já buscam
defesa por hora extra
Advogados elaboram sugestões
de políticas internas a serem seguidas após o expediente,
evitando abuso e 'má-fé'
Na Alemanha, Volkswagen
vetou e-mail e desativou funções dos celulares corporativos
à noite
A mudança na legislação
trabalhista, que colocou o trabalho à distância no mesmo patamar
do realizado no escritório, acentuou a corrida de empresas para
se defender de ações judiciais para pagamento de horas extras.
Luiz Fernando Alouche, sócio
responsável pela área trabalhista do Almeida Advogados, afirma
que o escritório já elabora, a pedido de empresas, sugestões
de políticas internas a serem seguidas fora do horário de
expediente.
"A ideia é evitar
abusos ou empregados agindo de má-fé. A orientação
é que essas políticas internas determinem que o funcionário
não pode mandar e-mails ou fazer ligações para a empresa
fora do seu local de trabalho."
HORÁRIO FLEXÍVEL
Atualmente, o escritório
de advocacia faz trabalhos nesse sentido para três empresas diferentes,
todas de tecnologia da informação, um dos setores mais afetados
pela mudança na legislação.
"No mundo atual, está
se tornando cada vez mais comum a pessoa desenvolver o trabalho no horário
que lhe convier", defende Luís Mario Luchetta, presidente da Associação
das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação.
"Para o contratante, o importante
é que o funcionário cumpra com seus objetivos no prazo de
entrega e com qualidade", completa.
Na avaliação
do advogado especializado Estevão Mallet, do Mallet Advogados Associados,
a mudança na legislação apenas explicitou algo que
já estava implícito anteriormente. "Não acredito que
as empresas passem a pagar hora extra porque ligam ou mandam mensagens
aos seus funcionários", afirma.
VOLKSWAGEN
Tecnologia da informação
não é o único setor em que começam a ocorrer
mudanças nas relações de trabalho por conta de avanços
tecnológicos. Na Alemanha, a montadora Volkswagen aceitou poupar
funcionários dos e-mails que chegavam via celulares corporativos
fora do expediente.
Após acordo entre
patrões e empregados, a função foi desativada dos
aparelhos durante a noite, e os empregados passaram a receber e-mails até
meia hora antes ou depois da hora de trabalho.
Mais de 50% respondem
a e-mail nas férias
A lei que prevê o
pagamento de horas extras para funcionários contatados fora do horário
de trabalho poderá beneficiar muitos brasileiros.
Pesquisa realizada pela
Asap, consultoria de recrutamento de executivos, e divulgada pela Folha
em novembro revelou que mais de 50% dos empregados brasileiros respondem
a e-mails de trabalho durante as férias.
Foram entrevistadas 1.090
pessoas com renda mensal entre R$ 5.000 e R$ 15 mil.
O levantamento mostrou ainda
que 80% dos funcionários são acionados pela empresa nas folgas
por mensagens de celular. E mais da metade dos entrevistados disse que
o teto da carga horária aumentou de oito para dez horas diárias.
(MAELI PRADO e PRISCILLA OLIVEIRA - Folha de S.Paulo)
Europa:
por quem os sinos dobram?
"O real não está
na saída nem na chegada: ele se dispõe para a gente é
no meio da travessia". Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas
Os dias passam e a crise
europeia continua se arrastando. Entramos em 2012 e não há
sinais de que as turbulências terminarão. Momentos de alívio
e até euforia nos mercados financeiros são seguidos por outros
de quase pânico; observa-se uma ciclotimia com frequência e
intensidade como há muito não se via.
O receituário predominante
para se mitigar a crise tem sido ditado pela Alemanha, a qual preconiza
que não há solução fora do ajuste fiscal dos
países em crise. Resiste-se a um ajuste de dívidas com renegociações
amplas e lançamento de eurobonds, com o Banco Central Europeu (BCE)
passando a ser um devedor em última instância e a ter um papel
mais proeminente na reorganização financeira dos países
do euro, como clamam os líderes dos países em dificuldades.
