O ônus de se aposentar no "país do futuro". Para se contrapor a argumentos confusos sobre "interesses" e "impactos" de um "justo" processo de reajuste dos aposentados, seria muito interessante que o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003) também fosse "atualizado" com um capítulo "Os direitos dos idosos aposentados". A atual discussão de cunho político-econômico deveria ter a "justiça" da relação contribuição/retorno e o "prazo de validade" do produto entregue deveria ser levado em consideração. Senão vejamos, a percepção de interesses outros parecem mover os líderes políticos e governantes de nosso país com vistas estar além de momentos específicos - agradar ou não determinadas "fatias" da população. Os benefícios pagos aos aposentados não param de cair. Quem ganhava dez salários mínimos em 1991, por exemplo, hoje recebe menos da metade disso. Esse achatamento nos leva ao seguinte questionamento: vale a pena contribuir, com o valor máximo, ao INSS? A aposentadoria mostra a falência do sistema previdenciário, pois vem sendo paga pelos ativos e não pela poupança feita há anos pelos até então trabalhadores que, como se vê, já foi para o ralo. Será que o dinheiro do pré-sal só atenderá outros "interesses" sociais de parte da população brasileira. Será que os aposentados só serão atendidos quando também se tornarem miseráveis. Atenção senhor ministro: ter agência para atender não é a única boa ação que a população e os aposentados necessitam. Uma aposentadoria digna é fundamental. Definir quem ganha ou não um reajuste digno também é um ato "politicamente correto" pois , no mínimo, não é discriminatório...
O dólar comercial encerrou a sexta-feira cotado a R$ 1,8560 com alta de 1,31% em relação ao fechamento de quinta-feira. Na Bolsa de Valores de S.Paulo o Ibovespa fechou a semana em queda de 0,74% com o volume financeiro no patamar de R$ 5,42 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou a sexta-feira em queda de 0,82%, e a Nasdaq caiu 1,19%.
AssPreviSite
Previ
nega pressão do governo por investimento
A Previ (Caixa de Previdência
dos Funcionários do Banco do Brasil), acionista do bloco de controle
da mineradora Vale, nega que tenha existido pressão do governo para
que a companhia faça mais investimentos. " Não tenho nenhuma
demanda específica sobre isso" , afirmou o presidente da instituição,
Sérgio Rosa. Nas últimas semanas, houve rumores de que o
governo federal estaria cobrando, da fundação e do BNDES,
também acionista da empresa, mais investimentos. (DCI)
Previ
nega pressão por mais investimentos na Vale
O presidente da Previ (fundo
de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), Sérgio
Rosa, negou que venha sofrendo pressão do governo para tentar frear
demissões e corte de investimentos na Vale. A Previ é um
dos controladores da mineradora, com 31% das ações com direito
a voto, ao lado do BNDES, que tem 15,5%.
Atingida em cheio pelo corte
na compra de minério pelas maiores exportadoras do mundo, a Vale
demitiu quase 2.000 pessoas desde o início da crise. Além
disso, reviu seu plano de investimentos, de US$ 14 bilhões para
US$ 9 bilhões até 2013.
"Não tenho demanda
específica sobre isso. O foco da Previ e do BNDES é o desenvolvimento
da empresa", disse Sérgio Rosa, que considera natural a preocupação
do governo. "Lula está preocupado com o mercado de trabalho. É
evidente a preocupação do governo. A Vale mostrou ao governo
que não é leviana, mas que precisou cortar para se proteger."
Rosa participou de evento
da Previ na Costa do Sauípe. Ele disse que as condições
de mercado no minério de ferro ainda são incertas, mas que,
aos poucos, ocorre uma retomada. Maior siderúrgica do mundo, a anglo-indiana
ArcelorMittal, já está retomando as compras de minério.
No auge da crise, diz Rosa,
a Vale chegou a embarcar minério de ferro em navios e enviar à
China mesmo sem encomendas, porque estava certa de que ainda havia demanda.
"O contrato só era fechado com o navio em alto mar, nos 45 dias
da viagem."
Rosa acredita que, ao contrário
do que prevê o mercado, o sistema de estabelecimento de preço
de referência continuará vigorando. Pelo método, mineradoras
e siderúrgicas estabelecem um preço para todo o ano.
BHP, Vale e Rio Tinto, as
três maiores, já fecharam contratos com mineradoras, com corte
médio de 30% nos preços. Mas ninguém fechou ainda
com a China, que quer impor um desconto maior. (SAMANTHA LIMA - Folha
de S.Paulo-15.08)
Funcef:
Aposentados devem ficar em alerta contra golpe
Alguns aposentados e pensionistas
da FUNCEF estão recebendo telegrama falso contendo informações
sobre um valor a receber do seu plano de previdência complementar.
Veja a cópia da fraude no link http://www.funcef.com.br/imgs/telegrama_falso.jpg.
A FUNCEF não tem
acertos dessa natureza para com seus associados e desconhece a remetente
do telegrama, que, destaque-se, não faz parte do quadro de profissionais
da Fundação.
Advogados da FUNCEF procuraram
entrar em contato com a remetente pelos telefones disponíveis na
carta, mas não a encontraram no local. Ninguém soube informar
os dados do processo indicado no telegrama.
Fiquem atentos e denunciem
esse crime. (Funcef/AssPreviSite)
Centrus:
Conselho Fiscal – Novo Presidente
Por decisão do Conselho
Fiscal desta Fundação, constante da Ata da reunião
de 24.07.2009, informamos que, a contar de 01.08.2009, o novo Presidente
daquele Colegiado é o Conselheiro GILBERTO CELSO SILVEIRA MUNHOZ.
(Centrus/AssPreviSite)
Visão
Prev: Recadastramento de Assistidos
Assistidos e pensionistas
da Visão Prev tem até o dia 20/08/2009 para encaminhar o
formulário de recadastramento.
Todos deverão assinar
e datar o formulário com firma reconhecida em cartório e
enviar através da carta-resposta
O objetivo principal deste
documento é a confirmação de vida do participante/pensionista
para continuidade do pagamento do benefício.
Para aqueles que não
encaminharem até a data acima informada, terão o seu benefício
suspenso já para a folha de pagamento de agosto/2009.
Em caso de dúvidas,
os participantes têm a disposição os seguintes canais
de comunicação:
Central de Atendimento:
0800.771.7738
E-mail: visaoprev@telefonica.com.br
Fale Conosco on line: www.visaoprev.com.br
(Visão Prev/AssPreviSite)
Iperon:
Manual com orientações para segurados
Porto Velho - O Instituto
de Previdência dos Servidores Públicos do Estado de Rondônia
(Iperon) iniciou ontem, a distribuição do Manual do Segurando,
uma publicação com informações do Instituto
e de benefícios para os servidores. Os primeiros exemplares serão
entregues para os segurados lotados em Pimenteiras e Corumbiara. O presidente
do Iperon, César Licório, estará presente no ato.
O Manual é composto
com dados históricos e estruturais do Iperon, respostas sobre os
direitos dos segurados, critérios para o acesso aos benefícios
previdenciários, orientações sobre aposentadorias
e as regras permanentes de transição. Constam ainda modelos
de documentos para o requerimento de benefícios.
De acordo com Licório,
a edição do Manual do Segurado surgiu da necessidade de expor
de forma clara e objetiva, as abordagens da legislação previdenciária
em vigor. A elaboração de texto e conteúdo foi feita
de forma que possa ser de fácil entendimento aos servidores públicos
para verificação de direitos, como forma de transparência
nas ações do Instituto.
Na próxima semana,
os exemplares serão distribuídos nos municípios de
Cerejeiras e Cabixi, na segunda-feira (17); Colorado D?Oeste, na terça-feira
(18); Vilhena e Chupinguaia, na quarta (19) e quinta-feira (20).
Em Buritis, na sexta-feira,
além da distribuição do manual, o presidente do Iperon
César Licório estará palestrando na Conferência
Municipal de Educação, com o tema Financiamento da Educação
e Controle Social. (Portal Amazônia)
Ceprev:
Mais duas unidades de atendimento
A Previdência Estadual,
órgão ligado à Secretaria da Administração
(Saeb), amplia a sua capacidade de atendimento com a implantação
de duas novas unidades do Centro de Atendimento Previdenciário (Ceprev)
em Salvador. O serviço de recadastramento de aposentados e pensionistas
já pode ser realizado, de segunda a sexta-feira, das 8 às
14h, também nos postos SAC Pau da Lima – Parque Rural Ascenção,
s/n - loja Maxxi – e SAC Pernambués – Rua Thomaz Gonzaga, 219, loja
Todo Dia.
Até o final de setembro,
está sendo realizado nas unidades Ceprev o recadastramento dos servidores
aposentados da Secretaria da Saúde Sesab), que devem comparecer
a qualquer uma das unidades do Ceprev localizadas na rede SAC da capital
e do interior. Esta ação abrange 5,5 mil aposentados da Sesab.
Os servidores convocados
na primeira etapa que ainda permanecem com o benefício suspenso
por falta de recadastramento devem se dirigir ao Ceprev para garantir o
seu pagamento na folha regular do final do mês de agosto. A lista
com os endereços e telefones das unidades do Ceprev está
disponível no Portal do Servidor, no endereço www.portaldoservidor.ba.gov.br.
Não integram estas ações os aposentados da Secretaria
da Educação e da Polícia Militar, que serão
convocados posteriormente. (Tribuna da Bahia-15.08)
Fundos:
BRF ganha 70% a mais no trimestre
A BRF - Brasil Foods encerrou
o segundo trimestre de 2009 com lucro líquido de R$ 129 milhões,
70% acima dos R$ 76 milhões apurados entre abril e junho do ano
passado. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e
amortização (Ebitda, na sigla em inglês) encolheu 43%
e correspondeu a R$ 133 milhões.
A companhia lembrou que,
em 19 de maio deste calendário, fechou um acordo de associação
com a Sadia visando a estruturar uma operação societária
para possibilitar a unificação das operações
das empresas.
A Brasil Foods, nova denominação
social da Perdigão, explicou que os resultados da Sadia vão
ser consolidados a partir do terceiro trimestre de 2009.
De volta ao desempenho da
empresa, a receita líquida saiu de R$ 2,833 bilhões no segundo
trimestre do calendário anterior para R$ 2,703 bilhões nos
três meses terminados em junho deste ano. O mercado interno representou
56,3% das vendas líquidas e o externo, 43,7% das receitas líquidas.
O volume total comercializado
de vendas dos negócios de carnes, lácteos e outros produtos
processados equivaleu a 727,8 mil de toneladas, "10,7% inferior, pela demanda
de mercado externo e reposicionamento de produtos no mercado interno",
explicou no comunicado.
A Brasil Foods notou ainda
que, devido à apreciação do real em relação
ao dólar, as receitas financeiras líquidas situaram-se em
R$ 167,6 milhões no segundo trimestre, comparáveis aos R$
32 milhões verificados no mesmo intervalo de 2008. (Valor)
Fundos:
Perdigão e Sadia têm aumento nos ganhos
Em processo de fusão,
a BRF Brasil Foods (Perdigão) e a Sadia registraram no segundo trimestre
crescimento dos lucros. A Perdigão teve ganho de R$ 129,3 milhões
no período, um crescimento de 70% em comparação com
o segundo trimestre do ano passado, quando o lucro havia sido de R$ 76
milhões. A receita líquida caiu 5%, passando de R$ 2,833
bilhões para R$ 2,703 bilhões. No caso da Sadia, o lucro
foi de R$ 346,2 milhões, um crescimento de 124,8% em relação
ao ano passado. Já a receita operacional líquida caiu 1,4%,
para R$ 2,572 bilhões.
A Sadia destacou em seu
balanço que o aumento da comercialização no mercado
interno compensou a queda das exportações. As vendas no mercado
interno foram responsáveis por 58,5% da receita total da companhia
no segundo trimestre. Entre abril e junho do ano passado, essa participação
era de 51,2%. Além disso, segundo a empresa, a desvalorização
do dólar no comparativo trimestral, ao redor de 13%, refletiu-se
no melhor resultado financeiro do segundo trimestre, fazendo com que o
endividamento líquido em 31 de março caísse R$ 749,2
milhões, para R$ 6,1 bilhões em 30 de junho.
A Perdigão também
destacou em seu balanço o recuo nas vendas no mercado externo: caíram
2,8% em volume no segundo trimestre em comparação com o mesmo
período do ano anterior, somando 286,6 mil toneladas. Em receita,
as vendas caíram 4,1%, para R$ 1,206 bilhão. Segundo a companhia,
a demanda por proteínas no mercado europeu, por exemplo, continua
"contida", especialmente para produtos processados e carne de peru. A empresa
atribuiu este movimento à crise internacional.
Mesmo assim, o grupo destacou
que a demanda mundial pode melhorar no segundo semestre, beneficiando o
consumo de proteínas, mesmo que "a passos brandos". "As condições
econômicas globais apresentaram evolução entre abril
e junho em comparação ao primeiro trimestre do ano", diz
o relatório da empresa. Para o Brasil, a expectativa é de
resultados bem mais positivos em relação aos previstos no
início do ano. (Natalia Gómez - O Estado de S.Paulo-15.08)
Fundos:
Lucro de Sadia e Perdigão cresce, dívida ainda é alta
Nos últimos resultados
divulgados separadamente após a formação da BRF (Brasil
Foods), tanto Sadia como Perdigão tiveram queda nas vendas líquidas
e aumento de lucratividade. A partir do próximo trimestre, os balanços
das duas empresas serão consolidados.
