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Previdência - Clipping de Notícias - 12.07.2017
Notícias dos principais jornais sobre o segmento de Previdência em seu e-mail diariamente
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Destaques do dia
Previc: Lista dos dirigentes habilitados do mês de junho
Forluz: Presidente é reconduzido
Fipecq: Novo diretor de investimentos
PrevUnisul: Entidade completa 12 anos
Fundiágua: MPF apura rombo
PI: Alternativas para a previdência do Estado
Juros globais e longevidade: um olhar de longo prazo
Fundos: Aprovado o negócio entre AGCO e Kepler
Fundos: CVM - Petrobras não precisa refazer balanços de 2013 a 2016
Advogados: Encontro Nacional
Encontro de Contabilistas
UniAbrapp: Fundamentos do Mercado Financeiro
Livro: Gestão Baseada em Risco
Manual de Boas Práticas de Avaliação de Riscos
Guia de Referência para Cálculo de Cotas de Planos de Benefícios
Desafio agora é reforma da Previdência
Previdência e produtividade
CPI mostra que governo infla déficit
Quanto pode ser a aposentadoria em 2018
Operação em SP desmonta esquema de fraude milionário
SP: PF deflagra operação contra fraudes na Previdência
SP: Escritório é suspeito de fraudar a Previdência
Reforma trabalhista é aprovada no Senado
Alcance e trâmite explicam facilidade
Nunca houve desmonte tão grande dos direitos trabalhistas
Centrais vão cobrar promessas de alterações de Temer
Planos corporativos passam por atualização
Benefício reforça a retenção de talentos
Idade média de adesão a plano cai de 50 para 38 anos
Gestão ativa
Plataformas ainda têm poucos provedores
CVM: Advogado Marcelo Barbosa é indicado para presidência
O Ministério Público e os voos de galinha
Arminio: Saída de Temer não deve atrasar retomada econômica
Na dúvida, a crise
Para cumprir meta, governo pode elevar IPI e PIS/Cofins
Previsão de inflação de 2017 é reduzida
Fed: Trump deve substituir Yellen por Gary Cohn
Bolsa em alta, dólar em queda
Dólar tem piso em mais de um mês
UniAbrapp: MBA - Turmas em agosto em Brasília e Rio
UniAbrapp: Exercício da Função de Conselheiro
ANS debate regras de portabilidade de carências


O Dia da Previdência - Nossa Leitura
O 38º Congresso Brasileiro da Previdência Complementar Fechada, que acontce de 4 a 6 de outubro próximo, em São Paulo, já tem o seu hotsite: http://www.cpcf.com.br/   O ambiente permite o acesso à programação e todas as informações de interesse que levam ao maior evento de um sistema que tem o superlativo em seu gene, algo demonstrado seja nas conquistas já realizadas ou no potencial que transborda.  É para esse potencial que o 38º Congresso se volta. O tema-central traduz melhor que tudo essa potencialidade: “Uma Nova Realidade: Previdência Complementar para Todos”.   Passamos os últimos de nossos Congressos produzindo análises, diagnósticos e propostas e essa vasta produção, aliada ao senso de oportunidade despertado pelos abalos que o País atravessa no presente, faz crer que desse momento de ruptura nascem mudanças, novas ondas e a previdência complementar fechada deverá ser uma delas, reúne todas as condições para isso.   O projeto de reforma da Previdência, ainda que paramétrico, serviu para despertar um debate que talvez antes do que se pensa levará a uma discussão muito mais ampla acerta do modelo previdenciário que melhor serve ao Brasil.   É desse futuro que o 38º Congresso vai tratar e estão todos convidados.



Sistema de Previdência Complementar
BB Previdencia

Previc: Lista dos dirigentes habilitados do mês de junho
A Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) publicou em seu site a Portaria nº 690, de 6 de julho de 2017, que dispõe sobre a lista de dirigentes habilitados das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (EFPC) do mês de junho de 2017, conforme determina a Instrução nº 6/2017. A publicação é feita mensalmente, referente aos habilitados no mês anterior.
A Previc orienta que as EFPC utilizem os formulários disponíveis no site da autarquia, uma vez que os documentos são constantemente atualizados. No arquivo disponível no site consta a data da última atualização.
Também constam no site as perguntas mais frequentes (FAQ) sobre habilitação de dirigentes. Questionamentos adicionais podem ser encaminhados para o e-mail previc.habilitacao@previc.gov.br.  (AssCom Previc/AssPreviSite)

Forluz: Presidente é reconduzido
No dia 4 de julho, o Conselho Deliberativo aprovou a recondução do diretor presidente, José Ribeiro Pena Neto, para mandato até 30/06/2021. José Ribeiro é membro da Diretoria Executiva da Forluz desde 1996, ocupando a presidência desde 2015.
Ele agradeceu a confiança e destacou a necessidade de união de todos para que a Fundação continue sendo referência no sistema. "Agradeço aos membros do Conselho Deliberativo da Forluz e à Diretoria Executiva da Cemig pela confiança em mim depositada. Conto com o apoio dos conselheiros, colegas de diretoria e de toda a dedicada e competente equipe da Fundação, para conduzirmos juntos a Forluz neste difícil momento que vive nosso País e cumprir os compromissos com nossos participantes", destacou.
José Ribeiro é graduado em Engenharia Elétrica, pelo Instituto Nacional de Telecomunicações - Inatel. Possui MBA Executivo em Finanças pelo IBMEC, dentre outras especializações na área financeira e de previdência. Em sua carreira profissional, atuou na GTE do Brasil, no Indi e na Cemig, entre 1974 e 1996. Integra a Diretoria Executiva da Forluz há 21 anos. Foi membro titular do Conselho Nacional de Previdência Complementar – CNPC e presidente da Abrapp, onde atualmente ocupa o cargo de vice-presidente do Conselho Deliberativo.
Diretora de Seguridade também cumpre novo mandato
Mônica Costa de Siqueira que tomou posse à frente da Diretoria de Seguridade e Gestão em 24 de abril, no lugar de Maura Galuppo Botelho Martins, também inicia um novo mandato com vencimento em junho de 2021. Ela é formada em Engenharia Química, pós-graduada em Gestão Estratégica e foi superintendente de Controle e Gestão da Diretoria de Geração e Transmissão da Cemig até 2013.  (Forluz/AssPreviSite)

Fipecq: Novo diretor de investimentos
Claudinei Rolim Perez é o novo diretor de investimentos da Fipecq, fundo de pensão do Cnpq e outras patrocinadoras. O executivo foi contratado por meio de processo seletivo realizado por empresa especializada e substitui Sergio Maia Reis, que solicitou o desligamento do cargo em abril.
Rolim Perez é economista e já teve passagem pelo Banco do Brasil como gerente executivo da área de governança das participações do Banco de Investimentos. Ele também foi diretor financeiro e de desenvolvimento de negócios da Maxblue Investimentos DTVM S.A., instituição criada pelo Banco do Brasil em Associação com Deutsche Bank; e diretor financeiro do Frigorífico Minerva e Frigorífico Mercosul.  (Agência Investidor Online)

PrevUnisul: Entidade completa 12 anos
12 anos cuidando da tranquilidade financeira de participantes e suas famílias
Em julho de 2017 a PREVUNISUL completa 12 anos cuidando da tranquilidade financeira de mais de 800 participantes e suas famílias.
O compromisso da entidade com um plano que possibilite uma renda complementar para o futuro é demonstrado com a sua preocupação em promover a educação financeira e previdenciária de seus participantes e também dos colaboradores de suas patrocinadoras, UNISUL e FAEPESUL.
O esforço contínuo da equipe que integra a PREVUNISUL resulta em uma rentabilidade que supera a meta atuarial e outros investimentos, como a poupança. O Plano UniPrev acumulou rentabilidade de 4,62% no ano (até maio/2017), representando 139,65% da meta atuarial, que foi de 3,31%.
“er um plano de previdência complementar é pensar no futuro, na autonomia financeira e na qualidade de vida. Por isso, continuamos com a missão de potencializar o zelo que a PREVUNISUL ?tem com o patrimônio do participante”, diz o Diretor Superintendente da PREVUNISUL, Tarcisio dos Santos Junior.
Conheça um pouco da história da PREVUNISUL: A Entidade foi criada com apoio da Reitoria da Universidade do Sul de Santa Catarina – UNISUL, Patrocinadora Fundadora, cujo propósito foi transferir a administração do plano BB Previdência para a PREVUNISUL. Atualmente a PREVUNISUL administra dois planos patrocinados e possui três patrocinadoras (UNISUL, FAEPESUL e PREVUNISUL).
Linha do tempo:
Julho de 2005 – A Secretaria de Previdência Complementar, antiga SPC, aprovou o processo dando legalidade a Entidade, na condição de multipatrocinada, e também aprovou o Plano UniPrev, que veio para abranger os demais funcionários que não haviam aderido ao plano anterior.
Novembro de 2006 – Foi concluído o processo de transferência de administração do plano UNISUL PREV da BB Previdência para a PREVUNISUL, passando a gestão do passivo e do patrimônio constituído.
Fevereiro de 2007 - Foi aprovada a inclusão da patrocinadora PREVUNISUL?,?permitindo aos funcionários da Entidade inscreverem-se no Plano UniPrev.
Novembro de 2007 – A Fundação de Apoio ao Ensino Pesquisa e Extensão da UNISUL – FAEPESUL, ?também passa a ser Patrocinadora, ?permitindo aos funcionários da Instituição inscreverem-se no Plano UniPrev.
Dezembro de 2009 – ?Forma, com as demais entidades do Estado, a Associação das Entidades de Previdência Complementar de Santa Catarina, objetivando crescimento e aprimoramento do sistema de previdência complementar.
 Março de 2012 – Cria o Programa de Educação Financeira e Previdenciária A Escolha Certa, juntamente com outras entidades de previdência de Santa Catarina? para promove?r? várias ações para informar e orientar seus participantes e assistidos? sobre finanças e previdência. (PreviUnisul/AssPreviSite)

Fundiágua: MPF apura rombo
Os beneficiários do Fundo de Pensão da Caesb, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal, estão ajudando a pagar, desde fevereiro, o deficit de R$ 91 milhões do órgão.
Serão descontados, todo mês, 10,28% dos benefícios durante 15 anos. A medida foi adotada para ajudar a cobrir o rombo no fundo.
Auditoria contratada pela atual gestão do Fundiágua, investimentos na Brazal Alimentos e no Fundo FP, foram os principais responsáveis pelo prejuízo.
Em fevereiro deste ano, o fundo apresentou à Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), a auditoria que identificou as irregularidades na administração dos recursos.
O estudo foi encaminhado ao Ministério Público Federal (MPF), que apura o prejuízo.
Profissionais que trabalharam na auditoria encontraram 23 irregularidades na gestão do fundo. Entre elas, a ausência de estudos para saber se existia viabilidade econômico-financeira para os investimentos.
Também está sendo investigada a ausência de políticas formais para aprovação de aplicações e resgates
O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Distrito Federal (Sindágua) informou que está tomando medidas para que os responsáveis pelo rombo causados no fundo sejam punidos civil e criminalmente.  (Dayana Vitor - EBC)

PI: Alternativas para a previdência do Estado
Governador recebe ex-ministro Carlos Gabas e trata de alternativas para Previdência
O ex-ministro da Previdência, Carlos Gabas, esteve com o governador Wellington Dias e equipe de governo nesta terça (11), no Palácio de Karnak. A visita de cortesia tratou sobre assuntos relacionados à previdência social e melhor otimização dos recursos públicos para novos investimentos.
“O tema previdência social, os regimes próprios de previdência, tem preocupado não só o Governo Federal mas também estados e municípios que optaram por esse sistema de proteção dos seus servidores, instituindo entidades próprias de previdência. Isso tem sido uma preocupação no Brasil inteiro e uma preocupação do governador Wellington Dias, que desde eleito já me apresentou, quando eu estava sendo ministro, alternativas para a previdência do Estado do Piauí”, explicou Gabas.
Para o ex-ministro, o conjunto de alternativas previdenciárias propostas no governo Dias tem caminhado de maneira positiva. Contador experiente e pós-graduado em Gestão de Sistemas de Seguridade Social pela universidade de Alcalá, na Espanha, Carlos Gabas, apresentou consultoria para Dias e sua equipe.
“De vez em quando o governador me convida para acompanhar a execução e ver se essa é uma solução viável para previdência. Eu tenho dito que essas soluções não só têm a capacidade de resolver o problema da previdência no Piauí, mas elas certamente serão referência para outros Estados, não só no Nordeste. Os governadores também já se adiantaram e estão, de alguma forma, copiando o que o governador está fazendo aqui e isso pode ser uma solução para o regime próprio dos servidores da União”, revelou o ex-ministro.
Para Gabas, a utilização de recursos inertes do Governo do Estado e de recursos financeiros via rentabilização de ativos é o que ele considerou de “um conjunto bastante interessante de propostas” que tem equacionado déficits e dado as condições e as regras para o acesso a benefícios para o Estado.
A lógica, segundo o governo do Estado, não é de apenas aumentar a contribuição do servidor estadual. No entanto, como ainda afirmou o secretário de Administração e Previdência (SeadPrev), Franzé Silva, o Estado não suportaria chegar a 2020 se o governo não apresentasse as medidas que trabalhem a equação e o equilíbrio previdenciário.
“É crescente o déficit e não queremos chegar ao que aconteceu em outros estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e até mesmo em Minas, onde teve um trabalho de capitalização inicial. Então, a lógica é criar um sistema de capitalização através de imóveis, através de perspectivas de novas receitas para poder buscar esse equilíbrio”, afirmou Franzé.
Ainda de acordo com o gestor da Sead, o intuito do Estado é aplicar os recursos públicos em investimento e melhoria de serviço, deixando de executar grande parte das reservas dos dos cofres do Estado apenas com a folha de inativos e pensionistas. “Queremos manter a tranquilidade dos servidores, mas também precisamos que os recursos públicos tenham sua destinação específica de melhorar a vida dos piauienses. É nesse sentido que estamos trabalhando e criando grupos de trabalho para buscar essa modelagem, que é única no Brasil e que certamente está dando certo e será modelo para outros estados”, adiantou Franzé.
O problema do déficit
O ex-ministro Carlos Gabas acredita que um dos grandes problemas que ocorrem com a maioria dos sistemas de previdência brasileiro é o de que, quando instituídos, não foram criados fundos previdenciários para o acúmulo de recursos mantenedores para o pagamento futuro das aposentadorias. “Esse dinheiro que era arrecadado com o Tesouro era gasto com outras coisas. Chegou num determinado momento em que as pessoas começavam a se aposentar e não havia um fundo”, explicou.
No Piauí, o fundo previdenciário foi criado há três anos, tempo este que não representou um acúmulo de recursos suficiente para fazer manter as despesas de aposentadoria. “O problema é ter despesas para pagar e ter que tirar da contribuição do cidadão porque você não tem recursos acumulados para esse fim. Não é um problema do Piauí, a maioria dos Estados não fizeram”, explicou Gabas. O que o Governo do Estado visualiza com a criação desse conjunto de alternativas é um montante de recursos que responda a demanda previdenciária, o que não prejudicaria a manutenção de recursos para novos investimentos.    (Valmir Macêdo - AssCom)

