Regra das despesas administrativas é aprovada pelo CGPC. Em sua reunião de ontem o CGPC aprovou a resolução sobre a regra de limite das despesas administrativas que passa a valer a partir de 1º de janeiro de 2010. (vide matérias abaixo)
O dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 1,8890 com alta de 1,29% em relação ao fechamento de sexta-feira. Na Bolsa de Valores de S.Paulo o Ibovespa fechou a segunda-feira em baixa de 2,10% com o volume financeiro no patamar de R$ 5,7 bilhões. Nos EUA, o índice Dow Jones da Bolsa de Nova York fechou o dia em queda de 0,50% e a Nasdaq caiu 0,97%.
AssPreviSite
Despesa
de fundo de pensão de estatal terá limite
As despesas administrativas
dos fundos de pensão das empresas estatais deverão se limitar
a até 1% do total de ativos financeiros das entidades ou não
ultrapassar 9% da soma das contribuições anuais feitas ao
conjunto dos planos previdenciários. Essa é uma nova regra
de limite das despesas administrativas que passará a valer a partir
de 1º de janeiro de 2010, segundo resolução aprovada
hoje pelo Conselho de Gestão da Previdência Complementar (CGPC).
O CGPC é um órgão tripartite (governo, administradores
de fundos de pensão e participantes) responsável pela definição
de regras para essas entidades fechadas de previdência.
A regra atual prevê
que as despesas administrativas dos fundos de pensão do setor público
sejam limitadas a 15% das contribuições anuais. O secretário
de Previdência Complementar (SPC) do Ministério da Previdência
Social, Ricardo Pena, explicou que, no entanto, há no momento algumas
entidades que reduziram ou suspenderam novas contribuições
de seus associados e de suas patrocinadoras por terem um elevado superávit.
Esse é o caso, por
exemplo, da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco
do Brasil (Previ) que, desde 2007, suspendeu novas contribuições.
"Por isso, para entidades nessa situação era preciso criar
um outro parâmetro para controle das despesas administrativas, que
é o porcentual dos ativos financeiros", explicou o secretário.
Segundo Pena, o cenário de juros mais baixos é compatível
com uma maior redução das despesas administrativas dos fundos
de pensão.
A resolução
aprovada hoje dará um prazo de 60 meses, a contar de 1º de
janeiro do ano que vem, para o enquadramento de todas as entidades. O secretário
informou que o Brasil tem hoje 380 fundos de pensão, sendo 83 deles
ligados a empresas estatais na esfera federal, estadual e municipal. Dessas
83 entidades fechadas de previdência públicas, 20 delas hoje
estão desenquadradas do limite de gastos fixado pela nova resolução.
No caso dos fundos de pensão ligados a empresas privadas, os limites
de gastos administrativos deverão ser definidos pelo Conselho Deliberativo
de cada entidade.
A SPC passará a divulgar
em sua página eletrônica na Internet, também a partir
de janeiro do ano que vem, informações sobre as despesas
administrativas dos fundos de pensão, inclusive das despesas de
investimentos, como forma de maior comparação para os participantes,
assistidos, patrocinadores e instituidores. "O objetivo disso é
melhorar a gestão dos fundos de pensão, dando instrumentos
para que os participantes possam cobrar sempre uma melhor gestão
dos administradores das entidades", afirmou o secretário. (Agência
Estado)
Fundo
de pensão tem novo limite para despesas
O Conselho Gestor da Previdência
Complementar (CGPC, ligado ao Ministério da Previdência) alterou,
ontem, o limite de gastos administrativos das entidades fechadas de previdência
complementar (EFPC). Em vez de 15%, essas entidades, conhecidas como fundos
de pensão, poderão desembolsar no máximo 9% do fluxo
de contribuições com esse tipo de despesa. Por outro lado,
foi criado um parâmetro alternativo. Aqueles que preferirem poderão
adotar como base de cálculo o montante de aplicações
do fundo no final de cada ano. Nesses casos, o limite anual de gastos administrativos
será de 1% sobre tais investimentos.
Os novos tetos entrarão
em vigor em janeiro de 2010 e terão que ser obrigatoriamente observados
pelos fundos patrocinados pelo setor público, federal, estadual
ou municipal. Essas entidades representam 83 do total de 380 fundos fechados
hoje existentes no país, informa a Secretaria de Previdência
Complementar (SPC) do Ministério da Previdência.
O antigo teto, que será
observado só até dezembro de 2009, vigora desde 1978. A decisão
de oferecer uma alternativa, com base no volume de aplicações,
deve-se ao fato de que há fundos antigos, como o Centrus, dos antigos
funcionários do Banco Central, que não recebem mais novas
contribuições, explicou, em entrevista ao Valor, o titular
da SPC, Ricardo Pena Pinheiro. "Dependendo da maturidade do plano de benefícios,
15% podia ser muito ou pouco", acrescenta ele.
Das 83 EFPC patrocinadas
pelo setor público, 22 não se enquadrariam hoje em nenhum
dos dois critérios oferecidos pela nova resolução
do CGPC, embora gastem menos do 15% do fluxo de contribuições.
Por isso, a resolução dá prazo de cinco anos para
quem não conseguir se encaixar em nenhum dos dois critérios
a partir de janeiro de 2010.
O conselho inovou ao propor,
para as entidades fechadas de previdência complementar privadas,
regidas pela lei complementar 109/01, que elas não tenham limite
de despesa fixado em norma, cabendo ao conselho deliberativo definir os
percentuais e os indicadores de gestão dos gastos administrativos.
Conforme determina a resolução, os critérios a serem
definidos pelo conselho deliberativo devem considerar a adequação
dos gastos observando pontos como recursos garantidores dos planos de benefícios,
quantidade de planos; e número de participantes e assistidos.
(Mônica Izaguirre - Valor Online)
Fundos
terão que controlar despesas
A partir de janeiro de 2010,
participantes e empresas que patrocinam os fundos de pensão do setor
público poderão ser beneficiados com uma pequena queda nas
contribuições mensais. O Conselho de Gestão de Previdência
Complementar (CGPC) aprovou, ontem, resolução que fixa em
1% sobre o total de ativos das fundações o limite anual de
gastos com as despesas administrativas. Como forma opcional de bancar esses
gastos, as entidades poderão usar a taxa de carregamento, que cai
de 15% para 9%.
Segundo o Secretário
de Previdência Complementar (SPC), Ricardo Pena, a taxa de carregamento
é um percentual sobre as contribuições que podem ser
gastas com pessoal, consultoria, advogados e outras despesas administrativas.
“De cada R$ 100 de contribuição, por exemplo, R$ 15 poderiam
ser destinados para a cobertura das despesas administrativas”, disse Pena.
Agora, de cada R$ 100 arrecadados, o fundo de pensão patrocinado
por estatais poderá destinar, no máximo, R$ 9 para despesas
administrativas.
O secretário defendeu
o limite para gastos administrativos como uma forma de aumentar o volume
de recursos que são aplicados no mercado financeiro para garantir,
no futuro, o pagamento das aposentadorias e pensões dos participantes
das fundações. “No atual contexto, de juros baixos e inflação
sob controle, está cada vez mais difícil para os fundos atingirem
a meta atuarial de inflação mais 6% ao ano. Portanto, todo
recurso a mais será bem-vindo” completou.
Também a partir de
janeiro, a SPC começará a publicar, na internet, as informações
referentes aos gastos administrativos dos fundos de pensão, inclusive
as despesas de investimentos. “Primeiro estabelecemos o limite, que deve
ser seguido pelo controle e transparência”, observou Pena. Segundo
o secretário, com as informações disponíveis
os participantes poderão comparar as despesas da sua entidade com
outras e cobrar maior controle de despesas dos gestores. (Correio
Braziliense)
Comunicação
e educação financeira
Porque a comunicação
e a educação financeira estão juntas na escolha de
perfis de investimento
As fundações
brasileiras de previdência complementar fechadas têm atuado
de forma diferente na disposição de perfis de investimento
aos seus participantes. Algumas, embora ofereçam três modalidades
de perfis, fazem restrições na mobilidade entre eles no caso
de aposentados e pensionistas. Trata-se de uma postura mais conservadora
e até paternalista. Outras fundações optaram por uma
atitude minimamente intervencionista, deixando para o participante a escolha
do perfil de investimento.
Apesar das diferenças,
todas investem fortemente em comunicação. Ferramentas como
sites direcionados, informativos e até mesmo reuniões presenciais
no chão de fábrica têm sido adotadas nesse processo.
Não são ações pontuais e sim parte de um planejamento
estratégico consolidado, que visa ajudar o participante na compreensão
de conceitos financeiros para que ele avalie oportunidades e riscos dos
investimentos.
Nossa experiência
mostra que a educação financeira vai se tornar ainda mais
fundamental, graças à tendência de diversificação
dos perfis de investimento. Vejamos o caso dos Estados Unidos, onde as
entidades do setor ofereciam, em média, 18 alternativas de fundos
de investimentos para seus participantes, em 2007. Os dados são
da The Profit Sharing Council of America (PSCA), que realiza uma pesquisa
anual sobre o assunto, divulgada no final do ano. O levantamento da PSCA
indica uma evolução desse quadro, ao mostrar que as alternativas
eram menores em 1994, quando 58% das entidades apresentavam cinco ou mais
opções, enquanto na década anterior (1978) somente
4% delas tinham tal diversificação.
Agora examinemos a tendência
de diversificação de opções num momento de
crise. Como fica o participante que está perto da aposentaria e
fez uma opção mais agressiva, em função dos
anos de crescimento recente e da intensa movimentação das
bolsas de valores? Ele pode voltar para sua opção conservadora?
E com que periodicidade? E mais: as fundações devem intervir
mais fortemente, indicando as opções mais adequadas? Qual
a cultura financeira e previdenciária adquirida que respalda a decisão
final? Se este participante tem outros investimentos e opta em manter-se
na opção agressiva do fundo de pensão, a entidade
tem co-responsabilidade?
São perguntas difíceis
de responder e vemos a comunicação como instrumento fundamental
para fomentar a educação financeira no ambiente de trabalho.
Ela surge como uma nova cultura das instituições, traduzindo
as terminologias do mercado financeiro para os colaboradores.
O depoimento de uma diretora
de um fundo de pensão, no recente Fórum de Investimento realizado
pela LUZ-EF, mostra que o instrumento de comunicação não
importa. O que faz a diferença é a transparência. O
participante quer ter informações seguras e acesso às
possibilidades de mudança. Muitas vezes esses formatos estão
amplamente divulgados no site da entidade ou por meio de cartilhas orientadoras.
Mas é necessário editá-los. A informação
deve ser passada, repetidamente, de forma direcionada. O trainee, que tem
uma longa carreira pela frente, precisa conhecer os desdobramentos de uma
opção mais agressiva de investimento. O colaborador em vias
de se aposentar igualmente tem a necessidade de ter detalhes sobre as implicações
de mudar de perfil num momento de instabilidade.
Outro caso mostrado no Fórum,
de uma entidade cuja postura é mais liberal em termos de opções,
a “dobradinha” comunicação e educação financeira
tem o mesmo papel. Os diretores dessa entidade mapearam todos os seus públicos-alvo,
criando mecanismos de comunicação diferenciados e medindo
a efetividade dos instrumentos, aperfeiçoando o modelo, de acordo
com o feedback que tiveram. Quem ganha é o participante, que é
informado e pode, dentro das regras estabelecidas, mudar o seu perfil.