No segundo trimestre, a
Sadia alcançou receita líquida de R$ 2,6 bilhões,
com queda de 1,4% em relação ao mesmo período do ano
passado. O lucro líquido de R$ 346 milhões representou alta
de 125% em relação ao segundo trimestre de 2008.
Já a Perdigão
obteve receita líquida de R$ 2,7 bilhões no trimestre, com
queda de 5% em relação ao mesmo período de 2008. Seu
lucro líquido foi 70% maior, atingindo R$ 129 milhões.
A dívida da Sadia
continua alta. O endividamento financeiro líquido da empresa é
de R$ 6,065 bilhões. A dívida de curto prazo, que tem vencimento
neste trimestre, é de R$ 2,1 bilhões, sendo que R$ 930 milhões
já foram liquidados. Na dívida de longo prazo, R$ 480 milhões
foram renovados.
No fim de julho, a BRF,
nome dado à Perdigão após a fusão, injetou
R$ 950 milhões na Sadia para reduzir essa dívida. Mesmo assim,
o índice de endividamento da empresa permanece acima do limite estabelecido
pela própria Sadia, de duas vezes a geração de caixa,
medida antes do pagamento de juros, impostos, depreciação
e amortização, para seu pagamento. Hoje, o índice
está em 6,5 vezes.
Segundo a empresa, suas
vendas ao mercado interno aumentaram 15% em volume e em receita. Já
as exportações caíram 12,3% em volume e 14% em receita.
Na BRF, houve redução
de vendas nos dois mercados. Dentro do país, houve queda de 4,4%
na receita. Já as exportações foram 4,8% inferiores
no trimestre, com volume de vendas 2,8% menor quando comparado ao mesmo
período do ano passado. (CRISTIANE BARBIERI - Folha de S.Paulo-15.08)
Fundos:
Perdigão e Sadia têm lucros recordes
Perdigão e Sadia,
que se uniram para formar a Brasil Foods em maio deste ano, divulgaram
na sexta-feira seus balanços separadamente, pela última vez.
Depois de registrar perdas
com a aposta em derivativos financeiros "exóticos", a Sadia fechou
o segundo trimestre com lucro líquido de R$ 346, 3 milhões,
o maior ganho trimestral de sua história, representando um aumento
de 125% em relação ao mesmo período do ano passado.
A Perdigão, já usando a nova denominação Brasil
Foods, lucrou R$ 129 milhões no mesmo período, 70% mais do
que no segundo trimestre de 2008.
O lucro no trimestre foi
resultado principalmente da valorização do real em relação
ao dólar sobre a posição cambial da empresa. Os resultados
operacionais, porém, foram afetados pelo aperto de margens resultante
do aumento de custos e despesas comerciais, além do efeito do prejuízo
fiscal na incorporação da Perdigão Agroindustrial
no primeiro trimestre.
Entre abril e junho deste
ano, a Brasil Foods teve receita líquida de R$ 2,7 bilhões,
5% menor do que no mesmo período de 2008. As vendas no mercado doméstico
caíram 4%, para R$ 1,9 bilhão. As exportações
tiveram o mesmo declínio e ficaram em R$ 1,2 bilhão, reflexo
da menor demanda internacional.
O lucros antes de juros,
impostos e depreciação teve uma forte queda - de 43% - em
relação ao segundo trimestre de 2008, e somou R$ 133 milhões.
Ainda que o cenário
tenha sido adverso no período, a Brasil Foods conseguiu elevar sua
margem líquida, de 2,7% no segundo trimestre de 2008 para 4,8% em
igual intervalo este ano. Segundo a empresa, a recuperação
de mercados importadores, ainda lenta, e o mercado interno contribuíram
para a melhora.
Com a geração
de caixa sob pressão, a BRF viu seu endividamento líquido
crescer 26,5% em relação a 30 de junho de 2008, para R$ 3,280
bilhões no fim do primeiro semestre. Segundo a empresa, a dívida
cresceu em função da necessidade de capital de giro e dos
investimentos do período.
Já o lucro líquido
da Sadia foi impulsionado por um ganho financeiro de R$ 607,2 milhões,
ante R$ 6,5 milhões no mesmo período do ano passado. O resultado
foi favorecido pela valorização do real ante o dólar
de abril a junho, fazendo com que o endividamento líquido da companhia
caísse para R$ 6,1 bilhões em 30 de junho, frente R$ 749,2
milhões registrado no fim do primeiro trimestre.
A empresa, no entanto, continua
com um endividamento financeiro líquido de R$ 6 bilhões,
que devem ser equacionados com a captação de R$ 5,3 bilhões,
dos quais a Brasil Foods já antecipou o pagamento de R$ 950 milhões
para saneamento da companhia.
A receita operacional líquida
somou R$ 2,6 bilhões, recuo de 1,4% comparado com o segundo trimestre
de 2008. O resultado, no entanto, mostra um crescimento em relação
ao primeiro trimestre, com aumento de 7,6% do volume total comercializado.
Segundo a companhia, as vendas no mercado interno acabaram compensando
a queda das exportações, respondendo por 58,5% da receita
total da companhia no segundo trimestre, ante participação
de 51,2% no mesmo período do ano passado.
O volume de vendas para
o mercado externo apresentou recuo de 12,3%, compensada por expansão
de 15,2% no mercado interno.
Já lucro antes de
juros, impostos, depreciação e amortização
totalizou R$ 248 milhões no trimestre, queda de 13,7% em relação
a um antes.
A Previ continua interessada
em estender o acordo de voto com os demais fundos de pensão na Brasil
Foods. Esse acordo foi firmado em 2006, quando a companhia migrou para
o novo Mercado e tem validade até 2011. O objetivo é manter
um grupo forte de acionistas durante a transição de um modelo
de controle definido para o de capital pulverizado.
O presidente da fundação,
Sérgio Rosa, afirmou que essa decisão depende do consenso
com os demais acionistas, que são hoje principalmente Petros, Valia
e Sistel. Na opinião de Rosa, a manutenção do acordo
por um tempo maior daria suporte para a empresa nessa fase após
a união com a Sadia.
Já houve conversas
preliminares nessa direção, mas a questão ainda não
está definida. (Alda do Amaral Rocha e Silvia Rosa, colaborou Graziella
Valenti - Valor Online)
Fundos:
Petrobras lidera investimento no setor
A Petrobras foi a petroleira
que mais investiu no segundo trimestre do ano. A estatal destinou US$ 9,3
bilhões para investimentos no período, 49,5% mais do que
no primeiro trimestre do ano.
As informações
são de relatório sobre investimentos e lucro líquido
de nove empresas do setor ao qual a Folha teve acesso.
O lucro líquido da
Petrobras no segundo trimestre foi de US$ 4 bilhões, 57,8% maior
que no primeiro trimestre. A brasileira ficou atrás apenas da BP,
que lucrou US$ 4,4 bilhões no período, um aumento de 77%.
BG, Chevron, ENI, ExxonMobil
e Repsol tiveram queda no lucro no segundo trimestre ante o primeiro.
No ranking de investimento,
a segunda colocada foi a Shell, com R$ 8,1 bilhões -13,8% de alta.
Chevron e ConocoPhillips reduziram o volume de investimento. (Guilherme
Barros - Folha de S.Paulo-15.08)
Fundos:
Petrobras terá fatia de 30% no pré-sal
Governo define participação
mínima que estatal terá como operadora dos consórcios
que vão explorar região de petróleo
Petrobras também
poderá ser contratada sem licitação para explorar
poços mais rentáveis; regra para royalties ainda está
indefinida
A Petrobras conseguiu mais
uma vitória na discussão do marco regulatório do pré-sal.
A estatal terá fixado em lei o percentual mínimo de 30% de
participação nos consórcios que vão explorar
a região. Como a empresa também poderá participar
das licitações de blocos do pré-sal, a fatia da Petrobras
poderá ser ainda maior.
A informação
foi divulgada pelo ministro Edison Lobão (Minas e Energia), após
reunião com o presidente Lula. Lobão e a ministra Dilma Rousseff
(Casa Civil) defendiam que a participação mínima da
Petrobras seria definida a cada leilão.
A estatal também
terá garantidos outros privilégios no marco regulatório
que será enviado ao Congresso após discussão com empresários
e trabalhadores. Poderá ser contratada diretamente pela União,
sem licitação, para explorar os poços mais rentáveis.
Além disso, será a exploradora única dos campos, ou
seja, terá que ser contratada pelas outras empresas que participarem
dos leilões para retirar o petróleo.
"A estatal poderá
participar da licitação de todos os blocos e, então,
ela poderá ter 40%, 50% ou ganhar sozinha. Mas a participação
societária mínima será de 30% em todos os blocos para
poder ser operadora", afirmou Lobão.
Lula decidiu fixar o percentual
defendido pela Petrobras depois que o presidente da empresa, José
Sergio Gabrielli, argumentou que a ANP (Agência Nacional do Petróleo)
já exige hoje uma participação mínima de 30%
da empresa que será a operadora nos consórcios formados para
explorar as áreas fora do pré-sal.
Segundo Lobão, falta
só definir como será a regra para os royalties, assunto que
gerou divergência dentro do governo. Nos dois cenários apresentados
a Lula, há uma mudança na forma de distribuição
dos recursos, para que o dinheiro beneficie todos os Estados, e não
só os produtores, como hoje. A dúvida é se, além
disso, o governo também reduz de 10% para 5% a alíquota dos
royalties.
"Tínhamos a esperança
de concluir tudo hoje [ontem], mas ficaram algumas pendências. Basicamente
sobre os royalties, não definimos ainda o que fazer com eles", disse.
Como esse ponto é
criticado pelo governador Sérgio Cabral (RJ), a decisão será
política. Lula se reunirá com Cabral na terça, no
Rio, quando deverão discutir o assunto. Principal Estado beneficiado
com royalties do petróleo, o Rio recebeu R$ 2,26 bilhões
em 2008.
Lula disse aos ministros
que esse tem sido o assunto que tem despertado maior interesse político
e reclamações na discussão do pré-sal. Por
isso, quer ouvir as lideranças políticas antes de bater o
martelo. Em razão da indefinição sobre royalties,
o governo vai adiar em uma semana o anúncio do marco regulatório
do pré-sal.
A criação
da estatal para cuidar do pré-sal e de um fundo social com parte
dos lucros foi confirmada pelo presidente. Esse fundo, disse Lobão,
será aplicado no exterior e terá "caráter de fundo
soberano". Todas as propostas serão encaminhadas ao Congresso, por
meio de três projetos de lei ordinária, em caráter
de urgência. Segundo o ministro, nada será feito por medida
provisória.
Lula incumbiu Lobão
e Dilma de se reunir com empresários e sindicatos ligados ao petróleo
na próxima semana para apresentar as conclusões e colher
sugestões.
As medidas seriam anunciadas
na próxima quinta, em reunião ministerial. Mas, por conta
das reuniões encomendadas pelo presidente, o anúncio deverá
ocorrer nos dias 26 ou 27. Depois, o governo enviará as propostas
ao Congresso e convocará uma reunião do Conselho Nacional
de Desenvolvimento Econômico e Social. O nome da estatal deverá
ser escolhido por concurso, mas Lobão não deu detalhes.
(SIMONE IGLESIAS, LEANDRA PERES e VALDO CRUZ - Folha de S.Paulo-15.08)
Fundos:
Pré-sal será apresentado no fim do mês
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva adiou para o fim do mês a apresentação
a todos os seus ministros e à sociedade das novas regras para a
exploração do pré-sal. A princípio, ele pretendia
convocar uma reunião ministerial para a semana que vem para apresentar
o projeto e, em seguida, promover evento onde representantes da sociedade
seriam informados.
De acordo com a assessoria
da Presidência da República, no encontro de sexta-feira, foram
dirimidas pequenas divergências técnicas em torno da proposta,
que está "quase 100%" concluída. Na reunião, Lula
decidiu que trabalhadores, empresários e políticos serão
consultados sobre a proposta de marco regulatório que o governo
deve encaminhar ao Congresso.
O presidente aproveitou
a agenda calma de sexta-feira em Brasília para reunir-se, desde
o início da tarde, com ministros e técnicos a fim de tentar
fechar a proposta que será enviada ao Congresso. O marco regulatório
para a exploração da riqueza petrolífera em águas
marítimas superprofundas terá três projetos de lei.
Lula decidiu que vai consultar
líderes partidários em reunião do conselho político
para discutir a proposta. Também determinou aos ministros da Casa
Civil, Dilma Rousseff, e de Minas e Energia, Edison Lobão, que façam
consultas a empresários e trabalhadores. O formato de tais consultas
será definido pelos ministros.
Na reunião com Lula
sobre o pré-sal estiveram presentes Dilma, Lobão bem como
Guido Mantega (Fazenda), o presidente da Petrobras, José Sergio
Gabrielli; o advogado-geral da União, José Antonio Tofolli,
o presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Haroldo
Lima, e o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio
Tomalsquim. (Valor)
Aposentados:
Reajuste deve ser definido amanhã
O governo deve definir amanhã
o percentual de reajuste que será concedido aos aposentados a partir
de janeiro de 2010. Na quarta-feira, representantes de entidades dos aposentados
e pensionistas estiveram reunidos com parlamentares e com os ministros
da Previdência, José Pimentel, e da Secretaria-Geral da Presidência
da República, Luiz Dulci.