Tampouco se consideram ações pró-ativas de oxigenação
das economias por meio de uma política monetária mais flexível,
tal como a dos EUA, ou de políticas de incentivo à retomada
da atividade econômica.
A região do euro
carece de ajustes que vão muito além do orçamento
equilibrado. Insistir nessa direção só adiará,
com custos econômicos, sociais e políticos, a adoção
de medidas que ofereçam alternativas críveis de recuperação
e de crescimento sustentável
A exigência de forte
controle orçamentário e a proposta de convergência
fiscal podem ter implicações políticas imprevisíveis
devido aos seus impactos sociais de curto prazo. A população
classificada como pobre ou ameaçada de risco social já chega
a 30% ou mais em alguns países da região. As disparidades
nas taxas de desemprego revelam tanto a heterogeneidade dos países
quanto a intensidade com que a crise tem afetado cada um deles. De fato,
enquanto Espanha e Grécia registram desemprego de 22,9% e 18,8%,
Áustria e Alemanha registram 4% e 6,4%, respectivamente. Mas é
improvável que os países até agora menos afetados
pela crise se mantenham protegidos dos seus efeitos a médio e longo
prazos.
A situação
requer soluções consensuais e permanentes para a reorganização
financeira e econômica. Não há, pois, por que indagar
"por quem os sinos dobram", como disse o poeta britânico John Donne
no século XVII. O foco no receituário de austeridade fiscal
detona um ciclo vicioso em que cortes orçamentários restringirão
ainda mais as receitas públicas, requerendo, por conseguinte, cortes
adicionais de despesas. Assim, ajustes fiscais rigorosos "per se" não
devem se sustentar e tampouco trazer confiança aos mercados, a não
ser que sejam combinados com planos concretos para o "day after", quais
sejam, políticas para a retomada do crescimento econômico
e para o enfrentamento das heterogeneidades entre os países membros
da zona do euro.
As elevadas desigualdades
em áreas como produtividade, competitividade e estoque de capital
por trabalhador se refletem nas balanças de pagamentos dos países.
Esse é o ponto central da crise. Quase 40% do comércio alemão
é feito com os países da região do euro e nada menos
que 60% do saldo da balança comercial da Alemanha se origina das
transações com aqueles países, o que mostra quão
profundos são os desequilíbrios.
E essa situação
não decorre do impacto da crise de 2008; vem de longe. No período
2000/2007, por exemplo, o resultado anual médio da balança
em transações correntes da Alemanha foi de US$ 94,6 bilhões,
enquanto para três dos países hoje situados no foco da crise
(Portugal, Espanha e Grécia) o resultado negativo anual médio
(dos três em conjunto) foi de US$ 32 bilhões. E para não
ficar nestes, ressalte-se que no caso da França, o resultado foi
um superávit de apenas US$ 4,4 bilhões (média anual
2000/2007). A disparidade dos números falam por si. A diferença
dos perfis das balanças de pagamentos é tal que, em 2010,
o superávit nominal total em contas correntes da Alemanha foi maior
que o déficit conjunto de Espanha, Grécia, Itália,
Irlanda e Portugal.
É importante recordar
que o Tratado de Maastricht, de 1992, já havia explicitado compromissos
de limites de déficits e da relação dívida/PIB,
como se reitera agora com maior rigor. No entanto, nada foi estabelecido
para o controle dos balanços de pagamentos, o que contribuiu para
a desorganização orçamentária e financeira
dos países do euro durante a crise financeira de 2008/2009. Muito
embora os desequilíbrios e os problemas estruturais entre os países
da região sejam anteriores à crise financeira, eles foram
duramente agravados por ela.
Tudo isso indica que uma
eventual recessão ou uma estagnação econômica
na Europa deverá ter impactos não negligenciáveis
na economia alemã, o que trará, por sua vez, novos obstáculos
e impasses para a já frágil situação da zona
do euro.