Juros globais e longevidade: um olhar de longo prazo
O aumento da longevidade decorrente das mudanças demográficas, combinado a um cenário de juro real em queda, é o principal desafio a ser enfrentado pelas Entidades Fechadas de Previdência Complementar para manter seu equilíbrio atuarial num horizonte de longo prazo. A redução do ganho proporcionado pelos investimentos em títulos públicos,  hoje ainda a principal classe de ativos nas carteiras dos planos de benefícios, é uma perspectiva reforçada não só por fatores domésticos mas também pelo comportamento das taxas internacionais de juros. A análise é do especialista em previdência complementar fechada da Eletros, Jair Ribeiro.
Para o diretor de Investimentos da Funcesp, Jorge Simino, o movimento de queda dos juros no curto prazo no Brasil já está dado. “Dentro de dois anos, porém, muita coisa poderá mudar tanto no ambiente doméstico quanto internacional”, diz Simino. Para ele, a decisão da equipe econômica do governo, ao reajustar para baixo a meta de inflação foi acertada, veio no momento certo e com a magnitude correta.
Ao mesmo tempo, a preocupação com as tábuais atuariais mais longevas, em ambiente de retornos menores, e o impacto dessa equação sobre os resultados dos planos a longo prazo, permeiam também as iniciativas do órgão supervisor e fiscalizador do sistema. Isso explica, entre outros aspectos, o esforço de supervisão prudencial e atualização das regras de investimento, como lembra o diretor-superintendente substituto da Previc, Fábio Coelho.  “A melhor governança e o aprimoramento da supervisão serão fundamentais num ambiente de  juros mais baixos, porque será preciso usar instrumentos mais sofisticados de investimento”, lembra o consultor Everaldo França, da PPS-Portfolio Performance.
Visão global - Uma análise eficiente do ponto de vista das políticas de investimento das EFPC nessa conjuntura, sublinha Jair Ribeiro, não pode levar em conta apenas a visão limitada que tem prevalecido nos mercados, com foco exclusivo na taxa Selic e na evolução do cenário no curto prazo. Ele observa que o comportamento estrutural das economias desenvolvidas, com a manutenção de juros reais em patamares muito baixos ou mesmo negativos, assim como fatores ligados à evolução demográfica serão determinantes na avaliação de longo prazo.
“Há uma tendência dos mercados financeiros darem foco apenas para a taxa Selic e nem sempre os analistas prestam a atenção devida à curva longa dos juros, mas essa curva está mostrando sinais importantes de como o comportamento das economias desenvolvidas poderá influenciar as taxas brasileiras no longo prazo”, acredita Ribeiro.
A manutenção dos juros baixos ou negativos, com o consequente aumento da tolerância global ao risco em relação aos países emergentes, poderá afetar o Brasil no que diz respeito à queda das taxas domésticas. Ou seja, além de fatores internos ligados à baixa demanda e à economia desaquecida, as variáveis globais também ajudam a pressionar os juros para patamares menores.  Os sinais refletem aquilo que alguns estudiosos denominaram “estagnação secular”, resultado do baixo crescimento estrutural nos países desenvolvidos.
O rendimento nominal dos títulos do Tesouro nos EUA, por exemplo, era de 2,3% ao ano em junho passado, diante de inflação  esperada de 1,8% ao ano, ou seja, ganho real baixíssimo, destaca Ribeiro. “Havia a expectativa de que as promessas de crescimento econômico e mais geração de empregos, feita pelo presidente Trump durante sua campanha, acabassem por motivar uma aceleração da atividade econômica e, por consequência, um movimento de alta dos juros, mas isso não ocorreu até agora”.
A falta de rendimentos reais expressivos nos mercados desenvolvidos já começou a provocar maior demanda pelos ativos dos países emergentes, com maior tolerância ao risco soberano desses países por parte dos investidores. À medida que o risco soberano medido pelo Credit Default Swap (CDS na sigla em inglês) fica menos volátil em decorrência do ambiente global de baixo crescimento, tende a aumentar a tolerância ao risco nos emergentes. Isso já vem ocorrendo de fato desde fevereiro de 2016 e há motivos para crer que o Brasil possa vir a compartilhar desse ambiente global de juros baixos”, diz o especialista. Ele observa que o CDS do Brasil tem caído em conjunto com os demais países emergentes desde 2016, ou seja, nesse período a evolução do cenário externo tem sido um fator relevante para a redução dos juros internos no país, avalia Ribeiro.
O pensamento de longo prazo, entretanto, enfrenta dois complicadores no Brasil, observa Everaldo França: em primeiro lugar, o descompasso entre estratégias mais longas e a cobrança de resultados de curto prazo, feita pelos participantes e conselheiros das EFPCs. Além disso, há todo um histórico de diversos planos fracassados de estabilização econômica. “Quando ficar claro que a queda do juro veio para valer, seja agora ou mais adiante, as entidades terão que adotar novas estratégias e rodar ALMs mais robustos”, avisa o consultor.
Regulação e supervisão – Para que as políticas de investimento possam enfrentar os novos desafios, será preciso que as análises possam contar também com uma base regulatória mais atualizada. Nesse sentido, o plano de ação desenhado pela Previc para 2017/2018 prevê entre suas metas aprimorar as regras de investimentos.  Isso será feito por meio da revisão da Resolução CMN 3.792/2009, explica o diretor-superintendente substituto, Fábio Coelho. Essa reestruturação das regras, já em debate há algum tempo, deverá fortalecer os aspectos de gestão de risco, conflito de interesses e valorização das políticas de investimentos, além de atualizar produtos financeiros já disponíveis e incorporar regras para perfis de investimento.
Por conta da estagnação secular, frisa  Jair Ribeiro, há uma forte probabilidade de que se prolongue o movimento de juros baixos e menor volatilidade do risco soberano, o que afetará a curva das taxas pagas pelos títulos com vencimento em 2030 e 2050, entre outros. Esse ambiente afetará principalmente os planos BD mas também os demais, com os passivos crescendo de modo contínuo, como já ocorre em outros países há algum tempo. “Sem um debate genuíno sobre essa visão mais global, as entidades  terão condições mais difíceis de fazer uma análise adequada”.  (Martha E. Corazza - Diário da PrevidÊncia Complementar FEchada)

Fundos de pensão:
Participações, investimentos e desempenho em empresas
attps

Fundos: Aprovado o negócio entre AGCO e Kepler
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou sem restrições a venda de 34,93% da gaúcha Kepler Weber, fabricante de silos e armazéns de grãos, para a AGCO do Brasil, controlada pela americana AGCO, uma das maiores fabricantes de máquinas agrícolas do mundo. As ações que passarão para a empresa estão nas mãos de Previ e Banco de Investimentos do Banco do Brasil (BB-BI).
A proposta de compra da AGCO prevê que haja uma oferta pública subsequente de ações. A AGCO deve adquirir um montante que represente - em conjunto com as ações adquiridas do fundo de pensão Previ e BBI - não menos do que 65% do capital votante da Kepler Weber. Após o fechamento da operação, a AGCO do Brasil passará a deter o controle da Kepler Weber.
Em fevereiro, a múlti americana anunciou a oferta de US$ 185 milhões para adquirir a companhia brasileira. A Kepler Weber complementa o portfólio da GSI, controlada pela AGCO, que atua no mesmo segmento e foi adquirida em 2011. A própria GSI tentou comprar a Kepler Weber em 2007, mas a transação não prosperou.
Marintec
O Cade entendeu que "a grande quantidade de players no mercado, as características dos produtos ofertados, o fato de o mercado estar passando por uma fase de redução de oferta e a grande capacidade dos concorrentes de absorver um aumento de demanda afastam o risco de exercício de poder de mercado" por parte da AGCO.
No mês passado, Olivier Colas, vice-presidente da Kepler Weber disse ao Valor que uma das estratégias é direcionar esforços para crescer em outros países da América Latina. O objetivo é ampliar a participação nas exportações totais de seu segmento na região de 35% para 50% em dois anos. O executivo lembrou, na ocasião, que a AGCO, no portfólio de produtos da marca GSI, tem linhas voltadas à América Latina.   (Valor)

Fundos: CVM - Petrobras não precisa refazer balanços de 2013 a 2016
A Petrobras informou nesta terça-feira (11) que o colegiado da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) decidiu que a empresa não precisará refazer seus balanços financeiros entre 2013 e 2016.
A decisão acata recurso da estatal contra decisão da área técnica da autarquia, que questionou a adoção, pela companhia, de mecanismo para se proteger de variações cambiais conhecido como "contabilidade de hedge".
Com esse mecanismo, a Petrobras usa receitas futuras de exportação para compensar o risco de variações cambiais sobre sobre suas obrigações de dívida de longo prazo.
A área técnica da CVM discorda da metodologia e afirma que a empresa é importadora líquida e, por isso, não poderia usar exportações futuras como proteção. Em março, determinou que a companhia refizesse os balanços desconsiderando o mecanismo.
Nesta terça, o diretor da autarquia que relatou o caso, Henrique Machado, acatou recurso da empresa contra a medida, sendo seguido pelo diretor Pablo Rentería. O presidente da CVM, Leonardo Pereira, foi voto vencido.
Machado refutou as irregularidades apresentadas pela área técnica, mas recomendou que a Petrobras adote aprimoramentos nos documentos que detalham o uso do mecanismo.
Em relatório entregue a autoridades do mercado acionário norte-americano, a estatal calcula que, sem a contabilidade de hedge, o resultado de 2016 passaria de prejuízo de R$ 4,349 bilhões para lucro de R$ 4,642 bilhões.
"Para o exercício encerrado em dezembro de 2016, o prejuízo seria revertido em lucro líquido e, consequentemente, pode ser necessária a distribuição de dividendos obrigatórios", informou a empresa, no documento.
Já em 2015, o prejuízo de R$ 8,611 bilhões se transformaria em perda de R$ 21,200 bilhões. Em 2014, as perdas subiriam de R$ 7,503 bilhões para R$ 11,291 bilhões.
Em 2013, primeiro ano de uso da contabilidade, o lucro cairia de R$ 10,832 bilhões para R$ 6,921 bilhões   (NICOLA PAMPLONA - Folhapress)

Órgãos, Associações e Entidades do Segmento

 http://www.portoseguro.com.br/solucoes-financeiras/investimentos

Advogados: Encontro Nacional
Acontecerá nos dias 7 e 8 de agosto, a 12ª Edição do Encontro Nacional de Advogados das Entidades Fechadas de Previdência Complementar. O evento acontecerá em São Paulo e em breve será disponibilizada a programação completa.  (Abrapp/AssPreviSite)

Encontro de Contabilistas
Estão abertas as inscrições para o  VII Encont - VII ENCONT - Encontro Nacional dos Contabilistas das EFPC, que irá acontecer nos dias 24 e 25 de agosto (quinta e sexta-feira), em Curitiba, no  Four Points by Sheraton Curitiba (Sala Paraná).  São objetivos promover um fórum de debates técnicos voltados para os profissionais atuantes nas áreas contábil, governança, gestão de riscos, atuarial, jurídica, investimentos entre outras do segmento de previdência complementar fechada, visando o aprimoramento das normas vigentes e o despertar para a responsabilidade social e para os novos desafios do setor. Maiores informações e inscrições em  http://www.abrapp.org.br/Eventos/Paginas/Evento-Detalhes.aspx?cid=52  . (Abrapp/AssPreviSIte)

UniAbrapp: Fundamentos do Mercado Financeiro
O mercado financeiro é um dos principais orientadores sobre as variadas e mais adequadas formas de investimento. Estudar esse setor é crucial para qualquer empresa que almeja construir uma trajetória com bases sólidas. Com este propósito, a UniAbrapp oferece o primeiro curso da Trilha de Investimentos - Fundamentos do Mercado Financeiro, que será ministrado no dia 20 de julho, em São Paulo, pelo especialista Rogério Tatulli. Nele serão apresentados os conceitos básicos sobre o mercado financeiro e seus ativos; os tipos de fundos de investimento básicos disponíveis no mercado e seus riscos e a legislação específica atual de investimentos para os fundos de pensão. O treinamento é indicado aos profissionais, com ou sem experiência, que queiram adquirir visão geral e abrangente da previdência complementar fechada na área de investimentos. A participação confere 8 pontos no PEC do ICSS. Conheça a programação completa e inscreva-se:http://www.uniabrapp.org.br/inv_fundamentos.htm   (Abrapp/AssPreviSite)

Leitura e cultura da previdência

CDI - Centro de Documentação e Informação
Oswaldo Herbster de Gusmão - Abrapp - Sindapp - UniAbrapp

Livro: Gestão Baseada em Risco
Autor: Comissão Técnica Nacional de Governança - Comissão Técnica Regional Leste de Governança
Resumo do Livro: Este livro é um convite à adoção de uma visão exploratória do risco que busque, por meio do seu conhecimento, aproveitar as grandes oportunidades oferecidas. Um conhecimento que se obtém com o uso de metodologia que permite a identificação, a análise, a mensuração, o tratamento e o monitoramento de riscos. Ferramentas voltadas para a adequada resposta aos riscos. Bônus demográfico, ascensões sócio-econômicas, tendência declinante de taxa de juros são exemplos de mudanças no cenário socioeconômico brasileiro que estão expondo os planos de benefícios a riscos até então inusitados, ao mesmo tempo em que os expõe a imperdíveis oportunidades.
Esta publicação está disponível no maior acervo do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster de Gusmão" da Abrapp.
Veja essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx    (Abrapp/AssPreviSite)

Manual de Boas Práticas de Avaliação de Riscos
Autor: Abrapp
Resumo do Livro:
Este livro tem o objetivo de disseminar conceitos fundamentais e melhores práticas de avaliações de riscos em estratégias de investimentos dos Fundos de Pensão. É um tema premente nos dias atuais. E o será ainda mais no futuro, à medida que os mercados e os processos vão se tornando mais complexos. Os instrumentos externos de análise e avaliação não substituem a responsabilidade do tomador de papeis de fazer a sua própria análise, o que pressupõe a necessidade de possuir amplo domínio dos conceitos e das boas práticas. Experiências inovadoras e bem conduzidas nos domínios da prevenção certamente levarão a melhores níveis de segurança. Como afirma Paulo Rabello de Castro, no texto introdutório deste livro, a lei previdenciária complementar não excusa o gestor, nem mitiga sua responsabilidade final nas decisões de investimento mediante alegação de excesso de dificuldade de entender ou medir os riscos envolvidos nas transações. Daí a utilidade deste Manual, "um verdadeiro guia de sobrevivência na selva dos investimentos". Desenvolver a capacidade de enxergar riscos é o propósito desta antologia. Há que conhecê-los e enxergá-los, pois não é possível trabalhar sem eles. Um investidor é, essencialmente, um avaliador de riscos, indissociáveis da sua atividade. Este Manual é mais um esforço da Abrapp para auxiliar o profissional do sistema de previdência complementar fechado a conhecer a variada gama de riscos com os quais convive e como tirar proveito deles para maximizar resultados.
Esta publicação está disponível no maior acervo do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster de Gusmão" da Abrapp.
Veja essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx  (Abrapp/AssPreviSite)

Guia de Referência para Cálculo de Cotas de Planos de Benefícios
Autor: Comissão Técnica Nacional de Contabilidade
Resumo do Livro: Este Guia tem por objetivo disseminar o conhecimento aos órgãos estatutários das EFPC, empregados e prestadores de serviços, sobre a atividade de cálculo de cotas previdenciais, bem como demonstrar as possíveis formas existentes de cálculo e suas principais diferenças a fim de subsidiar as EFPC de informações necessárias quando da escolha pelo método que melhor atenda à sua realidade.
Esta publicação está disponível no maior acervo do país especializado em Previdência Complementar, CDI - Centro de Informação e Documentação "Oswaldo Herbster de Gusmão" da Abrapp.
Veja essas e outras publicações através do link: http://sistemas.abrapp.org.br/publicacoes/UI/Default.aspx  (Abrapp/AssPreviSite)

Notícias de Interesse do Segmento Previdenciário

Desafio agora é reforma da Previdência
Para economistas, resultado da votação no Senado não representa fortalecimento de Michel Temer nem garantia de novas vitórias no Congresso
A aprovação da reforma trabalhista no plenário do Senado foi uma demonstração da capacidade de articulação do governo de Michel Temer, mas não é garantia de que a reforma da Previdência, a outra grande aposta do governo para colocar a economia nos trilhos, será aprovada pelo Congresso, na avaliação de economistas.
“A (reforma da) Previdência precisa de uma maioria qualificada, dois terços dos parlamentares, com votação em dois turnos na Câmara e no Senado. Mesmo antes da delação da JBS, o governo não tinha essa maioria”, disse o economista e sócio da 4E Consultoria, Juan Jensen. Ele diz que apenas uma versão muito desidratada da reforma previdenciária poderia passar. “Talvez, eventualmente, apenas as alterações na idade mínima e regras de transição.”
O economista lembra que, para isso, entretanto, Temer terá de articular a base para impedir o encaminhamento da denúncia contra ele ao Supremo Tribunal Federal (STF). “Ele precisa de apenas um terço dos votos na Câmara: não é tanto para um presidente que sabe fazer essa articulação e já liderou o Congresso por alguns mandatos”, avalia.
Na avaliação do analista político da XP Investimentos, Richard Back, a votação expressiva em favor da reforma trabalhista contou com a contribuição de fatores alheios ao governo. “A reforma trabalhista andou, em parte, sozinha. Teve a liderança de Romero Jucá, assim como o comprometimento do PSDB com a pauta”, afirmou.
Para o analista, o governo ainda tem alguma credibilidade, mas o resultado em si não representa um fortalecimento de Michel Temer, que ainda se encontra em situação delicada. O analista da XP lembra que a equipe econômica também teve um papel essencial na aprovação da matéria. “Na situação em que Temer está, qualquer respiro é positivo”, afirmou. Por isso, o presidente deve tentar recuperar algum capital político com a aprovação. Ainda assim, diz Back, a aprovação por uma margem ampla no Senado deve ter efeitos neutros na situação de Temer em relação à denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República e que terá seu encaminhamento ao STF votado na Câmara.
Já o ex-secretário de Política Econômica Márcio Holland avalia que a aprovação da reforma trabalhista sugere consciência do Congresso sobre a urgência da implementação de reformas no País, independentemente da crise política. “Minha leitura é de que a passagem das reformas, seja a trabalhista, seja a previdenciária, acaba acontecendo pela necessidade dessas medidas”, comenta Holland, que é professor da FGV.
O economista diz manter a confiança na aprovação da reforma da Previdência até o fim do ano, mesmo que numa versão com impacto fiscal entre 30% e 40% inferior ao previsto na proposta original encaminhada à Câmara. “Acho que o Congresso está entendendo que temos uma crise fiscal gravíssima.  (Caio Rinaldi e Eduardo Laguna - O Estado de S.Paulo