Nos Estados Unidos, ainda
de acordo com a pesquisa da PSCA, 24% das entidades permitiam a mudança
diária de perfil em 1994. Hoje, o participante pode mudar em minutos
e voltar ao seu perfil. Apesar disso, os dados indicam que tal movimentação
não acontece. E o que podemos depreender disso? Que a informação
educa e aprimora o modelo que temos. Então, invistamos nela, independente
da postura adotada pela entidade ao disponibilizar perfis de investimento
aos seus participantes de tal modo que eles se sintam envolvidos na gestão
dos recursos. (Cecília Harumi - Executivos Financeiros)
Educação
Previdenciária: Boa receptividade ao AssPreviSite
Diversas EFPCs se manifestaram
favoráveis a proposta encaminhada pelo AssPreviSite para uma atuação
complementar, no âmbito informativo, de forma a apoiar as ações
de educação financeira e previdenciária destas entidades.
Vários fundos já
estão engajados em programas voltados a educação financeira
e previdenciária. A proposta do AssPreviSite visa levar um conteúdo
informativo para os canais de relacionamento com participantes e o sistema
de comunicação das Entidades incrementando-os com informações
atualizadas para o corpo de participantes de seus planos de previdência.
Esta mecânica visa esclarecer, de forma simples e objetiva, questões
de seu interesse ligadas à previdência.
O AssPreviSite possui uma
“expertise” noticiosa que pode alinhar-se com os esforços da instituição,
alavancando ainda mais os programas de Educação Financeira
e Previdenciária das EFPCs. Esta parceria oferece um bom suporte
aos instrumentos das entidades em conformidade com os termos da Portaria
MPS Nº. 418/2008 e as orientações e incentivos
da Secretaria de Previdência Complementar. Adote também
esta iniciativa em sua Entidade. Informações sobre
esta sistemática podem ser obtidas através do e-mail assprevisite2@terra.com.br
(AssPreviSite)
Funcef:
Competência e experiência
Nesta entrevista, publicada
na edição 38 da Revista FUNCEF, o novo diretor de Participações
Societárias e Imobiliárias da FUNCEF, Luiz Philippe Torelly,
faz um resumo de sua experiência profissional, fala sobre os desafios
do novo cargo e lembra que ser associado da FUNCEF é um investimento
com retorno garantido
Revista FUNCEF - Conte-nos
um pouco sobre sua trajetória profissional.
Luiz Philippe Torelly -
Sou arquiteto e urbanista, graduado pela Universidade de Brasília,
com curso de mestrado em Planejamento Urbano. Em 1980, ingressei no extinto
Banco Nacional da Habitação - BNH, no cargo de arquiteto,
após ter sido o primeiro colocado no Concurso Nacional para Barateamento
da Construção Habitacional, promovido por aquela instituição.
Em meus quase 30 anos de
exercício profissional, na CAIXA e no BNH, exerci diversas funções.
Na CAIXA, fui chefe de setor, de divisão, especialista, gerente
nacional, superintendente nacional e chefe de gabinete da Presidência.
Ocupei também alguns cargos na Administração Pública,
como presidente do Instituto de Planejamento Territorial e Urbano e secretário
de Habitação e Desenvolvimento Urbano do Governo do Distrito
Federal. De 2007 ao inicio do presente ano, fui diretor de Promoção
do Patrimônio Cultural Brasileiro do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan), autarquia vinculada
ao Ministério da Cultura. De março passado até inicio
de julho, por convite da presidenta da CAIXA, Maria Fernanda Ramos Coelho,
colaborei na constituição da CAIXAPAR, CAIXA Participações
S|A como diretor-geral.
Revista FUNCEF - Quais são
suas perspectivas para 2009 e 2010 à frente da Diretoria de Participações?
Luiz Philippe Torelly -
Tive a felicidade de suceder a uma pessoa com a capacidade e competência
de Jorge Arraes. Meu trabalho será muito facilitado. Enfrentaremos
o desafio de promover investimentos, em um cenário de queda da taxa
Selic e de retomada do desenvolvimento. Cada vez mais, a Fundação
deverá aprimorar seus controles e critérios de elegibilidade
dos investimentos, para obter as rentabilidades que nossas metas atuariais
indicam. A recente crise econômica trouxe lições importantes,
que devemos assimilar e reproduzir em práticas de governança
corporativa.
Revista FUNCEF - A FUNCEF
tem crescido em patrimônio e em número de associados desde
2003. Como o senhor avalia a Fundação hoje?
Luiz Philippe Torelly -
A Fundação, assim como os demais fundos de pensão,
teve seu desempenho ampliado nos últimos anos. A responsabilidade
de assegurar aos nossos participantes a garantia de que seus recursos serão
aplicados com segurança, o respeito às regras prudenciais
e a rentabilidade compatível com os compromissos de cada plano são
nossa obrigação principal. Contudo, dado ao volume de recursos
que gerem, e da necessidade de aplicar em investimentos de longo prazo,
os Fundos se tornaram importantes agentes do desenvolvimento
do país. Hoje atuam intensamente no cenário econômico
e detêm relevantes participações societárias
em grandes empresas, dos mais diversos segmentos. Seus investimentos são
vitais para que o Brasil possa crescer, gerar empregos e reduzir as desigualdades
sociais.
Revista FUNCEF - A
previdência complementar tem ganhado, pouco a pouco, espaço
na vida dos brasileiros. Nessa perspectiva, que mensagem o senhor passa
aos colegas da CAIXA que ainda não se associaram à FUNCEF?
Luiz Philippe Torelly -
A principal vantagem de aderir à FUNCEF é aritmética.
Para cada real que o participante contribuir, a patrocinadora contribuirá
com outro. É uma poupança de longo prazo, no qual só
se entra com a metade, e se é proprietário da totalidade.
Não há investimento melhor. (Funcef/AssPreviSIte)
Previ:
Fórum debate Investimentos Alternativos
O Fórum, organizado
pela Diretoria de Planejamento da PREVI, encerra-se em 8/9 e debate a elaboração
de Política de Investimentos. No primeiro dia do evento, 27/8, o
palestrante Carlos Garcia, da Itajubá Investimentos, falou sobre
tendências e oportunidades de negócios alternativos. Segundo
suas análises, os investimentos alternativos, como os fundos hedge,
private aquity e infraestrutura, surgem em um contexto em que os fundos
de pensão e outros investidores institucionais necessitam de alto
retorno das aplicações, em um cenário de queda de
juros e baixo retorno dos investimentos tradicionais.
Das seis maiores "indústrias"
de fundos de pensão – Japão, Canadá, EUA, Suíça,
Holanda e Reino Unido, apenas a Holanda projeta um equilíbrio atuarial
no retorno dos investimentos. Nas demais, não se alcança
o rendimento necessário de 6%a.a. Esse fator é um dos impulsionadores
do crescimento de investimentos alternativos no exterior, uma vez que em
países de baixa inflação os títulos a ela indexados
não cobrem a necessidade de retorno atuarial.
A nossa realidade
No Brasil, a busca por alternativas
de investimentos já é uma realidade, com a seguida queda
nas taxas de juros. Entretanto, Carlos Garcia identifica ainda alguns desafios
para os investimentos alternativos: pouco conhecimento dos dirigentes,
participantes e autoridades acerca de tais investimentos; poucos gestores
especializados (limitação de "talento"); pequena capacidade
de absorção de recursos por parte das carteiras, ou seja,
atingido um valor relativamente baixo, o gestor já não aceita
mais captar recursos dos investidores. (Previ/AssPreviSite)
Petros:
Avaliação do Conselho de Administração
Entidade destacada pela
avaliação de seus Conselhos de Administração
O jornal “Valor Econômico”
destacou em sua edição dessa segunda-feira, dia 31, as empresas
que adotaram a avaliação dos seus Conselhos de Administração.
Dentre elas, destaque para a Petros, uma das pioneiras entre os fundos
de pensão a iniciar tal prática. Leia a íntegra do
Boletim 53 no link https://www.petros.com.br/petrossite/Download/boletim/boletim_53.pdf
(Petros/AssPreviSite)
Fundação
Cesp: Eleições
TJ suspende eleição
dos assistidos nos Conselhos Deliberativo e Fiscal
A Fundação
CESP informa que, conforme decisão liminar do Tribunal de Justiça
do Estado de São Paulo, o processo eleitoral para a eleição
dos representantes dos assistidos nos Conselhos Deliberativo e Fiscal da
Fundação CESP está suspenso até o julgamento
final do mérito do recurso pelo TJ. (Fundação
Cesp/AssPreviSite)
Diretrizes
dos Regimes Próprios de Previdência Social
A Portaria n° 230, do
Ministério da Previdência Social, altera as Portarias n°
64/2006 e n° 402/2008, que tratam, respectivamente, do Processo Administrativo
Previdenciário (PAP) e dos parâmetros e diretrizes gerais
para organização e funcionamento dos regimes próprios
de previdência social dos servidores públicos dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios. A Portaria n° 230 foi
publicada na edição de ontem (31) do Diário Oficial
da União (DOU). (Anfip)
Fundos:
Mudar para o pré-sal ser nosso
A principal mudança
do novo marco regulatório da indústria de petróleo
no Brasil, para desenvolver as reservas do pré-sal, é trocar
o regime de concessão - mantido, porém, para os blocos já
licitados - para de partilha da produção. Esse regime é
adotado nos países detentores das maiores reservas mundiais, como
Arábia Saudita, Venezuela, Irã e Iraque.
No contrato de partilha,
o Estado e as empresas dividem a produção de óleo
e gás, permitindo à União reter para o país
a maior parte da riqueza gerada com a renda do petróleo.
Pela proposta apresentada,
o governo poderá contratar a Petrobras para produzir diretamente
no pré-sal e em áreas estratégias ou optar por empresas
privadas por licitação, assegurando, neste caso, à
estatal uma fatia mínima de 30% em cada bloco.
A Petrobras também
será operadora de todos novos campos. Nesse regime, a União
será representada por uma nova estatal, a Petro-Sal.
Nos casos em que a Petrobras
será a única produtora, caberá ao CNPE definir o rateio
da produção do campo entre a União e a estatal.
Quando houver licitação,
será vencedora a empresa que oferecer o maior percentual da produção
à União, proposta que terá adesão da Petrobras.
As petrolíferas pagarão
um bônus de assinatura ao Estado. A Petro-Sal não realizará
atividades operacionais e nem fará investimentos, mas terá
presença nos comitês que definirão as atividades dos
consórcios, com poder de veto nas decisões.
Segundo o governo, a mudança
no regime de concessão para a partilha de produção
deve-se ao fato de o pré-sal ser uma das maiores províncias
petrolíferas do mundo.
A descoberta de uma região
com alto potencial e baixo risco para os investidores, enfim, levou o governo
a rever a prejudicial Lei do Petróleo de 1997, que permitia a captura
dos ricos recursos naturais do petróleo por empresas multinacionais.
A novo modelo inclui a capitalização
da Petrobras, para elevar a capacidade de investimento da estatal. A União
irá ceder a empresa, em regime oneroso, o direito de explorar até
5 bilhões de barris de óleo equivalente. Ao mesmo tempo,
a estatal realizará aumento de capital, no qual União e minoritários
terão direito de subscrição. (Monitor Mercantil)
Fundos:
Riscos e oportunidades do pré-sal
Entre a taça e os
lábios, o líquido pode derramar. As condições
para a concretização das promessas são muitas
As descobertas de grandes
reservas de petróleo e gás na chamada camada "pré-sal"
tanto podem descortinar um futuro brilhante para os brasileiros quanto
submeter o país a um processo de empobrecimento econômico
e anomia social. Entre as descobertas e a obtenção dos benefícios,
entre a taça e os lábios, o líquido pode derramar.
As condições para a concretização das promessas
são muitas.