Merkel e Sarkozy discutiram
nos últimos dias maneiras de incentivar o crescimento na região.
É possível que algumas medidas compensatórias paliativas
sejam anunciadas, mas é improvável que ações
suficientes e compromissos que tratem dos desequilíbrios sejam assumidos.
Enfim, a região do
euro carece de ajustes que vão muito além do orçamento
equilibrado. Insistir nessa direção apenas adiará,
com custos econômicos, sociais e políticos, a adoção
de medidas que ofereçam alternativas críveis de recuperação
e crescimento sustentável (Guilherme Lacerda e Jorge
Arbache - Valor Online)
Mercados
ensaiam otimismo em um cenário ainda ruim
Sinais encorajadores de
uma retomada sustentada da economia americana levaram os mercados a momentos
de otimismo neste início de ano. O desemprego caiu nos Estados Unidos,
a indústria ganhou fôlego, os gastos de consumo deram algum
indício de alento, enquanto a crise na zona do euro, por alguns
dias, parou de piorar. As ações do Banco Central Europeu,
de dar todos os recursos que os bancos precisam para se financiar pelos
próximos três anos, propiciou uma trégua em um ambiente
demasiadamente carregado de maus presságios. O remendo proposto
pelos governos da Alemanha e França para apertar as regras de governança
econômica da zona do euro - por fora dos tratados da União
Europeia - está agora animando os mercados e pode indicar que os
governos em dificuldades, como os da Itália e Espanha, terão
algum tempo de paz enquanto aplicam seus drásticos programas de
austeridade.
Apesar disso tudo, os indícios
de mudança do cenário de desaceleração global
ainda são tênues e bastante frágeis. A zona do euro
deverá apontar que entrou em uma recessão no último
trimestre do ano. Uma pesquisa do "The Wall Street Journal" aponta que
48 dos 50 economistas consultados creem que a Europa entrará em
breve recessão. Já as previsões coletadas pela revista
britânica "The Economist" não são tão otimistas
e indicam que a zona do euro fechará 2012 em recessão. A
forte desaceleração da economia alemã, que encerrou
2011 com um crescimento de 3%, e o quarto trimestre com uma retração
de 0,25%, mostra que da recessão a união monetária
não escapa. No mesmo sentido vai o Fundo Monetário Internacional,
que, segundo a diretora-gerente Christine Lagarde, revisará para
baixo suas projeções para o desempenho da economia global.
Com todos os países
importantes da zona do euro realizando cortes nos orçamentos e tentando
diminuir os déficits públicos, não há uma luz
no fim do túnel para a retração. Alguns analistas
acreditam que a desvalorização do euro, de 14% em relação
ao dólar desde maio, e de 8% em relação a uma cesta
de moedas, traz a possibilidade de alguma reação. Uma desvalorização
de 10% do euro produziria um avanço de quase 1% no PIB anual da
região, com os efeitos tornando-se perceptíveis a partir
do sexto mês ("Financial Times", 10 de janeiro). Isso seria um belo
estímulo para a Alemanha, cujas exportações correspondem
a 50% do PIB, mas também para a Itália, onde essa relação
é um pouco inferior a 30%.
De qualquer forma, grande
parte do comércio externo da UE é feita dentro do bloco,
com prevalência da Alemanha. Com a demanda doméstica recuando
em todos os países, a válvula de escape da exportação
tem seus limites. Um deles está exatamente no recuo do comércio
mundial, cuja magnitude dependerá crucialmente do desempenho dos
países emergentes. Apesar da profundidade da crise de 2008, China,
Índia e Brasil conseguiram reencontrar rapidamente o caminho do
crescimento. A nova onda da crise, desta vez vinda da Europa, deve frear
a América Latina e a Ásia, mas as apostas são de que
essas economias continuarão com dinamismo relativo invejável.