O deputado Pepe Vargas (PT-RS),
relator do projeto que propõe o fim do fator previdenciário,
disse que a proposta do governo é juntar os quatro projetos de interesse
dos aposentados que tramitam no Congresso e preparar um "substitutivo global",
que atenda as reivindicações da categoria e seja economicamente
viável ao governo.
"O governo aceita discutir
reajuste, o fator (previdenciário), mas quer discutir em torno dessas
propostas. E o acordo que for produzido, se for produzido, será
materializado em um substitutivo global para que essas quatro matérias
legislativas sejam superadas. Para que não haja uma negociação
agora e, em seguida, se retome todo o debate de novo", disse Vargas.
Entre os projetos em tramitação
dentro do tema há o que trata da política de recuperação
do salário mínimo até 2023, em que foi incluída
uma emenda que estende os mesmos reajustes aos benefícios pagos
pela Previdência, outro que propõe a reposição
para aqueles aposentados que ganham acima do salário mínimo,
um projeto que extingue o fator previdenciário, além do veto
à emenda que dava aos benefícios previdenciários o
mesmo percentual de reajuste dado ao salário mínimo.
O deputado gaúcho
informou que no encontro da semana passada não foi falado em percentuais
de reajuste. "Não foi discutido percentual. O governo disse que
o presidente Lula determinou ao Ministério da Previdência
que negociasse com a área econômica qual percentual desse
reajuste. A negocia-ção foi feita e tem uma proposta de percentual",
afirmou.
O governo aceitou ainda
a ideia de se criar uma mesa de negociações permanente para
discutir uma política de valorização do aposentado
e do idoso em geral. (Valor Online)
Aposentados:
Classe vai insistir em índice de 9%
Mesmo ainda sem um número
definido, os aposentados que ganham mais de um salário mínimo
querem 9% de reajuste para 2010.
O índice final vai
ser conhecido amanhã, mas o governo não definiu o aumento,
limitando a divulgar nota dizendo que existem “condições
objetivas” para um reajuste acima da inflação
A Confederação
Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap), enquanto a situação
não se decide, vai continuar defendendo o mesmo percentual dado
a salário mínimo, que chegaria a 9%.
O governo se safa das pressões,
argumentando que a “Constituição proíbe qualquer vinculação
de reajuste ao salário mínimo, exceto o piso previdenciário”.
Na última quarta-feira,
o governo poderia bater o martelo no reajuste, mas não se definiu.
Participaram do encontro a Cobap e centrais sindicais. O que faltou ao
Planalto foi encontrar uma saída para o aumento no déficit
das contas públicas que um reajuste alta causaria.
Os integrantes da reunião
quase bateram o martelo em 7%, mas Warley Martins Gonçalles, presidente
da Cobap reclamou que um “reajuste de 7% seria pouco”. (Diário Catarinense)
Governo
definirá reajuste de aposentado nesta terça
Ficou para amanhã
a definição do governo sobre o percentual de reajuste que
será concedido aos aposentados a partir de janeiro de 2010.
Na última quarta-feira,
representantes de entidades dos aposentados e pensionistas estiveram reunidos
com parlamentares e com os ministros da Previdência, José
Pimentel, e da Secretaria-Geral da Presidência da República,
Luiz Dulci.
O deputado Pepe Vargas (PT-RS),
relator do projeto que propõem o fim do fator previdenciário,
explicou que a proposta do governo é juntar os quatro projetos de
interesse dos aposentados, que tramitam no Congresso, e elaborar um substitutivo
global, que atenda as reivindicações da categoria e seja
economicamente viável ao governo.
"O governo aceita discutir
reajuste, o fator [previdenciário], mas quer discutir em torno dessas
propostas. E o acordo que for produzido, se for produzido, será
materializado em um substitutivo global para que essas quatro matérias
legislativas sejam superadas. Para que não haja uma negociação
agora e, em seguida, se retome todo o debate de novo", disse Vargas.
Entre os projetos em tramitação
dentro do tema há o que trata da política de recuperação
do salário mínimo até 2023, em que foi incluída
uma emenda que estende os mesmos reajustes aos benefícios pagos
pela Previdência; outro que propõe a reposição
para aqueles aposentados que ganham acima do salário mínimo;
um projeto que extingue o fator previdenciário; além do veto
emenda que dava aos benefícios previdenciários o mesmo percentual
de reajuste dado ao salário mínimo.
O deputado gaúcho
informou que no encontro da semana passada não foi falado em percentuais
de reajuste. "Não foi discutido percentual. O governo disse que
o presidente [Lula] determinou ao Ministério da Previdência
que negociasse com a área econômica qual percentual desse
reajuste. A negociação foi feita e tem uma proposta de percentual",
contou.
Segundo Vargas, os representantes
do governo aceitaram ainda a ideia de se criar uma mesa de negociações
permanente para discutir uma política de valorização
do aposentado e do idoso em geral, que iria além da questão
salarial. O grupo discutirá também questões de saúde
e políticas públicas voltas ao idoso. (Estado
de Minas-16.08)
Esperança:
Reajuste acima da inflação
Sindicatos ainda acreditam
que reajuste das aposentadorias será acima da inflação
Nestasemana, as centrais
sindicais tentarão garantir um reajuste real acima do proposto pelo
Palácio do Planalto, em mais uma rodada de negociação
com o governo federal. "Nossa expectativa é buscar um reajuste de
7%, acima da inflação, para recuperar as perdas", disse o
presidente da Força Sindical em Minas Gerais, Rogério Fernandez.
Considerando a inflação projetada em 4,5%, o aumento deveria
ser de 11,5%.
A expectativa é que
na próxima terça-feira haja um encontro em Brasília
com os ministros José Pimentel (Previdência) e Luiz Dulci
(chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República) para
negociar a pauta de reivindicações das centrais.
Fernandez afirma que o impacto
do reajuste será da ordem de R$ 400 milhões. "O governo anistia
prefeituras e o terceiro setor de pagamento de impostos e arrocha o salário
dos aposentados. É uma política que vai na contramão
do que deseja os trabalhadores", disse.
Outro ponto chave, para
Fernandez, é o fim do fator previdenciário, que segundo ele
provoca um corte de 40% dos rendimentos. "Tem oito meses que esse projeto
está parado na Câmara dos Deputados e a base do governo não
dá o parecer para que seja levado ao plenário. Nossa expectativa
é que haja celeridade nessa votação", disse Fernandez,
que acompanha os fatos. (O Tempo-15.08)
Além
do reajuste , reposição
Não vai ser fácil
para o governo chegar a um acordo com as centrais e representantes dos
segurados do INSS que recebem mais que o piso, equivalente a um saláriomínimo
(R$ 465). Além de terem correção real (acima da inflação)
dos benefícios a partir de 2010, os aposentados e pensionistas querem
a reposição de pelo menos parte das perdas acumuladas desde
1991, quando foram adotados índices de reajuste diferenciados. Se
for considerar a quantidade de mínimos como base de comparação,
a perda dos aposentados nos últimos 18 anos foi de 51,4%.
O impasse está no
fato de o governo condicionar o aumento real ao arquivamento de projetos
que estabelecem índice único, acabam com o fator previdenciário
e obrigam o pagamento de reposição, todos já aprovados
pelo Senado e em tramitação na Câmara dos Deputados.
Assim, para a retomada das negociações, as centrais sindicais
estão afinando o discurso para exigir do governo um plano para recuperar
as perdas de todos os benefícios previdenciários.
O governo já ofereceu
um aumento acima da inflação, apenas em 2010. O índice
não foi anunciado, mas deve ficar em torno de 7%, abaixo dos 8,9%
já garantidos para quem ganha o piso. Dos 26 milhões de segurados
do INSS, oito milhões ganham mais que o piso.
Os sindicatos querem que,
além do aumento de 2010, o governo reponha, de alguma forma, as
perdas das aposentadorias em relação ao saláriomínimo.
Se não houver uma proposta de reposição de poder de
compra das aposentadorias, os projetos no Congresso não deverão
ser retirados, o que pode travar a negociação de reajuste.
PERDA FOI GRANDE
"Não podemos abrir
mão de uma recomposição séria dos benefícios.
Os aposentados perderam muito", disse Epitácio Luiz Epaminondas,
presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados da Central Única
dos Trabalhadores (CUT). Pela internet, a Confederação Brasileira
de Aposentados e Pensionistas (Cobap) está fazendo uma enquete para
saber se a categoria aceita ou não as condições do
governo. Até agora, 63,9% dos votos eram contra a negociação.
Entre os que acumulam perdas
ao longo dos anos está o aposentado Alvimar Gomes da Fonseca, 71
anos, que se aposentou com benefício correspondente a dez saláriosmínimos
em 1983 e, agora, recebe pouco mais de três. Outros pedidos dos sindicalistas
são a manutenção da atual política de reajuste
do piso até 2023 e a criação de um novo índice
de inflação que leve em conta os hábitos de consumo
dos idosos - que seria utilizado para o reajuste dos benefícios
com valor acima do piso, mais um percentual do PIB. (Jornal de Brasília-15.08)
Aposentados
e injustiçados
Lageado - Nos últimos
nove anos, a perda do poder aquisitivo de aposentados e pensionistas da
Previdência Social superou 67%. Explica-se: por exemplo, a injustiça
sofrida pelos que se aposentaram recebendo o equivalente a cinco salários
e hoje têm um contracheque que mal chega aos três salários.
Pior ainda: muitos receiam que, ao final da vida, o valor caia para apenas
um salário mínimo, tendo em vista que os valores pagos aos
segurados a cada ano sofrem as consequências dos reajustes diferenciados,
aplicados ao salário mínimo de aposentadorias e pensões,
acima do piso.
Na proposta de Orçamento
para 2010, como será? Não é oficial, mas a informação
da imprensa fala em 7%. Em ano eleitoral, o governo talvez decida mexer
nos reajustes com alguma generosidade... A pressão no Congresso
é grande, porque a mobilização dos aposentados ganhou
força em todo o país. Essa história vem de longe.
Esclareça-se, pois,
que a contar de abril de 1989, por força do Artigo 58 dos Atos das
Disposições Constitucionais Transitórias, os benefícios
passaram a corresponder, cada um deles, a tantos salários mínimos
quantos os concedidos na data de seu início. Esse é o direito
ideal. Mas tal situação somente vigorou até a implantação
do Plano de Benefícios, pela Lei nº 8.213/91.
Resultado: apesar dos reajustes
previstos em legislação, verificou-se que a renda mensal
dos aposentados passou a sofrer, em caráter continuado, redução
de seu valor, redundando na queda do valor real ou efetivo do benefício,
porque os índices aplicados pelo INSS não refletem, até
hoje, a erosão provocada pelas taxas inflacionárias.
Nessas condições,
e de todos esses fatos, é possível chegar-se, imediatamente,
a uma conclusão indesmentível: hoje, a pretensão dos
aposentados está amparada pela segurança do bom direito,
reconhecido, inclusive, pelo governo federal, quando admite revisar os
benefícios.
Na legislação
decorrente da Constituição de 1988 se encontram preceitos
assim: “É assegurado o reajustamento dos benefícios para
preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
definidos em lei”. Mais: compete ao Poder Público organizar a seguridade
social, com base na “irredutibilidade do valor dos benefícios”,
visando ainda “o reajustamento dos benefícios, para preservar-lhes,
em caráter permanente, o valor real”.
Finalmente, lembro, do Artigo
58 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias,
a conclusão de que os benefícios terão sempre seus
valores revistos, “a fim de que seja restabelecido o poder aquisitivo,
expresso em número de salários mínimos, que tinham
na data de sua concessão”.
Sustento, então,
que somente se fará justiça para os injustiçados da
nossa Previdência quando o governo tiver a honorabilidade de indenizar
as diferenças do passado e pagar corretamente as aposentadorias
do presente. Quem se aposentou ou se aposentar com “X” salários
deverá continuar a receber o valor correspondente ao mesmo valor
da data de sua concessão. (Ney Santos Arruda - O Informativo
do Vale-15.08)
Por
uma aposentadoria mais justa
O reajuste anual das aposentadorias
é sempre uma questão polêmica, por adotar critérios
diferenciados para quem ganha menos ou mais de um salário mínimo.
Não é exagero algum afirmar que é um dos grandes nós,
difícil de desatar, no equilíbrio das contas da Previdência.
Para arcar com a recomposição dos benefícios de um
universo de aposentados que cresce a cada ano, o governo estuda diversas
propostas. A mais recente, porém, apoiada pelo Presidente Lula,
surpreende justamente por estar na contramão de projetos que visam
à diminuição no rombo da Previdência, que deve
terminar 2009 com déficit de R$ 41 bilhões.
Além de manter a
política de um reajuste acima da inflação para os
aposentados que ganham até um salário mínimo, o novo
plano sugere reajuste acima da variação da taxa de inflação
também para aposentados e pensionistas que recebem até dois
ou três salários mínimos. A idéia inicial é
dar a esse contingente de aposentados um aumento real de 2,5% acima da
taxa de inflação acumulada no ano (estimada em 2009 em 4,5%)
a partir de janeiro de 2010 - coincidência ou não, ano eleitoral.
Para os demais seria mantida a política de apenas recompor as perdas
inflacionárias.
Nada ainda está decidido
e um projeto nesses termos tramita no Congresso Nacional. Outras sugestões
estão sendo estudadas. Uma alternativa interessante - até
agora não discutida em fóruns adequados, mas que poderia
ser utilizada para recompor o poder de compra de todas as aposentadorias,
sem onerar demasiadamente a Previdência -, seria estender a todos
os aposentados e pensionistas o reajuste aplicado ao salário mínimo.