A regulamentação
atual do setor não é compatível com a abundância.
Ela foi concebida para a
escassez, "para se achar petróleo". Por isso, tomou por base o "modelo"
de concessão. Já o sistema de partilha permite a apropriação
da riqueza por parte do Estado em nome da sociedade. A riqueza do petróleo
é apropriada sob a forma de impostos e royalties -como, aliás,
ocorre no modelo vigente.
Esse padrão de tributação
pode conviver com o sistema de partilha, mas no caso brasileiro é
recomendável alterá-lo: 1) a tributação deve
aumentar; 2) a atual regra de distribuição dos recursos tributários
obtidos com a exploração do petróleo entre União,
Estados e municípios precisa ser revista.
Naturalmente, nada deve
mudar quanto aos projetos já em andamento, cujos frutos de exploração
pertencem às empresas detentoras das concessões, e os royalties,
aos Estados já contemplados.
A concentração
nas mãos da União é a condição para
a universalização das políticas sociais e de investimento
em infraestrutura, com regras claras destinadas a reger a utilização
dessa riqueza para o desenvolvimento e o bem-estar do conjunto das regiões,
dos Estados e dos municípios do país.
A avalanche de moeda estrangeira
que certamente advirá da exportação de petróleo
ameaça tornar incontrolável o vício nativo cevado
nas delícias tão sedutoras quanto viciosas do câmbio
valorizado.
A "doença holandesa"
é a moléstia de uma sociedade de cigarras que passa a depender
de uma dádiva natural e abandona a riqueza fruto do trabalho, da
inovação tecnológica e da agregação
de valor.
O ideal seria aplicar no
exterior os recursos gerados pelas exportações, utilizando
no âmbito doméstico tão-somente os recursos gerados
nas vendas internas e os rendimentos obtidos das aplicações
no estrangeiro.
Não por acaso, proliferaram
os "fundos soberanos", muitos dos quais fruto da acumulação
de receitas derivadas da exportação de petróleo.
As aplicações
devem ser conservadoras e de longo prazo, já que se destinam a transmitir
para gerações futuras uma riqueza finita que não pode
beneficiar apenas a geração presente.
A aplicação
dos recursos do fundo soberano no exterior será de grande valia
para promover a internacionalização de empresas e bancos
brasileiros. Bem conduzida, essa estratégia vai conferir ao real
o status de moeda conversível, alem de obrigar os gestores a adotar
estratégias de longo prazo na administração dos recursos.
A experiência recente
dos fundos soberanos mostra que eles têm poder para reverter as tendências
perversas dos mercados financeiros, ao promover mais investimentos nas
empresas e menos traquinagens especulativas com ativos já existentes.
No âmbito doméstico,
o governo brasileiro anunciou o desejo de conceder prioridade ao desenvolvimento
social, sobretudo à educação e à inovação
tecnológica, o que nos parece correto.
Seria igualmente importante
apoiar a modernização da infraestrutura e das formas alternativas
de energia renovável, alem de criar um fundo para estabilização
das receitas fiscais, com o propósito de atenuar as consequências
das flutuações nos preços do petróleo.
A forma institucional mais
bem-sucedida de gestão da riqueza proporcionada pela exploração
do petróleo é oferecida pela Noruega. Os noruegueses criaram
uma empresa estatal para administrar as participações do
governo nos projetos partilhados e a gestão do fundo soberano.
No Brasil, uma empresa desse
tipo cumpriria essas e outras funções, tais como o planejamento
do ritmo de exploração das reservas do pré-sal e a
supervisão das políticas industriais e tecnológicas.
Dentre os setores a serem fomentados, há que sublinhar a importância
estratégica da própria indústria de bens de capital,
de suprimentos e serviços que abastecem o setor de petróleo.
Enxuta em termos de pessoal
e com atribuições claramente definidas, essa empresa teria
capacidade para antecipar recursos no mercado de capitais e mobilizar fundos
para promover a cadeia produtiva do petróleo, alem de financiar
novas prospecções executadas por empresas do setor, como
a Petrobras.
Essas ações
oferecem ao país a oportunidade de se libertar da crônica
dependência do financiamento externo e afastar os choques cambiais
que de tempos em tempos constrangem a política econômica.
(JULIO GOMES DE ALMEIDA e LUIZ GONZAGA BELLUZZO - Folha de S.Paulo)
Fundos:
O pré-sal e as questões insondáveis
Quais razões teriam
motivado o governo a mudar as regras do jogo da exploração
de petróleo depois das descobertas no pré-sal? Se forem somente
aquelas das dimensões das descobertas, do baixo risco envolvido
e da preservação dos interesses nacionais, não resistiriam
a uma discussão mais aprofundada. O sistema de concessão,
ora em vigor, contempla também o caso de grandes jazidas - campos
gigantes já haviam sido descobertos em Campos - de riscos geológicos
de grandeza variável e de defesa dos interesses pátrios.
Se no cerne da questão
estivesse o aumento das participações do Estado, bastaria
acrescê-las por simples decreto presidencial. Aparentemente, no entanto,
existem outras questões, mais insondáveis do que o próprio
pré-sal, envolvendo aspectos ideológicos, partidários
e eleitoreiros. De fato, deixando os representantes da indústria
preocupados, ansiosos e perplexos, os mentores das mudanças em curso
parecem mais interessados em aumentar efetivamente a presença do
Estado no setor brasileiro do petróleo.
Desde as primeiras descobertas
no pré-sal, em 2007, extirparam-se dos leilões os blocos
das áreas correspondentes e, na prática, suspendeu-se o processo
de licitação de áreas de exploração,
reconhecido e respeitado internacionalmente pela transparência e
competência com que a Agência Nacional do Petróleo (ANP)
o conduzia. Depois, convocou-se uma douta comissão que, dentro do
Executivo, passou meses a portas fechadas interagindo somente entre o governo
e a estatal brasileira.
Finalmente, com um ano de
atraso sobre o previsto, elaborou-se uma proposta que envolve o abandono
do modelo de concessão, a adoção da partilha da produção
nas áreas consideradas estratégicas (quais?), a criação
de uma empresa 100% estatal para gerenciar a exploração e
de um fundo para aplicação dos recursos, supostamente na
área social.
A indústria do petróleo
e a própria sociedade ainda não foram convocadas a debater
estes importantes aspectos e, ao ser mantido o regime de urgência
para apreciação da proposta no Congresso, quase não
haverá tempo para isso.
Muito haveria a se contrapor
à proposta do Executivo. O modelo de concessão é largamente
utilizado em países ricos e desenvolvidos com uma tradicional indústria
do petróleo, como Estados Unidos, Reino Unido, Noruega e Canadá.
O modelo de partilha, que ora se quer introduzir, é largamente aplicado
em países produtores menos desenvolvidos, e nem sempre democráticos.
A criação de mais uma estatal seria de pouca valia para um
país que já conta com a Petrobrás, a ANP, e o próprio
Ministério de Minas e Energia.
Tememos pela efetiva aplicação
dos recursos do petróleo em áreas sociais como a educação
por meio do fundo a ser criado, dadas as malfadadas experiências
da CPMF e da CIDE, cujos recursos não foram nem para a saúde
nem para o sistema rodoviário brasileiro. O desvio dos ingentes
recursos do petróleo para áreas políticas e sociais
levou a resultados desastrosos em países produtores como a Venezuela.
Na véspera deste
dia, alguns bodes foram retirados da sala de estar. O principal foi retirado
a pedido dos governadores dos maiores Estados produtores que temiam a redução
de suas participações na distribuição dos recursos
da extração do petróleo, justo ressarcimento para
quem sofre os impactos ambientais, sociais e culturais decorrentes dessas
atividades. Outros bodes permanecem. O regime de urgência para discutir
no Congresso que se prometeu retirar, aparentemente retornou.
Existem relevantes e preocupantes
lacunas quanto à dimensão dos privilégios da Petrobrás,
às dimensões da partilha de produção, ao processo
de licitação das áreas, ao destino do petróleo
recebido pela União e à sua transformação em
dinheiro.
Por sua atuação
na descoberta do pré-sal, a superação de desafios
tecnológicos e o simples fato de ser uma estatal brasileira, a Petrobrás
certamente fez por merecer algum tipo de privilégio.
Parece-nos, no entanto,
prejudicial às demais empresas de petróleo assegurar-lhe
um terço de todos os interesses e a garantia de ser operadora (empresa
líder do consórcio) em todos os blocos.
Agora, com o envio da proposta
para o Congresso esperamos que, mesmo no curto espaço de tempo disponível,
se abra finalmente uma discussão desses temas envolvendo principalmente
os representantes da indústria e da sociedade.
Entre os primeiros incluímos
as empresas de petróleo, os muitos fornecedores de bens e serviços,
as universidades e centros de pesquisa e as instituições
que os congregam. Entre os demais, espera-se também a mobilização
dos consumidores, que continuam pagando caro pelos derivados de petróleo
apesar da festejada autossuficiência e do petróleo do pré-sal.
Finalmente, nos preocupamos
pelo destino da proposta no Congresso que, também por razões
fisiológicas, ideológicas ou eleitoreiras, pode se transformar
num Frankstein legislativo nocivo aos interesses da indústria e
da sociedade. Ninguém quer isso. (Giuseppe Bacoccoli
- O Estado de S.Paulo)
Fundos:
Petrobras é grande vitoriosa nas novas regras
Ela pode captar até
R$ 100 bi, será operadora única e tem atuação
garantida em consórcios
Capitalização
visa dar suporte financeiro à estatal para explorar o pré-sal
e tentar aumentar a parcela da União no capital da empresa
Ao anunciar o novo marco
regulatório do setor de petróleo, o governo confirmou a decisão
de capitalizar a Petrobras, mais uma demonstração de que
a estatal saiu como a grande vitoriosa na definição das novas
regras. A operação pode ser a maior já feita no país
até hoje. Foi oficializada ainda a proposta de criar a Petro-Sal,
estatal que irá administrar a riqueza do pré-sal em nome
da União, e o fundo social, a ser formado com a renda gerada pelas
novas reservas.
A divulgação
foi feita ontem pelo presidente Lula, durante evento em Brasília,
quando ele assinou quatro projetos de lei, que tratam também da
criação da partilha de produção na exploração
do pré-sal. As regras da capitalização constam de
um projeto de lei específico, que autoriza a União a ceder
à Petrobras direitos de exploração de áreas
não leiloadas do pré-sal, limitadas ao volume de 5 bilhões
de barris.
Segundo cálculos
feitos como referência para a operação, a capitalização
pode atingir até R$ 100 bilhões com um custo de extração
do óleo de US$ 10 o barril. A empresa tem valor de mercado de R$
307 bilhões. Os detalhes serão divulgados hoje pela estatal.
A Petrobras poderá pagar a cessão dessas áreas com
títulos públicos num primeiro momento. Depois, a operação
será consumada com a entrega de ações da empresa para
o governo federal.
Para que a operação
seja concluída, a Petrobras contratará duas empresas de consultoria
independentes que vão avaliar o volume e o valor das reservas cujos
direitos de exploração serão transferidos para ela.
A capitalização tem dois objetivos: dar suporte financeiro
à estatal para explorar o pré-sal e tentar aumentar a parcela
da União no capital total da empresa -hoje na casa dos 32%, o que
não lhe garante a maior parte dos lucros. O governo tem a maioria
do capital com direito a voto da companhia.