A grande incógnita
é o destino da economia chinesa. A estimativa do FMI, feita em setembro,
mostra desaceleração de 9,5% em 2011 para 9% em 2012, isto
é, quase nada. Os mais recentes indicadores não são
bons, mas podem não indicar tendências. As importações
em dezembro cresceram 11%, bem menos que os 22% de um ano antes. O saldo
comercial subiu para US$ 16,5 bilhões, o menor em dois anos. O ritmo
de crescimento das exportações se estabilizou em 13,4%. Vários
analistas apontam queda de preço, e não de volumes como responsável
pelo recuo das importações. Por esse termômetro, a
demanda doméstica, que precisa sustentar o crescimento chinês,
estaria intacta. A Nomura Securities, porém, apontou algo preocupante.
O ritmo de avanço das importações sensíveis
ao consumo interno levou tombo significativo, de 39,8% em outubro para
13,5% em dezembro.
Os mercados preveem medidas
de estímulo do governo chinês ao consumo interno, sem que
nada dramático ocorra no fôlego da economia chinesa. Se for
assim, 2012 mostraria desempenho medíocre da Europa, razoável
dos EUA (2%) e avanço ainda significativo das economias emergentes.
Mas se a China surpreender negativamente, esse cenário ruim se tornará
péssimo. (Valor Online)
Crise
mundial: Perspectivas para o Brasil
O ano de 2011, de maneira
geral, não foi dos melhores, muito em decorrência das turbulências
financeiras na Zona do Euro e da retomada de uma crise mundial, o que mostra
a real necessidade de vários países eliminarem seus grandes
déficits orçamentários, suas dívidas púbicas
(1). Contribuíram para o ano problemático as adversidades
climáticas (terremotos e tsunamis), o acidente nuclear no Japão,
além da agitação em alguns países árabes
da África e do Oriente Médio (produtores de petróleo)
e seus movimentos pró-democracia.
No Brasil, no primeiro ano
do governo Dilma, muitas ações precisam ser aplaudidas, outras,
questionadas. Por isso, antes de propriamente destacar as perspectivas
para 2012 é preciso analisar, mesmo que superficialmente, alguns
aspectos conjunturais, bem como evocar algumas premissas que nos auxiliem
na construção de um cenário futuro.
O ano de 2010 (pós-crise)
fechou com expressivo crescimento do PIB (7,5%) por conta de um conjunto
de medidas que foi tomado pelo governo Lula como resposta à retração
econômica experimentada pelo país em 2009. Aliás, o
recuo do PIB de 2009 se deu por força da crise internacional e,
também, pela demora do Banco Central, ainda em 2008, em reduzir
a taxa básica de juros, o que somente ocorreu em 2009.
A “blindagem” brasileira
para com os perversos efeitos daquela crise ocorreu justamente devido a
aplicação de políticas anticíclicas, como as
renúncias fiscais; ao fato de não ter seguido a receita de
corte de gastos mundo afora, mantendo a atividade econômica, de investimentos
e de ampliação do crédito, em pleno funcionamento,
que, diga-se de passagem, preservou o emprego em diversos setores, como
o de serviços; ao acumulo de reservas que às vésperas
da crise chegavam a quase US$ 200 bilhões; a solidez das contas
públicas, tudo propiciando uma contaminação “quase
zero” das instituições financeiras do país.
Mas e diante da “nova” crise
que vem assolando o mundo em 2011, com mais intensidade a Europa, como
vem se comportando o Brasil? Medidas eficazes vêm sendo tomadas?
O que esperar para 2012?
O Fundo Monetário
Internacional (FMI) divulgou em recente relatório trimestral (2),
em setembro, um cenário de piora significativa na economia mundial.
O órgão reduziu as perspectivas de crescimento em praticamente
todas as economias mundiais (com exceção do Japão)
para 2011. A queda mais brusca se observou na economia dos Estados Unidos,
cuja previsão de crescimento no último relatório (divulgado
em junho) era de 2,5% para este ano, e agora está em 1,5%. Diversos
especialistas afirmam que uma boa alternativa para a eurolândia seria
se o Banco Central Europeu (BCE) adotasse uma política monetária
fortemente expansionista, aumentando a oferta de moeda (desvalorizando
o Euro) reduzindo assim a taxa de juros básica e estimulando investimentos
e a competitividade do setor privado.