Mas adotando uma fórmula inovadora e com duas continhas: a primeira
incidindo sobre o salário mínimo, com o reajuste que a ele
é dado anualmente. A outra, sobre os demais salários que
compõem a aposentadoria - e sobre eles aplicando o reajuste de acordo
com a taxa da inflação.
Vamos a um exemplo. Hoje
o salário mínimo é de R$ 465,00. Caso o governo opte
por um reajuste de cerca de 9% em 2010, o valor iria a R$ 506,44 (teto
já estimado). Todos os aposentados e pensionistas seriam beneficiados
com esses 9% a mais. Para os ?demais mínimos? de quem ganha mais,
o reajuste continuaria a ser pela inflação. Vejam a diferença
de ganhos para um aposentado que hoje recebe três mínimos
(R$ 1.395,00). Pelo sistema antigo e estimando uma recomposição
inflacionária de 4,5%, seu benefício iria para R$ 1.457,77.
Com a fórmula de ?duas continhas?, o benefício iria para
R$ 1.478,29 (uma diferença de R$ 20,52). Parece pouco, mas não
é. Após alguns anos de aposentadoria, a diferença
cumulativa já faria diferença.
O governo, congressistas,
centrais sindicais e associações de aposentados intensificaram
suas reuniões para estudar como fazer tal alteração
na aposentadoria. Brevemente, deve sair uma decisão. Depois de tantos
ônus provocados pelas últimas mudanças na Previdência
nacional, finalmente parece se aproximar a hora de os aposentados serem
brindados com o merecido bônus. Fica a expectativa de que esse reajuste
realmente aconteça, e que não seja apenas mais uma ferramenta
de campanha política em um ano de eleições.
(Milton Dallari - O Liberal-15.08)
Os
aposentados não desistem dos seus direitos
Das reuniões que
estão sendo realizadas em Brasília, para tratar dos assuntos
dos interesses de aposentados e pensionistas da seguridade social, com
representantes do governo, estou gostando muito da posição
assumida pelos dirigentes das entidades representativas dos segurados.
Não abrem mão de conquistar índices reais de reajuste
acima da inflação, como os do salário mínimo;
reposição das perdas ocorridas nos últimos anos, mesmo
que de forma parcelada para os períodos seguintes, e a aprovação
do projeto de reposição dos 16% que lhes foi retirado no
ano de 2006. Dispondo-se a partir para o confronto, se não forem
atendidos nestas reivindicações. Finalmente, também
descobriram sua força como categoria social, e o que ela representa
em termos eleitorais. Vamos ver o que acontece na próxima semana,
quando devem acontecer as definições.
O senador Paulo Paim não
desiste da sua luta
Também não
há como deixar de reconhecer que o senador Paulo Paim, tem sido
o principal defensor dos direitos dos aposentados e pensionistas da seguridade
social, que surgiu neste país nos últimos anos. Contra todos
os interesses governamentais, apresou seus projetos de recomposição
dos proventos dos seguradores, recuperação das suas perdas,
utilização dos mesmos índices de reajustes do que
aqueles concedidos ao salário mínimo, e fim do fator previdenciário.
Embora seja constantemente pressionado, não desiste dos seus objetivos,
e inclusive tem afirmado nos últimos dias que não irá
retirar nenhum dos seus projetos. Se não houve acordo com o governo,
prefere levar os mesmos para a votação na câmara federal
ou no senado, conforme a necessidade. Em tempos de péssimas práticas
políticas, o senador gaúcho surge como um diferencial.
A importância de manter-se
empenhado na boa luta
Esta questão dos
aposentados e pensionistas é igualmente demonstrativa de que sempre
vale a pena manter-se empenhado na boa e justa luta. Pode-se não
atingir a todos os objetivos propostos, mas seguramente se chegará
o mais próximo possível deles. Os segurados da previdência
entenderam isto, e formaram uma corrente de luta que hoje já ninguém
mais pode desconhecer. O senador autor dos projetos, também entendeu
que deveria prosseguir no seu empenho, para chegar ao melhor resultado.
Este tipo de comportamento vale para tudo aquilo que for bom, honesto e
ético. Seja de forma individual, ou coletiva. Não se deve
desistir da luta, quanto esta tem finalidades corretas, e interessam as
pessoas ou as coletividades. (Mário Miranda Ehlers
- Folha do Mate-15.08)
Previdência:
Brasil gasta mais que Europa e EUA
Aposentadorias consomem
11,7% do PIB brasileiro. Nos outros países, porém, serviços
de boa qualidade compensam perdas
O Brasil é um dos
países onde a Previdência Social tem maior peso nos custos
do governo, em relação à proporção de
idosos na população, que seriam o principal alvo do sistema.
Gasta-se mais até em relação ao envelhecido continente
europeu. Estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
ligado ao Ministério do Planejamento, mostra que o Brasil é
o 14º país que mais gasta com Previdência, numa lista
de 113 nações. “Mas o Brasil está longe de ser um
paraíso para o aposentado. O que acontece é que, em outros
países, o rendimento na aposentadoria pode cair até 60% em
relação ao salário da ativa. Por maior que seja a
queda, porém, os salários são proporcionalmente mais
altos em relação ao padrão brasileiro”, compara Leonardo
Rangel, coordenador de Previdência do Ipea.
Segundo o pesquisador, no
geral a taxa de reposição no Brasil – que calcula o valor
que ganha de aposentadoria sobre o último salário da ativa
– é bem maior do que em outros países estudados pelo Ipea.
“Lá fora, os aposentados passam a ganhar bem menos do que recebiam
na ativa, embora o salário seja comparativamente mais alto. Se isso
ocorresse no Brasil, muita gente se aposentaria com menos de um salário
mínimo”, afirma ele, lembrando que a média dos aposentados
brasileiros do INSS recebia, em dezembro de 2008, R$ 665. No caso dos segurados
estrangeiros, o baixo teto do benefício costuma ser compensado por
uma série de serviços que funcionam, como um sistema universal
de saúde, distribuição de medicamentos e transporte
público.
Para concluir que os gastos
brasileiros são elevados, o Ipea analisou cinco variáveis.
Entre elas, o peso dos gastos previdenciários no Produto Interno
Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país). No Brasil, correspondem
a 11,7%. O país que encabeça a lista, a Itália, gasta
com previdência 17,6% do PIB. Os dados usados pelo Ipea consideram
o sistema previdenciário como um todo, incluindo as previdências
social (da iniciativa privada) e do regime especial do funcionalismo público.
Por esse motivo, os gastos são mais elevados do que os já
conhecidos internamente no Brasil, que atribuem o percentual de 7,5% do
PIB para o financiamento dos 21 milhões de aposentados e pensionistas
do INSS. Gasta-se ainda 4,2% do PIB brasileiro para pagar a aposentadoria
especial dos cerca de 3 milhões de servidores municipais, estaduais
e federais aposentados. Conheço alguns estudos que promoveram comparações
sobre os "gastos com previdência social". “Acho impossível
comparar gastos entre países, especialmente entre países
cultural, social e economicamente diferentes”, critica o advogado Lásaro
Cândido da Cunha, especialista em direito previdenciário.
Dos 113 países da
mostra, o Brasil aparece junto a países europeus conhecidos por
sua população mais envelhecida, tais como Itália,
Alemanha, França, Suíça, Bélgica e Suécia.
Segundo o Ipea, a explicação para o elevado gasto previdenciário
no Brasil deve-se à falta de limite mínimo de idade para
aposentadoria. É um dos seis países que ainda permitem aposentadorias
sem limite de idade, mas somente com tempo de contribuição
ou serviço. O tema está em pauta nas discussões para
definir o novo índice de reajuste dos benefícios do INSS
para 2010, que recomeçam em reunião marcada para terça-feira
entre governo e representantes de entidades de defesa dos aposentados e
pensionistas do INSS.
O governo brasileiro tenta
emplacar a substituição do atual fator previdenciário
(que estimula o trabalhador a se aposentar mais tarde) pelo fator 95/85.
“Nada mais é do que estabelecer uma idade mínima para a aposentadoria”,
afirma Robson Bittencourt, presidente da Federação dos Aposentados
e Pensionistas de Minas Gerais. Ele explica que a nova fórmula de
cálculo dos benefícios prevê que será feita
a soma das idades com o tempo de contribuição. Na prática,
homem passa a se aposentar ao 60 anos, com 35 de contribuição
(o que dá 95); mulher aos 55, com 30 anos de serviço (o que
soma 85). (Estado de Minas-15.08)
INSS
bloqueia mais 10,9 mil benefícios
O INSS bloqueou em julho
o pagamento de 10.948 aposentados, pensionistas e demais beneficiários
que recebem por meio de cartão magnético e não sacaram
o benefício 60 dias após a data do crédito. O banco
devolve o valor ao instituto e o segurado terá que comparecer à
agência da Previdência Social responsável pelo seu benefício
e apresentar documento de identificação, como carteira de
identidade, certidão de casamento ou de nascimento.
O bloqueio é efetuado
para evitar o pagamento indevido e qualquer tentativa de fraude, como o
saque do valor por terceiro, à revelia do beneficiário. Em
julho, 15.224.287 beneficiários receberam por cartão magnético,
dos quais 10.189.623 na área urbana e 5.034.664 na área rural.
O segurado que recebe o
benefício com cartão magnético deve ficar atento às
normas de segurança. Em hipótese alguma, deve-se fornecer
a senha a terceiros. Como nos cartões da rede bancária, a
senha não deve ter seqüências previsíveis, tais
como data de nascimento, número de telefone ou dígitos ligados
diretamente ao portador.
O INSS recomenda que, em
caso de dúvida no momento do saque no terminal de auto-atendimento,
o segurado procure um funcionário do banco e nunca peça ajuda
de outras pessoas. (Carlos Rangel - DiárioNet)
Aposentado
pelo teto até 2003 pode ter revisão
Os segurados do INSS (Instituto
Nacional do Seguro Social) que se aposentaram até 2003 e tiveram
o benefício limitado ao teto da época (valor máximo
pago pela Previdência) ou não conseguiram incorporar revisões
podem ter um reajuste na Justiça, segundo uma nova decisão
da Justiça Federal do Sul do país.
A revisão com base
na reforma de 1998 já era garantida pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
Agora, essa nova decisão também concedeu a revisão
pelo teto de 2003 --que beneficia principalmente quem se aposentou entre
1998 e 2003 e teve perdas.
Em 1998 e em 2003, o teto
do INSS teve aumentos extras por conta de reformas da Previdência.
Só que os benefícios não foram reajustados. Para a
Justiça, quem teve o benefício do INSS limitado pode pedir
seus "créditos" com base nesses aumentos dos tetos.
Há duas situações
em que o segurado pode ter reajuste. A primeira vale para quem teve o benefício
limitado logo no momento da concessão --quando a média dos
salários de contribuição foi maior que o teto da época.
A segunda vale para quem teve direito a uma revisão --a mais comum
é a da URV, válida para aposentados de 1994 a 1997-- e, pela
limitação do teto, não conseguiu receber parte do
reajuste ou todo o aumento.
Dupla revisão
De acordo com o advogado
previdenciário Daisson Portanova, a revisão do teto pode
chegar a 34,72% para um segurado que se aposentou em setembro de 1994,
com benefício limitado ao teto e com direito à revisão
da URV.
Nesse caso, o primeiro aumento
(feito no ano seguinte) incorporou parte da diferença, quando o
valor do benefício passou de R$ 582,86 (teto de 1994) para R$ 832,66
(teto de 1995). O primeiro aumento para o segurado aposentado com o benefício
limitado é de até o valor do novo teto.
Esse mesmo segurado incorporou
mais 10,96% da diferença pela revisão do teto de 1998 e o
restante pela correção do teto de 2003. Ele pode ter direito
a atrasados (diferenças não pagas pelo INSS nos últimos
cinco anos) de R$ 30.426. Para ter direito ao reajuste, é preciso
entrar na Justiça.
Após 1998
Os segurados que se aposentaram
entre 1998 e 2003 não têm direito à revisão
da URV, mas podem pedir o reajuste se tiveram o benefício limitado
ao teto da época ou tiveram alguma correção que não
foi totalmente incorporada por conta da limitação.
Por exemplo: um trabalhador
tem mais de 35 anos de contribuição e seu salário
de benefício deu R$ 1.500, quando pediu a aposentadoria em 2000.
Mas o teto da época era de R$ 1.328,25 --valor que ele recebeu.
Em 2001, ele teve o primeiro reajuste, tendo benefício de R$ 1.430.
Mesmo assim, ele teve uma perda de 4,7%, que poderá ser incorporada
na revisão do teto de 2003.
Esse aposentado também
tem o direito aos atrasados. O pedido de reajuste deve ser feito na Justiça.
O Ministério da Previdência não comenta ações
judiciais.
Pedido de reajuste deve
ser feito na Justiça
O segurado que tem direito
à revisão pelo teto de 1998 e de 2003 deve, primeiramente,
fazer o pedido em um posto do INSS.
É necessário
agendar um atendimento pelo telefone 135 ou pelo site www.previdencia.gov.br.
É preciso ter em mãos a memória de cálculo
do benefício para comprovar que houve a limitação
ao teto.
No entanto, o instituto
deverá negar o pedido. Então, será necessário
entrar com uma ação judicial.