Além da capitalização,
as novas regras confirmaram duas medidas que beneficiam diretamente a Petrobras:
ela será a operadora única do pré-sal e terá
uma participação de 30% garantida nos consórcios que
irão explorar a região. Ela ganhou ainda o direito de disputar
os leilões para aumentar essa participação mínima
e pode ser contratada diretamente, sem licitação, para desenvolver
campos que o governo considere estratégicos. A escolha do nome Petro-Sal
chegou a dividir o governo, mas Lula optou por ele, mesmo diante dos riscos
de que seja relacionado a "petrossauro" -uma crítica feita no passado
à Petrobras pelo ex-ministro Roberto Campos.
A nova companhia não
será operadora nem fará investimentos na exploração,
mas irá representar a União nos comitês operacionais
formados pelas empresas para desenvolver os campos de petróleo da
região. Terá no máximo 130 empregados, sede meramente
formal em Brasília e o escritório central no Rio de Janeiro.
A Petro-Sal também será a responsável por fiscalizar
os custos de produção, essencial na partilha de produção
-já que, quanto maior o custo, menor a parcela do óleo a
ser transferida para a União.
Quanto ao fundo social,
ele ganhou, na reta final, duas novas destinações. Além
de educação, combate à pobreza e inovação
tecnológica, ele será investido em cultura e ambiente. Suas
fontes de recursos serão: a renda do óleo de propriedade
da União na partilha de produção; os bônus pagos
pelas empresas vencedoras dos leilões; e a parcela dos royalties
do governo federal.
Ao justificar a opção
pela partilha de produção no pré-sal, o governo destacou
que todos os países fizeram mudanças em seus sistemas quando
encontraram grandes reservas. O governo não divulgou dados sobre
o potencial de toda a região do pré-sal, mas lembrou que
em três campos -Tupi, Iara e Parque das Baleias- a expectativa é
que as reservas fiquem entre 9,5 bilhões e 14 bilhões de
barris. Hoje, as reservas provadas brasileiras são de 14 bilhões
de barris. Com a inclusão desses três campos, que podem dobrar
as reservas do país, o governo federal espera que a produção
diária de petróleo aumente em 1,815 milhão de barris,
praticamente a mesma de hoje -de 1,936 milhões de barris.
As novas regras divulgadas
ontem valem para os campos do pré-sal ainda não leiloados,
72% de toda província do pré-sal, que atinge 149 mil quilômetros
quadrados. As já concedidas ficam sob as regras atuais. (VALDO CRUZ,
SAMANTHA LIMA e HUMBERTO MEDINA - Folha de S.Paulo)
Fundos:
Petrobrás terá capitalização de até
R$ 100 bi
Governo vai repassar títulos
da dívida pública à estatal que os usará para
pagar os barris que receberá da União
A capitalização
da Petrobrás proposta pelo governo é uma operação
circular: o governo repassa títulos da dívida pública
à estatal, promovendo um aumento de capital na empresa; mais tarde,
a estatal utiliza também títulos públicos para pagar
os barris em reservas de petróleo que receberá da União,
em áreas do pré-sal, sem necessidade de participar de licitação.
O processo de capitalização
terá como marco inicial o contrato a ser firmado entre a empresa
e a União, que cederá à estatal o volume de até
5 bilhões de barris. O valor do barril será definido em uma
avaliação feita por empresa independente, num prazo de até
12 meses, a ser certificada pela Agência Nacional de Petróleo
(ANP), segundo a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff.
Para definir o preço
do barril não se utiliza a cotação internacional,
mas um valor que torne viável o investimento na exploração
e produção. Pela manhã, o líder do governo
no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) informou que o governo trabalha
com a possibilidade de US$ 10 o barril, o que corresponderia ao pagamento
de até US$ 50 bilhões por essas áreas. À tarde,
Dilma disse que na reunião usou um "valor hipotético".
A ideia do governo é
acelerar o processo de capitalização, reduzindo o espaço
para grandes variações do preço das ações
da estatal negociadas na bolsa de valores. "Esperamos uma capitalização
rápida para evitar o impacto dessas flutuações sobre
a empresa", disse Dilma.
Um dos principais questionamentos
do mercado se refere à forma de quantificar as reservas que a Petrobrás
vai adquirir da União. "Ninguém ainda sabe qual vai ser o
valor financeiro que a Petrobrás vai pagar por essas reservas",
disse Eduardo Roche, analista-chefe da Modal Asset.
Analistas de mercado ainda
especulam sobre a capacidade financeira de a Petrobrás arcar com
os custos de exploração de reservas em volume muito superior
ao que detém hoje. Isso, lembra Roche, demandaria investimentos
muito mais vultosos do que os já anunciados. "A empresa vai ficar
com muito mais reservas. Será que terá o dinheiro necessário
para fazer os investimentos?"
Apesar de considerar o modelo
"bem feito", o consultor do UBS Pactual Gustavo Gatass também tem
dúvidas em relação ao valor que a Petrobrás
terá de pagar. Segundo ele, as análises preliminares do mercado
indicam que um preço justo seria de US$ 2,50 por barril (o que representaria
um total de US$ 12,5 bilhão pelo acréscimo de 5 bilhões
em reservas) e não os US$ 10 citados por Dilma.
"É preciso que sejam
consideradas as dificuldades de exploração naquela área
e também o prazo para que sejam exploradas. Afinal, a Petrobrás
pagaria por um valor antecipadamente e só poderia produzir nessas
áreas muito lá na frente", disse.
O secretário de Política
Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, comentou
que há uma cláusula de reavaliação do preço
das reservas que deve ser feita num prazo máximo de 24 meses após
a fixação. A forma mais fácil de entender a capitalização,
segundo ele, é avaliá-la como se fosse duas operações
distintas. Na primeira, a União cede à Petrobrás o
direito de explorar uma quantidade fixa de petróleo.
"Mas esse petróleo
tem um valor e é preciso determiná-lo para fazer a transferência.
Para fazer a transação, a Petrobrás aumentará
seu capital no valor do equivalente aos 5 bilhões de barril ou até
mais", disse Barbosa. Segundo ele, ainda que o limite de reavaliação
seja de 24 meses, o objetivo do governo é fazer essa análise
"o quanto antes".
Indagada sobre a forte queda
das ações da Petrobrás, que liderou ontem o recuo
da Bovespa, num dia em que a empresa estaria se fortalecendo com a divulgação
do marco regulatório do pré-sal, a ministra avaliou que as
flutuações são normais. "É complicado olhar
uma empresa pela ótica de suas variações de mercado",
disse. A Petrobrás, em sua opinião, vem demonstrando capacidade
de manter sua lucratividade e nível de investimento mesmo durante
uma crise financeira internacional.
"Ampliamos em US$ 60 bilhões
a previsão de investimento da companhia mesmo com a crise", afirmou,
referindo-se ao programa de investimentos para os próximos cinco
anos de US$ 174 bilhões. Dilma comentou, também, sua emoção
durante a apresentação do marco regulatório. "Não
cheguei a chorar, não. Me contive", comentou. O que a levou a se
emocionar, disse a ministra, foi a apresentação que reuniu
o trabalho sistemático de aproximadamente quinze pessoas. "São
pessoas que trabalharam sábados e domingos. Por isso, pingou uma
lágrima", admitiu.
Pelo desenho da capitalização,
tanto o governo quanto acionistas minoritários poderão subscrever
os papéis em moeda ou títulos da dívida pública,
que serão emitidos pelo Tesouro Nacional. Os acionistas poderão
comprar esses títulos, quando o governo emiti-los e utilizá-los
para comprar as ações da Petrobrás. Segundo uma fonte
oficial do governo que preferiu não ter seu nome revelado, o Tesouro
Nacional prepara-se para emitir R$ 100 bilhões em títulos
públicos. (CÉLIA FROUFE, KELLY LIMA, IRANY
TEREZA, MÔNICA CIARELLI, RENATO ANDRADE e SILVIA ARAUJO - O Estado
de S.Paulo)
Fundos:
Investimentos da Petrobras em pré-sal
O presidente da Petrobras,
José Sergio Gabrielli, garantiu que são viáveis os
investimentos de US$ 111,4 bilhões na área do pré-sal
até 2020, para produzir 1,8 milhão de barris diários
de petróleo e gás natural. Para Gabrielli, no entanto, somente
os testes de longa duração, que estão em andamento
tanto no Parque das Baleias (ES) quanto em Tupi, na Bacia de Santos, é
que fornecerão as informações suficientes e precisas
sobre a quantidade de poços que serão necessários
por unidade flutuante de produção.“É claro que nós
esperamos que, com o conhecimento que será adquirido ao longo da
realização desses testes, consigamos reduzir o número
de postos e, consequentemente, até mesmo reduzir estes investimentos
em bilhões de dólares”, disse.
Ele lembrou ainda que somente
um poço hoje para ser perfurado custa em torno de US$ 60 milhões
e, para completar, o valor salta para US$ 100 milhões. “Então,
se eu consigo reduzir 200 poços isso significa US$ 20 bilhões
de economia”, explicou.
As projeções
da Petrobras indicam que a estatal deve produzir, em 2013, 219 mil barris
dia de petróleo na área do pré-sal, volume que saltará
para 528 mil barris por dia já em 2016, para chegar a 2020 com uma
produção diária estimada de 1,8 milhão de barris
diários. (Fenaseg)
Fundos:
Aumento do poder estatal preocupa
O papel destinado à
Petrobras no pré-sal e o poder de veto garantido à nova estatal
(uma parte da regulação ainda pouco clara) preocuparam muito
as empresas privadas do setor de petróleo e gás. "O que vimos
limita bastante a participação do capital privado. Temos
inúmeras empresas trabalhando no Brasil e precisamos preservar essas
conquistas. Não podemos desconstruir o que já conseguimos
ao longo de 12 anos, atraindo capital e 76 empresas privadas", disse o
presidente do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis
(IBP), João Carlos de Luca, após a solenidade de anúncio
do marco regulatório para exploração de petróleo
na camada do pré-sal, ontem, pelo governo, no Centro de Convenções,
em Brasília. "A competição é boa para a Petrobras
também", completou.
Ele reconhece o papel de
liderança da Petrobras, mas alerta para o fato de que, no médio
e longo prazos, uma operadora única limita muito a participação
e o desenvolvimento de uma indústria de petróleo e gás
forte, com atração de tecnologia, capital, recursos humanos
e múltiplos atores. "Nos preocupa porque o projeto é tão
grande e ambicioso que há espaço para todos", diz De Luca.
O presidente do IBP acredita
que, com a operadora única, as outras empresas tendem a ser meras
investidoras, o que vai limitar a atração de capital. Na
sua visão, isso, aparentemente, não é o que o governo
quer, de acordo com o que representantes dos empresários ouviram
em uma reunião na quinta-feira da semana passada.
O setor já esperava
a ampliação da presença do Estado no marco regulatório
do pré-sal, mas mesmo assim as medidas anunciadas foram recebidas
de forma negativa no setor. O executivo de uma grande empresa fabricante
de equipamentos considerou a nova regulamentação como um
retrocesso. "Seria melhor ter mais operadores além da Petrobras,
e mais clientes e investidores. Do jeito que está, voltamos ao que
era antes", afirma o executivo, pedindo sigilo sobre sua identidade.
Ele também acha confusa
a justificativa para a criação da nova empresa estatal, a
Petro-sal. "Ela terá poder de voto e veto na decisão dos
consórcios. Acho que há um conflito tremendo se alguma vez
a Petro-sal vetar um plano da Petrobras como operadora. A mim parece que
ela será uma fonte de mais emprego, mais poder e mais cargos", afirma
o executivo.