Para o Brasil, o Fundo também
prevê queda significativa do crescimento - ainda que bem inferior
à dos EUA. O órgão rebaixou em 0,3 ponto percentual
a estimativa de crescimento para o país em 2011, fixando-a em 3,8%
(percentuais parecidos com os divulgados pelo Banco Central - BC). Para
2012, a perspectiva manteve-se em 3,6%. Em uma seleção de
dez países da América do Sul só ficamos à frente
da Venezuela.
Sobre a política
econômica brasileira é preciso expor que há uma nítida
falta de convergência entre as medidas do atual modelo que buscam
conciliar crescimento econômico, altas taxas de juros (ao menos nesse
caso há “gordura” para queimar), arrocho fiscal e aumento do superávit
primário. Contudo, as medidas de enfrentamento da crise, para o
bem da Nação, sinalizam para estímulos ao mercado
interno (consumo e investimento), o que poderá até gerar
certa pressão inflacionária, no caso da redução
dos juros, mas ao mesmo tempo manterá, ainda que com menos vigor,
o nível de atividade econômica e evitará a fuga de
capitais.
A respeito do desemprego,
tema que merece destaque devido à magnitude da crise, o FMI também
prevê um aumento do desemprego no Brasil para o próximo ano.
O número, de acordo com o órgão, se manteve estável
entre 2010 e 2011, mas começará a avançar devido à
piora do cenário econômico, à queda do consumo e à
desaceleração da atividade industrial.
Mas até o presente
momento, o desempenho do mercado de trabalho tem superado as expectativas,
onde o grande propulsor do emprego deixou de ser a indústria e passou
a ser o setor de serviços. A taxa de desemprego para o mês
de setembro foi de 6% (em novembro caiu para 5,2%).
No caso brasileiro o problema
tem sido a escassez de mão de obra qualificada em vários
setores da economia. O Brasil está na terceira colocação
no ranking dos países que mais têm dificuldade em encontrar
profissionais qualificados para preencherem vagas disponíveis e
supera a média mundial, segundo a Manpower-Brasil (empresa que atua
na área de recursos humanos). Durante muito tempo o Brasil não
privilegiou o ensino técnico e tecnólogo de qualidade, mas
sim o universitário (nem sempre de boa qualidade), destoando de
uma economia evolutiva nos últimos anos que precisa de gente qualificada
para trabalhar.
Na zona do euro a taxa de
desemprego é a maior desde a criação da moeda. Para
se ter uma ideia do tamanho do problema, somente os denominados PIIGS (Portugal,
Itália, Irlanda, Grécia e Espanha) tiveram, em setembro,
uma taxa média de desemprego em torno de 15% (Eurostat). No total,
são 23,6 milhões de europeus desempregados, sendo que 16,3
milhões deles estão nos 17 países que usam a moeda
única. Os efeitos nos países europeus, em especial porque
as taxas continuam a subir, juntamente com a inflação, fazem
forte pressão negativa sobre o poder de compra, assim como as medidas
de austeridade, reduzindo a massa salarial, o consumo das famílias
e, obviamente, impedindo o crescimento. Nos EUA, a taxa de desemprego para
o mês em questão foi de 9%. Os cidadãos estadunidenses
com mais de 65 anos continuam a trabalhar porque seus ativos perderam valor,
inclusive seus fundos de pensão. Os mais jovens, por sua vez, amargam
baixos salários para poder ingressarem no mercado de trabalho.
Embora o Brasil esteja em
excelentes condições para enfrentar a crise mundial não
podemos permitir a erosão das reservas que estão hoje em
torno de US$ 350 bilhões, nem a recessão, nem o desemprego
e nem o corte de salários reais.