Previdência e produtividade
Nos governos do PT, defendeu-se a ideia de que é desnecessário mudar as regras de aposentadoria no Brasil porque o déficit da Previdência seria coberto ou estabilizaria se a economia crescesse de forma mais rápida. De fato, entre 2005 e 2014 a economia avançou a uma média de 3,5%, bem acima da média das últimas três décadas, ajudando a estabilizar esse gasto como proporção do PIB. A realidade mostra, porém, que desde o início dos anos 80 a tendência do país tem sido crescer pouco. Nos últimos dez anos, a economia brasileira se expandiu, em média, a 2% ao ano. Todos os cortes mostram baixo crescimento. Desde 1990, quando o país começou a mudar o modelo de crescimento - do regime de substituição de importações para o de uma economia menos fechada -, a média anual foi 2,2%; desde 1980, 2,4%. "Apenas tomando por base a história de nossos últimos 35 anos, apostar que a expansão econômica resolverá a questão da Previdência é uma cartada de alto risco", diz Luiz Guilherme Schymura, diretor do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre). Como se sabe, o aumento da capacidade de crescimento do Brasil depende cada vez mais do avanço da produtividade. Dados do Ibre mostram que, de 1995 a 2016, a produtividade do trabalho cresceu, em média, 1% ao ano quando se leva em consideração o número de horas trabalhadas e 0,7%, quando o cálculo é feito com base na população ocupada (PO). Durante o último boom do país, de 2002 a 2010, a expansão foi, respectivamente, de 2,4% e 1,9%. No Brasil, aposentado recebe ganho de produtividade No período seguinte, durante os anos trágicos da gestão Dilma Rousseff, o quadro piorou bastante: entre 2010 e 2016, a produtividade do trabalho cresceu, em média, 0,3% ao ano e a da PO, - 0,1%. No triênio 2014-2016, talvez o pior da histórica econômica do Brasil, caiu, em média, 2,2% e 2,8% ao ano, respectivamente. "Não é só o ritmo de expansão da economia que é relevante em termos previdenciários, mas também o padrão em que ele se dá. No caso do Brasil, aproxima-se o momento em que, esgotado o bônus demográfico - a fase de aumento mais veloz do grupo de pessoas em idade de trabalhar, em relação à população como um todo -, o crescimento da economia dependerá cada vez mais da elevação da produtividade", observa Schymura. Faz-se necessário um registro: quando a economia mundial entrou em crise, a partir de 2007 nos países ricos e de 2008 nos emergentes, analistas sérios disseram que o Brasil, por ter saído rapidamente daquela turbulência, deveria aproveitar a oportunidade para promover reformas que não só assegurassem o equilíbrio das contas públicas no longo prazo, mas também ajudassem a elevar a produtividade da economia. Já se sabia que, de tão profunda, aquela crise manteria as nações ricas com baixo crescimento durante bom tempo, pelo menos sete anos, prazo médio histórico de desalavancagem de economias que sofrem crises bancárias. O raciocínio era que, quando saíssem daquela crise, as nações ricas voltariam mais competitivas porque a depressão os forçaria a fazer reformas em suas economias. A profecia funcionou no caso dos Estados Unidos, mas não necessariamente em toda a União Europeia, embora alguns países do bloco já apresentem bom desempenho. E o Brasil? O que fez? Nada. Na verdade, andou muito para trás no governo Dilma. O fato é que o país precisa crescer de forma mais rápida por uma série de razões, sendo que uma delas é ajudar a enfrentar o problema do explosivo déficit previdenciário. O problema é que as regras e costumes vigentes aqui transformam em problema o que poderia ser uma solução. Três exemplos: quando a produtividade do trabalho aumenta, há enorme pressão por reajustes reais (superiores à inflação) para quem já se aposentou; o piso da Previdência social é o salário mínimo; toda vez que o governo promove mudanças nas aposentadorias o teto dos benefícios é reajustado. De 1995 a 2016, portanto, desde o governo Fernando Henrique Cardoso, o salário mínimo foi corrigido, em termos reais, em 155,68%. As aposentadorias com valores acima de um mínimo tiveram variação, também real, de 15,83% e o teto da Previdência, de 50,3%. Logo, no Brasil, os benefícios de quem não trabalha são corrigidos bem acima da taxa de produtividade da economia. A expansão do número de benefícios, ligada à demografia e aos critérios de elegibilidade, e os aumentos reais do piso e dos benefícios acima do piso, além dos reajustes do teto, levaram as despesas da Previdência Social a saltar de 4,9% do PIB em 1997 para 8,1% em 2016. Neste ano, o déficit está estimado em R$ 184,2 bilhões (ou 2,75% do PIB), o que, somado ao rombo dos chamados regimes próprios de previdência do funcionalismo público federal (RPPS), atinge a espantosa cifra de R$ 269,2 bilhões (4% do PIB). "O repasse para as aposentadorias do aumento da produtividade pode neutralizar em grande parte o alívio que um ritmo maior de crescimento [do PIB] daria às contas previdenciárias", diz Schymura, que trata do tema na próxima Carta da Conjuntura a ser divulgada pelo Ibre. O economista Manoel Pires, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda e agora pesquisador do Ibre, fez simulações sobre a evolução das despesas da Previdência, caso o Congresso não aprove a reforma. No cenário otimista - crescimento anual da produtividade de 1,5% e aceleração do PIB até alta de 3,7% em 2019, seguida de queda gradual (economias avançadas crescem a taxas menores) até 2% em 2036 e 1,2% em 2060 -, a despesa previdenciária da União (excluída a dos RPPS) chegará a 8,9% do PIB em 2040 e a 9,6% do PIB em 2060, caso, nesse período, todos os benefícios, inclusive o piso, sejam corrigidos apenas pela inflação. "Essas simulações indicam que a sustentabilidade da Previdência, num cenário sem reforma, depende da capacidade do governo de frear o crescimento real de todos os benefícios, inclusive o piso, deixando-o em zero ou perto disso durante muitas décadas", adverte Schymura, lembrando que é improvável que qualquer governo passe tanto tempo sem dar aumento real aos benefícios previdenciários. "Mesmo que seja impossível zerar os aumentos reais, é fundamental, do ponto de vista da sustentabilidade fiscal, evitar que parte substancial dos ganhos de produtividade da economia seja repassada para aposentadorias e pensões."    (Cristiano Romero - VAlor)

CPI mostra que governo infla déficit
Chegou na segunda (10) à 21ª sessão a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a natureza do suposto déficit da Previdência, alegado pelo governo de Michel Temer (PMDB), bem como por parlamentares da base aliada e setores da mídia, como razão para mover uma reforma no setor, que, se aprovada, vai dificultar ao cidadão ter acesso à aposentadoria. “Essa CPI há de provar que nossa Previdência é superavitária”, afirmou o presidente da CPI, senador Paulo Paim (PT-RS).
A CPI já ouviu diferentes representantes da sociedade, bem como especialistas de diversos setores, como o tributário. Esta sessão, no formato de Audiência Pública, foi destinada às representações de agricultores. “É uma sacanagem o que o governo quer fazer. Já ouvimos grandes devedores, grandes empresários e especialistas. Alguns roubam, vão na linha do desvio, da fraude, da sonegação e querem passar para o trabalhador pagar a conta. Eu digo que essa é a CPI da verdade, e no fim, vamos mostrar o problema da Previdência”, completou Paim.
Dessa sequência de encontros, a CPI pretende elaborar propostas para uma reforma que não puna o trabalhador, como explica o relator, Hélio José (PMDB-GO). “O compromisso dessa CPI é com a verdade. Não estamos aqui para fazer jogo de cena. Vamos colocar o dedo na ferida, doa a quem doer. E estamos fazendo o que deveria ter sido feito pelo governo, ouvir os setores da sociedade, os envolvidos, e apresentar uma proposta de reforma que garanta a sobrevivência do sistema e que garanta que todos possam ter um norte de sobrevivência para futuras gerações”, disse.
“Então, não vamos nos embasar em contas falsas e barras forçadas, de colocar valores de contas de militares que não entram na Assistência Social”, disse. O governo vem adicionando regimes especiais, como de servidores públicos e de militares na conta dos débitos previdenciários, na intenção, de acordo com o parlamentar, de inflar o déficit. “Não vamos admitir somar regime próprio com regime geral. São coisas distintas. Fazem para poder ter uma conta falsa e justificar o injustificável. Vamos colocar um ponto final nessa mentira. A sociedade vai ter um relatório limpo, íntegro e comprometido com a verdade”, concluiu.
O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Aristides Veras dos Santos, reafirmou a natureza irreal do déficit. “O mito já está mostrado. Precisamos deixar claro que os agricultores devemos ficar no regime geral. Não tem como garantir um país justo sem uma agricultura funcionando plenamente. Quem emprega e produz para o mercado interno somos nós”, disse.
“O sistema previdenciário que temos hoje é solidário, universal e uniforme, com equivalência dos benefícios. Foi garantido direito de igualdade entre campo e cidade. A sociedade tem que entender o todo. A regra tributária brasileira é que não é justa. Segmentos que poderiam custear mais não são devidamente cobrados. A carga tributária do Brasil é uma das mais injustas do mundo. Quem é penalizado é sempre o trabalhador. Na nossa avaliação, existe um jogo de números para tentar convencer a sociedade desse suposto déficit. Tem setores da mídia também que estão tentando manipular a cabeça das pessoas e dos trabalhadores”, concluiu.
Entre os problemas citados pelos presentes para a manutenção da Previdência está a Desvinculação das Receitas da União (DRU). Ao assumir, Temer, com apoio do Congresso, em uma de suas primeiras medidas, ampliou o desvio, que passa recursos da Assistência Social para custear outras dívidas do governo. “O que existe é uma crise do Estado e estão transferindo o déficit do governo para a Previdência. A Previdência sobrevive, é um patrimônio do trabalhador. Entra crise, sai crise, ela continua viva, pois está dentro do orçamento da Seguridade Social”, afirmou Maurício Oliveira, da Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap).
“Então, o Estado seca cada vez mais a seguridade. A DRU é um dos elementos de secagem da Previdência. E o Congresso a aumentou de 20% para 30%. Vão pegar mais enquanto tiver. Quando acabar o dinheiro da Previdência, as contas da nação vão explodir. Todo ano, a União tem que cobrir o rombo do orçamento fiscal. 40% de tudo que a União arrecada serve para cobrir as dívidas públicas. Dentro desse todo, a Previdência representa apenas 22% do gasto, com tudo pago. Rurais, área urbana também ajudam a pagar o juros da dívida. E continua funcionando, porque é um sistema de liquidez, que não para, por mais que o governo manipule, como estão fazendo todos os dias, através do Sistema de Informação da Administração Federal do governo. O governo aponta a Previdência como a culpada do caos”, completou.  (RBA)

Quanto pode ser a aposentadoria em 2018
As aposentadorias e pensões do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) no valor do salário mínimo devem ser reajustadas em apenas R$ 42 no ano que vem, por conta da inflação baixa e do encolhimento da economia do país, segundo o projeto da LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), em discussão na Comissão Mista de Orçamento, que pode ser votado hoje.
De R$ 937, neste ano, o piso dos pagamentos deve subir para R$ 979, um aumento de 4,48%.
Com o mesmo índice de reajuste, o teto de benefícios do INSS, que é o valor máximo pago pela Previdência, passaria dos atuais R$ 5.531,31 para R$ 5.779,11 em 2018.
O aumento anual do salário mínimo e dos benefícios do INSS nesse valor é diferente e tem como base a inflação do ano anterior mais o PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.
Portanto, para o aumento em 2018, serão considerados o crescimento do país em 2016 e a inflação deste ano.  (Fernanda Brigatti - Agora)

Operação em SP desmonta esquema de fraude milionário
Grupo criminoso fraudava benefícios assistenciais concedidos pela Previdência Social
A Força Tarefa Previdenciária, juntamente com o INSS, deflagrou nesta terça-feira (11/07/17), em São Paulo, a operação Ostrich para investigar um esquema de fraudes a benefícios de assistência social a idosos e pessoas portadoras de deficiência (LOAS).
Agora pela manhã, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, três de condução coercitiva e três mandados judiciais de medidas alternativas à prisão (uma pessoa não foi localizada). Uma pessoa foi presa em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
As investigações tiveram início com a implantação, em outubro de 2016, de uma nova sistemática de trabalho da Polícia Federal (PF) para a detecção de grupos organizados de fraudadores da previdência social. Anteriormente, os requerimentos com indícios de fraudes eram cadastrados a partir dos dados do requerente dos benefícios pelo INSS e enviados a PF para investigação. Para melhor investigar, a PF passou a catalogar outros elementos em comum dos requerimentos, como os dados dos procuradores junto ao INSS.
Aplicando-se esse novo método de investigação, chegou-se a um escritório de advocacia. Com a participação da Inteligência Previdenciária, teve acesso a 150 requerimentos feitos por meio deste escritório, todos eles com irregularidades como o fornecimento de informações falsas e o uso de documentos falsos, gerando um prejuízo de R$ 14 milhões à Previdência Social.
O escritório é beneficiado por uma liminar judicial que permite que ele possa protocolar ilimitadamente requerimentos desse benefício junto ao INSS. Assim, há indícios de que o escritório acabou por se tornar uma espécie de central para fraudar o INSS (recebendo como pagamento um salário mínimo, independentemente do sucesso do pedido), centralizando requerimentos fraudulentos de outros escritórios na grande São Paulo e no interior no estado.
Já foram identificados dois mil requerimentos de benefícios do grupo, que serão reanalisados, inclusive aqueles que geraram investigações arquivadas por falta de provas. Além dos responsáveis pelo escritório, os requerentes dos benefícios serão investigados, para verificar se tinham ou não conhecimento do esquema criminoso. Os investigados responderão pelos crimes de estelionato qualificado contra a União e formação de quadrilha, com penas que variam de um a cinco anos de prisão.
O nome Ostrich (avestruz em inglês) foi dado à operação em razão da cegueira deliberada que acometia os envolvidos ao apresentarem informações e documentos falsos para requerer os benefícios assistenciais. (Fonte: PF)
Força-Tarefa Previdenciária – A Força Tarefa Previdenciária é uma parceria entre a Secretaria de Previdência, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, que visa a combater crimes contra o sistema previdenciário. A Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária (COINP) da Secretaria de Previdência é a área responsável por identificar e analisar distorções que envolvem indícios de fraudes contra a Previdência Social e encaminhá-las à Polícia Federal para investigação em regime de força-tarefa.   (Camilla Andrade - Secretaria de PRevidência)

SP: PF deflagra operação contra fraudes na Previdência
A Polícia Federal realiza na manhã desta terça-feira uma operação contra fraudes na Previdência Social, que incluem concessão irregular de benefícios de assistência social a idosos e pessoas portadoras de necessidades especiais. Foram identificadas fraudes de R$ 14 milhões em 150 benefícios concedidos por meio de um único escritório de advocacia, mas a PF afirma que o montante pode ser dez vezes maior.
Na operação, batizada de Ostrich, os policiais cumprem seis mandados de busca e apreensão, três mandados de condução coercitiva e três mandados judiciais de medidas alternativas à prisão expedidos pela 4ª Vara Criminal Federal de São Paulo. Entre os alvos da medida, um não foi encontrado e outro foi preso em flagrante por posse ilegal de arma de fogo.
Desde outubro do ano passado foi criado um grupo de inteligência para detectar grupos organizados de fraudadores da Previdência Social. Com cruzamento de informações, a PF identificou um escritório de advocacia responsável por 150 requerimentos, todos com irregularidades, como informações e documentos falsos.
O escritório é beneficiado por uma liminar judicial que permite que ele possa protocolar ilimitadamente pedidos de benefícios ao INSS, quando o permitido, para evitar fraudes, é um por dia.
Para a PF, há indícios de que o escritório funciona como uma espécie de central de fraudes contra o INSS, centralizando pedidos de cidades da Grande São Paulo e do interior do estado. O escritório cobra dos clientes um salário mínimo, independentemente da concessão do benefício.
A Previdência vai reavaliar 2 mil benefícios concedidos por meio do escritório, incluindo casos suspeitos de fraudes que tinham sido arquivados por falta de provas. Os investigados responderão pelos crimes de estelionato qualificado contra a União e formação de quadrilha, com penas que variam de 1 a 5 anos de prisão.
O nome Ostrich, avestruz em inglês, foi dado à operação em razão da cegueira deliberada dos envolvidos em relação aos documentos e informações falsas  (CLEIDE CARVALHO - G1)

SP: Escritório é suspeito de fraudar a Previdência
Operação da Polícia Federal descobriu um esquema suspeito de fraudar, ao menos, R$ 14 milhões em benefícios previdenciários. Os policiais cumpriram hoje (11) a condução coercitiva de um casal investigado por centralizar os crimes, um despachante suspeito de participação, além de buscas na Grande São Paulo e interior do estado.
As fraudes eram comandadas por um escritório de advocacia central, que funcionava desde 2008 num local luxuoso na região dos Jardins, área nobre da capital paulista. O escritório mantinha vínculo com pequenos escritórios satélites, que angariavam clientes.
De acordo com as investigações, os fraudadores recebiam um salário-mínimo mensal, destinado a idosos acima de 65 anos ou pessoas com deficiência em situação de miséria, com renda abaixo de um quarto de um salário-mínimo. O escritório exigia comissão de três salários-mínimos a cada cliente.
Uma nova fase da investigação da Polícia Federal vai identificar a participação dos fraudadores que funcionavam como beneficiários do esquema. A princípio, 150 pessoas são suspeitas, mas o número pode chegar a 2 mil e o prejuízo à Previdência Social pode superar R$ 140 milhões.
Liminar judicial
Três advogados que atuavam no escritório investigado tinham conquistado, por meio de liminar judicial, o direito de apresentar requerimentos em quantidade ilimitada ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). O instituto havia limitado a um requerimento por dia para evitar que grandes escritórios tivessem vantagens sobre cidadãos desassistidos por advogados. Ao romper a limitação, o esquema obteve mais vantagens, de acordo com as investigações. (Agência Brasil)