A medida, por outro lado,
pode beneficiar fabricantes mais inclinados a operar melhor tendo um comprador
único. Sob o ponto de vista da mão de obra especializada,
uma fonte disse que a nova regulamentação transforma as sócias
privadas em "meros coadjuvantes" e isso pode reduzir o efetivo das companhias
estrangeiras que hoje têm técnicos altamente especializados
- geólogos, geofísicos e engenheiros de reservatório,
por exemplo - trabalhando no país. "Quanto mais agentes no mercado,
mais pessoal especializado. E se as empresas não forem mais operadoras,
tenderão a reduzir o pessoal especializado, já que terão
participação irrelevante", afirma uma fonte.
O projeto de criação
da Petro-sal traz uma série de artigos que tratam da contratação
de pessoal, o que dá margem a dúvidas quanto ao tamanho dessa
companhia em curto espaço de tempo. A norueguesa Petoro tinha cerca
de 60 funcionários no ano passado, enquanto a Empresa de Pesquisa
Energética (EPE), criada em 2004 para prestar fazer estudos e pesquisas
para subsidiar o planejamento energético brasileiro, já tem
280 funcionários e um orçamento de R$ 78 milhões liberado
pelo Ministério de Minas e Energia.
Entre as empresas do setor,
também causou preocupação a decisão do governo
de pedir urgência constitucional na votação dos projetos.
Ontem, o IBP começou a encomendar pareceres de juristas para analisar
aspectos constitucionais das propostas. As sugestões que forem consenso
entre as empresas terão que ser entregues até terça-feira.
Como se esperava, nem todas as companhias que operam no país mandaram
representantes a Brasília. Estiveram lá executivos da Chevron,
Devon, Shell, Queiroz Galvão, BG, Repsol YPF, Total e Galp. Na lista
de empresas que não participaram estão a StatoilHydro, a
ExxonMobil e a BP, para citar algumas.
Oficialmente, as empresas,
mesmo as sócias da Petrobras nos campos que terão que ter
contrato de unitização da produção, não
quiserem se manifestar ontem.
Na visão de Paulo
Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura
e Indústrias de Base (Abdib), aspecto fundamental é viabilizar
o financiamento e suas garantias. Nesse cenário, admite que, talvez,
o BNDES não seja capaz de, sozinho, bancar essa necessidade. Para
ele, o Brasil vai precisar de fundos específicos com organismos
multilaterais e criar novos modelos de captação. "Não
tenho dúvida que o capital externo vai entrar, mas precisamos de
marco regulatório com regras claras e estáveis para atrair
recursos."
Para Godoy, o modelo divulgado
ontem não tem viés anti-investimento. Ele acredita que a
indústria do petróleo, certamente, vai encontrar mecanismos
de participação. "Não acredito que a Petrobras vá
se isolar no desafio de funding e desenvolvimento tecnológico de
fornecedores. As empresas vão se adaptar", comenta.
O desafio das indústrias
nacionais, para a Abdib, é criar capacidade e desenvolver tecnologia
para a demanda do pré-sal. "Não dominamos muitas coisas,
mas é preciso treinar muita gente e criar um modelo de financiamento.
Os números são astronômicos e temos de viabilizar garantias
para esse financiamento. O mercado vem atrás de tudo o que é
rentável", avalia. (Arnaldo Galvão e Cláudia
Schüffner - Valor Online)
Fundos:
Nada muda na divisão de royalties
O governo não alterou
a distribuição dos royalties do petróleo para os recursos
da exploração da camada pré-sal no projeto de lei
encaminhado nesta segunda-feira ao Congresso Nacional.
O ministro de Minas e Energia,
Edison Lobão, disse que, por enquanto, valerá a divisão
de royalties e participação especial prevista pela atual
legislação do petróleo. "Estão mantidos os
royalties e a participação especial. Vamos manter o regime
até que uma nova lei disponha em sentido contrário", disse
Lobão em entrevista coletiva após lançamento do marco
regulatório do pré-sal.
O sistema adotado atualmente
continuará valendo. Este foi o acordo fechado pelo presidente Lula
com os governadores do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São
Paulo, estados que produzem mais de 90% de todo o petróleo do país.
Os estados e municípios
próximos aos campos são beneficiados por serem afetados pela
exploração do petróleo, que demanda mais investimentos
em infra-estrutura e traz danos ambientais.
A divisão dos royalties
do pré-sal foi um dos pontos mais polêmicos da negociação
do marco regulatório para a exploração das novas reservas.
(Monitor Mercantil)
Cobap:
Reunião para tratar sobre o reajuste
A reunião está
marcada para hoje, 11 horas, no gabinete de Paim
Após discordar do
posicionamento do governo, que propôs o reajuste das aposentadorias
e pensões com base na reposição da inflação
e do Produto Interno Bruto (PIB), a Confederação Brasileira
de Aposentados e Pensionistas (Cobap), através do presidente Warley
Martins, se reunirá hoje, 1º de setembro, com o autor dos projetos
que beneficiam a categoria, senador Paulo Paim (PT-RS).
A reunião está
marcada para 11 horas, no gabinete do senador e terá também
a participação de diretores da Cobap, presidentes de federações
de aposentados, membros do Fórum Sindical dos Trabalhadores (FST)
e algumas Centrais Sindicais. “Não podemos simplesmente aceitar
o acordo. Queremos que o reajuste igual seja votado o quanto antes pela
Câmara dos Deputados. Vamos agir para que isso aconteça”,
ponderou o presidente da Cobap. A Confederação considera
que a proposta do governo não corrige a injustiça cometida
com os aposentados e pensionistas. (Cobap)
Novas
regras oferecem opções para aposentadoria precoce
Novas regras para a concessão
da aposentadoria foram lançadas na semana passada, mas devem passar
ainda por aprovação no Congresso. Dentre elas, está
uma opção para quem não atinge idade suficiente para
a aposentadoria, mas não quer ver seu benefício por tempo
de contribuição ser reduzido pelo fator previdenciário
em até 45%.
De acordo com as regras
vigentes, a mulher que atinge 30 anos e o homem que completa 35 anos de
contribuição para a Previdência Social podem se aposentar.
Para isso, é feita a média aritmética simples dos
80% maiores salários desde julho de 1994, data em que foi implementado
o Plano Real. Ao valor resultante, é multiplicado o fator previdenciário.
Quanto menor a idade de
aposentadoria, maior o redutor e menor o valor do benefício.
"Com o acordo firmado, a
pessoa terá duas opções ao se aposentar por tempo
de contribuição: ou se aposentar usando o fator previdenciário
ou pela fórmula 85/95", explicou a presidente do IBDP (Instituto
Brasileiro de Direito Previdenciário), Melissa Folmann.
"Se a pessoa optar pelo
modelo 85/95, pode chegar até o teto da previdência, que hoje
é de R$ 3.248", ressaltou Melissa.
De acordo com ela, normalmente,
mulheres em torno do 45 anos e homens com cerca de 50 anos que estão
fora do mercado de trabalho pensam em pedir a aposentadoria. Nestes casos,
a redução que o fator previdenciário causa no valor
do benefício pode chegar a 45%.
Segundo estudo, baseado
em decisões da justiça sobre aplicações de
leis a aposentadorias já concedidas, a situação daqueles
que se aposentaram com o fator previdenciário não seria alterada
com as novas regras.
Devido ao desconto alto
no valor do benefício causado pelo fator previdenciário,
Melissa explicou que muitas pessoas desistem de se aposentar mais cedo.
Ao requerer a aposentadoria, o segurado não tem o conhecimento da
renda mensal que passará a receber. Essa informação
é fornecida em carta que o INSS (Instituto Nacional de Seguro Social)
envia comunicando que a aposentadoria foi concedida, podendo o beneficiário
desistir da aposentadoria. (DCI)
Maioria
quer se aposentar próximo dos 55 anos
A pesquisa "A Contratação,
a Demissão e a Carreira dos Executivos Brasileiros 2009", realizada
pela Catho Online com mais de 16 mil entrevistados, concluiu que a maioria
dos profissionais do país pensa em parar de trabalhar por volta
dos 55 anos.
Mas eles não querem
ficar completamente sem atividade após aposentar-se. A mesma pesquisa
mostra que 50,5% pensam em abrir um negócio próprio, exceto
consultoria. Outros 30,7% desejam ser consultores independentes.
Para os mais jovens, a vontade
de encerrar as atividades chega mais cedo. A maioria dos entrevistados
com menos de 25 anos de idade quer parar de trabalhar até os 48
anos. “Isso acontece, entre vários motivos, porque os profissionais
mais velhos acreditavam que permanecer nas empresas durante muitos anos
era sinônimo de sucesso profissional. Hoje em dia, não. Além
disso, os mais jovens prezam muito pela qualidade de vida e procuram no
mercado financeiro formas para tornar-se independente”, analisa Adriano
Meirinho, diretor de Marketing da Catho Online.
Questionados sobre o que
fariam por sua carreira hoje, caso pudessem escolher, a maioria respondeu
que continuaria a trabalhar no regime CLT (40,7%), enquanto outros abririam
um negócio próprio que não fosse consultoria (23,6%)
ou abririam uma consultoria independente (14,4%).
A pesquisa foi realizada
entre os meses de março e abril deste ano. A análise contou
com a opinião de 16.207 participantes, que responderam a um formulário
online com 299 perguntas, questionando sobre estas três dimensões
da vida do profissional. Foram levadas em consideração apenas
as respostas de profissionais que trabalham em empresas privadas e que
possuem mais de 18 anos de idade. Esta pesquisa é realizada a cada
dois anos, desde 1988. (Canal Executivo)
Lei
complementar para aposentadoria especial do médico
Dirigentes da FENAM foram
recebidos em audiência pelo ministro da Previdência Social,
José Pimentel, na última quarta-feira, 26, quando discutiram
a aposentadoria especial dos médicos e a violência sofrida
por peritos do INSS, problema que vem se agravando nos últimos meses.
Na reunião, o ministro revelou que a Casa Civil da Presidência
da República está planejando a criação de lei
complementar relativa à aposentadoria especial do médico
e que a FENAM pode contribuir com esse projeto.
Na audiência, os diretores
da FENAM falaram sobre a preocupação da entidade com as duas
questões e argumentaram que a Constituição de 1988
previa a aposentadoria especial para os médicos, mas seria necessária
a criação de uma lei complementar para sua regulamentação.
"Isso não foi feito pelo Congresso. Assim, várias entidades,
entre as quais alguns sindicatos médicos, entraram com mandados
de injunção e o Supremo Tribunal Federal vem acolhendo. No
entanto, o Supremo quer criar uma súmula vinculante, na qual seriam
enquadrados todos os casos como se fossem da Lei Geral de Previdência.
Por isso, conforme orientação dos nossos assessores, solicitamos
que o Executivo, através do ministro Pimentel, proponha uma lei
complementar imediatamente", esclareceu José Roberto Cardoso Murisset,
diretor de Assuntos Jurídicos da FENAM. Ele garantiu que o ministro
concordou com o pedido da diretoria da Federação, e disse
que a Casa Civil já tem um planejamento nesse sentido, mas que ainda
precisa ser aperfeiçoado. "O Ministro da Previdência acha
que a FENAM poderá contribuir com esse projeto", informou Murisset,
acrescentando que tão logo José Pimentel tenha acesso ao
texto, disponibizará para a entidade.
Quanto à violência
sofrida por médicos peritos, os dirigentes da FENAM pediram ao ministro
providências contra agressões como a que sofreu a perita paraense
Simone Guilhon Zoghbi, que foi atacada e ameaçada por um segurado
inconformado por ter sido encaminhado ao programa de reabilitação
profissional. Esta é a oitava agressão a médicos do
INSS registrada no Pará desde janeiro deste ano, algumas com ameaça
de morte.