Não é por
alcançar o posto de 6ª maior economia do planeta (The Guardian),
por estarmos ainda fora do “olho do furacão”, que devemos nos gabar.
O atual governo deve se precaver para não internalizar a crise com
a continuidade dos apertos fiscais, que disporá menos investimento
privado. Não devemos seguir a receita do governo italiano que optou
por corte de gastos e elevação de impostos, pois cabe lembrar
que foi justamente por fazer o oposto que saímos bem da crise de
2008.
Outras receitas, como a
manutenção de uma política de aumento do salário
mínimo, elevando o consumo e a não demora do BC em baixar
a taxa de juros (aprendendo com os erros de 2008), são recomendadas.
É preciso ficar atento,
pois o ambiente mundial está recheado de dúvidas sobre o
futuro da crise e seus desdobramentos. Fato é que seus efeitos também
estão chegando com intensidades diferentes nas economias emergentes,
que incluem o Brasil, sinalizando uma redução do crescimento
econômico e o risco de aumento da inflação.
Diante desse cenário,
das tentativas de amenizar os efeitos da crise, pode-se prever que nas
políticas econômicas mundiais adotadas para esse enfrentamento
haverá cortes significativos de recursos orçamentários
destinados aos programas sociais como saúde pública, previdência,
combate ao desemprego e educação, por exemplo. Tais medidas
irão enfraquecer os pilares do modelo de Estado de bem-estar social,
representando assim uma ameaça potencial à coesão
social.
Nesse sentido, é
importante que o governo brasileiro não minimize os riscos daí
decorrentes, visto que o impacto dessas medidas restritivas sobre sociedades
desiguais, como a nossa, poderá gerar inquietações
e protestos, poderá multiplicar os efeitos negativos, colocando
em risco a própria governabilidade. (Floriano Martins de Sá
Neto - Anfip)
Inflação
em São Paulo começa o ano em alta
O Índice de Preços
ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas (Fipe), atingiu 0,75% na primeira prévia de janeiro,
o que significa um avanço de 0,14 ponto percentual acima da taxa
apurada no encerramento de dezembro de 2010 (061%). Todos os sete grupos
pesquisados apresentaram aumentos, mas apenas o de vestuário teve
variação menor que a medição passada, com 0,06%
ante 0,38%.
Os reajustes mais expressivos
ocorreram no grupo alimentação, com elevação
de l,86% ante l,44%, seguido por despesas pessoais, que passou de l,25%
para l,31%. A terceira maior influência sobre o resultado médio
da inflação foi exercida pelo grupo habitação,
com taxa de 0,20% ante 0,17%, apesar de essa variação ter
sido inferior à registrada em educação, que subiu
de 0,04% para 0,92%.
Em transportes, o índice
ficou em 0,28%, ante 0,23%. Em saúde, a expansão média
dos preços foi pequena, passando de 0,24% para 0,25%, e ocupou a
sexta classificação entre as que mais contribuíram
para o aumento do ritmo de alta do IPC. (Agência
Brasil)
IPCA:
Novo cálculo baixaria inflação em 2011
Atualização
do IPCA, principal índice de preços do país, incorpora
novos hábitos do brasileiro e passa a valer neste mês
Educação perde
importância no cálculo e deve fazer inflação
ficar mais baixa neste início de ano
A inflação
teria sido menor em 2011 se o novo cálculo do IPCA (Índice
de Preços ao Consumidor Amplo) já estivesse sendo aplicado.
A atualização
do principal índice de preços do país, usado como
referência pelo governo para definir a meta de inflação,
começa a valer a partir deste mês.
Simulação
feita por economistas ouvidos pela Folha indicam que a inflação,
em vez de ter fechado o ano em 6,5%, poderia ter ficado entre 6% e 6,1%
se a nova estrutura tivesse sido aplicada.