A Justiça entende
que os segurados com benefício concedido após dezembro de
1997 têm dez anos para pedir uma revisão. Assim, quem se aposentou
entre 1998 e agosto de 1999 poderá ter a correção
não aceita, pois o juiz pode entender que o prazo acabou.
Para benefícios anteriores
a 1997, segundo a Justiça, não há prazo. O INSS, porém,
considera que o prazo de dez anos vale para todos os benefícios.
Antes de ir à Justiça,
é recomendável pedir os cálculos de um advogado para
saber se vale a pena.
Se o segurado for ao Juizado
Especial Federal, que não exige a presença de um advogado
e paga atrasados de até R$ 27.900, não é preciso ter
advogado.
Se o valor da ação
for superior, será necessário ter um advogado. O processo
poderá demorar cerca de dois anos na Justiça porque o INSS
sempre recorre de decisões judiciais.
Governo prevê gastar
R$ 8 bilhões em revisão
O governo federal calcula
que poderá gastar até R$ 8 bilhões para o pagamento
da revisão da aposentadoria por invalidez concedida após
abril de 1991, depois de o auxílio-doença ter sido pago para
o segurado do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).
O valor previsto pelo governo
está na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) de 2010,
publicada na edição da última quinta-feira do "Diário
Oficial da União".
A estimativa prevê
o gasto caso o STF (Supremo Tribunal Federal), a última instância
da Justiça, considere ilegal o decreto que mudou a forma de cálculo
dessa aposentadoria, quando precedida do auxílio-doença.
Atualmente, as instâncias inferiores da Justiça costumam conceder
a revisão, que garante um aumento de até 14,03% no benefício.
O pedido de correção
pode ser feito por quem teve o benefício convertido somente após
abril de 1991. De acordo com último levantamento do Ministério
da Previdência, de junho deste ano, 2,86 milhões de segurados
recebem aposentadoria por invalidez, cujo valor médio de benefício
é de R$ 606,87.
Quem se aposentou por invalidez
pode estar recebendo menos devido a um erro na conversão do auxílio-doença.
O auxílio é de 91% do salário de benefício
do segurado, e a aposentadoria por invalidez, de 100%. Em vez de refazer
o cálculo, o INSS pode ter corrigido o valor em apenas 9%, o que
diminui o resultado final.
Como é a correção
Um segurado que se aposentou
em junho de 2000 e que recebeu auxílio-doença de 1997 a 2000,
por exemplo, e ganhe hoje um benefício no valor de R$ 1.229,71,
pode passar a ganhar R$ 1.396,12 se conseguir a revisão.
Em outro exemplo, um segurado
que tenha recebido o auxílio-doença de 2002 a 2005 e se aposentado
por invalidez a partir de então, com benefício de R$ 2.201,55,
pode passar a ganhar até R$ 2.510,36 com a revisão.
Os valores são calculados
com base em contribuições feitas sempre pelo teto do INSS,
hoje em R$ 3.218,90.
Outras previsões
A LDO também informa
que o governo pode ter de pagar outras revisões: acumulação
de auxílio-acidente com aposentadoria e concessão de aposentadoria
por idade e de aposentadoria por invalidez.
No entanto, os R$ 8 bilhões
estão garantidos, de acordo com a LDO, apenas se houver uma decisão
final do STF. De acordo com o advogado Daisson Portanova, a tendência
é a de que o tribunal julgue os processos envolvendo a revisão
da aposentadoria por invalidez precedida do auxílio-doença
ainda neste ano.
Segurado deve fazer cálculo
da correção
O pedido de correção
pode ser feito por quem teve o auxílio-doença convertido
em aposentadoria por invalidez depois de abril de 1991. Mas, antes de tudo,
é preciso preparar os cálculos para verificar se a revisão
é, de fato, vantajosa. O serviço deve ser feito por um especialista.
Depois, o segurado poderá
entrar com pedido de revisão administrativamente, em um posto do
INSS. Caso a Previdência negue, é preciso, então, procurar
a Justiça Federal. É possível entrar com um processo,
sem advogado, no Juizado Especial Federal.
Porém, o valor da
ação tem de ser de até 60 salários mínimos
(R$ 27.900, atualmente). Também é possível procurar
uma vara previdenciária comum. Mas, nesse caso, é preciso
contratar um advogado.
Em qualquer uma dessas situações,
o INSS poderá recorrer da decisão. Sendo assim, ainda que
o segurado tenha entrado com a ação em um juizado especial,
será preciso ter um advogado para poder entrar com recurso.
(Carolina Rangel e Anay Cury - Agora S.Paulo-16.08)
Direito à
'desaposentação'
A possibilidade de "desaposentação"
é uma questão que irá afetar uma parcela considerável
da classe trabalhadora. Trata-se do direito de um trabalhador que já
está aposentado optar por outra aposentadoria ou até por
outro regime de aposentadoria diverso daquele em que se aposentou originalmente.
É o caso do trabalhador
que se aposentou proporcionalmente, mas que continuou trabalhando e contribuindo
para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e que agora deseja a
aposentadoria integral. Ou aquele que se aposentou pelo regime geral e,
posteriormente, ingressou no serviço público, passou a contribuir
e quer se aposentar pelo regime próprio.
"Beneficia todos que se
aposentaram no regime geral de previdência (INSS) e voltaram a trabalhar,
seja na iniciativa privada ou no serviço público", explica
Marcelise Azevedo, advogada especialista em Direito Previdenciário.
Segundo ela, deveria haver alguma vantagem para essa pessoa que continuou
trabalhando e, com isso, contribuindo para o sistema.
"O aposentado que volta
a trabalhar deve ter algum retorno previdenciário. Ou para melhorar
a aposentadoria que já recebe ou, quem sabe, contribuir com alíquotas
menores, ou ainda converter essas contribuições em algum
tipo de pecúlio", pondera, ressaltando que o Superior Tribunal de
Justiça (STJ) já decidiu que abdicar da aposentadoria é
um direito do beneficiado, mas que deve ser buscado na Justiça,
já que o INSS não o reconhece. (O Fluminese-16.08)
Servidores:
Consignado terá paralisação
Com o propósito de
aprimorar o Programa de Refinanciamento de Empréstimo Consignado
em Folha de Pagamento, a Secretaria de Administração e Previdência
Social (Seaps) paralisará o Sistema de Consignação,
nesta semana, de segunda-feira a domingo, tempo necessário aos serviços
de manutenção e ajustes.
Portanto, nesse período,
não será possível realizar nenhuma operação
de empréstimo. "A paralisação é necessária
para que possamos adequar o sistema ao benefício do refinanciamento
dos empréstimos consignados a uma taxa fixa de 1,6% ao mês
e prazo de 72 meses, garantidos no Programa de Valorização
do Servidor Público Estadual lançado pela governadora Roseana
Sarney", explicou o secretário de Administração e
Previdência Social, Luciano Moreira.
Em apoio ao Programa de
Valorização do Servidor Público Estadual, o Banco
do Brasil assinou Protocolo de Intenções, se comprometendo
a renegociar os empréstimos contratados pelos servidores públicos
estaduais com outros bancos ou financeiras, a uma taxa de 1,6% (IOF não
incluído), em até 72 meses, sem consulta ao SPC ou Serasa.
O Banco do Brasil também
se dispõe, nas mesmas condições, em renovar ou contratar
empréstimos consignados pelos servidores públicos, operacionalizados
pela instituição.
Nesta semana, a Seaps divulgará
todos os procedimentos e senha que o servidor deverá adotar para
que possa efetuar o refinanciamento dos empréstimos consignados
em condições facilitadas. (O Estado do Maranhão-15.08)
Doenças
ortopédicas: Afastamento do trabalho
Problemas médicos
causados pelo estresse nas atividades profissionais estão em primeiro
lugar nas estatísticas de afastamento do trabalho. É o que
revela o chefe dos médicos peritos da Gerência Regional do
INSS em Uberaba, Paulo Borges.
Ele afirma, ainda, que a
Lesão por Esforço Repetitivo e Distúrbio Osteomuscular
Relacionado ao Trabalho (LER-Dort) é um mecanismo que leva a determinados
tipos de lesões. Das oito agências da Previdência Social
regidas pela Gerência Regional em Uberaba, a maioria verifica as
doenças ósseas, musculares e ortopédicas como as principais
causas de afastamento do local de trabalho. “Excetuando-se Frutal e Paracatu,
as doenças ortopédicas são as maiores causas de afastamento
temporário em nossa gerência, representando entre 24% e 40%
destas ocorrências”, afirma.
Segundo a avaliação
do médico perito, são variados os fatores que influenciam
as lesões. “Em alguns casos, os distúrbios ocupacionais relacionados
ao trabalho não chegam a ser lesões propriamente, mas apenas
uma fadiga muscular, por causa da repetição do movimento
e de como é feito esse trabalho. Entre os fatores estão atividades
vibratórias, ou então de compressão de nervos, devido
à postura inadequada. Podemos dizer que a doença é
multifatorial”, explica. “Temos os fatores sociais que influenciam muito
nas LER-Dorts de maneira geral, que é o problema da exigência
no trabalho. Há, também os fatores referentes ao conjunto
de condições de adaptação do homem ao seu serviço”,
completa.
Dificuldade. A LER-Dort
está relacionada a todas as doenças ligadas, principalmente,
ao pescoço, ombros, cotovelos, pulsos, nervos e músculos
em membros superiores, que comprometem força e mobilidade das partes
atingidas. “São lesões que, se bem diagnosticadas e no início,
estarão curadas após o período de 15 a 45 dias. O
problema é tratar o posto de trabalho, sendo que a grande maioria
não oferece a estrutura adequada à função exercida”,
conclui. (Jornal da Manhã-15.08)
Efeito
viagra na Previdência
Aumento da expectativa de
vida estimula o brasileiro a se casar mais de uma vez. Pensões já
representam um terço dos benefícios pagos pelo Instituto
Nacional do Seguro Social (INSS)
A Previdência Social
começou a sentir os efeitos do aumento do número de pensões
e, principalmente, do tempo maior de pagamento desses benefícios.
Com a população vivendo cada vez mais, o segundo casamento
se tornou bastante comum. Na faixa acima dos 50 anos, 64% dos homens se
casam com mulheres mais novas. Esse percentual pula para 69% no caso dos
homens com idade entre 60 e 64 anos. A diferença etária chega
a ultrapassar 30 anos. É o "efeito viagra" nas pensões, que
faz com que um benefício (1)que até poucos anos atrás
era pago por um período máximo de 17 anos se estendapor 35
anos ou mais. A máxima de que o amor não tem idade é
uma tendência da vida moderna que preocupa os especialistas. Os remédios
que rejuvenescem os homens, também.
Nos cálculos de Paulo
Tafner, pesquisador do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),
as pensões já representam praticamente um terço dos
23 milhões de benefícios pagos pelo Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS). E a tendência é de crescimento. "Antigamente,
as pessoas morriam mais cedo e, mesmo as mulheres vivendo mais (em média
sete anos), a pensão durava pouco porque os casais eram da mesma
geração", diz.
Hoje, a realidade é
outra. Homens e mulheres estão vivendo bem mais. Para 2010, a expectativa
de vida do brasileiro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
( IBGE), chegará a 79,6 anos. Vida mais longa significa, também,
a possibilidade de novas uniões. E elas estão acontecendo,
em grande número, entre homens e mulheres de gerações
diferentes.
Enquanto dois terços
dos homens separados se unem novamente, e com mulheres mais novas, apenas
um terço das mulheres separadas conseguem um novo parceiro. Daí
que, no universo das pensões, 90% delas são pagas às
mulheres.
Motivo de preocupação
Na opinião de Tafner,
as pensões são um problema para o equilíbrio da Previdência.
E a causa não está ligada apenas à mudança
do perfil de envelhecimento populacional e à ocorrência de
casamentos intergeracionais - aqueles em que a diferença de idade
entre os cônjuges supera 10 anos. "As regras de concessão
e manutenção do benefício são muito generosas",
afirma. Como exemplo dessa generosidade, ele cita o fato de a Previdência
não exigir um período mínimo de contribuição
do pensionista. "Basta estar inscrito no sistema", explica. No limite,
isso pode significar que alguém que se casou com uma jovem que fez
a inscrição no INSS porque pretendia desenvolver alguma atividade
econômica, pode receber a pensão no mês seguinte, em
caso da morte súbita do marido que nem chegou a contribuir um único
mês.
O Brasil, no entender do
pesquisador, é o único país que não impõe
nenhum tipo de restrição(2). O pagamento do benefício
independe da idade da mulher, do prazo decorrido da união, se ela
tem ou não filhos menores, além de não levar em consideração
a questão da dependência econômica. Tafner afirma ainda
que uma entre três pensionistas também recebe aposentadoria
e mais de 40% das pensionistas têm outra fonte de renda. Tudo isso
faz com que a renda individual média da pensionista seja superior
à de outras mulheres que não recebem o benefício.
Mais: a pensão não é interrompida com um novo casamento.
Em outros países,
a situação é bem diferente. Na vizinha Argentina,
por exemplo, a pensão só é concedida após um
mínimo de três anos de contribuição e, mesmo
assim, não é integral. A viúva sem dependentes leva
70% do valor do benefício. O valor integral da pensão só
é pago à viúva com dependentes. No Chile, até
as viúvas com crianças têm a pensão limitada
a 80%, enquanto que as viúvas sem crianças ficam com 60%.