Segundo informações
do secretário de Benefícios e Previdência da FENAM,
Otino José de Freitas, que participou da audiência. o ministro
José Pimentel se mostrou preocupado com a questão da violência
contra os médicos peritos e anunciou que todas as 720 agências
que o ministério construirá em diversas regiões do
país serão dotadas de um grande aparato de segurança.
Pimentel também garantiu que depois da folha de pagamento, a segurança
é o maior gasto do Ministério da Previdência, com investimentos
que chegam a R$ 150 milhões por ano no setor.
Sobre a questão da
remuneração dos médicos peritos, José Roberto
Murisset disse que foi solicitado que o ministério estabeleça
como remuneração da categoria o piso salarial da FENAM, que
é de R$ 8.239 para 20 horas semanais. "Como os médicos peritos
da Previdência têm carga de 40 horas e dedicação
exclusiva e recebem R$ 9.450, há uma defasagem, mas o ministro argumentou
que no atual governo o piso saiu de cerca de R$ 1.300, em 2003, para os
atuais R$ 9.450", concluiu o dirigente.
A audiência com o
ministro José Pimentel foi viabilizada pelo senador cearense Inácio
Arruda e pelo deputado estadual Francisco Lopes. Além de José
Roberto Cardoso Murisset e José Otino dos Santos, participaram da
reunião pela FENAM os dirigentes Antônio José Francisco
Pereira dos Santos e José Tarcísio Dias e os assessores jurídicos
Thais Riedel e Antônio Alves, bem como o representante da Associação
dos Médicos Peritos de São Paulo, Henrico Supino. (Fenam)
INSS
injeta R$ 24,8 bilhões na economia
O Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) está pagando a primeira parte do abono natalino
a 22,8 milhões de aposentados e pensionistas até dia 8 de
setembro, correspondente uma injeção extra na economia de
R$ 7,982 bilhões. Com os R$ 17 bilhões do benefício
mensal pago a 26,6 milhões de segurados, o total vai a R$ 24.837.657.169,09.
Deste total, R$ 19.580.414.535,13
(18.622.164) são em benefícios urbanos e R$ 5.257.242.633,96
(8.042.275)em benefícios rurais.
Imposto - Os beneficiários
que quiserem podem consultar o extrato mensal de pagamento na página
do Ministério da Previdência Social na internet. Os segurados
devem ficar atentos, pois o desconto do Imposto de Renda (IR) que encontrarão
no contracheque deste mês, disponível na internet (www.previdencia.gov.br),
refere-se apenas ao valor referente ao benefício mensal. O IR só
será descontado em dezembro, quando o INSS pagará a segunda
parcela. A antecipação do 13º será mantida até
2010 e, a cada ano, é preciso ser editado novo decreto estabelecendo
a antecipação.
Os segurados que estão
em auxílio-doença recebem uma parcela menor que os 50%. Como
o benefício é temporário, o INSS calcula a antecipação
proporcional ao período. Por exemplo, um benefício iniciado
em janeiro, e ainda em vigor em agosto, terá o 13º terceiro
salário calculado sobre oito meses. O segurado receberá,
portanto, metade deste valor. Em dezembro, caso ainda esteja afastado,
o segurado irá receber o restante. Se tiver alta antes, o valor
será calculado até o mês em que o benefício
vigorar e acrescido ao último pagamento do benefício.
Não têm direito
ao 13º salário os seguintes benefícios: amparo previdenciário
do trabalhador rural, renda mensal vitalícia, amparo assistencial
ao idoso e ao deficiente, auxílio-suplementar por acidente de trabalho,
pensão mensal vitalícia, abono de permanência em serviço,
vantagem do servidor aposentado pela autarquia empregadora e salário-família.
(Carlos Rangel - DiárioNet)
INSS
envia segundo lote de contracheque anual
O Instituto Nacional do
Seguro Social (INSS) já está enviando o contracheque anual
para os beneficiários com cartão de final 2, desconsiderando-se
o dígito. O envio dos documentos para mais de 26 milhões
de beneficiários foi escalonado entre agosto e outubro. O documento
chegará à casa dos beneficiários em até dois
dias úteis após a postagem, para os que residem nas capitais,
ou em três dias úteis, para os que moram nas demais cidades
e em áreas rurais, informa a assessoria.
A cada semana será
enviado um lote, que terá, em média, 2,6 milhões de
contracheques. Os documentos são processados e enviados por lote,
de acordo com o final de benefício. Em uma semana serão enviados
os comprovantes para os beneficiários com cartão de pagamento
de final 3, sempre desconsiderando-se o dígito.
Além de aposentados
e pensionistas, também receberão o documento segurados que
estão em auxílio-doença e os que recebem benefícios
assistenciais. O comprovante é referente ao período entre
julho de 2008 e junho de 2009.
O contracheque traz informações
sobre todos os descontos efetuados no pagamento, como parcela de empréstimo
consignado, imposto de renda retido e pensão alimentícia,
se for o caso.
O documento permite que
os beneficiários comprovem com facilidade a sua condição
junto à Previdência Social e também a renda, quando
necessitarem. Quem tem acesso à internet pode imprimir o comprovante
mensal de rendimento. Para isso, basta acessar a página do Ministério
da Previdência Social, clicar em “extrato de pagamento de benefício”
- o atalho está na página inicial - e digitar o número
do benefício, a data de nascimento e os dígitos de segurança
que aparecem na tela. (Carlos Rangel - DiárioNet)
Acordo
de Previdência com EUA pode sair em 2010
Disposição
americana para discutir texto já no primeiro encontro sinaliza para
rapidez nas negociações
A forte determinação
do governo norte-americano, no sentido de que avancem as negociações
visando à formalização de um acordo previdenciário
com o Brasil, indica que o documento poderá ser assinado já
em 2010. Esta é a expectativa do secretário-executivo do
Ministério da Previdência Social (MPS), Carlos Eduardo Gabas,
que participou de encontros com autoridades americanas, em Washington e
em Baltimore, onde fica a sede da Social Security Administration (SSA),
órgão similar ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
As reuniões ocorreram
durante a semana passada, ao mesmo tempo em que se realizava reunião
técnica entre norte-americanos e brasileiros, coordenados pelo secretário
de Políticas de Previdência Social do MPS, Helmut Schwarzer,
para debater os termos do acordo. Ao final do encontro na sexta-feira (28)
foi assinada a ata e feito convite aos técnicos do SSA para uma
reunião no Brasil, que acontecerá em fevereiro.
“Chamou a nossa atenção
o fato de que, já nesse primeiro encontro, três artigos do
acordo tenham sido discutidos, pois habitualmente isso somente acontece
mais adiante”, observou Schwarzer. Ele reforça a observação
sobre a disposição americana de firmar o acordo que poderá
beneficiar 1,3 milhão de trabalhadores brasileiros que residem nos
Estados Unidos e 30 mil americanos que vivem no Brasil.
Essas cláusulas definem
as coberturas previdenciárias e as regras quando os cidadãos
dos dois países se deslocam temporariamente entre eles. “São
geralmente os pontos mais complexos. Balizam o acordo”, acrescentou o secretário,
que destacou o profundo conhecimento dos técnicos dos EUA sobre
a legislação previdenciária brasileira. Do lado americano,
a reunião técnica foi coordenada pela subcomissária
internacional do SSA, Diane Brown Stein.
Segurança – A delegação
brasileira foi composta ainda pelo presidente da Empresa de Tecnologia
e Informação da Previdência Social (Dataprev), Rodrigo
Assumpção, e pelo Diretor de Benefícios do INSS, Adalberto
Brunca. Os encontros foram acompanhados pelo subsecretário para
Comunidades Brasileiras no Exterior, do Itamaraty, embaixador Oto Agripino
Maia, e o embaixador em Washington, Antônio Patriota.
Eles visitaram a sede do
SSA, onde fica Centro de Operações, responsável pelas
informações pessoais dos milhões de cidadãos
americanos. “A principal preocupação deles é com a
segurança na troca de dados. Por isso, ficou agendada uma visita
de técnicos para conhecer o funcionamento da Dataprev e a ida de
brasileiros aos EUA”, explicou Carlos Gabas.
No encontro com o comissário
Michael Astrue, que dirige o Social Security Administration, o secretário-executivo
do MPS explicou o novo tempo da Previdência Social brasileira, marcado
pela concessão de benefícios em meia hora, o acesso facilitado
ao extrato previdenciário e o agendamento do atendimento, entre
outros serviços.
Houve também encontros
com lideranças da comunidade brasileira nos Estados Unidos que afirmaram
total apoio ao acordo. O secretário Helmut Schwarzer fez palestra
para brasileiros durante o evento “Consulado Itinerante”, atividade do
Consulado Brasileiro, que estava sendo realizado na cidade de Richmond,
no estado da Virginia, para explicar os termos e a importância do
acordo previdenciário. (AgPrev)
Brasil
debate na OIT expansão da proteção social
Proposta da organização
é universalizar sistemas previdenciários
O secretário-executivo
do Ministério da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas,
está em Genebra, de segunda (31) a sexta-feira (4), para representar
o governo brasileiro na reunião do Grupo de Trabalho Tripartite
sobre Proteção Social, promovido pela Organização
Internacional do Trabalho (OIT). Representantes do setor previdenciário
de 14 países também participam das discussões, que
visam buscar alternativas à possibilidade de universalizar a proteção
social não apenas por meio da contribuição aos sistemas
previdenciários.
Para se contrapor a esse
tipo de abordagem, a OIT estabeleceu um piso de proteção
social básico para todas as pessoas do mundo, cujo objetivo é
cumprir o que determina a Declaração Universal dos Direitos
Humanos ao preconizar que todos têm direito à seguridade social.
Durante os debates, os representantes
de governos, empresariado e empregados farão um levantamento das
principais experiências mantidas pelos diversos países e definirão
o tipo de norma internacional que poderá ser adotada para garantir
o cumprimento do conceito de piso social básico. O secretário
de Políticas de Previdência Social, Helmut Schwarzer, também
participará dos debates.
O conceito de piso social
básico que cada país deveria incluir na oferta de serviços
básicos de saúde, independente de contribuição;
o pagamento de um benefício básico para famílias com
crianças – a exemplo do que o governo brasileiro garante com o pagamento
do Bolsa Família; benefícios assistenciais para pobres e
desempregados; e a manutenção de políticas de garantia
de renda para idosos, viúvos, órfãos e inválidos.
Programação
– Na segunda e terça-feiras serão realizadas reuniões
preparatórias ao grupo de trabalho. O secretário-executivo
da Previdência conversará com representantes dos trabalhadores
e empregadores para iniciar as conversações.
A programação
dos outros três dias prevê reuniões diárias dos
grupos de representantes dos empregadores, trabalhadores e governos, além
de painéis de debate sobre temas específicos.
Na quarta-feira, durante
a abertura oficial da reunião, o diretor geral da OIT, Juan Somavia,
falará sobre a importância da proteção social
previdenciária como um dos elementos-chave para o cumprimento da
agenda do trabalho decente.
Na sequência, serão
apresentadas experiências de países como Estados Unidos, Países
Baixos, Peru, Zâmbia, Senegal e Tailândia. Os representantes
desses governo farão a apresentação que posteriormente
serão debatidas com os representantes dos empresários e trabalhadores.
Histórico - O debate
em Genebra resulta de uma discussão que vem sendo promovida pela
OIT desde a Conferência Internacional do Trabalho, realizada em 2001,
quando foi aprovada a realização de uma campanha e a adoção
de políticas de extensão da cobertura social.
O processo amadureceu com
a crise econômica mundial e, na conferência de junho deste
ano, verificou-se a necessidade de estabelecer ações mais
efetivas. Em razão disso, definiu-se pela realização
do debate que ocorre esta semana.