Em outras palavras, se o
cálculo da inflação já incorporasse os novos
hábitos de consumo do brasileiro, o custo de vida teria subido menos
no ano passado.
"A demora em incorporar
as mudanças no consumo fez com que estivéssemos carregando
uma inflação mais alta, que não aconteceu", diz o
economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges.
O IBGE divulgou ontem a
estrutura definitiva do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor
Amplo) que vai vigorar a partir deste ano. Ela utiliza informações
de pesquisa feita entre 2008 e 2009. Até então, a inflação
usava como parâmetro estudo feito em 2002 e 2003.
Para economistas, a perda
de peso da educação no novo cálculo da inflação
é determinante para o recuo estimado em 2011.
A educação
tinha peso de 7,21% na inflação até o ano passado
e passou a responder por 4,37% no cálculo atual. Segundo o IBGE,
isso ocorre porque, em média, as famílias estão gastando
uma parte menor do seu orçamento com essa despesa.
Em 2011, esse serviço
subiu 8% e foi um dos que mais contribuíram para a alta dos preços.
Com menos peso, aumentos de preço nesse grupo terão menos
importância para o cálculo do custo de vida.
EDUCAÇÃO PERDE
A perda de importância
da educação provocou ainda previsões de inflação
mais moderada neste ano, sobretudo no primeiro trimestre, quando ocorrem
reajustes de mensalidades escolares.
Segundo o economista Fábio
Ramos, da Quest Investimentos, os serviços, que estavam superestimados
no cálculo da inflação até dezembro, encolheram
sua participação no índice. Um exemplo é a
refeição fora de casa, que perdeu peso e também deve
contribuir para uma inflação mais moderada.
Grande parte dos economistas
avalia que a atualização do IPCA resultará numa inflação
mais baixa em 2012, o que ajuda o o trabalho do Banco Central. Para Ramos,
entretanto, a alteração do cálculo não pode
ser interpretada como proposital.
"Essa atualização
ocorre sempre, em todos os países. Estão discutindo isso
agora porque a inflação está no teto da meta [estipulada
pelo governo, de 4,5% com tolerância de até 6,5%]."
(MARIANA CARNEIRO - Folha de S.Paulo)
Nova
ponderação do IPCA confirma inflação menor
A ponderação
atualizada do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),
divulgada ontem pelo IBGE, deverá de fato tirar de 0,2 a 0,4 ponto
percentual da inflação em 2012, confirmando os cálculos
realizados pelos analistas quando se tornaram conhecidos os novos pesos
do indicador, baseados na Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) 2008-2009.
Perderam espaço os serviços, que subiram 9% em 2011 e devem
continuar a pressionar a inflação neste ano, ao mesmo tempo
em que ganharam terreno os bens duráveis, que tiveram deflação
de 1,56% no ano passado e tendem a segurar os preços novamente em
2012. Com isso, os economistas mantiveram em geral as suas projeções
para a inflação deste ano, que variam, em sua maioria, entre
5% e 5,5%.
Segundo cálculos
do economista Bruno Surano, da Votorantim Corretora, o peso dos serviços,
considerando a composição antiga utilizada pelo Banco Central
(ver texto sobre a mudança nesta página), caiu marginalmente
entre dezembro e janeiro, de 24,8% para 23,6%. O percentual é muito
próximo ao que Surano havia estimado em novembro, quando foi divulgada
a nova POF que será a nova base para o IPCA a partir deste mês,
e, portanto, não altera sua projeção de 5,3% para
o IPCA em 2012, com alta de 8% nos serviços (no conceito antigo).
O economista-sênior
do Bradesco Daniel Weeks manteve a estimativa de alta de 5,3% para o IPCA
em 2012. Nas contas do Bradesco, os serviços, no conceito antigo,
caíram de 24,84% para 23,66%, enquanto os duráveis subiram
de 7,87% para 11,54%. Com isso, perdeu peso o grupo que mais pressionou
a inflação em 2011 e ganhou espaço o que mais ajudou
a segurar os preços. Weeks espera alta de 8% nos serviços
e queda de 0,2% em duráveis este ano. A nova ponderação
divulgada pelo IPCA, diz, ficou dentro do que o banco esperava. A projeção
do indicador em janeiro foi mantida em 0,5%.