Mercado de trabalho e benefícios
Mirador

Reforma trabalhista é aprovada no Senado
Aprovação do texto que modifica a CLT é vitória do combalido governo de Michel Temer
A proposta de reforma trabalhista foi aprovada nesta terça-feira (11) no plenário do Senado, por 50 votos a 26, depois de uma tarde cheia de confusões e protestos. O projeto, que já passou pela Câmara, segue agora para a sanção do presidente Michel Temer (PMDB), que promete alterar alguns pontos do projeto via medida provisória como parte da negociação feita com os senadores.
A aprovação, mais de sete horas após o início da sessão, é uma vitória do combalido governo Temer. As reformas – trabalhista e da previdência – são o principal argumento do peemedebista para se manter no cargo e superar a grave crise política que enfrenta. A situação de Temer ficou ainda mais aguda após o parecer favorável do deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ), relator na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que analisa se autoriza a denúncia por corrupção passiva contra o presidente no Supremo Tribunal Federal (STF).
Diferentemente da reforma da Previdência, a trabalhista sempre foi considerada mais simples de ser aprovada, por precisar de maioria simples no plenário – a da Previdência exige três quartos. Para a votação acontecer, era necessário um quórum mínimo de 41 senadores no plenário – são 81 ao todo. A reforma foi aprovada.
A expectativa do líder do governo, Romero Jucá (PMDB-RR), era de conseguir ao menos 48 votos favoráveis à proposta, mais até do que o requerimento de urgência para a proposta, aprovado na semana passada por 46 votos a 19. Há uma semana, a conta do Planalto era menos otimista e dava como certo o aval de 42 dos 81 senadores.
O que muda com a reforma trabalhista?
Apesar da aprovação no Senado, esse texto ainda deve passar por alterações. Como estratégia do governo, os senadores não fizeram modificações no texto da reforma, mas propuseram sugestões de veto. A intenção era de acelerar o processo legislativo e evitar que o texto retornasse à Câmara dos Deputados. Dessa forma, o presidente Temer terá de alterar alguns pontos do projeto via medida provisória (MP).
O ponto mais polêmico que deve ser alterado é sobre o fim do imposto sindical. O fim da cobrança compulsória foi proposto no relatório do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) e passou intocado pela Câmara. Mas no Senado foi questionado e virou moeda de troca com as centrais sindicais, o que acabou esvaziando a última greve geral, marcada para 30 de junho.
A opção estudada pelo governo é a de unificar o imposto sindical e a contribuição assistencial em uma única taxa, compulsória, e que receberia o nome de “contribuição de assistência e de negociação coletiva”. Mas, até agora, ninguém viu o texto da MP.
O projeto de reforma traz uma grande mudança nas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que regem hoje as relações entre patrões e empregados, promovendo uma alteração na lógica da relação trabalhista. Pela proposta que foi aprovada, o que é negociado em convenções coletivas passa a ter prevalência sobre a própria legislação. Mas, ao contrário do que a oposição bradava, o novo texto não retira direitos. De todas as mudanças propostas, é possível afirmar que há dois direitos revistos no texto: as horas in itinere e o intervalo obrigatório de 15 minutos para mulheres antes do início da hora extra.
Outro objetivo da reforma é o de acabar com a indústria da ação trabalhista. Propostas para cobrança de honorários na sucumbência, multa por mentira, restrição ao acesso à justiça gratuita e cobrança menor para recursos visam diminuir o número de ações trabalhistas.  (Fernanda Trisotto e Flávia Pierry - Tribuna Online)

Alcance e trâmite explicam facilidade
Apesar da enorme crise política e da fragilidade do presidente Michel Temer, que corre o risco de perder o cargo caso a Câmara autorize abertura de inquérito contra ele no Supremo, o projeto de reforma trabalhista defendido pelo governo - o mais amplo já feito - foi aprovado com relativa folga. Pesquisas mostram que se trata de uma reforma tão impopular quanto a da Previdência. Sendo assim, como foi possível aprová-la dessa forma? E por que o governo não aparenta ter condições de fazer passar a reforma das aposentadorias com a mesma facilidade? Há várias razões combinadas para isso, que vão do alcance de cada medida à escolha das diferentes estratégia de tramitação. A primeira e mais óbvia razão é aritmética. Na reforma trabalhista, era necessário obter maioria simples de votos na Câmara e no Senado. Na previdenciária, por envolver mudança na Constituição, são necessários dois terços dos votos em cada Casa. O segundo motivo é o alcance de cada medida e, como consequência, o tamanho da resistência organizada pelos sindicatos e partidos de esquerda para cada um dos dois enfrentamentos. Embora possa afetar um contingente grande de trabalhadores, a reforma trabalhista parece limitada aos que têm emprego formal do setor privado, os empregados regidos pela CLT. Trata-se de um grupo que tem dificuldade para organizar resistência, principalmente em época de crise e muito desemprego. Na comparação direta, o impacto da reforma da Previdência é bem maior. Atinge os interesses de pessoas de todas as idades, de empregados formais e informais, de gente dos setores público e privado, além de desempregados. Todos, afinal, têm a expectativa de um dia se aposentar. Esse alcance gigantesco mobiliza resistência maior - até de artistas - e, portanto, produz muito mais receio eleitoral ao parlamentar chamado a votar. O fato de não mexer com servidores, cujas corporações são mais preparadas para embates no interior do Congresso, também tornou mais fácil a aprovação do texto trabalhista. Pelo próprio ambiente parlamentar, deputados e senadores são mais próximos - e, portanto, bem mais sensíveis - às reclamações do funcionalismo. Por fim, contou também, favoravelmente à trabalhista, as diferentes estratégias de tramitação. No fim de 2016, Temer enviou as reformas da Previdência e trabalhista ao Congresso simultaneamente. No projeto da Previdência, propôs o máximo: um texto muito duro, com mudanças profundas nas regras de aposentadoria, apostando na ideia de que, na discussão do mérito, obteria apoio dos congressistas negociando cortes aqui e acolá. Na reforma trabalhista, a estratégia foi a oposta, a do mínimo. O texto original do governo era tímido ante a expectativa acumulada pelo empresariado. A ideia era que, na discussão, representantes de diferentes interesses fossem incorporando dispositivos. Foi o que ocorreu. Com suporte de lobistas dos vários setores, o relatório do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) agregou mais de 100 dispositivos. Com isso, a paternidade do projeto passou a ser muito mais da Câmara - ou desses grupos que influenciam na Câmara - do que de Temer. Para efeito de aprovação, funcionou melhor.  (Ricardo Mendonça - Valor)

Nunca houve desmonte tão grande dos direitos trabalhistas
A reforma trabalhista aprovada no Senado obedece a uma lógica favorável à empresas, e não aos trabalhadores, afirma o economista José Dari Krein, professor do Instituto de Economia da Unicamp e pesquisar do Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho.
"A regulação do mercado de trabalho não foi criada para seguir uma lógica apenas econômica, mas para preservar a vida das pessoas e garantir que a relação entre o capital e o trabalho não seja tão assimétrica", defende.
O economista diz ainda que não há nenhuma prova de que as mudanças propostas vão gerar mais empregos ou incentivar a formalização do mercado de trabalho.
Veja a entrevista que Krein deu à Folha por telefone.
A principal mudança na reforma trabalhista é de prevalência do negociado sobre o legislado. Há quem diga que isso fortalece os sindicatos; outros, que os enfraquece. Qual é a sua posição?
Enfraquecimento, por conta das alterações estruturais [como o aumento do setor de serviços] que levaram à fragmentação da base do sindicalismo. A reforma vai aprofundar ainda mais com a liberação da terceirização, [com] os trabalhadores divididos em muitos sindicatos diferenciados. Ou seja, a reforma aprofunda essa fragmentação, ela cria mais divisões e menor capacidade de ação coletiva para estabelecer regras mais favoráveis aos trabalhadores.
Essas mudanças não incentivariam as entidades a 'mostrarem serviço'?
Elas enfraquecem os sindicatos. Claro que sou favorável a uma reforma sindical, como em relação à contribuição sindical, mas a lógica na qual ela foi introduzida foi como instrumento de coerção ao movimento para que ele aceite alguns termos da reforma. O sindicato é uma instituição pública que cumpre um papel importante para garantir uma sociedade mais sadia. Você tem que ter uma reforma sindical, mas aqui você não está discutindo isso, você está simplesmente esvaziando os sindicatos. Por isso sou muito crítico.
Você diz que o trabalho intermitente aumenta a insegurança do trabalhador, mas ao mesmo tempo ele não estaria formalizando quem vive hoje à margem, fazendo bicos?
A empresa vai te pagar no momento que ela precisar de você. Isso é o cúmulo da precarização do trabalho. É uma das coisas mais draconianas que está se propondo na reforma trabalhista. Além disso, tem um efeito devastador sobre a seguridade social. Primeiro, para conseguir o tempo de contribuição, mas também como fonte de financiamento. Não há nenhuma evidência para dizer que o contrato intermitente vai formalizar. Até onde formalizar, vai ser numa situação absolutamente precária. Você muda a estatística, mas não a realidade de vida das pessoas.
A regulação do mercado de trabalho não foi criada para seguir uma lógica apenas econômica, mas para preservar a vida das pessoas e garantir que a relação entre o capital e o trabalho não seja tão assimétrica. Há um ou outro trabalhador mais qualificado que pode ter vantagem, mas isso é uma minoria. Tem que atualizar a lei, mas a partir de um princípio de proteção do trabalhador.
Houve em algum outro momento alterações tão profundas sobre a CLT?
Nunca houve avanço tão grande sobre os direitos trabalhistas. Você tem às vezes medidas pontuais, mas essa reforma é uma desconstrução completa do nosso código de trabalho. Você vai fragilizar a regulação geral em nome da negociação particular por setores. Nos anos 2000 você tem uma melhora substantiva da economia, o que alivia a pressão em torno da reforma. Ao mesmo tempo, tinha uma força de contraposição que impedia que essa legislação entrasse para valer.
Agora, quando aparece a crise econômica aqui, a reforma apareceu com força, já em 2012 você vê a agenda da CNI e a agenda legislativa do Congresso. Aí eles colocam como tema prioritário a reforma trabalhista, assim como redução dos impostos, que é onde eles podem ganhar com mais facilidade. E o governo aceitou essa pauta. A Dilma [Rousseff] já começou a aceitar quando fez aquela MP do seguro-desemprego e abono salarial, aquilo já era sinal de que ela começou a aceitar.
Tudo isso cresce muito desde 2013, até porque o governo está mais fragilizado. Uma coisa que me impressionou muito é a redução do horário de almoço, coisa que eu achava que não ia ouvir mais.
O problema é que consumir a força de trabalho, conforme sua necessidade, não constrói o país. Isso vai reduzir salários, vai reduzir demanda, e criar dificuldades adicionais para a retomada da economia.
As centrais têm capitaneado os movimentos de rua contra as reformas. Esse papel fortalece as entidades aos olhos dos trabalhadores ou instiga a visão de "baderneiros"?
O sindicato historicamente sempre foi uma instituição rejeitada por uma parte da sociedade. Isso é histórico. Até porque é uma instituição de contraposição ao que é hegemônico na sociedade. O sindicato não pode se amedrontar de ser contraponto porque ele é uma expressão de que existem interesses diferentes na sociedade. Ter uma política mais clara de contraposição às reformas é uma oportunidade para se fortalecer na sociedade, de vocalizar os segmentos que estão sendo penalizados pelas reformas em curso. Inclusive o crescimento da sindicalização aqui tem a ver exatamente com esse papel que o sindicato começa a assumir. Não tem que ter medo do confronto porque ele expressa uma posição de classe na sociedade.
Desde 2013, o número de sindicalizados vem aumentando. Por quê?
Em um ambiente de mercado de trabalho mais precarizado, de insegurança para os trabalhadores, eles vão buscar em algum lugar um ponto seguro para se defender. A principal resposta para se sindicalizar, segundo pesquisa feita pelo IBGE, é por acreditar que ele é responsável pela defesa de direitos. Não é por conta dos serviços oferecidos, nada disso. Então há um certo reconhecimento entre os trabalhadores, mesmo que os sindicatos estejam perdendo força, de que os sindicatos são algo importante. Isso é muito positivo, porque não acho que podemos ter uma sociedade democrática e civilizada sem a presença de um movimento sindical com trabalhadores organizados que possam se contrapor à lógica do mercado. Uma sociedade baseada nas ideias do mercado autorregulado, hegemônicas nos últimos tempos, ela tende a não ter coesão social, ela tende a romper o tecido social. Então há uma certa recuperação da sindicalização nesse período recente em razão do reconhecimento do sindicato como defensor de direitos, e isso é positivo para o país.
O que explica a crise de representatividade que atinge o movimento sindical?
A crise do sindicalismo tem a ver com o processo de globalização que favoreceu muito as empresas, que puderam pressionar os sindicatos que não aceitassem suas regras com o argumento de fazer investimento em outros países. O movimento sindical também perdeu base com a ampliação de setores como o de serviços, de categorias muito fragmentadas. Há também uma visão hegemônica no mundo de crise de representatividade. Você tem que entender o enfraquecimento nesse processo. Mas há muitos indicadores que mostram que o movimento sindical se fortaleceu. O número de greves e de filiados voltou a crescer. O resultado das negociações salariais foram favoráveis às categorias nos últimos anos. Então o sindicalismo brasileiro, em relação ao mundo, se fragilizou menos. É verdade que o movimento sindical, como todas as instituições políticas, perderam credibilidade nos últimos anos. Na minha opinião, isso tem a ver com essas mudanças mais gerais que foram acontecendo no mercado de trabalho, na economia, em sua organização, e também há essa tese de você fortalecer essa perspectiva de jogar sobre o indivíduo a responsabilidade sobre sua inserção no mercado de trabalho. Como vou melhorar minha condição de vida? Vou apostar na ação coletiva ou na minha qualificação para competir com o outro? Então o que prevaleceu foi essa competição entre os indivíduos, num quadro de maior precariedade, e isso anda contra a ação coletiva, porque o sindicato tem que apostar na solidariedade.
O mercado de trabalho vem passando por mudanças estruturais, como o aumento do setor de serviços, cuja natureza dificulta a organização coletiva. Como o movimento sindical tem se adaptado a esse processo?
De fato, você tem uma classe trabalhadora mais fragmentada. Então você torna ainda mais importante nesse contexto estabelecer parâmetros civilizados na legislação para o conjunto de trabalhadores menos organizados conseguirem sobreviver. Os setores mais organizados conseguem se defender, têm poder de barganha. Por isso torna mais importante a ação dos sindicatos nos parâmetros inscritos no marco legal. Diante do mercado de trabalho mais fragmentado, com a terceirização, quanto mais você descentralizar as decisões das regras que vão definir a relação de emprego, mais você estará fragilizando o movimento sindical. Então você tem que organizar os trabalhadores na defesa de certos princípios para se defender dessas mudanças.  (FERNANDA PERRIN - Folhapress)

Centrais vão cobrar promessas de alterações de Temer
Contribuição sindical, que pelo texto aprovado deixa de ser obrigatória, é um dos pontos que devem ser discutidos
Centrais sindicais vão cobrar do governo as promessas de alterações no texto da reforma trabalhista feitas antes da votação no Senado. Segundo o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, sindicalistas vão se reunir com o presidente Michel Temer e com o Ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, na semana que vem para retomar as discussões – mudanças no texto aprovado ontem poderão ser feitas por medida provisória.
Entre os principais ontos a serem cobrados estão a homologação da rescisão, que no texto da reforma deixa de ser obrigatória; o trabalho intermitente, com contrato sem horário fixo; a vedação ao trabalho de gestantes e lactantes em local insalubre; e a contribuição sindical, um dos temas mais polêmicos. “Chegaram a dizer que estávamos vendendo os direitos do trabalhador para garantir o custeio dos sindicatos, mas é mentira. Precisamos de recursos para trabalhar. Quem, voluntariamente, vai pagar o imposto sindical? Se não fosse obrigatório, quem pagaria o imposto de renda”, diz Patah.
Amanhã, as centrais devem se reunir para discutir como será a atuação daqui para frente, de acordo com João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical. “Durante as discussões sobre o projeto tivemos como interlocutores o ministro do Trabalho e o presidente Temer. Agora, vamos continuar conversando com eles. O governo fez mais que promessas, há documentos”, afirma.
Segundo Juruna, há duas vertentes entre os sindicalistas sobre como deve ser feita a contribuição sindical: como é hoje, com a contribuição obrigatória do equivalente a um dia de trabalho, e a negocial, em que o valor a ser pago seria negociado com as categorias em assembleia – esse segundo modelo é o defendido pela Força. Há ainda uma outra possibilidade em discussão, que prevê a extinção gradual da contribuição sindical, para que as entidades possam se organizar.
O dirigente esteve em Brasília ontem e acompanhou o início do dia conturbado no Senado. “Tentamos entrar das 9h às 11h”, conta. Recebidos pelo senador Lindbergh Farias (PT/RJ), os sindicalistas conseguiram entrar no plenário, onde, segundo Juruna, ficaram cercados pela Polícia Legislativa. “Foi uma medida exagerada.”
O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Sérgio Nobre, disse que o movimento contra a reforma vai continuar. “Vamos colocar painéis em todos os grandes pontos de concentração nos Estados, expondo os votos dos senadores e senadoras.” Ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Nobre esteve ontem de manhã na manifestação contra a reforma que bloqueou a pista lateral da Rodovia Anchieta, no sentido litoral. Participaram funcionários das quatro montadoras com sede em São Bernardo – Volkswagen, Ford, Mercedes-Benz e Scania   (Marina Pauliquevis - O Estado de S.Paulo)