Em abril deste ano, os chefes
das nove grandes agências da Organização das Nações
Unidas (ONU) elaboraram um conjunto de propostas para a definição
de ações mundiais contra a crise. Uma delas é para
a seguridade social. (Simone Telles - AgPrev)
Tribunal
volta atrás em súmula
O Pleno do Tribunal Superior
do Trabalho (TST), por maioria de votos, cancelou ontem a Súmula
106, que declarava a incompetência da Justiça do Trabalho
para julgar ações contra a Rede Ferroviária Federal
S.A. relativas a aposentados, se o órgão responsável
por essas obrigações for a Previdência Social. Até
então, em processos assim, a competência era da Justiça
Federal. A decisão foi tomada no julgamento de Incidente de Uniformização
de Jurisprudência suscitado pela Seção Especializada
em Dissídios Individuais (SDI-2) em processo sobre pedido de complementação
de aposentadoria. (DCI)
TST: Aposentadoria
O Pleno do Tribunal Superior
do Trabalho (TST) cancelou a Súmula nº 106. Ela declarava a
incompetência da Justiça do Trabalho para julgar ações
contra a Rede Ferroviária Federal relativas a aposentados. Entre
elas, as que tratam de complementação de aposentadoria, se
o órgão responsável por essas obrigações
for a Previdência Social. Até então, em processos dessa
matéria, a competência era da Justiça Federal. A decisão
foi tomada no julgamento de Incidente de Uniformização de
Jurisprudência suscitado pela Seção Especializada em
Dissídios Individuais (SDI-2). A maioria dos ministros da SDI-2
decidiu em sentido contrário à súmula, ou seja, reconheceram
a competência da Justiça do Trabalho para apreciar o caso.
(Valor Online)
Salário
mínimo será de quase R$ 507 em 2010
O ministro do Planejamento,
Paulo Bernardo, afirmou ontem que o salário mínimo será
reajustado para cerca de R$ 507 no ano que vem. Segundo ele, esse valor
consta da proposta orçamentária do governo que o ministro
entregará hoje ao Congresso.
A regra utilizada pelo governo
para calcular o salário, que leva em conta variáveis como
inflação e crescimento, coloca o novo valor um pouco acima
de R$ 506, disse o ministro. Atualmente, o salário mínimo
é de R$ 465. (Reuters/Executivos Financeiros)
O
valor da informação no mercado de capitais
O princípio central
da regulação e da fiscalização dos empreendedores
que apelam à poupança popular no âmbito do mercado
de capitais é o princípio do full and fair disclosure, que
permeia a lei que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários
(Lei 6.385, de 7 de dezembro de 1976) e a lei corporativa brasileira (Lei
6.404, de 15 de dezembro de 1976).
O nosso modelo de regulação
e fiscalização é fortemente inspirado na experiência
estadunidense posterior ao crash da Bolsa de Nova Iorque, o qual decorreu
de entusiásticos e desinformados investimentos no mercado de capitais.
Ele coloca o Estado na posição de responsável pela
exigência de um nível mínimo de informações
a serem prestadas por qualquer empreendedor que pretenda captar a poupança
popular.
Os registros de emissor
e de distribuições públicas de valores mobiliários
na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) estão inseridos
no contexto acima.
Os emissores sob a jurisdição
da CVM devem prestar tempestivamente, na forma da legislação
aplicável, informações completas e precisas sobre
os empreendimentos em comum por eles desenvolvidos e os valores mobiliários
colocados publicamente, basicamente para viabilizarem conscientes tomadas
de decisão por parte do público investidor.
A opção estadunidense
pelo princípio do disclosure foi precedida de experiência
doméstica distinta.
Após um período
de supervisão do mercado de capitais somente na esfera estadual
e sob uma filosofia focada no mérito dos empreendimentos para os
quais se pretendesse buscar recursos junto ao público (o que se
fazia por meio das denominadas blue sky laws), debateu-se intensamente
e migrou-se para um regime de controle federal e baseado, essencialmente,
na informação. Esse regime foi inaugurado com o Securities
Act, de 1933, e o Securities Exchange Act, de 1934.
“A idéia central
que orientou a elaboração das famosas leis de 1933 e 1934,
nos Estados Unidos, foi exposta, pela primeira vez, em artigo de 1914 de
Louis D. Brandeis (Other People´s Money), eminente advogado que seria
depois juiz da Corte Suprema. Era a profilaxia do mercado, por meio da
mais ampla e completa informação ao público. Na frase
sempre citada, “assim como a luz solar é tida como o melhor dos
desinfetantes, a luz elétrica é o mais eficiente policial”.
(...) Dever-se-ia (...) partir do princípio de que o público
investidor é bastante adulto para, uma vez adequadamente informado,
tomar as decisões econômicas que julgar melhores, segundo
seus próprios interesses, dos quais é o único juiz
competente.”
A filosofia então
vencedora e ora também adotada no Brasil reflete a visão
de que a atuação estatal não exclui o inalienável
direito do cidadão de agir como um tolo, devendo-se apenas tentar
prevenir que terceiros o façam de tolo.
A CVM zela pela adequada
aplicação do princípio do disclosure no mercado de
capitais e, portanto, não atesta a qualidade ou garante o sucesso
de empreendimentos. Isso já foi reconhecido inclusive judicialmente
(por exemplo, no bojo da respeitável sentença do MM.
(Alexandre Pinheiro dos Santos - Última Instância)
Responsabilidade
será foco da CVM em 2010
O mercado de capitais brasileiro
vive a fase típica da maioridade. Junto com as benesses como maior
liberdade e facilidade para captação de recursos, vem junto
o aumento dos deveres e das obrigações. Não por acaso,
discussões em torno da responsabilidade de seus diversos agentes
estão na pauta da próxima fronteira de regulamentação
a ser encarada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Pouco mais de dois anos
após assumir a presidência do regulador do mercado e 20 instruções
depois, Maria Helena Santana falou com o Valor sobre os próximos
passos da autarquia. Até o fim do ano, o regulador termina a agenda
de transparência, na qual trabalhou durante a ressaca do mercado
- repleta discussões sobre governança de novatas e de movimentos
societários inusitados.
A expectativa é que
ainda nesta semana seja conhecida a versão final do Formulário
de Referência. O documento substituirá o antigo Informativo
Anual (IAN). Com ele, a partir de 2010, o nível de informação
disponível de uma companhia aberta aumentará significativamente.
"Era uma dívida que a CVM tinha com o mercado", diz Maria Helena,
a respeito da revisão da instrução 202, que contempla
a criação do novo formulário. Além de dados
sobre o desempenho econômico, as empresas terão que fornecer
suas políticas internas.
A economista assumiu a autarquia
no fim do primeiro forte movimento do mercado após sua revitalização,
em 2007. Agora, está em gestação a segunda onda de
listagens, no pós-crise.
Só neste ano, já
foram captados mais de R$ 19,5 bilhões com ofertas de ações,
em sua maioria de companhias já abertas. E já começam
a surgir as primeiras aberturas de capital - embora os especialistas mostrassem
convicção de que esse movimento ficaria apenas para 2010.
Aos poucos, a fila de pretendentes que ficou retida pela crise começou
a andar.
Com a nova 202, as companhias
que deixarem para pedir o registro de oferta de ações no
começo do ano que vem já terão que apresentar ao mercado
o formulário de referência preenchido.
Entre os principais benefícios
de um ambiente mais maduro para as companhias está justamente o
acesso a capital a um custo competitivo - função original
do mercado e que no Brasil ficou durante muitos anos inativa. A contrapartida
é encarar um contínuo aumento da exigência por transparência
- seja pelo regulador ou pelo mercado - e uma atividade cada vez mais organizada
dos investidores.
Nos últimos anos,
os minoritários ganharam mais direitos ou esses direitos foram mais
claramente regulados pela CVM. As operações de incorporações,
uma das mais polêmicas estruturas de negócios, foram cercadas
pelos entendimentos sobre as condições oferecidas aos minoritários,
deixando, por vezes, a decisão nas mãos desse grupo - inclusive
quando houver combinação de negócios.
Os controladores das empresas
que vierem na próxima onda de aberturas de capital, bem como os
executivos dessas empresas, deverão estar preparados para conviver
com um minoritário mais fortalecido e organizado - embora ainda
distante do ativismo americano. Esse grupo terá condições
de, inclusive, oferecer chapa concorrente à administração
da companhia.
Maria Helena está
ciente do desafio que o aumento de companhias sem controlador definido
e de um ativismo em desenvolvimento podem trazer. O Novo Mercado, ambiente
em que todos têm direito a voto, já representa mais de 20%
do mercado em número de empresas listadas. E já há
mais de 30 companhias na Bovespa sem um controlador definido.
"É um mundo novo
mesmo. De fato, será um desafio para nós." Ela lembra que
também os minoritários, em especial numa companhia de capital
pulverizado, precisam ter em mente o papel social da empresa. "Nessa crise,
lá fora se questionou muito isso: onde estavam os acionistas que
não viram os riscos de acumulando dentro das companhias."
Fiscalizar a responsabilidade
desses investidores sobre as empresas será uma atividade nova para
a CVM. O Brasil é historicamente um país de companhias familiares
e a Lei das Sociedades por Ações, de 1976, foi desenvolvida
nesse ambiente, ou seja, para conter abusos de controladores. Está
expresso na lei que o dono e o administrador devem sempre agir no melhor
interesse da companhia. "Eu não sei se há como punir minoritário
por não agir pelo bem da empresa e não me lembro disso ter
sido analisado antes na CVM. Vamos ter de descobrir."
Enquanto acompanha como
os investidores cumprirão com seus deveres perante o futuro das
empresas, a CVM atuará numa agenda para 2010 bastante focada nas
responsabilidades de intermediários - aqueles que oferecem as aplicações
aos investidores, sejam ações, fundos ou títulos dos
mais diversos - e no papel estrutural de custodiantes e depositários.
A CVM não é
a única nessa toada da responsabilidade, embora esteja na ponta
do movimento. O tom veio do Comitê de Regulação e Fiscalização
dos Mercados Financeiro, de Capitais, de Seguros, de Previdência
e de Capitalização (Coremec). Em junho, o órgão
emitiu deliberação sobre um dos estrangeirismos mais usado
desde o começo da crise: "suitability", que nada mais é do
que compatibilidade.
Esse comitê deixou
claro que os intermediários de mercado devem se responsabilizar
por verificar a adequação dos produtos aos investidores -
perfil de alocação, prazo e conhecimento devem ser analisados.
Por outro lado, o investidor deve admitir quais riscos efetivamente está
disposto a correr e ser capaz de arcar com suas decisões.
O Coremec, órgão
consultivo formado além da CVM por representantes do Banco Central
(BC), da Secretaria de Previdência Complementar (SPC) e da Superintendência
de Seguros Privados (Susep), recomendou que os reguladores de mercado adotem
normas que exijam essa prática. A autarquia está trabalhando
nesse sentido. Segundo Maria Helena, a instrução deve sair
no início de 2010.
A regulamentação
deverá ser abrangente e não entrará em detalhes muito
específicos de cada mercado regulado pela CVM. Não está
em debate, por exemplo, nada que modifique a participação
do varejo em ofertas iniciais de ações. Apesar de ser uma
jabuticaba - só existir no Brasil -, a modificação
dessa prerrogativa não está em discussão, ainda que
até mesmo os coordenadores das ofertas de ações vejam
risco para o pequeno investidor nessas colocações.
Além do papel dos
intermediários tradicionais, a autarquia avançará
ainda sobre os agentes autônomos. "Ele é importante. Ajuda
os investidores que estão longe do centro, mas precisa ser melhor
acompanhado", disse Maria Helena.