Com a atualização
de ontem, a LCA Consultores estima que a participação de
serviços passou para 22%, colocando em revisão suas estimativas
para este ano, de 4,9%. "A maior dificuldade está em itens como
telefone com internet e TV por assinatura com internet, porque não
há histórico", diz o economista Francisco Pessoa, da LCA.
Segundo ele, a atualização divulgada ontem pelo IBGE corrobora
as estimativas da consultoria de que, com a nova ponderação
do IPCA, o indicador teria subido 6,1%, e não 6,5% em 2011.
Para o economista Fabio
Ramos, da Quest Investimentos, o IPCA de 2011 poderia ter tido um alívio
de ao menos 0,2 ponto percentual aplicando-se a nova ponderação.
"Isso ocorre por causa da perda relativa de peso dos serviços e
do ganho dos duráveis."
Nos cálculos de Tatiana
Pinheiro, do Santander, o peso do grupo serviços no IPCA, sem considerar
as alterações metodológicas do BC, caiu para 22,9%
a partir de janeiro. Na mesma comparação, a participação
de duráveis subiu de 7,5% para 10,5%. "Essa nova ponderação
é muito mais favorável à inflação do
que a antiga, já que fatores de pressão agora têm menos
importância e itens que ajudam ganharam peso", comenta Tatiana, que
espera inflação de 5,5% em 2012, com inflação
de serviços correndo, no mínimo, a 7%.
Como principal fator que
reduziu o peso de serviços, a economista destaca o item educação,
cuja participação caiu de 7,21% para 4,37% entre o IPCA de
dezembro e a nova ponderação que valerá a partir deste
mês. "Essa mudança faz sentido", sustenta Tatiana.
Ela aponta que, entre as
POFs de 2003 e 2009 - período marcado pelo avanço do programa
Bolsa Família - houve maior entrada de estudantes na escola pública
do que na particular, já que esse é um dos requisitos para
se ter acesso ao benefício e a renda média do trabalhador,
apesar de ter subido, ainda não permite a troca do ensino público
pelo privado.
Apesar de contribuir para
um IPCA pouco menor em 2012, neste início de ano o grupo educação
deve despontar como uma das principais pressões sobre o indicador.
Segundo projeções do Banco Votorantim, o índice oficial
de inflação deve subir 0,60% em janeiro e avançar
para 0,62% em fevereiro, puxado pelos reajustes de mensalidades escolares.
"Educação pressiona mais a inflação no começo
do ano, mas como o peso desse grupo caiu, haverá uma compensação",
afirma a economista Cristiane Quartaroli, que prevê elevação
de 5,20% no IPCA neste ano.
Além de educação,
mais quatro grupos ficaram com peso menor no IPCA a partir da nova ponderação.
Embora o grupo alimentação e bebidas tenha tido a participação
reduzida de 23,4% para 23,12%, continuará respondendo pela maior
parte do índice. As outras quedas foram observadas em vestuário,
de 6,94% para 6,66%; despesas pessoais, de 10,54% para 9,94%; e comunicação,
que passou de 5,25% para 4,96%.
Em sentido contrário,
cinco grupos viram seu peso na inflação subir, com destaque
para os transportes, que passaram de 18,69% para 20,54%; seguido por habitação,
que avançou de 13,25% em dezembro para 14,61% este mês; saúde
e cuidados pessoais, que passou de 10,76% para 11,09%; e por artigos de
residência, que cresceram de 3,9% em dezembro para 4,67% em janeiro.
(Arícia Martins, Francine De Lorenzo e Sergio Lamucci, colaborou
Rafael Rosas - Valor Online)
Mercado Financeiro
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Comunicação
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