Mercado e Economia Nacional

CM Corp

Planos corporativos passam por atualização
Os planos de previdência corporativa representam cerca de 12% do mercado, segundo dados da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi).
A participação é semelhante à detectada no ano passado e pouco superior à registrada em 2015. Mas se a participação desse tipo de produto não se altera de forma considerável, há algumas mudanças recentes instituídas nos planos corporativos para que eles continuem sendo ferramentas eficazes para atração e retenção de bons profissionais. Marcos Aurélio Pereira, gerente comercial de previdência empresarial da Icatu Seguros, diz que companhias mais tradicionais, como algumas indústrias, ainda atrelam o resgate à forma de desligamento do colaborador. Nesses casos, só tem direito a resgatar a contrapartida da empresa quem é mandado embora. Quem pede demissão leva apenas o que depositou ao longo dos anos. "Empresas mais conservadoras ainda gostam desse tipo de prática, mas de forma geral há uma mudança para não ter mais diferenciação entre quem pede demissão ou é demitido", diz. Isso porque, hoje, é mais raro encontrar quem faça toda a carreira em uma só organização, e a mudança é necessária para que o benefício continue sendo visto como um benefício de fato. Se ele não for acessível, perde sua função. O tempo para que o funcionário possa resgatar o valor depositado pela empresa no plano de previdência corporativo também passa por mudanças. Varia de organização para a organização, mas há tendências por setor. Os ciclos de resgate estão mais curtos, diz Pereira. Em organizações mais tradicionais, o período de resgate ainda ultrapassa 10 ou 12 anos. Nesses casos é preciso trabalhar por mais de uma década na empresa para ter acesso a 100% da parte depositada pela empresa. "Mas já vemos planos com 'vesting' menor", afirma o executivo. "Em algumas empresas de tecnologia, o prazo para resgatar 100% do saldo é de cinco anos e há organizações que permitem o saque com apenas seis meses de casa". Carlos Tejeda, diretor de distribuição de vida e previdência corporativa da Zurich, observa que o volume de resgate vem diminuindo. "Percebemos que se tornou mais comum não movimentar o dinheiro após perder o vínculo empregatício", afirma. "Parece uma preocupação maior com a aposentadoria". Outra novidade apontada por Mauro Machado, consultor sênior de previdência da consultoria de recursos humanos Mercer, é a oferta de um plano suplementar para os familiares do funcionário.  (Adriana Fonseca - Valor)

Benefício reforça a retenção de talentos
Previdência privada é uma forma de investimento e o brasileiro, de forma geral, não tem o hábito de guardar dinheiro. Por conta dessa combinação, os planos de previdência oferecidos pelas empresas aos seus funcionários são um benefício bastante valorizado pelos profissionais. "Principalmente porque normalmente a empresa ajuda na contribuição", diz Guilherme Malfi, gerente da divisão de recursos humanos da consultoria de recrutamento Talenses. Malfi conta que já viu executivos recusarem uma proposta de emprego porque a empresa não incluía plano de previdência no pacote de benefícios. "Todas as empresas que oferecem o plano de previdência se diferenciam", afirma o consultor. Carolina Cabral, gerente de divisão da consultoria de recrutamento Robert Half, diz que o plano de previdência, assim como o pacote de benefícios como um todo, ganhou mais importância nos últimos anos porque, com a crise, houve um achatamento dos salários e os executivos passaram a dar mais atenção aos benefícios. "A previdência é um benefício importante na tomada de decisão do executivo", afirma. O modelo mais comum no mercado, segundo headhunters ouvidos pelo Valor, é aquele em que a empresa contribui com a mesma quantia depositada mensalmente pelo funcionário, sempre com um teto estabelecido pela organização. Mas há variações. Filipe Nicodemos, superintendente de benefícios da MDS Insure Brasil, afirma que algumas farmacêuticas e empresas do setor de tecnologia chegam a contribuir com duas vezes o valor que o funcionário coloca no plano mensalmente. "São setores em que a disputa de talentos é mais acirrada", diz. Nicodemos comenta que há o outro extremo, empresas que não depositam nenhuma contrapartida. O benefício se restringe a oferecer um plano com taxas melhores. Há ainda as organizações que contribuem com metade, 75% ou uma vez e meia do valor depositado pelo funcionário. Em algumas companhias, o colaborador pode escolher a contrapartida da empresa. Nesses casos, o pacote de benefícios tem um valor "x" de pontos, que deve ser distribuído entre os diferentes produtos oferecidos pela empresa segundo a importância que o funcionário dá para cada produto. Se o empregado quiser colocar mais pontos na previdência, terá direito a uma contrapartida maior da empresa. São os benefícios flexíveis. "Para profissionais de nível executivo em grandes empresas, oferecer a previdência é essencial para atrair os melhores", diz Carolina. "Fizemos uma pesquisa com 2 mil usuários do Guia Salarial da Robert Half e detectamos que 35% colocam a previdência como benefício mais relevante", diz. Além de atrair talentos, o plano de previdência corporativo também ajuda a reter os profissionais porque quanto maior o tempo de casa, maior a porcentagem resgatada quando se rompe o vínculo com a companhia. Há também empresas que aumentam a sua contrapartida de acordo com a idade do colaborador. Carlos Tejeda, diretor de distribuição de vida e previdência corporativa da Zurich, diz que algumas organizações começam a oferecer uma ajuda maior para quem está perto da aposentadoria. "Percebo algumas empresas fazendo equivalência maior para os funcionários mais velhos. É um desenho novo vinculado à idade", diz. Mauro Machado, consultor sênior de previdência da consultoria de recursos humanos Mercer, fala de outra variação, em que a empresa aumenta sua contrapartida conforme o tempo de contribuição do funcionário. "Não é em relação ao tempo de casa do colaborador, porque ele pode começar a contribuir com o plano alguns anos depois de ter ingressado na companhia", diz. Para Tejeda, os planos de previdência corporativos estão cada vez mais flexíveis. "Os departamentos de recursos humanos têm trabalhado para entender cada vez melhor o perfil dos colaboradores e cada empresa, com a seguradora, desenha um plano para aquele perfil", diz.  (Adriana Fonseca - Valor)

Idade média de adesão a plano cai de 50 para 38 anos
Tido como público cobiçado e também de difícil penetração na indústria, os mais jovens começam a aderir de forma mais consistente à previdência complementar. A idade média de adesão aos planos vem caindo nos últimos cinco anos e passou de 50 para 38 anos - tendência que se acentuou de 2015 para cá. O quadro resulta não só do esforço das seguradoras para ampliar sua base de 13,18 milhões de clientes, mas também das discussões em torno da reforma da Previdência Social, que cria preocupações até para quem está embarcando no primeiro emprego. Nesse cenário, o plano privado aparece como um instrumento para quem quer se planejar. Isso faz com que um volume maior de jovens comece a se interessar pelo produto. "A geração Y e até a Z, com perfil diferenciado, na faixa dos 22 anos, já começam a contratar previdência, afirma Rosana Techima, diretora de previdência da Caixa Seguradora. A executiva diz que os jovens não pensam só em aposentadoria quando contratam previdência. Querem acumular também de olho em outros objetivos. O que exige que o setor reflita e modele a comunicação com este público. "Não é só guardar dinheiro e saber se programar para o futuro. A linguagem tem que mudar. E o uso de novas tecnologias é imprescindível", afirma Techima. A Caixa foi umas das seguradoras que dispararam em vendas neste ano. Sua captação líquida até maio foi de R$ 2,3 bilhões, 122% maior do que no mesmo período de 2016, totalizando R$ 41 bilhões na carteira de investimentos. Parte desse desempenho vem justamente da captura de clientes com menor idade. Para isso, a seguradora tem lançado simuladores fáceis de operar em aplicativos e soluções para celulares. "Esse é um público totalmente digital que quer praticidade igual ao Uber e outros serviços", afirma a executiva, que desenhou o Prev Renda de olho nesse nicho, com contribuições a partir de R$ 35 mensais e que possui 300 mil clientes. Techima alerta, no entanto, que como a renda dos jovens é menor e muitas vezes irregular, é preciso tomar cuidado ao modelar o produto para que seja rentável no longo prazo. Com o mesmo enfoque, o primeiro movimento do Santander também foi o de reduzir o tíquete de entrada em seus fundos de previdência. Há três anos era de R$ 150. Hoje, a partir de R$ 30. Outro ponto foi a simplificação da oferta para ser mais assertivo. "Os jovens dificilmente têm renda que os leve a buscar benefícios fiscais para fazer um PGBL, por exemplo. São mais voltados ao VGBL", afirma Marcos Figueiredo, superintendente de investimentos do banco. O executivo tem notado que o planejamento está se iniciando mais cedo. "Nossas simulações mostram ao jovem que se ele começar investir aos 25 anos, ele teria que contribuir com 10% da renda periodicamente para se aposentar aos 65 anos com pelo menos 80% da renda de quando estava na ativa", calcula Figueiredo. A representatividade de quem tem entre 20 e 31 anos dentro da carteira de previdência do banco é de 10%, em número de participantes. O total de patrimônio em previdência no Santander é de R$ 37 bilhões e a captação líquida no primeiro quadrimestre foi de R$ 765,49 milhões, 12,7% menor do que no mesmo período de 2016. Com uma representatividade maior de jovens em sua carteira do que a média de mercado, a Icatu - 30% em quantidade de pessoas e 7% em reserva - tem visto este público avançar 15% ao ano e atribui isso à diversificação de produtos disponíveis nessa categoria. A partir de R$ 100 dá para ter acesso a gestores como a Verde Asset Management, entre outras sete casas consideradas cinco estrelas, e que são parceiras da seguradora na gestão de recursos. Além disso, a Icatu evita usar palavras como aposentaria que para o jovem pode soar como algo muito distante. "Ele prefere objetivos de mais curto prazo como casamento, carro ou mesmo educação dos filhos e costuma contrapor objetivo versus risco. Nossos simuladores fazem isso", diz Felipe Bottino, diretor de produtos de previdência da Icatu Seguros. Só no total da reserva de R$ 990 milhões do fundo Icatu Verde, os jovens representam 9%. Bottino lembra que a resolução da Susep CNSP 294, de 2014, que permitiu a contratação on-line por meio da assinatura eletrônica do produto, favorece a comunicação com quem tem menos idade e vive conectado. "A desburocratização atinge mais rápido o jovem. Não adianta colocar dez papéis na frente dele que não vai funcionar. O que funciona são a multifuncionalidade dos multicanais".  (Roseli Loturco - Valor)

Gestão ativa
Com o impulso adicional dado pela discussão da reforma da Previdência Social, as vendas dos planos privados de previdência dispararam em 2017. As seguradoras registraram um incremento acima de 50% de captações líquidas no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 2016. E apesar da leve desaceleração em abril, considerada sazonal, o saldo é bem positivo. No quadrimestre, as 20 maiores instituições do país captaram R$ 16,96 bilhões líquidos, 27,6% acima dos quatro primeiros meses do ano passado, segundo dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep). E há casos excepcionais, como os da Icatu e o da Porto Seguro que avançaram 304,7% e 451% no período, respectivamente. O que acirra ainda mais a disputa por um mercado de quase R$ 700 bilhões, que cresce a dois dígitos há mais de dez anos, e é dominado pelos grandes bancos. Apesar disso, são as seguradoras menores que têm se mostrado mais agressivas. Com reserva de R$ 13,5 bilhões e R$ 1,34 bilhão em captação líquida até maio, a Icatu prevê fechar 2017 com performance positiva de R$ 3 bilhões. Quase três vezes superior ao que conseguiu em 2016. "Esse desempenho é fruto do que foi plantado lá atrás. O investimento que fizemos em palestras e treinamento para dar suporte principalmente em anos de alta volatilidade, orientando para diversificação de fundos, tem dado certo", avalia Luciano Snel, presidente do grupo segurador. A Icatu opera em parceria com 45 gestores em mais de 130 fundos e lidera o ranking de portabilidade no ano, com saldo positivo entre entradas e saídas de R$ 752,88 milhões. O executivo, antigo defensor da arquitetura aberta e da gestão ativa da carteira de investimentos, afirma que seguirá ampliando o portfólio de fundos e parceiros. "Até por conta da regulamentação da 4444 - resolução da CVM -, que permite novos processos para adaptação de mandatos, o que deve tornar a indústria mais competitiva", indica Snel. O presidente da Icatu acredita que a discussão da reforma da Previdência Social também contribui para maior interesse pelo produto privado. Mas há quem discorde. "Todos os indicadores macroeconômicos deste início de ano são mais positivos do que os do mesmo período de 2016. Temos a super safra agrícola, PIB se recuperando, retomada da confiança e aprovação de medidas de recuperação da responsabilidade fiscal. A liberação do Fundo de Garantia também traz recurso extra ao investidor", avalia Edson Franco, presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi) e da Zurich Brasil. Enquanto as pequenas aceleram, com exceção de Itaú e Caixa, que estão entregando resultados bem acima dos de 2016, quase todas as seguradoras ligadas às grandes instituições financeiras tiveram desempenho líquido pior no primeiro quadrimestre ante igual período do ano passado. A Brasilprev, líder em arrecadação, com R$ 212,24 bilhões em patrimônio, e que vinha mantendo ritmo bem mais competitivo nos últimos anos, também desacelerou. Seu desempenho líquido até abril ficou 6,6% abaixo de 2016, com R$ 6,96 bilhões. Se o olhar for até maio, o freio foi ainda maior, com R$ 6,87 bilhões de captação líquida, 27,4% menos. "A Brasilprev continua líder nos principais indicadores. Detém 37,4% de toda captação líquida do mercado e nosso market share de ativos sob gestão está em 30,3%", afirma Paulo Fontoura Valle, presidente da instituição. Apesar da dianteira, em 2016 este percentual era bem maior: sozinha a instituição atingiu mais de 50% de participação de toda captação líquida do mercado. O executivo explica que novos operadores entraram no jogo aumentando a disputa no setor e que para voltar a crescer mais agressivamente, espera contar com as 5 mil agências do Banco do Brasil - seu controlador - e seus 134 consultores especializados. "E é no varejo onde enxergamos maior potencial para a venda de novos produtos", indica Valle. Assim como ele, é por esse caminho que o Bradesco Vida e Previdência também pretende melhorar a performance. Com R$ 203 bilhões na carteira de investimentos e 29% de market share, o banco teve até abril praticamente o mesmo desempenho líquido do primeiro quadrimestre de 2016, com R$ 600 milhões positivos, conforme dados da Susep, já considerando a consolidação das operações com a Kirton (HSBC). Isso porque apesar de ter registrado alta de 29,2% nas vendas de novos planos e aumento de 26,7% na receita até abril, com R$ 9,9 bilhões, a seguradora sofreu com o resgate elevado e perdeu R$ 1,16 bilhão só em portabilidade no período. "O Bradesco tem uma carteira com longevidade maior. É o preço do resgate aliado ao momento econômico. Acabamos pagando mais por isso", explica Jorge Pohlmann Nasser, diretor-geral da instituição. "Também diluímos a colocação de produtos junto a pessoas de menor renda, que sofrem mais com o desemprego. E isso acaba refletindo na carteira." Há ainda a disputa pelas carteiras corporativas. Estudos do Bradesco indicam que 14% das empresas migram de seguradora em busca de taxa de administração menor, muitas vezes sem analisar a performance dos fundos. "Isso porque as pessoas só olham no curto prazo, mas podem pegar uma gestão menos ativa. É natural que o mercado parta para este rouba monte", avalia Nasser. Para recuperar o desempenho, a instituição está investindo no atendimento e no lançamento de produtos com menor tíquete de entrada. Em maio, lançou um plano VGBL com aporte a partir de R$ 79 de olho em quem tem renda de até R$ 4 mil mensais. "Este produto tem potencial fantástico para levar cultura de previdência a um público que ainda não a tem. São quase 22 milhões de clientes no banco nesse segmento", indica o executivo. Com R$ 5,6 bilhões de captação líquida até maio, crescimento de quase 70% em relação ao mesmo período do ano passado, o Itaú também se beneficiou da portabilidade para engordar sua carteira - foram R$ 583,53 milhões líquidos até abril. Os fundos de previdência capturaram também recursos que migraram de outros produtos de investimentos que se tornaram menos atraentes, como CDBs, operações compromissadas e caderneta de poupança. "Estamos com variedade maior de produtos em multimercado e renda fixa com gestão mais ativa", diz Claudio Sanches, diretor de investimentos e previdência do Itaú. Com carteira total de R$ 163,4 bilhões, o banco pretende fechar 2017 com R$ 14,5 bilhões em captação líquida. Em 2016, foram R$ 12 bilhões. E para isso têm duas estratégias. Primeiro, investir em assessoria financeira para que os clientes entendam o quanto é preciso aplicar dependendo de seu objetivo futuro. "Um exemplo é quanto vão precisar considerando INSS e despesas de saúde", explica Sanches. A outra é a maior diversidade de produtos. "Já temos previdência da Verde - Verde Asset Management - e com a Kinea. A plataforma é cada vez mais aberta."  (Roseli Loturco - Valor)