Passado caro
Vários países
europeus, como Alemanha, Espanha, França e Itália levam em
consideração, na pensão, além da questão
dos dependentes, a idade da viúva. Na Alemanha, por exemplo, a viúva
com menos de 45 anos, só recebe 25% do valor. Viúvas com
mais de 45 anos recebem 55%. Na Itália, a regra é mais generosa.
A pensão é paga integralmente à mulher com duas ou
mais crianças. Se ela não tiver filhos menores, leva 60%
do valor da aposentadoria devida ao cônjuge, independentemente da
idade. Na Rússia, só recebem pensão as viúvas
sem trabalho, com 55 anos ou mais e, no Japão, o benefício
só é pago às viúvas com crianças.
Para o pesquisador, a experiência
internacional e a mudança no perfil das uniões no Brasil
demonstram claramente que é preciso mexer nas regras de concessão
da pensão. "Não tem mais cabimento o benefício permanecer
desenhado como no passado", argumenta. Tafner justifica que quando a mulher
não trabalhava, ela dependia exclusivamente da renda do marido.
"Na falta dele, se a família não tinha acumulado riqueza,
a mulher e os filhos ficavam sem opção e caíam na
miséria."
Nesse cenário, segundo
Tafner, a pensão como é concedida ainda hoje fazia todo o
sentido. Para os dias atuais, no entanto, o especialista defende que se
a mulher tem renda e não tem filhos não deve receber pensão.
"A concessão da pensão deve estar vinculada ao pressuposto
da dependência econômica e da existência de prole" pondera.
Ele defende mudança de regras apenas para os benefícios que
vierem a ser concedidos a partir de uma nova legislação.
"Não mexer nas pensões já concedidas é um pressuposto
básico que deve ser seguido por qualquer governo", observa.
1 - No bolso
O valor da pensão
corresponde a 100% da aposentadoria que o segurado embolsava antes de morrer.
O site do Ministério da Previdência disponibiliza um formulário
para a solicitação do benefício. O processo é
simples e rápido. Na internet, também é possível
conhecer toda a legislação sobre o tema
2 - Regras frouxas
O segurando precisa apenas
estar inscrito na Previdência Social antes de morrer para que a pensão
seja transferida. Especialistas em contas públicas criticam o modelo
brasileiro por acreditar que no longo prazo isso fragiliza o sistema e
coloca em risco o equilíbrio das demais aposentadorias
As regras de concessão
e manutenção do benefício são muito generosas"
Paulo Tafner pesquisador
do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea)
Juntos, não importa
a idade
Casais revelam que choque
de gerações não é obstáculo. Homens
e mulheres têm vidas produtivas independentes e vivem felizes
Aos poucos os tabus cairam
por terra. Muita gente não quer amargar a solidão. Rejeita
o rótulo de titia ou de solteirão da turma apenas porque
não conseguiu encontrar a alma gêmea na juventude ou teve
frustrados relacionamentos anteriores. Se a expectativa de vida aumentou,
por que, então, não aproveitar esse tempo a mais ao lado
de alguém? Foi-se o tempo em que a diferença de idade impedia
que as pessoas chegassem ao altar. Hoje, 64% dos homens brasileiros com
50 anos ou mais decidem formar uma nova família.
As mulheres, como eles,
também não querem ficar sozinhas e aceitam a novidade. Foi
um pouco assim com a administradora Heula Tadano. Aos 24 anos, ela achou
que era hora de se casar. Não que se achasse velha, mas a precária
saúde de sua mãe era um bom motivo para encontrar um companheiro
com que pudesse dividir alegrias e tristezas.
Heula decidiu publicar uma
mensagem na seção de recados pessoais de um jornal local.
"Depois de uma decepção amorosa, estou à procura de
alguém que queira uma vida plena e sem vícios". E completou
o texto do anúncio com alguns detalhes sobre sua aparência.
Hoje, aos 39 anos, Heula
conta que não imaginava que receberia tantas ligações
- cerca de 120 telefonemas - de homens dos mais diferentes perfis. A quantidade
de respostas ao anúncio foi tamanha que cancelou a linha telefônica.
"Teve de tudo. Mas acabei
conversando sério com três dos candidatos", recorda a administradora.
Um deles, em especial, se mostrou disposto a assumir o compromisso e insistiu
para que o relacionamento fosse adiante.
Brincadeira
O primeiro encontro entre
Heula e o engenheiro agrônomo Maçao Tadano, hoje com 69 anos,
ocorreu em 1996. Em janeiro do ano seguinte, passaram a dividir a mesma
residência. Em abril de 1997, Heula e Maçao formaram o casal
Tadano.
Doze anos depois, as três
décadas de diferença não atrapalham o relacionamento.
O casal mora no Lago Sul e o tema pensão não faz parte das
preocupações do dia a dia. "Meu marido é aposentado
pelo teto máximo da Previdência e recebe pouco mais de R$
2 mil", diz Heula. E acrescenta: "Com certeza, antigamente, eu usufruiria
da pensão do meu marido por mais tempo do que outras pessoas. Mas
tanto a dele quanto a minha futura aposentadoria não serão
integrais".
Maçao, aposentado
há seis anos, tem seis filhos de outros quatro casamentos. Ele continua
trabalhando e, ao lado de Heula, com quem não teve nenhum filho,
leva na brincadeira quando o assunto é pensão. "Quando eu
morrer, ela não vai ganhar uma pensão que valha a pena",
diz. "Nós até brincamos que é até mais fácil
ele viver da minha pensão do que o inverso, completa Heula.
Acréscimo
O ex-corretor de imóveis
José Alberto de Mello e Silva, 79 anos, há 15 aposentado,
também não quis saber de ficar sozinho, depois dos 50, com
o fim do primeiro casamento. Aos 55 anos, José conheceu a analista
de negócios sociais Maria Lucinaide Pinheiro Nogueira, 26 anos mais
nova.
O encontro ocorreu quando
assistiam a um dos jogos da Copa do Mundo de Futebol, em 1994, com um grupo
de amigos. Ela era viúva e tinha uma filha.
Depois de contribuir por
35 anos para a Previdência Social, José Alberto se aposentou
como autônomo e atualmente recebe R$ 1 mil por mês. "É
pouco, mas como hoje as pessoas vivem mais, a pensão seria um acréscimo
para minha mulher." Reconhece que não é bom viver de aposentadoria.
Porém, um problema de saúde nos olhos o impede de ter outra
atividade.
Lucinaide, 43 anos, professora
da rede pública do DF, ocupa dois cargos e prevê que terá
uma aposentadoria melhor que a do marido. "Por ser mais nova, tenho possibilidade
de usufruir mais da pensão do que as mulheres com menor diferença
de idade", comenta.
Quando eu morrer, ela não
vai ganhar uma pensão que valha a pena"
Maçao Tadano, engenheiro
agrônomo (Vânia Cristino - Correio Braziliense-16.08)
Microempreendedor:
Formalização tem 11 mil adesões
Cerca de 11 mil trabalhadores
autônomos aderiram ao programa de formalização do microempreendedor
individual desde 1º de julho, segundo balanço dos Ministérios
da Previdência e do Desenvolvimento. A adesão ao programa
já está disponível desde essa data para os trabalhadores
do Distrito Federal e, desde o dia 24 de julho, para os Estados de São
Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Já foi registrada a formalização
de 1.298 empresários no Distrito Federal; 3.220 em São Paulo;
3.519 no Rio; e 2.878 em Minas. O governo estima formalizar o negócio
de mais de um milhão de brasileiros até 2010. A previsão
é que todas as unidades da federação estejam participando
do programa até 1º de outubro. (Sandra Kiefer - Hoje
em Dia-15.08)
Benefícios
para o bolso dos idosos
Pessoas com mais de 60 anos
têm direito a descontos em impostos, meia-entrada, financiamentos
imobiliários adequados à sua renda
Hoje eles representam 10,5%
da população brasileira. São 20 milhões de
pessoas que têm mais de 60 anos e movimentam uma renda anual de R$
243 bilhões. Em geral, os idosos desconhecem os benefícios
financeiros que têm direito e podem fazer a diferença no bolso
no fim do mês. Alguns deles, como a meia-entrada no cinema, teatro
e shows, são mais conhecidos. Outros, como o desconto de 50% no
IPTU e a isenção da taxa do Corpo de Bombeiros ainda são
novidade. Tem mais. Poucos sabem que os programas habitacionais do governo
têm que reservar 3% das unidades para os idosos e oferecer financiamentos
adequados aos seus rendimentos. A proibição do aumento por
faixa etária no plano de saúde após os 60 anos é
uma realidade, mas desrespeitada pela maioria das operadoras.
Desinformação.
Esta é a palavra-chave para justificar porque grande parte dos idosos
não usufrui destes benefícios garantidos pelo Estatuto do
Idoso (Lei 10.741/2003) e pelas leis municipais e estaduais. É o
que comprova a promotora pública Yélena de Fátima
Monteiro, da Promotoria dos Idosos do Ministério Público
do Estado. "Os idosos precisam ainda conquistar mais espaços, se
tornar um grupo presente na sociedade para reivindicar os seus direitos",
comenta. Além disso, a promotora cita o preconceito e a discriminação
contra os idosos. "É bom lembrar que eles não são
o problema da meia-entrada e da gratuidade no transporte coletivo", aponta.
Discriminação
já conhecida de dona Dulcinéia Maurício Feitosa, 80
anos. Ela presenciou idosos sendo maltratados dentro dos ônibus porque
têm lugar reservado e andam de graça. "A gratuidade não
sai do bolso deles. É uma conquista nossa que pagamos com as nossas
contribuições e impostos. As empresas também recebem
a parte delas", dispara. Com renda mensal de dois salários mínimos
que vem da aposentadoria e da pensão do marido, a idosa não
tira da bolsa uma miniatura do Estatuto do Idoso. Presente de um político.
"Já li todo. É bem feito, mas não é cumprido",
reclama.
Roselita Tavares da Silva
Mendes, 60 anos, considera desigual lei da meia-entrada e da gratuidade
no transporte porque só beneficia as pessoas a partir de 60 anos.
"Deviam puxar o benefício para 60 anos principalmente agora que
o idoso começou a sair mais e participar das coisas", defende. Ela
acha que a maior dificuldade dos idosos é o acesso à assistência
à saúde: "A maioria não pode pagar os planos de saúde
que são caros e também não conseguem ser atendidos
no SUS".
Barreiras - No Instituto
de Pesquisa e Estudos da Terceira Idade (Ipeti) a conscientização
é a arma para alertar os idosos sobre os seus direitos. "A grande
massa dos idosos tem pouco acesso ou pouco interesse de saber desses benefícios",
reconhece Eduza Pereira, diretora-executiva do Ipeti. Para vencer a barreira
da desinformação, a entidade promove cursos, palestras e
seminários com representantes do Ministério Público,
Procons, Defensoria Pública e técnicos do INSS para orientar
os idosos como ter acesso aos direitos previstos no Estatuto do Idoso.
Um dos benefícios
que Eduza aponta como de difícil acesso é a gratuidade nos
ônibus intermunicipais, cuja regra é diferente em cada município.
Por exemplo: em Petrolina, Sertão pernambucano, o idoso a partir
de 60 anos viaja de graça. Só que no Recife a idade permitida
é 65 anos. Ela argumenta que a regra deveria ser padronizada para
facilitar a compreensão dos idosos.
Já a promotora Yélena
de Fátima Monteiro diz que a exclusão social é o que
mais pesa hoje para os idosos. Segundo ela, com o aumento da longevidade
no Brasil - estudos estimam que em 2050 as pessoas acima de 60 anos representarão
25% da população brasileira - os benefícios para os
idosos têm que ser ampliados. Para conscientizar o público
da terceira idade, o Ministério Público articula a criação
dos conselhos de idosos nos municípios do Interior. "A partir do
momento que eles se articulam vão lutar para ter o atendimento médico
igualitário e não ter que pagar um plano de saúde
caro", avalia. (Diário de Pernambuco-16.08)
Recomeçar,
sempre!
A vida exige que recomecemos,
sempre. O “sagrado” exercício de recomeçar é uma característica
nata do ser humano, que tem o precioso dom de superar desafios e adaptar-se
às mais diferentes adversidades.
No exercício constante
da existência, aprendemos com a natureza a nos refazermos, já
que tudo segue uma dinâmica inexorável de permanente transformação.
Já não somos os mesmos de instantes atrás, porque
em nós opera-se um processo contínuo e irreversível
de intensas mudanças, que foram se realizando sem mesmo percebermos,
porque, como tudo no universo, “(...) nada se perde, tudo se transforma”
(Lavoisier, 1743-1794).
A vida exige que recomecemos,
sempre, pois diante de tantas vicissitudes por que passamos é imprescindível
retomar a caminhada, buscar novos fôlegos, refazer os planejamentos,
revigorar os sentimentos e robustecer os sonhos. Um dia único de
vida já é bastante para comprovar que o exercício
de recomeçar é uma realidade e uma necessidade inarredável.
O caráter cíclico dos fatos ou acontecimentos já evidenciam
a repetição dos processos fundamentais que compõem
a vida, como se constata na fotossíntese e no ciclo da água,
atividades vitais para a existência da vida na Terra.
O nosso corpo é uma
prova de que recomeçamos, sempre, pois ele se regenera periodicamente.
Milhares de reações celulares ocorrem a cada segundo em cada
célula do corpo, tornando-o capaz de realmente se renovar. Fala-se,
por exemplo, que o revestimento do estômago renova-se a cada cinco
dias, a pele a cada mês, o fígado a cada seis semanas e o
esqueleto inteiro renova-se a cada três meses. Outro dado trazido
pela Medicina é que, a cada ano, mais de 95% dos átomos do
corpo humano são substituídos por novos.