Por fim, as normas de custódia
também estão no cronograma para o próximo ano - e
no topo. "É a prioridade que vem em seguida. Já começamos
a discutir o assunto internamente." Mais uma vez, o objetivo é tornar
explícita as responsabilidades desses agentes.
"O mercado mudou muito e
a regulamentação não escreveu as obrigações
compatíveis com a importância dessas atividades." De acordo
com Maria Helena, as normas atuais não estão adequadas para
a complexidade atual e para a mistura de produtos e de papéis. "São
questões sérias e que ainda não estão bem enquadradas."
Apesar da grande diversidade
de normas e das diversas áreas de mercado que abrangem, a presidente
da CVM não vê mudança de direção estratégica
no mercado brasileiro. "Não vejo necessidade de correções
de rumo. Acho que estamos no caminho certo" (Graziella
Valenti - Valor Online)
Justiça
especializada e regulador ágil ainda são desafios
A fiscalização
do mercado de capitais, a morosidade da Judiciário e sua falta de
preparo específico para lidar com necessidades do universo financeiro
continuam na lista de preocupações de especialistas internacionais
sobre o país.
"No Brasil, o que falta
é uma Justiça mais específica para essas questões",
afirma Peter Sester, diretor do Instituto para Direito da Informação
e Comercial na Universidade de Karlsruhe e professor honorário da
Universidade de Freiburg, na Alemanha. "O direito processual é muito
moroso. E morosidade é associada a injustiça."
Na opinião do professor,
não apenas o Judiciário brasileiro tem problemas com lentidão.
A CVM também vive esse desafio. Sester enfatiza que a atuação
regulatória da autarquia é muito boa e profissional, mas
que ainda deixa a desejar no campo da fiscalização.
No ano passado, a CVM promoveu,
em maio, uma mudança de estrutura na tentativa de ganhar agilidade.
Foi criada a Superintendência de Processos Sancionadores e as equipes
foram reforçadas.
Maria Helena Santana, presidente
da autarquia, afirmou que essa revisão já está surtindo
resultados, mas que eles ainda não são perceptíveis
por conta dos casos mais antigos, que ainda pesam no resultado do tempo
médio dos processos. "Acho que conseguimos reduzir muito a distância
entre o foto e a decisão do caso."
No entanto, por conta da
fila antiga que havia, a média de tempo continuará elevada.
Segundo a presidente, a estratégia para lidar com essa situação
é passar à frente casos relevantes para o mercado e mais
contemporâneos. O objetivo de Maria Helena é apresentar, em
breve, resultados concretos sobre essas medidas.
Mas, por enquanto, discussões
antigas não serão apressadas, justamente para dar espaço
a casos novos. Na fila de processos sancionadores da CVM há nomes
relevantes do mercado e casos que, em sua época, foram polêmicos.
Está na lista, por
exemplo, nada menos do que a reestruturação societária
da AmBev com a belga Interbrew, em operação que deu origem
à Inbev, junto com a aquisição da canadense Labatt.
A combinação das companhias foi anunciada em março
de 2004. O objetivo do processo é apurar eventuais irregularidades
por parte dos administradores e controladores da transação.
Consultada, a AmBev informou que não comentaria o assunto.
De casos polêmicos,
a lista tem a compra da empresa de telecomunicações Pégasus
pela Oi, na época ainda como Telemar, há nada menos do que
sete anos. Houve muita discussão na época, por se tratar
de uma operação em que os donos de ambas as companhias eram
os mesmos. Para completar a operação, a sinergia estimada
para o negócio foi incluída no pagamento aos donos da Pégasus,
o que gerou questionamento de minoritários da Oi. A empresa, questionada,
não quis comentar o tema.
Na opinião do professor
de direito Peter Sester, nada substitui a atuação do Judiciário
da CVM. Embora conheça a Câmara de Arbitragem da Bovespa,
de adesão obrigatória pelas companhias do Nível 2
e do Novo Mercado, o especialista acredita que esse modelo é bom
apenas para disputas. Isso porque sua atuação não
tem como substituir a capacidade investigativa da Justiça e do regulador.
O professor de direito,
formado também em administração, participará,
agora no mês de setembro, de um curso sobre União Europeia
no Insper (antigo Ibmec São Paulo). Para ele, o mercado brasileiro
está passando por uma modificação relevante, com o
crescimento do número de empresas de capital pulverizado. O especialista
acredita que esse movimento é um sinal do desenvolvimento do mercado,
a despeito dos desafios ainda existentes. Nesse cenário, segundo
ele, a atuação da administração deve estar
no foco da fiscalização. Em companhias sem controlador, os
executivos ganham força e liberdade adicional.
(Graziella Valenti - Valor Online)
Deflação
na europa
0,2% foi o recuo
dos preços ao consumidor
na zona do euro em agosto na comparação anual. É o
terceiro mês consecutivo de queda, mas em ritmo inferior ao recorde
de julho, quando o índice caiu 0,7%. O dado é preliminar
e os economistas previam recuo de 0,1% (O Estado de S.Paulo)
Mercado
prevê Selic de 8,75% ao ano
O mercado manteve a previsão
da Selic estável em 8,75% ao ano, segundo a pesquisa Focus, divulgada
ontem pelo Banco Central. Isso significa que o Copom (Comitê de Política
Monetária) do Banco Central, que se reúne nesta terça
e quarta-feiras (1 e 2), interromperá o processo de redução
da taxa básica de juros da economia brasileira. Para 2010 a previsão
é de que a Selic fique em 8,90% ao ano.
A estimativa para a inflação
oficial, medida pelo IPCA, sofreu queda pela quinta semana consecutiva,
passando de 4,32% ao ano na última pesquisa para 4,29%. Para 2010
a previsão é de que a inflação oficial feche
em 4,30%.
Pela terceira semana consecutiva
a estimativa para a produção industrial se elevou. O mercado
espera que a produção na indústria tenha uma retração
de 6,93%, ante queda de 7,05% na última pesquisa. Para 2010, a previsão
é de que a indústria cresça 5,10%.
A estimativa para o PIB
em 2009 permaneceu intalterado em retração de 0,30%. Para
2010 também nõa houve mudança nos dados, e espera-se
um Pib de 4,00% (Executivos Financeiros)
Bolsa
de SP recua 2,1%
As principais Bolsas do
mundo também fecharam no vermelho
Com as ações
da Petrobras puxando o mercado, a Bolsa de Valores de São Paulo
registrou depreciação de 2,1% no último pregão
do mês. A baixa acompanhou a tendência internacional -ontem
as maiores Bolsas de Valores do planeta fecharam no vermelho.
Temores de que a economia
chinesa desacelere afetaram as commodities e prejudicaram exportadoras
de matérias primas pelo mundo. Se a China cresce e produz menos,
a demanda por produtos como aço e petróleo encolhe, derrubando
seus preços.
A Bolsa de Xangai, que ao
lado do Brasil vinha se destacando em 2009, teve desvalorização
de 6,75% ontem.
Em Wall Street, como as
ações do setor petrolífero tem peso menor na Bolsa,
as quedas dos índices acionários foram bem mais brandas que
no Brasil. O índice Dow Jones, que agrupa 30 das ações
mais negociadas, fechou com baixa de 0,50%. A ação da petrolífera
Chevron recuou 1,05%.
Na Europa, a Bolsa de Frankfurt
sofreu perdas de 0,96%. Em Paris, a baixa ficou em 1,07%. O mercado londrino
permaneceu fechado.
O petróleo encerrou
o dia cotado a US$ 69,96 em Nova York, após baixa de 3,82%. Para
os papéis da Petrobras, além da queda no barril do produto,
houve a influência negativa das regras sobre a exploração
do petróleo na camada pré-sal.
As ações ordinárias
da Petrobras recuaram 4,47%, sendo a maior baixa do dia. Sua ação
preferencial recuou 3,59%.
Para Alex Agostini, economista-chefe
da Austin Rating, "é normal que o investidor ponha o pé no
freio, com as incertezas que ainda há" em relação
ao pré-sal. "As ações acabam por recuar mesmo, pois
há muitos ruídos e interesses políticos envolvidos
nessa operação", afirma.
Devido ao peso da Petrobras,
cujas ações responderam por 27% do total negociado, o índice
Ibovespa (que reúne os 64 papéis mais negociados) operou
em baixa durante todo o pregão. Na mínima do dia, o Ibovespa
recuou 2,65%.
O pregão mais agitado
levou o giro financeiro de ontem a R$ 5,67 bilhões, 21% acima da
média diária do ano.
Segundo operadores, os estrangeiros
estiveram mais atuantes na ponta vendedora, o que puniu, além da
Petrobras, os papéis das companhias de mineração e
siderurgia, muito dependentes do preço das commodities no exterior.
As ações preferenciais
"A" da Vale terminaram com perda de 2,08%. Para Usiminas PNA, o dia foi
de baixa de 2,68%. E CSN ON recuou 2,77%.
Até mesmo ações
de setores que têm se destacado, como o imobiliário, sofreram
ontem. O papel ON da Gafisa terminou o dia com recuo de 4,3%, uma das maiores
baixas do Ibovespa no dia. Para Rossi Residencial ON, a baixa ficou em
3,31%.
Dentre as poucas ações
que escaparam do vermelho, ficou o papel preferencial do Pão de
Açúcar, que ganhou 0,23%. A empresa anunciou na sexta-feira
o acerto da negociação com o Itaú Unibanco para acabar
com a obrigação de exclusividade do banco com a rede varejista.
Pela decisão, o Grupo Pão de Açúcar recebeu
R$ 550 milhões.
As ações do
Itaú Unibanco terminaram o pregão com depreciação
de 0,62%.
Câmbio
O cenário negativo
nos mercados não deu chances para o real tentar se recuperar. O
dólar terminou o dia com alta de 0,43%, vendido a R$ 1,89. No acumulado
do mês, a moeda norte-americana registrou apreciação
de 1,34%. No ano, ainda computa baixa, de 19%. (FABRICIO VIEIRA
- Folha de S.Paulo)
IBGC:
Prêmio de Governança Corporativa
O Instituto Brasileiro de
Governança Corporativa (IBGC) iniciou as inscrições
para o Prêmio IBGC de Governança Corporativa 2009. Até
o dia 11 de setembro, empresas de diferentes portes e segmentos, assim
como instituições envolvidas com o desenvolvimento da governança,
podem se inscrever em uma ou mais categorias.
“A premiação
visa reconhecer a atuação de empresas e demais públicos
interessados na Governança Corporativa”, avalia a diretora executiva
do IBGC, Heloisa Bedicks. A executiva ressalta, ainda, que a avaliação
e a escolha dos finalistas serão realizadas pelo Comitê Gestor,
formado por associados ao Instituto.
Dividido nas categorias
Empresas Listadas, Empresas Não-Listadas, Evolução
e Inovação, o prêmio foi criado em 2005. A primeira
categoria está direcionada às empresas de capital aberto
com ações negociadas na BM&FBovespa. A segunda contempla
companhias de capital aberto não-listadas em bolsa e empresas de
capital fechado.
Em Inovação
e em Evolução, avalia-se, respectivamente, a introdução
de inovações na área de governança nas empresas
e o aperfeiçoamento das práticas de governança corporativa
em comparação aos anos anteriores.
Para participar, no caso
das categorias Empresas Não-Listas e Inovação, é
necessário o preenchimento de questionário a ser enviado
ao IBGC. Já para as categorias Evolução e Empresas
Listadas não é necessário o preenchimento do formulário.
Todas as empresas abertas listadas em bolsa são consideradas pré-inscritas.
(Executivos Financeiros)