Plataformas ainda têm poucos provedores
Poucas empresas disponibilizam plataformas on-line para vendas de planos de previdência porque esse mercado ainda é incipiente. Mas já há aquelas que estão prontas a oferecer a facilidade, tão logo o mercado deslanche. Por enquanto, a mais bem-sucedida é a multinacional americana Ebix, especializada em tecnologia para seguros, com sede em Atlanta. Em 2010, a empresa adquiriu a brasileira MCN, que foi responsável, em 2005, pelo desenvolvimento e pela implementação da solução de portabilidade de previdência da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi). “Isso chamou a atenção da Ebix no exterior e, após a aquisição, a operação brasileira cresceu cinco vezes pela expansão orgânica e pela aquisição de mais duas empresas nacionais. Em 2011, a Ebix América Latina adquiriu a Usix e, no ano passado, a WDEV. São empresas de tecnologia e de processos de implementação e serviços profissionais de TI para o setor de seguros. A Ebix Inc é listada na Nasdaq e conta com mais de 14 mil clientes em 52 países”, diz Mario Nogueira, vice-presidente sênior para a América Latina da Ebix. No Brasil, a empresa opera por meio de uma plataforma que permite cotação, proposta e emissão on-line entre corretores e seguradoras e cotação multicálculo. Também oferece a função worksite marketing, permitindo que seguradoras com contratos corporativos possam fazer cross selling de outros seguros para funcionários dos clientes por meio de totens ou pela intranet. Mas o grande case da empresa no Brasil é a plataforma de vendas de planos de previdência da XP Investimentos. “Fomos procurados, há um ano e meio, pela XP Investimentos para viabilizar a venda on-line com o apoio dos assessores da corretora. De um lado, a plataforma permite o acesso on-line dos assessores para que eles possam ajudar os clientes na aquisição de forma mais simplificada. De outro, o cliente tem à disposição produtos de várias seguradoras que se integraram à XP. A plataforma permite também facilitar a portabilidade, já que fazemos todo o suporte da solução da FenaPrevi para a portabilidade”, explica Nogueira. Luiz Maida, executivo de vendas da Ebix, esclarece que o processo de venda dá-se por quatro etapas: o cliente escolhe o plano; se tiver um plano pode fazer a portabilidade — que, no caso da XP, é facilitado porque a Ebix é que gera as informações para o SID sistema de portabilidade da FenaPrevi; conferência das informações; e assinatura eletrônica. “A contratação de um plano de previdência tem um custo de logística alto para o corretor e uma remuneração baixa. Uma solução on-line vai baratear o processo de distribuição”, vislumbra Maida. A Plataformatec é uma consultoria e desenvolvedora de software para plataformas digitais, que atua há oito anos no Brasil e no exterior e desenvolve soluções customizadas para a área de seguros. A empresa tem as plataformas digitais de seguros on-line da Bidu e da Youse. Por enquanto, as duas corretoras ainda não vendem produtos de previdência mas, Hugo Baraúna, cofundador e diretor de marketing e vendas da Plataformatec, vê bom potencial de mercado para esse segmento. “Com a reforma da Previdência, o aumento da demanda de produtos de previdência será no país inteiro, e uma empresa posicionada digitalmente terá melhor condição de aproveitar essa oportunidade”, prevê Baraúna.  (Valor)

CVM: Advogado Marcelo Barbosa é indicado para presidência
O Ministério da Fazenda indicou o advogado Marcelo Barbosa, 45, para a presidência da CVM (Comissão de Valores Mobiliários), autoridade que investiga crimes e infrações cometidos em operações no mercado financeiro.
O mandato do atual titular, Leonardo Pereira, termina em 14 de julho e, com isso, há a perspectiva de que o presidente Michel Temer confirme a indicação de Barbosa nos próximos dias.
Pereira faz a última rodada de conversas em Brasília nesta quinta (13), quando se despede do cargo.
O nome de Barbosa tem que ser levado à apreciação do Senado, antes de ser oficialmente confirmado.
Uma das especialidades do advogado são casos de "insider trading" e "inside information", uso de informações privilegiadas para ganhar vantagem no mercado financeiro.
A CVM investiga neste momento caso rumoroso de suposto uso de informações privilegiadas pela JBS. A suspeita é que a empresa teria lucrado comprando dólares e vendendo ações nos dias que antecederam a delação de Joesley Batista.
A estratégia foi considerada suspeita pois, com isso, os controladores da JBS teriam ganhado com a baixa nas ações da companhia que veio a seguir, assim como com a alta do dólar provocada pela turbulência política.
A CVM abriu oito processos para investigar a empresa e a Polícia Federal fez uma operação na sede da companhia, em São Paulo, em busca de provas. A JBS nega que tenha cometido ilegalidades e afirmou que está contribuindo com a investigação.
Caso a empresa e seus controladores sejam considerados culpados, Joesley Batista pode ter seu acordo de delação premiada revisto, uma vez que o instrumento de colaboração pode ser cancelado em caso de novo crime praticado pelo arrependido.
A CVM também é parte do projeto que cria a leniência para empresas que admitam delitos ou infrações em operações sob regulação da autoridade e do Banco Central. O tema foi levado à análise do Congresso por meio de uma medida provisória que provocou divergência com o Ministério Público.
Barbosa trabalha no escritório Vieira Rezende Barbosa Guerreiro, com sede no Rio, e já trabalhou para o ex-presidente do Banco Central Arminio Fraga, apontado como um dos responsáveis por sua indicação à CVM. Ele tem mestrado na Law School, da universidade americana Columbia.
Até que o novo titular seja empossado, a CVM deverá ser interinamente comandada pelo diretor com mais tempo de casa, Pablo Waldemar Renteria   (MARIANA CARNEIRO - Folhapress)

O Ministério Público e os voos de galinha
Recentemente o Procurador-Geral da República respondeu a críticas de que o trabalho do MPF criava instabilidade e prejudicava a retomada do PIB e a agenda de reformas. O PGR reconheceu que a atuação trazia um custo, mas que em contrapartida a prosperidade futura do país seria erguida em base sólida e consistente. Não sendo assim, estaríamos condenados a "voos de galinha" na economia. Os esforços do MPF pela melhoria das instituições e da governança e pelo combate ao capitalismo de compadrio são elogiáveis, mas contrastam com uma marcante atuação da instituição pela manutenção do status quo, contra a agenda de reformas. Em junho, o PGR ajuizou ação para derrubar a Lei da Terceirização no STF. Antes, áreas do MPF se posicionaram institucionalmente contra a emenda do teto de gastos e a reforma da Previdência, enquanto o Ministério Público do Trabalho foi um dos mais ativos opositores da reforma trabalhista. O comportamento contrarreformista do MPF não é novo. No passado, a Procuradoria-Geral da República se manifestou no Supremo no sentido de reverter aspectos essenciais da 2ª reforma da Previdência, como a contribuição dos servidores inativos, sem sucesso. Na Lei de Responsabilidade Fiscal, a PGR deu parecer pela inconstitucionalidade de dispositivos que permitiam a redução de salários e de jornadas quando ultrapassados os limites de gasto com servidores. Não tivessem sido derrubados, o atual drama dos Estados teria a mesma dimensão? Neste ano, os debates realizados pela Associação Nacional de Procuradores da República (ANPR) no processo de eleição da lista tríplice para novo PGR jogam luz sobre o pensamento da cúpula da instituição sobre temas estratégicos para a economia. Entre os integrantes da lista tríplice existe a opinião que o MPF tem de ter iniciativa para melhorar a política previdenciária porque "grande parte dos benefícios são sonegados a quem deles precisa". Também no trio há quem opine que a reforma da Previdência é assustadora e muito drástica. Entre os que não integraram a lista final, uma subprocuradora-geral da República sugere rever o teto de gastos caso a economia cresça. Outro subprocurador, a respeito da emenda do teto, reclama sobre "dignidade remuneratória". Entre os eleitos para a lista tríplice, há quem critique a "defasagem" e quem afirme que o MPF já é espartano em seus gastos. Dados do IR mostram que em 2016 a remuneração média de um membro do MP foi 46 vezes maior que o salário mínimo, acima do teto salarial da Constituição. Também há críticas à situação dos procuradores aposentados. Eles são beneficiados pela integralidade e paridade, privilégios subsidiados pelo contribuinte que não existem no INSS. Porém, a crítica é que recebem pouco. Um dos eleitos fala em "grave discrepância" porque os da ativa recebem indenizações que o inativo não recebe, de R$ 130 mil ao ano. Uma subprocuradora lamenta que muitos não se aposentam porque não têm "condição de viver com o que receberão", e exemplifica: "aposentados têm filhos na carreira que recebem muito mais do que eles". Já o Ipea aponta que a previdência dos servidores é sozinha responsável por 7% da desigualdade de renda do país, já descontada as contribuições pagas. Nos termos do professor José Márcio Camargo, seria o maior programa de transferência de renda do Brasil. Se a atuação do MP na área criminal pode ser modernizadora para a economia, na área cível (tutela coletiva), não Mesmo após um impeachment por pedaladas, houve nos debates também inclinação por contabilidade criativa. Uma candidata propôs achar solução para incorporar o auxílio-moradia às aposentadorias "obviamente sob uma outra rubrica". Um dos escolhidos defende que a gratificação eleitoral seja computada no limite de pessoal do Judiciário, não do MP, pra evitar as consequências da LRF. Para além do corporativismo, há uma atuação mais geral contra as reformas. Em nota ao Congresso o MPF foi contra a reforma da Previdência com um conjunto de alegações frágeis - se opondo à idade mínima com base na expectativa de vida ao nascer. Por sua vez a ANPR e outras associações de membros do MP assinaram notas afirmando não haver déficit na Previdência, alegando haver um confisco, e garantindo que a reforma não se sustentará no Judiciário ("fique alerta o país disso"). Na PEC do teto, o MPF enviou ao Congresso durante a tramitação nota afirmando que a proposta era inconstitucional e deveria ser rejeitada, por ofender a separação de Poderes. Já o Ministério Público do Trabalho argumentou, no Parlamento e até em revistas em quadrinhos distribuídas pela instituição, que a reforma trabalhista não gerará empregos. Exceção na campanha da lista tríplice foi a menção ao papel do MP em reduzir o custo Brasil. Entretanto, quem a vocalizou também argumentou repetidamente que o problema do Brasil são as desigualdades, porque rico ele é. Na verdade, estamos entre a 77ª e a 85ª posição na comparação do PIB per capita: mais pobres que o Iraque e a Botswana. Em suma, se a atuação do MP na área criminal pode ser modernizadora para a economia, na área cível (tutela coletiva) não é possível dizer o mesmo. Em vez de proteger interesses difusos, na agenda de reformas a atuação do MP é meramente concorrente ao lobby de grupos organizados como as centrais, as corporações e as organizações de advogados. É de alguém para defender as maiorias mudas que o país precisa. Não há quem advogue pelas crianças e jovens pobres excluídos do orçamento e que contarão com cada vez menos recursos sem mudanças na Previdência, ou pela multidão de desempregados e informais - onde as minorias prevalecem - à espera de oportunidades que não se viabilizarão com a atual legislação trabalhista ou o crescimento explosivo da dívida pública. São grupos sem capacidade de mobilização para eleger representantes, que poderiam se beneficiar da estrutura bilionária e da missão constitucional do MP de proteger os interesses difusos e coletivos. Se, ao contrário, a instituição que é cada vez mais protagonista na definição dos rumos do país insistir e prosperar na luta contra as reformas estruturais, estaremos condenados a mais voos de galinha.   (Pedro Fernando Nery - Valor)