Dessa forma, somos o exemplo
vivo e concreto de que recomeçar é inerente ao próprio
ato de viver, ou seja, para conseguirmos realizar atividades e cumprir
as obrigações que a vida naturalmente nos impõe, é
preciso valer-se do “impulso renovador” presente em cada ser humano.
Precisamos aprender que
nos encontramos ainda em formação e que tudo o que nos acontece
tem uma “razão superior” de ser. Assim, poderemos levar uma vida
sem tantas preocupações com o lado material, apesar da imprescindível
necessidade dos recursos e das fontes materiais para a nossa subsistência.
Mas é imperioso constatar que em todos nós se encontra um
manancial inesgotável de valores e sentimentos, o que nos distingue
dos demais seres da criação; não fosse assim, o ser
humano não conseguiria realizar tantas obras sobre o planeta, atividades
estas que viabilizam e ao mesmo tempo comprovam o recomeçar da vida
desde os tempos mais remotos, gerações por gerações.
Apesar das dificuldades
e dos dissabores, desde os problemas de ordem financeira até as
questões relacionadas a doenças, é preciso reabastecer-se
das energias “superiores” e reiniciar a caminhada com disposição
de ânimo. A vida é um “bom combate”, porque, convenhamos,
é preciso vencer muitas vezes a si próprio, as nossas imperfeições,
os nossos defeitos morais, as queixas e maledicências, as avarezas
e intolerâncias, para alcançarmos a tão sonhada paz
de espírito. Por isso é que os degraus mais altos da condição
humana, que levam à serenidade de consciência, independentemente
da condição social ou do grau de instrução,
somente são alcançados com muita luta e valorização
da vida, que é oportunidade valiosa de crescimento sob todos os
aspectos!
Todos nós temos ou
conhecemos exemplos de pessoas que viveram ou vivem bravamente, que não
sucumbem face os vários reveses do trajeto. Neste ano em que se
comemoram 120 anos de nascimento de Cora Coralina, aprendamos com a sabedoria
da doceira-poeta a recomeçar sempre, removendo as pedras e não
desistindo nunca, mesmo nas derrotas. O ser humano está em constante
transformação, mas apesar da implacável atuação
do tempo, ou do envelhecimento do corpo, ou da aposentadoria iminente,
ou da pena de prisão, ou da doença que aflige, ou da dor
que abate, ou do medo que tolhe, nada mais certo e necessário do
que ter fé na vida e remoçar, sempre! (Frederico
Luis Domingues Bittencourt - Diário da Manhã-15.08)
EUA:
É cedo para dizer que o pior já passou
Será que o pior já
passou para a economia dos EUA? Alguns indicadores recentes apontam nesse
sentido, e boa parte dos comentários começam a tender a um
otimismo cauteloso. Por enquanto, porém, a cautela precisa continuar
recebendo mais ênfase que o otimismo.
A economia está certamente
se nivelando: a produção já não está
em queda livre e o desemprego parou de crescer em níveis recordes
para o pós-guerra. Mas é incerto que o fim da queda tenha
chegado, para a produção. Quando isso ocorrer, o crescimento
pode ser lento por algum tempo. No que tange ao emprego, não importa
o que aconteça, o desemprego deve subir ainda mais antes de retornar
a patamares mais normais. Caso as coisas ainda estejam piorando, se bem
que em ritmo mais lento, seria difícil argumentar que o pior já
passou; no máximo se poderia dizer que o ritmo de declínio
se moderou.
E, porque continuam a existir
explosivos não detonados na paisagem financeira, não há
como garantir que não ocorrerão novos revezes repentinos.
Nesta semana, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos)
parecia um pouco mais animado. O banco central afirmou que o mais longo
período de declínio econômico dos EUA desde a Grande
Depressão estava chegando ao fim, gerando especulação
quanto à possibilidade de que a recuperação já
tenha começado. Mas o Fed também manteve inalterada sua principal
taxa de juros em zero e disse que ela continuaria assim "por período
prolongado". A posição monetária parece correta -mas
seria difícil definir a atitude como expressão de confiança.
O índice de desemprego
caiu em julho de 9,5% para 9,4%, uma notícia positiva. Mas o índice
mensal de perdas de emprego -cerca de 250 mil no setor privado, ante mais
de 600 mil no começo do ano- continua perto do ritmo mais elevado
para uma recessão normal. O desemprego caiu porque mais de 400 mil
trabalhadores saíram da força de trabalho e já não
procuram emprego.
Sinais de fraqueza
Uma estatística ainda
mais preocupante se refere ao número de hipotecas executadas em
julho. O total de 360 mil estabelece novo recorde. Nos sete primeiros meses
deste ano, as notificações formais de inadimplência,
leilões e retomadas de posse atingiram os 2,3 milhões. O
mercado de habitação, ainda paralisado, e os danos que sua
crise causou ao patrimônio líquido dos domicílios norte-americanos
continuam a deprimir as perspectivas de uma recuperação no
consumo, da qual tudo mais depende.
Normalmente, quanto mais
rápida uma queda, mais vigorosa a recuperação. Alguns
economistas avaliam que o padrão se manterá desta vez, mas
a maioria discorda. O desgaste nos mercados financeiros, o temor de que
haja crises a explodir em outros setores e os efeitos persistentes da queda
na renda domiciliar sugerem que a recuperação pode ser lenta
até mesmo sob padrões normais -quanto mais se comparada à
queda que a precedeu. A economia dos EUA continua desesperadamente fraca.
(Finacial Times, tradução de PAULO MIGLIACCI - Folha de S.Paulo-15.08)
Meirelles:
Banco privado seguirá estatal e cortará juros
Presidente do BC não
vê sinais de taxas "insustentáveis" nos bancos públicos
Dirigente do Banco Central
prevê normalização do crédito no país,
com o arrefecimento da crise e a estabilização da economia
O presidente do Banco Central,
Henrique Meirelles, disse sexta-feira que os bancos privados terão
de seguir as instituições públicas e reduzir as taxas
de juros cobradas dos consumidores, se quiserem recuperar mercado no crédito.
Na quinta-feira, o ministro Guido Mantega havia afirmado que os bancos
privados iriam "comer poeira" se não fizerem isso.
Para Meirelles, não
há sinais de que as instituições públicas estejam
trabalhando com taxas de juros "insustentáveis", como afirmou o
presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal. "Isso refletiria claramente
nos resultados [financeiros]. Existem mecanismos prudenciais de ajuste
através dos sistemas de alocação de capital pelo volume,
risco de crédito e constituição de provisões.
Não temos avaliação [de problemas]".
Meirelles afirmou que os
bancos estatais tiveram um papel importante de estimular a economia, enquanto
houve um movimento mundial de contração no crédito,
aperto de liquidez e aumento de "spreads" (diferença entre o juro
captado e o repassado ao consumidor).
"Eles [bancos públicos]
estavam sendo beneficiados por mais depósitos devido à busca
por segurança. Então, puderam exercer um papel, com segurança,
na expansão do crédito e na queda gradual dos "spreads".
Com isso, ganharam mercado. É natural agora que o setor privado
procure recuperar isso, voltando a competir com taxas e também com
"spreads"."
Segundo Meirelles, os bancos
privados nunca tiveram dificuldade para competir com as instituições
públicas no crédito no Brasil. "Isso aconteceu neste período.
À medida que ocorra uma normalização, acredito que
o setor privado deverá voltar não só a emprestar como
captar, praticar custos competitivos e disputar fatias de mercado como
sempre ocorreu nas últimas décadas", disse.
A carteira de crédito
dos bancos públicos cresceu 10,9% de janeiro a junho, segundo o
Banco Central. No período, os bancos privados tiveram expansão
de apenas 1,4% e as instituições estrangeiras, queda de 1,9%
no saldo de empréstimos.
Para Meirelles, há
sinais claros de recuperação no mercado de crédito,
que ganha novo impulso por conta de um movimento conjuntural que vem com
a saída da crise. O presidente do BC afirma que vê um segundo
movimento, de caráter estrutural, que é consequência
da estabilização da economia e que possibilitou ao país
ter juros hoje de 8,75%. (TONI SCIARRETTA - Folha de S.Paulo-15.08)
Crise
reduz lucros e trava investimentos
Companhias abertas brasileiras
mantêm receitas, mas ganhos com suas atividades recuam 41% no segundo
trimestre
Empresas têm dificuldade
de repassar aumento de despesas e apertam margem; queda do dólar
evita recuo maior do lucro líquido
Embora o seu faturamento
tenha ficado praticamente estável no segundo trimestre do ano, as
companhias abertas brasileiras viram os lucros caírem fortemente
no período.
É o que mostra levantamento
da consultoria Economática com 151 empresas que têm ações
negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo.
Com a queda nos seus ganhos,
essas organizações devem colocar o pé no freio e suspender
investimentos no curto prazo, avaliam analistas.
Na comparação
com o segundo trimestre do ano passado, quando a crise internacional ainda
não havia se exacerbado, a redução dos lucros operacionais
das companhias -que são frutos da sua atividade principal- chegou
a 41,4%.
O resultado ruim foi escondido,
entretanto, pela desvalorização de 15,8% do dólar
ante o real no período. Essa queda fez diminuírem as dívidas
em moeda americana e as obrigações relacionadas a esses débitos,
como o pagamento de juros, as quais são contabilmente consideradas
como despesas.
Dessa maneira, no balanço
final, que leva em conta ganhos e gastos que dizem respeito tanto às
operações propriamente ditas das empresas como às
transações financeiras, o lucro líquido registrou
uma diminuição de apenas 6,6%.
O contrário havia
ocorrido no primeiro trimestre de 2009: a pequena baixa dos lucros advindos
da atividade foi acentuada pelas perdas com a variação cambial.
Naquele momento, o dólar já se desacelerava depois do salto
que deu em fins de 2008 por causa da crise, mas a sua depreciação
foi de somente 9% entre janeiro e março.
Confrontando o desempenho
das organizações na passagem do primeiro trimestre deste
ano para o segundo, as conclusões são as mesmas, de acordo
com a Economática: faturamento quase igual, lucros operacionais
recuando notavelmente e resultado final atenuado pelo câmbio. A retomada
que o país esboçou no intervalo praticamente não aparece
nesses números.
"É um bom sinal que
as receitas não tenham se retraído. Mas o fato de os ganhos
da operação não terem acompanhado preocupa muito",
afirma Fernando Exel, presidente da consultoria.
As companhias exportadoras
tiveram queda de faturamento e de lucros. O descompasso aconteceu para
as que dependem mais do mercado interno. Nesse caso, o próprio enfraquecimento
da economia brasileira fornece explicações.
À parte as particularidades
de cada uma, as empresas estão enfrentando dificuldades para repassar
ao cliente final os seus aumentos de despesas, que podem ser devidas a
reajustes de matérias-primas -as commodities agrícolas e
metálicas começaram a recuperar os preços- ou à
dispensa de funcionários, já que a crise levou a um enxugamento
das estruturas corporativas. Então, apertam-se as margens.
Adeus aos investimentos
Sem dinheiro extra disponível,
as organizações que têm enfrentado diminuições
nos lucros devem passar a cortar investimentos, alertam os especialistas.
"E isso tem um impacto forte, pois compromete as taxas futuras de avanço
do PIB [Produto Interno Bruto]", afirma Otto Nogami, economista do Insper
(ex-Ibmec-SP).
Da velocidade da retomada
mundial depende, em boa parte, um reaquecimento mais consistente da economia
brasileira, para Exel.
"A elevação
das exportações faria uma grande diferença para o
país. Não vejo um retorno aos níveis anteriores à
crise, quando as vendas externas ajudaram bastante o país a crescer",
diz. "O mercado consumidor interno resistiu muito bem à ventania,
o que surpreendeu a muitos, inclusive a mim. No entanto, acreditar que
vai ser para sempre desse jeito é otimismo demais. Não sei
quanto tempo vai durar sem o impulso que vem de fora."
Os EUA, a Europa e até
o Japão andam dando sinais de melhora. As incertezas sobre o ritmo
do seu reerguimento são grandes, porém. E deixar a zona de
crescimento negativo não é suficiente: importa ainda mais
quão rapidamente essas nações voltarão a gerar
empregos e adquirir bens de outras.
Na opinião do professor
Nogami, as políticas adotadas pelo governo e o investimento público
sustentarão a atividade até o Brasil tornar a embalar.
"Mesmo que acabem as reduções
de tributos para bens de consumo, psicologicamente a população
continuará estimulada a comprar", afirma. "Outro elemento que favorece
o restabelecimento da atividade econômica é a eleição
presidencial de 2010. Espera-se que, até lá, o governo realize
muitas obras de infraestrutura." (DENYSE GODOY - Folha de S.Paulo-16.08)
Perspectivas
econômicas
São relativamente
positivas as perspectivas econômicas para este e o próximo
ano para os países emergentes. O Brasil parece ter sido o último
a sentir os efeitos da crise e um dos primeiros a dar sinais de retomada
do crescimento. Aguarda-se, para este segundo trimestre, um crescimento
em relação ao anterior, rompendo o critério de recessão
técnica por dois trimestres consecutivos.