Arminio: Saída de Temer não deve atrasar retomada econômica
Para Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, a eventual saída de Michel Temer da Presidência da República não vai atrasar a recuperação da economia, cujo ritmo está sendo ditado pelo processo sucessório de 2018 e suas incertezas. "O econômico, agora, não é tão importante", disse ele. "O mais importante é que as instituições funcionem" e resolvam a crise política e moral sem apelar para a economia. "Se houver perda de credibilidade nas instituições, porque elas estão agindo de forma errática, será mais grave", salientou. Na sua opinião, a situação de Temer deteriorou-se bastante após a divulgação da gravação e da delação de Joesley Batista, da JBS. Em entrevista ao Valor, ontem, Arminio lançou ao debate a ideia de ampla privatização das empresas estatais, inclusive da Petrobras e do Banco de Brasil, velhas joias da coroa tratadas como tabus quando o assunto é privatização. "Se não estava claro até o caso da Petrobras, agora não pode haver mais dúvida de que esse modelo de estatal é muito vulnerável, cheio de problemas e precisa ser repensado. Eu não vejo, sinceramente, justificativa para se ter empresa estatal. Nenhuma", disse ele, referindo-se ao propinoduto instalado na Petrobras e desvendado pela Operação Lava-Jato. Se Temer for substituído pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), como desfecho do processo que corre no Congresso e no Judiciário, Armínio defende a permanência da equipe econômica liderada por Henrique Meirelles durante esse período. "Isso seria o ideal", disse. Quanto à possibilidade de vir a ocupar o cargo de Ministro da Fazenda em alguma administração futura, ele responde que já esteve por duas vezes no governo e não tem intenção de voltar. "Muito menos" de vir a ser um eventual candidato à Presidência da República, como um dia sugeriu Larry Summers, economista e ex-secretário do Tesouro americano. A seguir, a íntegra da entrevista: Valor: Dada a fragilidade do governo e o adiamento das reformas, hoje o presidente Temer mais ajuda ou atrapalha a recuperação da economia? Arminio Fraga: O que mais atrapalha a recuperação nesse momento provavelmente ainda é 2018 [ano de eleições presidenciais]. E isso é em função de uma percepção de que hoje existe uma condução das coisas econômicas de boa qualidade, com uma boa agenda que se atrasar, ou adiantar um pouco, não faz tanta diferença, desde que lá na frente o país não descambe para algum tipo de populismo que fatalmente, com a economia tão fragilizada, seria trágico. Com relação ao presidente e às questões que estão nas manchetes todos os dias, a partir da gravação [e delação feita por Joesley Batista, da JBS], e os muitos ruídos vindos do entorno dele, a minha leitura é que importa mais o processo do que o resultado. Valor: Como? Arminio: Quando se olha a decisão do TSE [Tribunal Superior Eleitoral, que julgou e não cassou a chapa Dilma/Temer], com a justificativa de natureza econômica, vejo com grande preocupação. Não há nada mais importante nesse momento do que reconstruir, além da economia, a nossa democracia, o nosso sistema político. Eu sou dos que acreditam que ambos têm origens comuns, mas nesse momento domina a questão política. Cito nesses últimos dias um certo amadurecimento do mercado, se quiser chamar do PIB, com relação a esses assuntos. "Havia certa tolerância da opinião pública até a gravação. (..) A situação se deteriorou muito para o presidente" Valor: O sr. se refere à saída de Temer e a condução da sucessão sendo feita pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia? Arminio: A sucessão, do processo, das incertezas naturais que estamos vivendo com o envolvimento de tantos atores, inclusive um número importante deles no poder, ou nas cercanias do poder, ou recém-saídos do poder. O número é significativo, tanto do ministério quanto das assessorias e tudo o mais. O fato é que havia uma certa tolerância da parte da opinião pública até o momento da famosa gravação. De lá para cá as coisas mudaram, os problemas só fazem aumentar, o número de pessoas envolvidas só vem crescendo e a impressão é que isso vai continuar. Valor: A situação é insustentável? Arminio: Sem querer personalizar, acho que infelizmente a situação para o presidente se deteriorou muito. Já se sabia que ele era pessoa do círculo mais intimo do poder desde o primeiro mandato da presidente Dilma, como vice-presidente e parceiro preferencial do PT. Ele teve uma atuação importante, positiva, de pular fora e apresentar um programa e merece crédito por isso. Mas o fato é que ele trazia essa outra bagagem, que agora se apresentou de uma forma bastante dramática. Valor: E as supostas consequências para a economia? Arminio: O importante, a meu ver, é que essas questões que passam pelo Judiciário e pelo Congresso se resolvam dentro de um certo processo e que não apele para o econômico. O econômico, agora, não é tão importante. O mais importante é que as instituições funcionem. Se houver perda de credibilidade nas instituições porque elas estão agindo de forma errática, será mais grave. Valor: Mesmo que isso atrase a recuperação? Arminio: Não acho que isso atrasa a recuperação, esse é que é o ponto. A recuperação vai ter seu ritmo ditado pelo momento culminante que serão as eleições de 2018. Nesse meio tempo, é melhor para o Brasil a longo prazo, para o Brasil que a maioria das pessoas gostaria de construir, que toda essa grande crise política e moral se resolva e seja processada. Uma enorme dificuldade com relação a isso é que muitos dos envolvidos, especialmente no Legislativo, estão diretamente ameaçados e vários já investigados, condenados e defenestrados. Essa operação é muito difícil, mas ela tem que continuar e desembocar em um final minimamente feliz. Valor: Fala-se, atualmente, que a economia está se descolando da política? Isso é possível? Arminio: Hoje, elas já estão totalmente imbricadas e não é possível que isso aconteça. Eu acredito que os problemas de ambas têm a ver com esse modelo político/econômico e isso tudo com um caldo de problemas éticos espalhados por toda parte. A solução terá que vir nas duas frentes, mas a que hoje existe, está em andamento e é mais forte, é a política. A econômica está aí, existe uma agenda já bastante antiga, que vem até surpreendentemente sendo tocada. E nada garante que uma mudança feita de maneira objetiva em parte dessa questão maior da política vá atrapalhar a economia. Não creio que seja esse o caso. Valor: Alguém já disse que a economia é a rainha das ciências sociais desde que a política esteja bem equacionada. Arminio: É verdade. Mas tem muitos sistemas que funcionaram enquanto a economia também estava indo bem, e um dos exemplos temos aqui. O regime militar acabou quando perdeu a capacidade de manter a economia crescendo. E foi um final relativamente tranquilo, sem prejuízo da economia ter se esborrachado e o Brasil ter levado anos para se recuperar. Podemos estar diante de situação semelhante na Rússia, na China, que são sistemas autoritários, mas em democracias seria a mesma coisa, alternância entre liberais e social-democratas, conservadores e esquerda. Mas com o nosso caso, onde o regime político explodiu e está todo mundo correndo de um lado para o outro querendo se safar, fica mais complicado. A única esperança que tenho é que esse processo, iluminado pela liberdade de imprensa, de opinião, de debate, vá aos poucos chegar em algo melhor. Difícil dizer em quanto tempo. Mas em nome de uma reforma ou outra eu não prejudicaria o andamento institucional que há hoje no Brasil. Pode até ser imperfeito, como todos nós, mas está funcionando bem e precisa, a meu ver, continuar. Valor: Quais seriam as consequências de deixar as reformas para 2019? Arminio: As consequências são que o país vai acumular mais dívida e, no que diz respeito a uma agenda mais micro, voltada para o aumento da produtividade, vai continuar muito aquém do seu potencial. É o que é. Agora, não tenho essa certeza toda de que a agenda de reformas vai parar. Não é nada impossível que o Congresso, sentindo as dores da população, aprove a idade mínima para a aposentadoria e a reforma trabalhista. O Ministério da Fazenda fala em dar um passo na reforma tributária começando pelo PIS. Eu não jogaria a toalha na aprovação de algumas dessas questões. Elas são parte da resposta que os nossos representantes devem à sociedade. Valor: E se não for adiante? Arminio: Se não for, isso vai ficar claro. O que não dá é para ficar tentando aprovar segundo o modelo de um Brasil velho, negociando um cargo aqui, um negócio ali. Sei que a política tem muito disso, mas passou do ponto. Chegamos a um ponto tal na economia e na própria política em que algumas dessas questões terão que ser discutidas em um contexto de crise e, portanto, em um quadro maior de valores, e não aprovadas na base da negociação de um modelo que faliu. Valor: Nesse sentido a reforma política não deveria encabeçar a lista de prioridades? Arminio: Sim, com certeza. Essa é mais difícil, porque toca em temas delicados em um país movido ainda, predominantemente, dentro de um modelo velho. Mas seria desejável e o primeiro item da lista. Me parece que há algum consenso para abordar a cláusula de barreira e as coligações nas eleições proporcionais. Já seria um belo de um avanço. Valor: Novos partidos continuam sendo criados. Arminio: É. Teria que mexer no fundo partidário e no tempo de televisão, que viraram um meio de vida para esse Brasil velho que está estrebuchando. "O PSDB se perdeu no meio do caminho. O ideal teria sido apoiar reformas, mas não fazendo parte do governo" Valor: O governo Temer, se encerrar agora, avançou e deixa algum bom legado? Arminio: Avançou em algumas questões importantes. No núcleo da área econômica avançou bastante mas agora está ameaçado de retrocesso, por exemplo, no caso do BNDES, que a meu ver tinha um projeto muito bom, que começou com a definição de critérios, algo que fazia falta há muito tempo para um banco público que usa dinheiro do contribuinte. E mais recentemente com a proposta de criação da TLP [Taxa de Longo Prazo, que vai substituir a TJLP nos financiamentos do BNDES]. No geral, na área econômica, diria que as coisas andaram surpreendentemente bem. Houve um certo alívio com a saída da presidente Dilma que rapidamente explodiu o país e, se tivesse ficado mais um tempo, iria explodir ainda mais. E as coisas andaram bem à frente da inflação, o BC se posicionando com mais apoio do resto do governo também. Nos outros setores não tenho uma visão completa, mas vejo com bons olhos as mudanças na área da energia, da educação e das cidades. No meio da confusão toda, isso as vezes passa despercebido. Não diria que o governo nesse sentido merece avaliação ruim. Mas no quadro geral da política já vem de muito tempo, está aparecendo agora e precisa ser resolvido. Valor: Não está no gigantismo do Estado brasileiro o convite à corrupção? Arminio: Com certeza. Mas o gigantismo do Estado não surgiu do nada. A atribuição de culpa ou de causa não é trivial. O Estado é grande porque opera em parceria com o setor privado, porque na Constituição se espalhou direitos para todos os lados sem pensar nas contas, porque trouxe um componente ideológico a partir do governo do PT. E tudo se casou com lideranças empresariais que jogaram o jogo. É preciso fazer uma reforma que tire da mesa esse balcão de subsídios, desonerações, proteções, contratos e, assim, diminua o espaço da corrupção. Valor: A saída seria reduzir o tamanho do Estado? Arminio: Se o Estado vai ser menor é outra discussão fascinante. Uma parte do Estado gigante é a nossa Previdência, que é de fato enorme para as nossas caracteristicas demográficas e isso está em discussão há muito tempo. O papel do Estado nas áreas da saúde, educação, infraestrutura também, precisa ser repensado. Não sou defensor de um Estado minimalista, não. Acho que precisamos ter um Estado menor. Outro item que está no ar são as empresas estatais em geral. Se não estava claro até o caso da Petrobras, agora não pode haver mais dúvida de que esse modelo de estatal é muito vulnerável, cheio de problemas e precisa ser repensado. Eu não vejo, sinceramente, justificativa para se ter empresa estatal. Nenhuma. Valor: Nem os xodós como a própria Petrobras e o Banco do Brasil? Arminio: Não. Nenhuma, nenhuma. Não faz o menor sentido. Isso não quer dizer que o Estado não possa ser um enorme provedor nas áreas da saúde e da educação e que possa participar incentivando as coisas que sejam genuinamente públicas, nas áreas de infraestrutura e distributiva também. Agora, no geral, o modelo de empresa não combina. O Estado pode contratar empresas de forma transparente e competitiva. O Estado ter empresas, para nós, tem sido um problema. Quantas vezes os bancos públicos federais já tiveram problemas. Os bancos estaduais quebraram tantas vezes. O Banco do Brasil quebrou e teve que ser capitalizado, a Caixa também. O Banco do Brasil tem potencial para ser uma corporação privada. Valor: A Petrobras deveria ser privatizada? Arminio: Poderia ser perfeitamente privatizada. Não a venderia nunca para um oligarca de uma nação pouco democrática ou para um fundo soberano de outra. Isso jamais faria. Mas teria um setor competitivo, regulado se necessário, e fora da tentação que tem sido ao longo dos anos. É difícil entender como pode ter acontecido aquilo tudo lá dentro da forma que aconteceu [referência ao propinoduto criado na Petrobras e desvendado pela Lava-Jato]. Valor: A lei das estatais representou algum progresso? Arminio: A lei é bastante boa. Mas um item não foi aprovado, que era a revogação do artigo 238 da Lei das S/A, que supostamente dá alguma justificativa para que empresas tenham objetivos não econômicos [Art. 238. A pessoa jurídica que controla a companhia de economia mista tem os deveres e responsabilidades do acionista controlador (...), mas poderá orientar as atividades da companhia de modo a atender ao interesse público que justificou a sua criação]. Acho que é uma contradição fatal. Qualquer governo mais racional e mais isento de ideologias e pressões políticas sabe que o fato de uma empresa ter que trabalhar como empresa não significa que o governo não possa contratar serviços. Acompanhei de perto esse processo e sai frustrado, apesar de achar que a lei das estatais foi um grande avanço. Esse brinquedo com esses interesses todos expostos desapareceria. É um brinquedo caro, injusto, regressivo. Valor: Gostaria de lhe perguntar quais podem ser, na sua avaliação, os candidatos potenciais para 2018, além de Lula e Bolsonaro, que são os mais citados nas pesquisas? Arminio: Acho que está cedo. Os partidos chamados de centro, centro-esquerda, centro-direita, vão ter que se organizar e se posicionar e não estão fazendo isso. Vão ter que ter um pouco de humildade, sabem que estão expostos. O PSDB não está se posicionando outra vez. Perdeu a chance lá atrás, no mensalão. Fez essa parceria, embora mais bem administrada, com parte do Brasil velho por falta de alternativas, na época era o argumento. Valor: E está novamente em um impasse... Arminio: Desde sempre. Se o país tivesse hoje um PSDB como aquele de quando o partido nasceu, seria barbada ganhar as eleições. Mas o PSDB se perdeu no meio do caminho. Não sou filiado, pra deixar claro. Para mim o ideal teria sido ver o PSDB apoiando as boas reformas, mas não fazendo parte do governo. Pessoas ligadas ao partido até poderiam participar, em caráter pessoal. Mas na medida em que a história [da delação da JBS] foi aparecendo, o partido teria que ter se posicionado. Até agora não fez e vai fazer tarde. As coisas têm um certo momento, também. Valor: Haveria a necessidade de novo programa econômico para 2019? Arminio: O Brasil entrou em um buraco fiscal sem tamanho a partir de 2014, que vai ter que ser revertido. As agendas da produtividade, da igualdade de oportunidade, da oportunidade pura e simples, são agendas bem conhecidas e há um mundo de coisas a fazer, uma vez superada a crise política. Mas os riscos aumentaram muito. O país está muito endividado, vários Estados estão em situação ainda pior. É um enorme desafio. Mesmo com o teto e a reforma da Previdência, tudo indica que a dívida vai lá para cima. Passa de 90% nos próximos quatro a cinco anos.   (Claudia Safatle - Valor)

Na dúvida, a crise
Com o relatório do deputado Sergio Zveiter (PMDB-RJ), admitindo a abertura de processo criminal contra o presidente da República, dá-se um novo passo no aprofundamento de uma crise política que assola o país, de forma intermitente, pelo menos desde os primórdios do processo de impeachment de Dilma Rousseff (PT).
Nesse período turbulento, desperdiçaram-se diversas oportunidades de solução pronta e revestida de apoio popular.
A vacância no Palácio do Planalto, antes de cumprida metade do mandato presidencial, determina a convocação de novas eleições diretas. Passado esse prazo, a linha sucessória se esgarça em substitutos sem dúvida regulares do ponto de vista constitucional, mas cada vez mais afastados da origem legítima do poder republicano.
A ascensão de Michel Temer (PMDB) ao poder, como vice-presidente na chapa vitoriosa em 2014, já se dava graças a um processo traumático e polêmico.
Considerada, apesar disso, um caminho para a recomposição do governo e a retomada da economia, tinha a cercá-la um indisfarçável clima de desconfiança no plano ético —a qual as escolhas ministeriais só faziam acentuar.
A agenda de reformas e a expectativa de alguma estabilidade administrativa garantiram a Temer ainda a passagem por um importante teste jurídico, quando do julgamento da chapa PT-PMDB no Tribunal Superior Eleitoral.
Mais uma vez, eram fortes os sinais de que tanto o seu partido quanto o de Dilma Rousseff acumulavam um histórico de irregularidades que só faziam prever, cedo ou tarde, novas turbulências.
Estas agora se materializam, após a revelação da conversa entre Temer e o empresário Joesley Batista, da JBS, cujo teor desperta as mais fortes suspeitas.
Em tese, num processo corriqueiro, não se equivocaria o relator do caso na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara ao dizer que, nesta fase, a dúvida convida a tomar-se posição "pro societate", em favor da sociedade, e não em favor do réu, como se faz no momento de emitir uma sentença.
Todavia, o problema específico de um processo contra o presidente é que sua abertura já acarreta uma forma automática de punição, dificilmente reversível —o afastamento imediato do posto.
A questão será dirimida pela política, incluindo suas práticas menos virtuosas —a contagem febril de votos, a troca de membros da Comissão, os gestos cada vez menos discretos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (PMDB-RJ), sucessor eventual de Temer. A solução da crise, entretanto, não estará garantida por nenhum resultado.  (Folhapress)

Para cumprir meta, governo pode elevar IPI e PIS/Cofins
Sem espaço para cortar mais despesas discricionárias e para outras frustrações de receita, o governo pode elevar alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e do PIS/Cofins sobre combustíveis ainda este ano, se for necessário um reforço para cumprir a meta fiscal. A afirmação foi feita pelo secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Fabio Kanczuk, ao ser perguntado sobre quais tributos poderiam subir para ajudar no cumprimento da meta de déficit primário de R$ 139 bilhões do governo central, estabelecida para 2017. Ao participar de teleconferência com clientes do Credit Suisse, Kanczuk disse que o leque de tributos passíveis de alta em 2018 "se abre bem", mas, para este ano, são poucos os que não precisam passar por "noventena". O secretário negou, ainda, a possibilidade de elevar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre câmbio ou crédito. Segundo ele, são impostos que fazem "mais mal do que bem." Também presente na teleconferência, o secretário de Acompanhamento Econômico, Mansueto Almeida, avaliou que cumprir a meta fiscal deste ano será um desafio. "Temos incerteza do reflexo da saída da recessão na arrecadação", embora junho tenha sido bom para o recolhimento de impostos. O mês passado deve ter registrado resultado primário próximo ao de maio, antecipou Mansueto, quando as contas do governo central foram deficitárias em R$ 29,3 bilhões, recorde negativo no período. O dado de junho deve ser novamente fraco devido ao adiantamento do pagamento de precatórios, disse, ao passo que receitas extraordinárias previstas com leilões de petróleo e hidrelétricas devem ficar para o fim do ano. Questionado sobre o risco do não cumprimento do teto de gastos e da meta de déficit primário de R$ 129 bilhões em 2018, Mansueto afirmou que cumprir a regra que limita a expansão das despesas à inflação do ano anterior não será problema. "O problema é a arrecadação." Ele mencionou ainda que a abertura de capital da Caixa Seguridade deve ficar para o ano que vem. De acordo com Mansueto, o governo terá despesas "bem abaixo" do limite imposto pelo novo regime fiscal este ano, o que deixa espaço extra entre R$ 60 e R$ 80 bilhões para expandir os gastos no ano que vem. O governo tem até meados de agosto para enviar o Projeto de Lei Orçamentário Anual (PLOA) de 2018 ao Congresso, disse, e existe alguma "margem de manobra" do lado das despesas obrigatórias, pontos que serão esclarecidos daqui a um mês. O secretário disse que a equipe econômica está otimista com a possibilidade de aprovação da MP 777, que cria a Taxa de Longo Prazo (TLP) para substituir a TJLP nos financiamentos do BNDES. "Não necessariamente vamos convencer o corpo técnico do BNDES. Boa parte dele quer juros subsidiados e um governo que atue em políticas setoriais, mas essa não é a orientação desse governo", afirmou Mansueto. Segundo ele, o importante é convencer Congresso e sociedade sobre a importância da alteração nos juros de longo prazo. Segundo Kanczuk, o relator da MP, deputado Betinho Gomes (PSDB-PE), sabe a relevância dessa questão para o mercado financeiro e está do lado do governo. Por outro lado, admitiu que o governo considera a hipótese de que a reforma da Previdência não avance no Congresso. "Vemos risco de a Previdência não conseguir avançar", disse. Ainda segundo o secretário, o ruído político deve se transmitir para a economia por meio da confiança e do investimento. É difícil prever o que vai acontecer, ponderou, porque os preços de ativos no mercado financeiro funcionam como antecedente da confiança quando essa não é ditada pelo próprio PIB, como no momento atual. O secretário ainda afirmou que, em qualquer um dos dois cenários possíveis à frente, a política econômica não deve mudar, e que o governo segue com a agenda anterior de reformas. "Não desistimos da reforma tributária", que, de acordo com ele, deve ficar para o segundo semestre.  (Arícia Martins - Valor)

Previsão de inflação de 2017 é reduzida
Após a deflação registrada em junho, os economistas do mercado financeiro voltaram a reduzir suas projeções para o IPCA neste e no próximo ano. O Relatório de Mercado Focus divulgado nesta segunda-feira (10), pelo Banco Central, mostra que a mediana para o índice oficial de inflação em 2017 foi de 3,46% para 3,38%. Há um mês, estava em 3,71%.
Já a projeção para o IPCA de 2018 foi de 4,25% para 4,24%, ante 4,37% de quatro semanas atrás.
Na prática, as projeções de mercado divulgadas nesta segunda no Focus indicam que a expectativa é que a inflação fique abaixo do centro da meta, de 4,5%, em 2017 e 2018. A margem de tolerância para estes anos é de 1,5 ponto porcentual (inflação entre 3,0% e 6,0%).
No dia 29 de junho, o CMN (Conselho Monetário Nacional) definiu as metas de inflação para os anos seguintes. A referência para 2019 será de 4,25%, enquanto a de 2020 será de 4,00%. Nos dois casos a banda de flutuação é de 1,5 ponto porcentual.
Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou na última sexta-feira, 7, que o IPCA registrou deflação de 0,23% em junho. A taxa de inflação acumulada no ano até junho é de 1,18%.
No Focus agora divulgado, entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2017 passou de 3,48% para 3,26%. Para 2018, a estimativa foi de 3,98% para 4,31%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,51% e 4,19%, respectivamente.
Já a inflação suavizada para os próximos 12 meses foi de 4,46% para 4,47% de uma semana para outra - há um mês, estava em 4,49%. Entre os índices mensais mais próximos, a estimativa para julho de 2017 foi de 0,18% para 0,19%. Um mês antes, estava em 0,25%. No caso de agosto, a previsão de inflação do Focus seguiu em 0,25%, mesmo valor de quatro semanas atrás.
PIB
Embora o Banco Central tenha mantido a projeção de crescimento de 0,5% para a economia brasileira em 2017, os economistas do mercado financeiro seguiram demonstrando maior pessimismo. A expectativa de alta para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano foi de 0,39% para 0,34% no Relatório de Mercado Focus. Há um mês, a perspectiva era de avanço de 0,41%.
Para 2018, o mercado manteve a previsão de alta do PIB, de 2 00%. Quatro semanas atrás, a expectativa estava em 2,30%.  (Agência Esatdo)

Economia Global
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Fed: Trump deve substituir Yellen por Gary Cohn
Cohn, democrata e ex-presidente do Goldman Sachs, não trabalhou na campanha de Trump e apenas o conheceu após a eleição.
É cada vez mais improvável que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nomeie a chair do Fed, Janet Yellen, para um segundo mandato no cargo, noticiou o site "Politico" nesta terça-feira (12).
O diretor do Conselho Econômico Nacional, Gary Cohn, é o favorito para sucedê-la, disse o veículo de notícias, citando quatro pessoas próximas ao processo. "A vaga é do Gary, se ele quiser, e acredito que ele queira", disse um republicano próximo ao processo seletivo citado na reportagem do "Politico".
Alguns poucos senadores republicanos podem expressar reservas quanto a Cohn, mas ele provavelmente deve receber amplo apoio, disse um alto assessor republicano no Congresso, segundo a publicação.
Em resposta a solicitação da Reuters por informações, a porta-voz da Casa Branca Natalie Strom disse: "Gary está concentrado em suas responsabilidades no Conselho."
Cohn, um democrata e ex-presidente do Goldman Sachs, não trabalhou na campanha de Trump e apenas o conheceu após a eleição de novembro de 2016.
Gestão de Yellen
Yellen assumiu como chair do Fed em fevereiro de 2014, no lugar de Ben Bernanke, em uma época na qual a recuperação econômica da crise de 2008 ainda não estava consolidada. Ela não escondeu o fato de priorizar o crescimento no emprego e nos salários.
Uma porta-voz do Fed disse que não havia comentários sobre a notícia do "Politico". (ReutersG1)

Mercado Financeiro
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Bolsa em alta, dólar em queda
A suspensão, nesta terça-feira (11), da sessão no Senado que votaria a reforma trabalhista não afetou o otimismo dos investidores em relação à aprovação das mudanças, levando a Bolsa brasileira a registrar a segunda alta seguida. No mercado cambial, o dólar fechou cotado a R$ 3,25, no menor patamar em mais de um mês.
O Ibovespa, índice que reúne as ações mais negociadas do mercado brasileiro, fechou em alta de 1,28%, para 63.832 pontos. O pregão teve volume financeiro de R$ 5,92 bilhões. A média diária do ano é de R$ 8,14 bilhões.
O dólar comercial encerrou o dia com queda de 0,21%, para R$ 3,254. É o menor nível da moeda americana desde 1º de junho. O dólar à vista, que fecha mais cedo, caiu 0,37%, para R$ 3,251, patamar mais baixo desde 2 de junho.
A votação da reforma trabalhista era a principal notícia do dia e serviria de termômetro para avaliar a capacidade do governo de levar à frente a agenda reformista. Levantamento da Folha mostra que o Planalto tinha margem apertada para conseguir modificar as leis trabalhistas. Apenas 42 dos 81 senadores declaravam apoio ao texto. Se todos estiverem presentes, o governo precisa de 42 votos para aprovar a reforma.
"Amanhecemos com a perspectiva de votação da reforma trabalhista, mas o adiamento não assustou os investidores. Se a reforma não for votada hoje, será votada amanhã. Se não for votada amanhã, depois de amanhã", avalia Alvaro Bandeira, economista-chefe do home broker Modalmais.
Segundo ele, os investidores não estão preocupados com a governabilidade do governo de Michel Temer. "O que preocupa os agentes de mercado é a sequência das reformas, o que vai acontecer com a trabalhista, o que vai acontecer com a reforma da Previdência, a mais importante, mas também com a reforma política, a reforma tributária", diz. "Se tiver governabilidade, consegue-se alguma coisa, mesmo que desidratada."
Sem uma definição política, afirma Bandeira, a Bolsa seguirá oscilando entre os 61 mil e 63 mil pontos, enquanto o dólar variará nesse patamar de R$ 3,20 a R$ 3,30. "Não sai muito dessa situação. Os investidores estão esperando para ver quais são as definições. A política vai dominar a economia no sentido de aprovar essas reformas", complementa.
O risco-país medido pelo CDS (credit default swap, espécie de seguro contra calote) recuou 1,07%, para 235,7 pontos, menor nível em quase um mês.
AÇÕES
Além da confiança de que a reforma será aprovada, também contribuiu para a alta da Bolsa brasileira o bom desempenho das commodities no exterior.
Os preços do petróleo subiram mais de 2% e sustentaram a alta das ações da Petrobras. Os papéis mais negociados da estatal subiram 2,92%, para R$ 12,33. Os papéis ordinários, que dão direito a voto, fecharam com valorização de 2,91%, para R$ 13,07.
As ações da Vale e de siderúrgicas se beneficiaram da alta de 2,11% dos preços do minério de ferro. Os papéis preferenciais da mineradora avançaram 1,41%, para R$ 28,02. As ações com direito a voto tiveram alta de 1,11%, para R$ 30,04. As ações da CSN dispararam 6,46%.
No setor financeiro, destaque para os papéis do Banco do Brasil, que subiram 4,20%. As ações do Itaú Unibanco se valorizaram 1,51%. Os papéis preferenciais do Bradesco avançaram 1,74% e os ordinários tiveram ganho de 1,37%. As units –conjunto de ações– do Santander Brasil fecharam com valorização de 2,07%.
DÓLAR
A desvalorização do dólar em relação ao real se deu em linha com o enfraquecimento da moeda americana entre as maiores divisas do mundo.
Entre as 31 principais moedas, o dólar só conseguiu ganhar força ante 12.
O Banco Central deu sequência às atuações no mercado de câmbio e vendeu 8.300 contratos de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). O BC rola os contratos que vencem em agosto, que somam US$ 6,181 bilhões. Até agora, a autoridade monetária já conseguiu rolar US$ 830 milhões desse total.  (Folhapress)

Dólar tem piso em mais de um mês
O dólar fechou em leve queda nesta terça-feira, 11, no patamar dos R$ 3,25, em reflexo aos ingressos de recursos de estrangeiros para Ofertas Públicas Iniciais (IPO) de ações previstas na B3 neste mês de julho e expectativa com um troca de comando no governo. Certa cautela, porém, foi observada com mais um dia de giro financeiro fraco com o mercado à espera de uma definição sobre a votação da reforma trabalhista no plenário do Senado. Do lado do exterior, a alta de mais de 1% do petróleo contribuiu para a valorização do real.
No mercado à vista, o dólar terminou em baixa de 0,21%, aos R$ 3,2534, o menor nível desde 1º de junho (R$ 3,2457). O giro financeiro registrado somou US$ 609,3 milhões. Na mínima, ficou em R$ 3,2472 (-0,39%) e, na máxima, aos R$ 3,2697 (+0,29%).
De acordo com um operador, a entrada de capitais para os IPOs na bolsa foi o que segurou o dólar em baixa esta tarde.
Nestes últimos dias temos visto um desmonte de posições com o Banco Central dando tranquilidade ao mercado. “O BC antecipou a rolagem de swap exatamente porque sabia que essa semana poderia gerar um movimento mais acentuado no dólar”, disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.
Galhardo explica que por causa da liquidez gerada pelo BC, algumas empresas já estão fazendo operações de venda de dólar se antecipando aos futuros IPOs na Bolsa, com o intuito de comprar um dólar mais barato lá na frente. Entre as empresas que devem fazer IPO neste mês estão Carrefour, Ômega, Bratoscana e IRB-Brasil-Re.
O mercado operou em compasso de espera desde o início da tarde depois que a sessão do Senado que deve votar a reforma trabalhista foi suspensa e teve as luzes apagadas, após parlamentares da oposição ocuparem a mesa diretora no Plenário.
Para Galhardo, o mercado teve nestes últimos dias um desmonte de operações em meio a um consenso de que será benéfica a possível troca do presidente Michel Temer pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, uma vez que o mercado enxerga que Maia conseguirá aprovar as reformas, principalmente a da Previdência, devido à uma coesão entre os partidos.
“O mercado avalia que Maia já tem agido em suas falas como se fosse presidente”, disse. Hoje à tarde, Maia defendeu que a Câmara vote a denúncia contra Temer antes do recesso porque o “Brasil não pode parar”, acrescentando que a agenda das reformas vai continuar, mas que para isso “precisamos encerrar o capítulo da denúncia”.
No mercado futuro, o dólar para agosto caiu 0,08%, aos R$ 3,2690. O volume financeiro movimentado somou US$ 10,67 bilhões. Durante o pregão, a divisa oscilou de R$ 3,2610 (-0,32%) a R$ 3,2840 (+0,38%).  (Repórter Diário)

Gestão, Produtos e Serviços
Mestra

UniAbrapp: MBA - Turmas em agosto em Brasília e Rio
Depois de São Paulo, onde uma turma do MBA em Gestão de Previdência Complementar Fechada ainda está em andamento, a UniAbrapp abre as inscrições para mais 2, agora em Brasília e no Rio de Janeiro, com início das aulas em agosto. Informações detalhadas, inclusive sobre o conteúdo programático e espaço para inscrição,  podem ser encontradas em  http://www.uniabrapp.org.br/mba/
A notícia traz consigo vários significados, um deles o  atendimento pela UniAbrapp  de uma clara demanda de regionalização desse curso. Isso fica ainda mais claro quando se sabe que, antes de escolher Rio e Brasília para sediar as duas novas turmas, a nossa universidade corporativa pesquisou o desejo das associadas, consultou-as sobre em que praças gostariam ver oferecido o MBA. As cidades escolhidas traduzem, portanto, o entendimento majoritário entre as entidades.
A consolidação do MBA significa, é claro, que a previdência complementar amadurece ao mesmo tempo em que atinge um alto grau de conhecimento especializado. Um outro significado, esse de particular interesse das associadas, traz a certeza de que, a reunião de um tal saber no interior do próprio sistema, garante a oferta de cursos com muito mais foco no que realmente interessa.
O fato de o sistema estar nas duas pontas, a que ensina e a que aprende, assegura um curso sob medida, de fato especializado.
Sob medida - O MBA da UniAbrapp é por todas as razões um curso desenhado sob medida para atender as nossas demandas. Entre os seus maiores diferenciais está exatamente o perfeito alinhamento com a base legal e normativa que nos rege e os direcionamentos estratégicos do sistema,  assim como com a  agenda que disso resulta. E isso é algo que se pode verificar do primeiro dia de aula até o trabalho de conclusão do curso.
E a parceria no MBA  é com a  FIA - Fundação Instituto de Administração,  um braço da USP, o que por si só já a recomenda, mas que além disso é vista como uma das instituições de ensino melhor avaliadas do País. (Abrapp//AssPreviSite)

UniAbrapp: Exercício da Função de Conselheiro
A UniAbrapp abre as inscrições para mais duas edições do programa Exercício da Função de Conselheiro em grade aberta, desta vez em Brasília - início das aulas em 21 de agosto – e em São Paulo – começo em 28 de agosto.  O enfoque direcionado ao papel e a responsabilidade dos Conselhos  e sua relação com a gestão, oferecendo perspectiva prática nas questões essenciais, nas quais cabem aos conselheiros decidir e monitorar, é o grande ponto de destaque do treinamento, cuja avaliação geral foi de 4,7 em sua última apresentação– em escala de 1 a 5 – com contínua manifestação de depoimentos positivos quanto à qualidade dos conteúdos, materiais e instrutores. Somando mais de 400 profissionais já qualificados, o programa conta com 72 horas de treinamento divididas em 5 módulos, mantendo a metodologia didática própria da UniAbrapp - centrada não apenas na assimilação do conteúdo, mas também na adesão aos conceitos ministrados, de forma a instrumentalizá-los para a aplicação no trabalho. Além disso, os participantes interessados poderão participar do processo de Certificação por Capacitação do ICSS, com ênfase em administração, através do cumprimento dos critérios de frequência e nota mínima na média das avaliações aplicadas ao longo do treinamento. Para mais informações e inscrições acesse: DF http://www.uniabrapp.org.br/cons_edicao8.htm  e em  SP http://www.uniabrapp.org.br/cons_edicao9.htm   (Diário da Previdência Complementar Fecahda-11.07)

Destaque do Segmento de Saúde
Scam

ANS debate regras de portabilidade de carências
O tema da 5ª Reunião do Comitê de Regulação da Estrutura de Produtos foi portabilidade de carências. O evento foi realizado na última quarta-feira, 05/07, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no Rio de Janeiro. Este foi o 3º encontro focado apenas em portabilidade de carências.
A diretora de Normas e Habilitação dos Produtos, Karla Coelho, abriu o evento esclarecendo que a fase consultiva para a reformulação da Resolução Normativa nº 186 já está sendo finalizada e que as ideias desenvolvidas serão apresentadas e seguirão para consulta pública. “Estamos avaliando o impacto regulatório das mudanças da norma, por isso consideramos todos os cenários possíveis, levando em conta a sustentabilidade do setor e a transparência das informações para o consumidor”, afirma Karla.
Rafael Vinhas, gerente geral de Estrutura de Produtos, ratificou a importância de ter um grande número de representantes de diferentes setores da sociedade para juntos obtermos a diversidade de visões. Ele também afirmou que as mudanças na RN não estão sendo estudadas apenas agora. “Desde 2014 a ANS tem debatido internamente a portabilidade de carências, não apenas a DIPRO, mas toda a Agência tem entrado nessa ”, explica Vinhas.
Após a abertura da diretora e do gerente-geral, foi passada a palavra para a operadora Central Nacional Unimed que mostrou um panorama das últimas portabilidades especiais que a operadora recebeu. A diretora agradeceu a contribuição e ressaltou que a portabilidade especial é um recurso usado em último caso, e que o principal objetivo da medida é garantir a continuidade da cobertura assistência ao beneficiário quando uma operadora precisa ser retirada do mercado. “É preciso pensar em formas de melhorar a concorrência, melhorar a sustentabilidade e debater as regras da portabilidade comum para evitar uma medida mais extrema como é a portabilidade especial”, esclarece Karla.
Em seguida, o coordenador de Regulação de Mobilidade entre Produtos, Bruno Ipiranga, ratificou a diretora explicando que ao melhorar as regras para portabilidade comum, o beneficiário pode mudar de operadora antes que seja decretada uma portabilidade especial, pulverizando o risco no mercado. Na sequência, Bruno trouxe o histórico da última reunião sobre o tema e as recomendações da Defensoria Pública do Rio de Janeiro e contribuições de operadoras representantes do setor.
Uma das principais propostas é a eliminação da janela temporal de 120 dias. Hoje, para fazer a portabilidade é necessário esperar o 1º dia do mês de aniversário do contrato. A partir dessa data, o beneficiário tem 120 dias para portar a carência já cumprida.
A defensora pública, Patrícia Cardoso, corroborou a sugestão de eliminação do período ou mesmo aumentar a janela, ao indicar que muitos beneficiários procuram a portabilidade quando recebem o aumento da mensalidade que ocorre por ocasião do aniversário do contrato mas também pode ocorrer meses depois. Assim, quando recebem o reajuste a janela de 4 meses pode já estar encerrada.
Bruno também ressaltou a importância da proposta de extensão da portabilidade para beneficiários de planos coletivos empresariais. “Apesar de representarem 67% do mercado, os beneficiários de planos coletivos empresariais não podem realizar a portabilidade comum, precisam esperar a decretação da portabilidade especial, o que acaba causando impacto negativo no setor”, expõe Ipiranga.
O coordenador apresentou também a análise do impacto regulatório e a conclusão a é que a alteração da RN nº 186 com as propostas da área técnica conduz a um impacto positivo na regulação, pois aumenta a eficiência, efetividade, equidade e transparência para do setor.
Após o debate com o auditório, a diretora encerrou o evento afirmando que, apesar do período consultivo já ter sido encerrado, as entidades podem continuar enviando suas contribuições para o endereço eletrônico ggrep.dipro@ans.gov.br . A minuta da norma que irá alterar a RN nº 186 será posta em consulta pública para participação de toda a sociedade.  (ANS)


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