É possível
que se registre uma estabilização econômica para este
ano ou até um leve crescimento. E, para 2010, algumas análises
estimam uma taxa de crescimento entre 4% e 5%, o que pode resultar na elevação
da massa salarial e no fortalecimento do mercado interno.
Quanto à inflação,
os últimos dados têm surpreendido positivamente o mercado,
sobretudo pela manutenção do consumo em níveis razoáveis.
O principal vetor para jogar a inflação para baixo é
o desequilíbrio entre oferta e procura em nível internacional.
A forte queda do comércio internacional e a retração
do consumo em escala global criam ameaças de deflação
em vários países, mesmo com a prática, pelos bancos
centrais, de taxas de juros reais próximas a zero. Isso repercute
aqui. Os índices gerais de preços (IGPs) já estão
em deflação neste ano e nos últimos 12 meses, fato
inédito!
Isso deve constituir um
desafio ao conservadorismo do Comitê de Política Monetária
(Copom), que talvez seja compelido a reduzir ainda mais a taxa Selic neste
ano, contrariando sua última ata, que previa o final da distensão
monetária por um bom período.
O reflexo de uma taxa Selic
menor para as contas públicas é importante, especialmente
em fases de políticas contracíclicas, em que se tem a combinação
de queda de arrecadação e elevação de despesas,
com redução de superávit primário. Essa redução
pode ser compensada, parcial ou totalmente, pela menor despesa com juros.
Nessa hipótese, o resultado fiscal e a relação entre
a dívida e o Produto Interno Bruto (PIB) poderão se manter
em bom nível na série histórica e na comparação
internacional.
A perspectiva da retomada
do crescimento econômico em 2010 poderá gerar um crescimento
substancial da arrecadação, que, aliado à redução
das despesas com juros, por causa da Selic mais baixa, poderá garantir
ainda melhores resultados fiscais e surpreender algumas análises
que focam unicamente os aumentos de despesas como causa de problemas fiscais.
Nas contas externas, o superávit
comercial - diferença entre exportações e importações
-, previsto pelo mercado, no início do ano, em US$ 13 bilhões,
elevou-se para US$ 23 bilhões. No entanto, se for mantida a tendência
verificada até agora, poderá atingir US$ 30 bilhões.
Esse saldo, mais a remessa de recursos de brasileiros que estão
no exterior, prevista em US$ 3 bilhões, perfazem US$ 33 bilhões,
que contribuem para compensar o déficit da conta de serviços
e rendas - remessas de lucros, dividendos, royalties, fretes, seguros e
viagens internacionais -, previsto em US$ 43 bilhões, resultando
num déficit em transações correntes de US$ 10 bilhões.
Esse déficit seria um terço do déficit registrado
em 2008 e corresponde a 0,7% do PIB, que é um nível baixo
nas comparações interna e externa.
As reservas internacionais
de US$ 213 bilhões estão superdimensionadas. Se US$ 205 bilhões
foram suficientes para enfrentar a maior crise desde os anos 30, não
existem justificativas para elevá-las. Defender intensificação
na compra de dólares pelo Banco Central, para evitar maior apreciação
do real, é dar murro em ponta de faca. Reservas mais elevadas significam
posição sólida para os fundamentos externos, o que
atrai dólares, apreciando ainda mais o real. A política de
aumento de reservas amplia a dívida interna do governo federal e,
consequentemente, as despesas com juros. O nível de reservas que
me parece mais adequado é o equivalente a um ano de importações,
que é a média verificada nos últimos cinco anos. Isso
equivaleria a US$ 140 bilhões. A vantagem, além da expressiva
economia fiscal, estaria na redução da perda de valor das
reservas caso confirmada a tendência de continuar a desvalorização
do dólar em face das demais moedas e preço das commodities.
É possível que até o final do ano a moeda norte-americana
possa romper o R$ 1,70, contrariando as previsões do mercado, de
R$ 1,90.
Para garantir um cenário
positivo para a economia, o governo federal deverá dar continuidade
às políticas de estímulos ao consumo por meio de aumentos
reais do salário mínimo e do Bolsa-Família - esses
já garantidos - e continuar a expansão do crédito
a juros mais baixos por meio do Banco do Brasil, da Caixa Econômica
Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES). Ao contrário de algumas análises, essa política
irá reduzir a inadimplência dos seus clientes e melhorar os
resultados dessas instituições.
Caso se mantenham as linhas
gerais dessa política de estímulo na base da pirâmide
social, que é a principal marca deste governo, o País poderá
prosseguir no rumo de um forte crescimento econômico com redistribuição
de renda, que é condição essencial para garantir um
crescimento sustentado em bases socialmente mais avançadas.
(Amir Khair - O Estado de S.Paulo)
Bolsa
passará de 60 mil pontos em 2009
A Bolsa deve continuar a
se valorizar, mas não alcançará a pontuação
recorde registrada antes da crise neste ano e no próximo. Essa é
a conclusão de Bráulio Borges, economista-chefe da LCA Consultores,
com base em modelo econométrico desenvolvido pela consultoria para
explicar a oscilação do Ibovespa, o principal índice
da Bolsa brasileira.
A projeção
da LCA é que o Ibovespa alcance cerca de 61 mil pontos no fim do
ano. Na sexta-feira, o índice encerrou o pregão aos 56.638
pontos, com valorização de 50,83% no ano. O recorde de pontuação
foi 73.516, em 20 maio de 2008.
Segundo Borges, quatro indicadores
sustentam a valorização das ações neste ano
e apontam uma tendência de alta.
O primeiro deles é
o aumento da confiança do investidor estrangeiro. O risco-país,
índice do banco JPMorgan, oscilou na faixa de 230 a 240 pontos-base
nos últimos dias, nível bem menor do que o patamar de quase
500 pontos-base na média de dezembro do ano passado.
Outro fator que impulsiona
a alta da Bolsa, segundo a LCA, é a evolução do preço
das commodities -cerca de 21% de alta no ano, segundo o índice CRB,
que reúne 19 produtos.
"O preço das commodities
influencia muito a Bovespa. A rentabilidade de ações -como
Vale, Petrobras e Gerdau- depende desses preços", afirma. Os outros
fatores avaliados pela consultoria para justificar a alta da Bolsa são
a taxa de juros real e o crescimento do PIB.
Com base nos mesmos critérios,
a LCA prevê uma valorização bem menor na Bolsa em 2010.
Para a consultoria, o Ibovespa deve encerrar o ano que vem em cerca de
63 mil pontos.
"Não há uma
possibilidade de ganhos tão expressivos no próximo ano",
diz. Para Borges, a valorização em 2009 será elevada
porque o ano começou com as ações muito desvalorizadas,
o que não se repetirá em 2010. Ele também não
vê variações expressivas no risco-país e no
preço das commodities em 2010. (Guilherme Barros - Folha de
S.Paulo-16.08)
Bovespa
cai, mas defende 56 mil pontos
Depois de bater nova máxima
para o ano acima dos 57 mil pontos, a sexta-feira foi de correção
na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). No entanto, a bolsa
brasileira ainda conquistou a quinta semana seguida de valorização.
Com ajuda das ações
da Vale e Gerdau, o Ibovespa fechou longe das mínimas do dia, registrada
abaixo dos 56 mil pontos. No fim da jornada, o índice apontava desvalorização
de 0,72%, aos 56.638 pontos. O giro financeiro permaneceu elevado, somando
R$ 5,43 bilhões.
Tal pontuação
garantiu alta de 0,55%, na semana, elevando o ganho no mês para 3,42%.
Já no ano, o ganho acumulado é de 50,83%.
Segundo o diretor da Indusval
Corretora, José Costa Gonçalves, o tom vendedor da sexta-feira
foi garantindo pelo fraco desempenho do mercado, onde mais uma rodada de
indicadores confirmou que a maior economia do mundo segue patinando. "
São todos torcedores, já que a economia não anda mesmo.
"
Sexta-feira, a queda na
confiança do consumidor americano serviu de gatilho para as vendas,
pois sinalizou que o consumo deve seguir retraído, atrasando a retomada
da atividade.
Em Wall Street, o Dow Jones
caiu 0,82%, ficando em 9.321 pontos. O S & P 500 recuou 0,85%, para
1.004 pontos, e o Nasdaq cedeu 1,19%, aos 1.985 pontos.
De acordo com Costa, se
a economia americana não der sinais de melhora, os investidores
voltarão a vender ações e commodities e buscar proteção
na moeda americana.
Para o diretor, o mercado
está de volta à encruzilhada, permeado por dúvidas
e em um momento de grande valorização acumulada. " Se acontecer
uma correção, não tem nada de anormal " , explica.
O vencimento de opções
sobre ações que acontece na sexta-feira teve influência
na determinação do pregão. No fim do dia, Vale PNA
reverteu as perdas e fechou com avanço de 0,89%, a R$ 33,75, com
mais de R$ 700 milhões em negócios. Os agentes não
deixam o papel se distanciar muito dos R$ 34,00, linha de preço
que concentra grande quantidade de opções. O papel PN da
mineradora aumentou 0,81%, para R$ 38,50.
A ação PN
da Petrobras recuou 0,43%, para R$ 32,35. Além do vencimento de
opções, os investidores negociaram o papel à espera
dos resultados trimestrais.
Entre as siderúrgicas,
destaque para Gerdau PN, que também ganhou fôlego no fim do
dia, garantindo alta de 0,61%, a R$ 23,01. Entre os pares do setor, CSN
ON caiu 1,93%, para R$ 50,20, e Usiminas ON perdeu 5,69%, cotado a R$ 52,30.
Vendas, também, no
setor financeiro. Itaú Unibanco PN declinou 1,53%, para R$ 33,40,
enquanto Bradesco PN devolveu 0,73%, para R$ 29,75.
Na ponta compradora, Rossi
ON ganhou 2,49%, a R$ 11,90. A construtora lucrou R$ 51,2 milhões
entre abril e junho de 2009, resultado estável se comparado a igual
período de 2008. AmBev PN registrou alta de 2,28%, a R$ 139,00,
e Pão de Açúcar teve acréscimo de 2,03%, a
R$ 45,20.
Papéis defensivos,
como elétricas e telecomunicações, também atraíram
compradores. Além dos resultados, Costa lembra que os dois setores
são bons pagadores de dividendos. Copel PNB subiu 1,93%, a R$ 28,39,
e Telesp PN aumentou 1,45%, saindo a R$ 42,64.
Liderando as vendas de ponta
a ponta do pregão, o papel PN da TAM caiu 6,69%, para R$ 24,40.
A aérea fechou o segundo trimestre com lucro de R$ 788,9 milhões,
ou 134% maior que o montante registrado um ano antes. O resultado da empresa
foi impulsionado por ganho financeiro, desapontando as previsões
dos analistas para a parte operacional da companhia.
Ainda na ponta vendedora,
JBS ON perdeu 4,34%, a R$ 7,27, devolvendo parte da alta recente. Cosan
ON, que chegou a operar em alta, recuou 3,36%, a R$ 18,65. A sucroalcooleira
fechou seu primeiro trimestre fiscal com ganho líquido recorde de
R$ 337,3 milhões. Klabin PN, Telemar ON, Embraer ON e Braskem PNA
também perderam mais de 3% cada. (Eduardo Campos - Valor)
Andima
lança MBA em gestão de compliance e risco
A ANDIMA está lançando
o MBA Gestão de Compliance e Risco Operacional, um novo curso de
pós-graduação lato sensu que vem se somar ao já
tradicional Especialização em Mercado Financeiro. Tendo como
objetivo transmitir as melhores práticas e métodos de gestão
de risco operacional e compliance, o curso enfatiza a importância
de as empresas reforçarem suas estruturas de controles internos,
preparando-se para enfrentar eventuais incertezas e riscos com uma gestão
responsável, sobretudo após os acontecimentos recentes que
abalaram a economia mundial.
Previsto para ter início
no próximo dia 26 de setembro, com aulas sempre aos sábados,
das 9h às 18h, o novo MBA tem carga horária total de 400
horas e aborda temas como Ambiente de Regulação e Supervisão,
Normas e Padrões Internacionais, Governança Corporativa,
Gestão de Processos e Compliance Legal e Operacional. Mais informações
podem ser obtidas pelo telefone (21)3814-3973 ou no endereço www.andima.com.br,
menu Educação. (Diário dos Fundos de Pensão)
MBA
Dom Cabral
A
Fundação Dom Cabral recebe inscrições para
a terceira e quarta turma de seu MBA Empresarial, com o foco no desenvolvimento
de competências estratégicas em gestão e na realidade
das empresas.
Data:
30 de agosto (4ª turma)
Local:
Fundação Dom Cabral, Campus Nova Lima (MG)
Informações:
4005-9200 (capitais) e 0800-941-9200 (demais localidades)
(Valor Online)
Livro:
Série Direito em Debate
Direito GV e Saraiva
A série inclui: Auto-Regulação
e Desenvolvimento do Mercado de Valores Mobiliários Brasileiro,
ganhador do prêmio Bovespa/2008 (R$ 45, 112 págs., com três
textos -Dalton T. Cusciano, Flora P. Sano e, obra conjunta de Maria Fernanda
C. de A. Ribeiro Cury e Roberto C. L. Pereira); O Novo Direito e Desenvolvimento
(organizador José R. Rodriguez, com textos de David M. Trubek, R$
64, 266 págs.), Teoria da Responsabilidade no Estado Democrático
de Direito (organizadoras Flavia P. Püschel e Maria R. de A. Machado,
com textos de Klaus Günther, R$ 36, 96 págs.) (Folha
de S.Paulo-15.08)